Buscar

Princípios da Administração Publica - impessoalidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1-Leitura e interpretação de precedentes jurisprudenciais sobre a matéria do Direito Administrativo, especificamente sobre os princípios que norteiam a Administração Pública e ato Administrativo considerando o texto abaixo, do qual deve ser apresentada resenha.MORGADO, Almir de Oliveira. A Anulação ou Invalidação dos atos administrativos; e Princípio da Impessoalidade	.
1. Princípios da Administração pública
Princípios são entendimentos sobre algum assunto que servem de base para determinada aplicação, pessoa ou como no caso em que falaremos, uma instituição.
 	O primeiro deles a ser tratado é o de Controle, mesmo não sendo um princípio expresso na Constituição, se relaciona diretamente a todos os outros princípios, já que a finalidade do controle da Administração Pública é garantir que esta atue conforme os princípios que a ela são impostos pelo próprio ordenamento jurídico, estes são dogmas que norteiam o caminho pelo qual a administração pública deve seguir, dentre estes princípios basilares estão os expressos no artigo 37 da nossa Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência; e outros princípios implícitos, observados na jurisprudência e doutrina: Presunção De Legitimidade Ou De Veracidade, Especialidade, Controle Ou Tutela, Autotutela, Hierarquia, Continuidade Do Serviço Público, Razoabilidade e Proporcionalidade, Motivação e Supremacia do interesse público. 
As organizações administrativas dever seguir o que diz a lei, dessa forma não havendo estipulação em lei de certa hipótese elas não poderão atuar, visto que a administração publica cumpre apenas a vontade da lei, não importando a convicções de seus agentes.
 A Administração pública deverá ex oficio corrigir seus equívocos, destarte se um agente for nomeado sem atentar á algum dispositivo de lei, por exemplo, o próprio órgão devera corrigir esta nomeação, seguindo o principio da autotutela e cumprindo com o seu dever de legalidade. Pode-se ver a prática deste dogma aplicado também no que tange a motivação da administração pública, que deve fundamentar juridicamente seus atos a fim de garantir a segurança jurídica, o devido processo legal e estar dentro da legalidade.
 Lembrando que os atos da Administração pública são considerados todos legítimos, até que se prove o contrário dado o princípio da veracidade, o que requer atenção quando relacionado a autotutela posto que o Estado deve se atentar aos seus atos e corrigi-los se preciso for sem que haja a necessidade de terceiro se opor a veracidade dos mesmos.
De modo que nos remetemos ao princípio da impessoalidade, do qual se extrai a premissa de que na atividade da administração não há vínculo dos agentes com suas atividades, vedando qualquer favorecimento a qualquer pessoa no quadro de agente públicos ou de suas próprias convicções, como vemos no caso em que se demostra a, possível infração do preceito constitucional:
REPRESENTAÇÃO. BANCO DO BRASIL. SUSPENSÃO DA VEICULAÇÃO DE CAMPANHA PUBLICITÁRIA (CAMPANHA SELFIE). INTERFERÊNCIA NA GESTÃO DA ENTIDADE PELO SÓCIO CONTROLADOR, NA PESSOA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. VULNERABILIDADES NA GOVERNANÇA DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. ATO DE GESTÃO ANTIECONÔMICO. CONHECIMENTO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. DETERMINAÇÃO. RECOMENDAÇÃO. ACÓRDÃO 1119/2020 – PLENÁRIO -Relator: BRUNO DANTAS Processo 009.180/2019-2
 
	Estes agentes públicos assim como a administração como um todo, devem seguir regras onda a Moralidade como principio ético é a principal delas, que deve estar sempre presentes em suas condutas e decisões, seguindo o que a lei estipular e não fazendo aquilo que ela proíbe, em risco de acusação de improbidade quando descumprido o preceito legal, salientando que por regra o serviço publico é continuo, havendo processo por improbidade o serviço é suspenso podendo trazer graves consequência para o funcionamento da máquina estatal. 
	De certa forma ainda dentro do que considerado pela doutrina como “moral”, é moral, ou seja, é o que se espera dela, que a própria administração siga o princípio da publicidade, o qual se caracteriza como a obrigação de tornar pública as suas decisões, por meio de edital, pelo Diário Oficial da União ou outras formas de publicidade, sendo transparente com a sociedade em relação a suas atividades.
Estes mesmos agentes públicos devem, obrigatoriamente, agir de forma eficaz, ou seja, realizar seu trabalho com perfeição técnica, ter bom rendimento e atenção aos afazeres, se adequando ao que o cargo requer, cumprindo as exigências para melhor servir a sociedade que os remunera. Revelando aqui, analogicamente, o conhecido princípio da supremacia do interesse, de forma que o agente deve agir no cumprimento do interesse do Estado, e este interesse esta acima do interesse particular. 
Saindo da esfera pessoal dos princípios podemos analisar, de modo geral, os atos da administração, são considerados inteiramente legítimos até que se prove o contrário, todavia esta veracidade presumida pode ser contestada judicialmente, como vemos no julgado:
					
