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Manual de Reparo, proteção e reforço de estruturas de concreto Projeto Estrutural e Arquitetura Universidade Federal do Acre (UFAC) 18 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Introdução INTRODUÇÃO Patologia Terapia Diagnóstico Sintoma Mecanismo Origem Causa Conseqüências e oportunidade da intervenção Terapia Procedimento PROJETO OU ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DA INTERVENÇÃO 1. Introdução 2. Serviços 3. Materiais para Reparo e Sistemas de Proteção 4. Equipamentos 5. Mão de obra 6. Licitação CONTEÚDO DESTE MANUAL Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 17 Introdução O concreto de cimento Portland tem provado ser o material de construção mais adequado para estruturas, supe-rando com larga vantagem outras alternativas viáveis, como madeira, aço ou alvenaria. Autores Paulo Helene Enio Pazini Figueiredo Desde o início do emprego do concreto armado, em meados do século XIX, as edificações, obras de arte, rodovias, canais, barragens e tantas outras construções civis em concreto simples, armado ou protendido têm resistido às mais variadas sobrecargas e ações do meio ambiente. Embora o concreto possa ser considerado um mate-rial praticamente eterno - desde que receba manutenção sistemática e programada - há construções que apresentam manifestações patológicas em in-tensidade e incidência significativas, acarretando elevados custos para sua correção. Sempre há comprometimento dos aspec-tos estéticos e, na maioria das vezes, redução da capacidade resistente, podendo chegar, em certas situações, ao colapso parcial ou total da estrutura. Frente a essas manifestações patológicas observa-se, em geral, um descaso inconseqüente, que leva a simples reparos superficiais ou, inversamente, a demolições ou reforços injustificados. Os dois extremos são desaconselháveis, uma vez que há, hoje em dia, conhecimento tecnológico e uma elevada gama de técnicas e produtos desenvolvidos especificamente para solucionar problemas patológicos, conforme alguns exemplos apresentados nas fotos 1, 2, 3 e 4. Tendo em vista o conhecimento atual dos processos e mecanismos destrutivos que atuam sobre as estruturas e considerando a grande evolução tecnológica dos últimos anos – com o desenvolvimento de equipamentos e técnicas de observação de estruturas – é perfeitamente possível diagnosticar com êxito a maioria dos problemas patológicos. Este Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto foi elaborado pelos maiores especialistas ibero-americanos1 no assunto para servir de guia técnico que oferece a solução da maioria dos problemas enfrentados pelos arquitetos e engenheiros trabalhando em projetar, construir, diagnosticar, supervisar e conservar as nossas obras civis, em suma, trabalhando em manter o patrimônio construído em nossos países. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 18 Introdução Contudo, o Manual não dispensa o especialista em patologia, que é quem formula o diag-nóstico correto do problema - chave do sucesso da correção - nem prescinde do controle de qualidade da execução propriamente dita, que deve ser efetuado por equipes multidisciplinares de laboratórios de ensaios e controle. Isto significa dizer que este Manual deve ser utilizado e consultado por profissionais responsáveis que conheçam o assunto ou sejam assessorados por especialistas, de modo a efetivamente obter o melhor resultado em suas intervenções em estruturas de concreto que necessitem manutenção, correções, reforços ou proteção no começo ou ao longo de sua vida útil. Foto 1. Ruptura de pilar de ponte rodoviária por cisalhamento devido a empuxo ocasionado por deslizamento de terra (Curitiba, Paraná) 1N.T.: Os especialistas referidos são representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. A MBT/Degussa atua diretamente ou via operações vizinhas em todos esses países. Para padronizar a linguagem, vale a pena recordar que a Patologia pode ser entendida como a parte da Engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.À Terapia cabe estudar a correção e a solução desses problemas patológicos, inclusive aqueles devidos ao envelhecimento natural. Para obter êxito nas medidas terapêuticas de correção, reparo, reforço ou proteção, é necessário que não apenas o estudo precedente, o diagnóstico da questão, tenha sido bem conduzido, mas principalmente que se Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 19 conheça muito bem as vantagens e desvantagens dos materiais, sistemas e cada um dos procedimentos de recuperação de estruturas de concreto, pois para cada situação particular existe uma melhor alternativa de intervenção. Foto 2. Corrosão de armaduras por cloretos em apoio de ponte rodoviária de concreto em zona marítima (Recife, Pernambuco) Foto 3. Intervenção inadequada, na face inferior de laje, agravando ainda mais o problema inicial Coletor de Águas Servidas e Pluviais (Montevidéu, Uruguai) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 20 Introdução Foto 4. Corrosão de