‘CONSTITUCIONAL – ADMINISTRATIVO – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ORDINÁRIA – ATO
ADMINISTRATIVO – PODER DE POLÍCIA – LEGALIDADE – INTELIGÊNCIA DA LEI FEDERAL Nº9.433/97 E DECRETO DISTRITAL Nº 22.018/01 –RECURSO IMPROVIDO.
I- O fundamento do poder de polícia é o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse particular. O ato administrativo que se pretende anular insere-se no exercício regular do direito do ente administrativo, não configurando violação aos princípios constitucionais da reserva legal, da anterioridade da lei e do direito adquirido.
II- Os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade e veracidade, ainda mais, em se tratando de atividade fiscalizadora. Tais atos não são intocáveis, porém, cabe ao apelante o ônus de provar o abuso ou improcedência do mesmo
(RE nº 463.139/RJAgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de 3/2/06; e RE nº 181.039/SP-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ 18/5/01).(grifo meus)
A Administração Indireta é constituída a partir de um conjunto de entidades, dotadas de personalidade jurídica, responsáveis pelo exercício, em caráter especializado e hierarquicamente se organizam para melhor organização de suas atribuições conferidas por lei.
	Para garantir a segurança jurídica, a administração publica serve de todos estes princípios ora citados, mantendo assim uma estabilidade nas relações jurídicas servindo-se da dupla principiológica razoabilidade-proporcionalidade para se manter nos limites da lei e dos direitos básicos, garantindo o bom funcionamento da maquina publica e nos casos que se faça necessário o acionamento do judiciário garantindo o devido processo legal.
2. Princípio da Impessoalidade: 
	Tendo introduzido de forma não pormenorizada os princípios, nos aprofundaremos então na característica que garante a isonomia e a lisura dos atos da administração pública.
	O princípio da Impessoalidade, trata da forma como os interesses do Estado deve ser priorizados acima dos interesses e das convicções pessoais dos servidores públicos, os órgãos devem trabalhar em função das necessidades do Estado que por consequência age de acordo com o que é melhor para a sociedade como um todo, não havendo predileção ou priorização de interesses de poucos.
	O entendimento sobre o tema é variado na doutrina, Helly Lopes entende que se trata basicamente do Principio da finalidade como leciona:
 “O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.”
A riqueza deste princípio está na possibilidade de analisá-lo de diversas formas, assim considera Celso Antonio Bandeira Bandeira de Mello como sendo este diretamente ligado ao princípio da isonomia “Nele se traduz a ideia de que a Administraçãotem que tratar todos os administrados sem discriminação, benéficas ou detrimentos. Nem favoritismo nem perseguição são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia”
O fundamento basilar da impessoalidade está no trato com os agentes estatais aos casos individuais estar postulado numa decisão anterior abstrata que engloba os casos concretos em geral, desta extrai-se a imparcialidade como resultado aplicação do dogma.
O descumprimento deste preceito leva a consequências jurídicas àquele que o faz bem como a sociedade que depende do seu devido cumprimento para fluir normalmente como prevê a lei. O crime de improbidade ocorre quando violada a premissa de que os atos da administração pública serão idôneos de ambições individuais, quando no uso de suas atribuições um órgão ou servidor se valer de seus poderes para obter vantagens para sí ou para terceiros e pagará pelas vias judiciárias pelo feito, como veremos:
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PARA SERVENTIA. TÍTULOS. DEFINIÇÃO “CARREIRA JURÍDICA”. POSTERIOR À PUBLICAÇÃO DO EDITAL E APRESENTAÇÃO PELOS CANDIDATOS. Não tendo o edital do certame definido quais cargos da carreira jurídica serviriam para pontuação de títulos no concurso para serventia, não poderia a Comissão do Concurso, posteriormente à publicação do edital, alterar os critérios de definição, principalmente se os candidatos já haviam apresentado seus títulos. Respeito aos princípios da moralidade, impessoalidade e finalidade. Recurso provido. (RMS 19095/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 03/05/2005, DJ 23/05/2005, p. 312) 
Quando a este princípio conclui-se que, é essência do Direito Administrativo, sendo fundamental nas decisões administrativas e instrumento que se conecta com os demais princípios, que protegem os valores tutelados pela Constituição Federal. Superando assim a imparcialidade, combatendo o nepotismo e atos ou decisões viciadas provenientes de agente públicos que não se atêm a este princípio.
3 – A anulação ou Invalidação dos Atos Administrativos
	
Tem a Administração o poder/dever de corrigir seus próprios atos a fim de cumprir a obrigação de legalidade como já vimos enteriormente, visto que seus atos são considerados legítimos porem anuláveis caso haja violação do que previamente determinado em lei. 
					
“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO ADMINISTRATIVO. PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ANISTIA [LEI N. 10.559/02]. REVOGAÇÃO POR ATO DO MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ARTIGO 2º, PARÁGRAFO ÚNICO, XIII, DA LEI N. 9.784/99. SÚMULAS 346 E 473 DO STF. MANIFESTAÇÃO PRÉVIA DA COMISSÃO DE ANISTIA. FUNÇÃO MERAMENTE CONSULTIVA. NÃO VINCULAÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA. PORTARIA GM3 N. 1.106/64. ATO DE EXCEÇÃO APENAS QUANTO AOS MILITARES QUE INGRESSARAM ANTES DE SUA EDIÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1. A anistia política é ato vinculado. Comprovados os requisitos previstos na lei e no regulamento, é dever da Administração declará-la. A ausência de qualquer desses requisitos impede o reconhecimento desse direito. 2. Decorre do poder de autotutela o dever das autoridades de revisar, de ofício, os atos administrativos irregulares que impliquem ônus ao Estado, como é o caso da declaração da condição de anistiado político [Súmulas 346 e 473, STF]. Precedente: RMS n. 21.259, Relator o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 8.11.91 3. Não há violação do disposto no art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei n. 9.784/99 quando o ato de anulação for praticado com fundamento no poder de autotutela da Administração Pública. (RMS 25.988/DF, Rel. Min. Eros Grau – grifos meus).
	Discute-se, porém, a dualidade entre a nulidade e anulabilidade dos referidos atos, que com as mudanças dos preceitos ora conhecidos pelo Direito Administrativos, onde uma torna o ato nulo como se nunca houvesse existido, retroagindo (ex tunc) e a nulidade torna-o ineficaz a partir dali, com efeito ex nunc.
	Contra a corrente que entende aceitável tanto a nulidade quando a anulabilidade, temos o fato de que esta postula na Sumula 463 do STF o entendimento da anulabilidade, porém os efeitos de erros pela administração recaíram sobre os requisitos básicos dos próprios atos podendo afetar terceiro sendo necessária assim a sua nulidade.
	De todo modo, a possibilidade de anulação que se discute no artigo circunda toda a esfera principiológica da Administração, observe que ao anular seu próprio ato está de acordo com a obrigação de legalidade, e ao fazer esta anulação cumpre com seu papel ao garantir a segurança jurídica. Ou seja, não a separação destas premissas basilares, mas sim uma sistematização que correlaciona todos os princípios para um fim único que cubra e proteja os interesses do Estado e de seu povo, não sendo tão relevante a discussão de qual está certa, visto que as duas forma se mostram eficiente e necessárias para sanar os vícios.
BIBLIOGRAFIA:
- Bandeira de Mello, Celso, Direito Administrativo. 34ª ed. 2019. MALHEIROS
-MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 39. ed. São Paulo: Malheiros, 2013
Carvalho, Paulo de Tarso. O conceito jurídico do princípio da impessoalidade no direito admistrativo: uma releitura. Dissertação de Mestrado, USP, 2014
 Direito Administrativo - 32ª Ed.2019. Autor: Pietro, Maria Sylvia Zanella Di

Continue navegando