cabos galvanizados de protensão em vigas longitudinais da superestrutura de ponte rodoviária (Maldonado, Uruguai) O diagnóstico adequado e completo é aquele que esclarece todos os aspectos do problema, a saber: Sintomas Os problemas patológicos, salvo raras exceções, apresentam manifestação externa característica, a partir da qual pode-se deduzir qual a natureza, a origem e os mecanismos dos fenômenos envolvidos, assim como pode-se estimar suas prováveis conseqüências. Esses sintomas, tambem denominados lesões, danos, defeitos ou manifestações patológicas, podem ser descritos e classificados, orientando um primeiro diagnóstico, a partir de minuciosas e experientes observações visuais. O Capítulo 2 deste manual, que apresenta um guia para diagnóstico e correção dos problemas, indica a correspondente manifestação típica e apresenta os possíveis diagnósticos. Os sintomas mais comuns, de maior incidência nas estruturas de concreto, são as fissuras, as eflorescências, as flechas excessivas, as manchas no concreto aparente, a corrosão de armaduras e os ninhos de concretagem (segregação dos materiais constituintes do concreto). Conforme apresentado na Figura 1, certas manifestações têm elevada incidência - como as manchas superficiais - embora, do ponto de vista das conseqüências quanto ao comprometimento estrutural e quanto ao custo da correção do problema, uma fissura de flexão ou a corrosão das armaduras sejam mais significativas e graves. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermarkRed Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 21 Mecanismo Todo problema patológico, chamado em linguagem jurídica de vício oculto, vício de construção ou dano oculto, ocorre a partir de um processo, de um mecanismo. Por exemplo: a corrosão de armaduras no concreto armado é um fenômeno de natureza eletroquímica, que pode ser acelerado pela Figura 1. Distribuição relativa da incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto arquitetônico. presença de agentes agressivos externos, do ambiente, ou internos, incorporados ao concreto. Por exemplo, para que a corrosão se manifeste é necessário que haja oxigênio (ar), umidade (água) e o estabelecimento de uma célula de corrosão eletroquímica (heterogeneidade da estrutura), que só ocorre após a despassivação da armadura, conforme se vê na Figura 2. Figura 2. Célula de corrosão eletroquímica em concreto armado Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 22 Introdução Conhecer o mecanismo do problema é fundamental para uma terapêutica adequada. É imprescindível, por exemplo, saber que devem ser limitadas as sobrecargas ou cimbrar a estrutura antes ou durante o reforço das vigas quando as fissuras são conseqüência, por exemplo, de momento fletor. Neste caso, não basta a injeção das fissuras, pois estas poderiam reaparecer em posições muito próximas das iniciais. Origem O processo de construção e uso pode ser dividido em cinco grandes etapas: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes fora do canteiro, execução propriamente dita e uso, esta última etapa mais longa, que envolve a operação e manutenção das obras civis, conforme se vê na Figura 3. Se, por um lado as quatro primeiras etapas envolvem um período de tempo relativamente curto - em geral menos de dois anos - por outro lado, as construções devem ser utilizadas durante períodos longos - em geral mais de cinqüenta anos para edificações e mais de duzentos para barragens e obras de arte. Figura 3. Etapas de produção e uso das obras civis Os problemas patológicos só se manifestam durante a construção ou após o início da execução propriamente dita, a última etapa da fase de produção. Normalmente ocorrem com maior incidência na etapa de uso. Certos problemas, como por exemplo os resultantes de reações álcali-agregados, só aparecem com intensidade após mais de seis anos. Há casos de corrosão de armadura em lajes de forro/piso de apartamentos que se manifestaram intensamente, inclusive com colapso parcial, depois de apenas treze anos de uso do edifício. Um diagnóstico adequado do problema deve indicar em que etapa do processo construtivo teve origem o fenômeno. Por exemplo, uma fissura de momento fletor em vigas tanto pode ter origem num projeto inadequado, quanto na Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 23 qualidade inferior do aço usado; tanto na má execução com concreto de resistência inadequada, quanto na má utilização, com a colocação sobre a viga de cargas superiores às previstas inicialmente. Para cada origem do problema há uma terapia mais adequada, embora o fenômeno e os sintomas possam ser os mesmos. Cabe ressaltar que a identificação da origem do problema permite também identificar, para fins judiciais, quem cometeu a falha. Assim, se o problema teve origem na fase de projeto, o projetista falhou; quando a origem está na qualidade do material, o fabricante errou; se na etapa de execução, trata-se de falha na mão-de-obra e a fiscalização ou a construtora foram omissos; se na etapa de uso, a falha é da operação e manutenção. Uma elevada porcentagem das manifestações patológicas têm origem nas etapas de planejamento e projeto, conforme mostra a Figura 4. As falhas de planejamento e projeto são, em geral, mais graves que as falhas de qualidade dos materiais ou de má execução. É sempre preferível investir mais tempo no detalhamento e estudo da estrutura que, por falta de previsão, tomar decisões apressadas ou adaptadas durante a execução. Figura 4. Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis Causas Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários: cargas, variação da umidade, variações térmicas intrínsecas e extrínsecas ao concreto, agentes biológicos, incompatibilidade de materiais, agentes atmosféricos e otros. No caso de uma fissura em viga por ação de momento fletor, o agente causador é a carga - se não houver carga, não haverá fissura - qualquer que seja a origem do problema. Já fissuras verticais nas vigas podem ter como agentes causadores tanto a variação da umidade - retração hidráulica por falta de cura - quanto gradientes térmicos resultantes do calor de hidratação do cimento, ou gradientes térmicos resultantes de variações diárias e anuais da temperatura ambiente. Evidentemente, a cada causa corresponderá uma terapia mais adequada e mais duradoura. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 24 Introdução Conseqüências e oportunidade da intervenção Um bom diagnóstico se completa com algumas considerações sobre as conseqüências do problema no comportamento geral da estrutura, ou seja, um prognóstico da questão. De forma geral, costuma-se separar as considerações em dois tipos: as que afetam as condições de segurança da estrutura (associadas ao estado limite último) e as que comprometem as condições de higiene, estética, etc., ou seja, as denominadas condições de serviço e funcionamento da edificação (associadas aos estados limites de utilização). Foto 5. Recuperação de estrutura de concreto danificada por corrosão de armadura devida a carbonatação (São Paulo, SP) Em geral os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao inicial. Por exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão de armadura; flechas excessivas em vigas e lajes podem acarretar fissuras em paredes e deslocamentos em pisos rígidos apoiados sobre os elementos fletidos (vide fotos 5 e 6). Pode-se afirmar que as correções serão mais duráveis, mais efetivas, mais fáceis de executar e muito mais econômicas quanto mais cedo forem ejecutadas. A demostração mais expressiva desta afirmação é a chamada «lei de Sitter» que mostra os custos crescendo segundo uma progressão geométrica. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 25 Foto 6. Corrosão de armaduras por ação de cloretos em ponte rodoviária (Mongaguá, Brasil) Dividindo as etapas construtivas e de uso em quatro períodos correspondentes ao projeto, à execução propriamente dita, à manutenção preventiva efetuada antes dos cinco primeiros anos e à manutenção corretiva efetuada após o surgimento dos problemas, a cada uma corresponderá um custo que segue uma progressão geométrica de razão cinco, conforme indicado na Figura 5. Figura 5. Lei de evolução de custos, lei de Sitter (Sitter, 1984 CEB RILEM) Uma interpretação adequada de cada um desses períodos ou etapas de obra pode ser a seguinte: Projeto: toda medida tomada a nível de projetocom o objetivo de aumentar a proteção e a durabilidade da estrutura, como por exemplo, aumentar o cobrimento da armadura, reduzir a relação água/cimento do concreto, especificar tratamentos protetores superficiais, escolher detalhes construtivos adequados, especificar cimentos, aditivos e adições com características especiais e outras, implica um Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 26 Introdução custo que pode ser associado ao número 1 (um) do eixo Custo Relativo no gráfico da Figura 5. Execução: toda medida extraprojeto, tomada durante a execução propriamente dita, incluindo nesse período a obra recém-construída, implica um custo 5 (cinco) vezes superior ao custo que teria sido acarretado se esta medida tivesse sido tomada a nível de projeto, para obter-se o mesmo «grau» de proteção e durabilidade da estrutura. Um exemplo típico é a decisão em obra de reduzir a relação água/cimento do concreto para aumentar sua durabilidade e a proteção à armadura. A mesma medida tomada durante o projeto permitiria o redimensionamento automático da estrutura, considerando um concreto de resistencia à compressão mais elevada, de menor módulo de deformação, de menor deformação lenta e de maiores resistências a baixas idades. Essas novas características do concreto acarretariam a redução das dimensões dos componentes estruturais, economia de fôrmas, redução de taxa de armadura, redução de volumes e peso próprio, etc. Esta medida tomada em obra, apesar de eficaz e oportuna do ponto de vista da durabilidade, não mais pode proporcionar alteração para melhor dos componentes estruturais que já foram definidos anteriormente no projeto estrutural e portanto pode representar um custo 5 vezes maior. Manutenção preventiva: toda medida tomada com antecedência e previsão, durante o período de uso e manutenção da estrutura, pode ser associada a um custo 5 (cinco) vezes menor que aquele necessário para a correção dos problemas gerados a partir de uma intervenção não prevista tomada diante de uma manifestação explícita e irreversível de uma patologia qualquer. Ao mesmo tempo estará associada a um custo 25 (vinte e cinco) vezes superior àquele que teria acarretado uma decisão de projeto para obtenção do mesmo «grau» de proteção e durabilidade da estrutura. Como exemplo pode-se citar a remoção de fuligem ácida e a limpeza das fachadas, estucamento e/ou reestucamento das superfícies aparentes, pinturas com vernizes e hidrofugantes, renovação ou construcción de rufos, pingadeiras, beirais, «brise soleils» e outras medidas de proteção. Manutenção corretiva: corresponde aos trabalhos de diagnóstico, pronóstico, reparo e proteção das estruturas que já apresentam manifestações patológicas, ou seja, correção de problemas evidentes. A estas atividades pode-se associar um custo 125 (cento e vinte e cinco) vezes superior ao custo das medidas que poderiam ter sido tomadas a nível de projeto e que implicariam um mesmo «grau» de proteção e durabilidade que se estime da obra a partir da correção. Segundo SITTER, colaborador do CEB-FIP (Comité Euro-Internacional du Béton), formulador dessa lei de custos amplamente citada em bibliografias específicas da área, adiar uma intervenção significa aumentar os custos diretos em progressão geométrica de razão 5 (cinco), o que torna ainda mais atual o conhecido ditado popular: «não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje», por cinco a cento e vinte cinco vezes menos. Terapia As medidas terapêuticas de correção dos problemas tanto podem incluir Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 27 pequenos reparos localizados, como uma recuperação generalizada da estrutura, ou reforços de fundações, pilares, vigas e lajes. É sempre recomendável que, após uma das intervenções citadas, sejam tomadas medidas de proteção da estrutura, com implantação de um programa de manutenção periódica. Esse programa de manutenção deve levar em conta a vida útil prevista, a agressividade das condições ambientes de exposição e a natureza dos materiais e medidas protetoras adotadas. Procedimento A escolha dos materiais e da técnica de correção a ser empregada depende do diagnóstico do problema, das características da região a ser corrigida e das exigências de funcionamento do elemento que vai ser objeto da correção. Por exemplo: nos casos de elementos estruturais que necessitam serem colocados em carga após algumas horas da execução do reparo, pode ser necessário e conveniente utilizar sistemas de base epóxi ou poliéster. Nos casos de prazos um pouco mais dilatados (dias), pode ser conveniente utilizar argamassas e grautes de base mineral e, em condições normais de solicitação (após vinte e oito dias), os materiais podem ser argamassas e concretos adequadamente dosados (vide fotos 7 e 8). Foto 7. Reparo localizado em viga de fachada danificada por corrosão de armadura devida a carbonatação (Mérida, México) Foto 8. Reparo localizado em base de pilar danificado por corrosão de armadura devida a cloretos (Havana, Cuba) PROJETO OU ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DA INTERVENÇÃO Considera-se que o projeto ou especificação técnica de uma intervenção é a chave do sucesso de uma recuperação estrutural de concreto. A título de exemplo, um bom projeto de recuperação deverá considerar as seguintes etapas: 1 INTRODUÇÃO 2 SERVIÇOS Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 28 Introdução 2.1 Reparos localizados • Localização e definição das áreas para inspeção • Retirada das armaduras de pele • Escarificação do concreto e delimitação com disco de corte • Limpeza das armaduras • Reconstituição da seção da estrutura 2.2 Reparo superficial • Preparo do substrato • Reconstituição da seção • Cura 2.3 Reparo profundo • Fôrmas • Saturação do substrato • Reconstituição da seção • Retirada de fôrmas e acabamento do reparo • Cura 3 MATERIAIS DE REPARO E SISTEMAS DE PROTEÇÃO SUPERFICIAL 3.1 Argamassa de Reparo • Especificação técnica • Controle de recepção • Armazenagem • Cuidados no manuseio, mistura e preparo 3.2 Graute • Especificação técnica • Controle de recepção • Armazenagem • Cuidados no manuseio, mistura e preparo 4 EQUIPAMENTOS 4.1 Disco de corte para concreto 4.2 Rompedor mecânico 4.3 Jateamento de agua 4.4 Jateamento abrasivo (com areia) úmido 4.5 Jateamento de ar 4.6 Pulverizador (de água) 4.7 Misturador de argamassa Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 29 4.8 Misturador de graute 4.9 Pulverizador para hidrofugante 5 MÃO-DE-OBRA 5.1 Distribuição das etapas do serviço 5.2 Responsabilidades, cargo e qualificação dos profissionais • Engenheiro • Encarregado Geral • Encarregado dos serviços • Encarregado da escarificação e preparo do substrato • Encarregado do acabamento do reparo • Encarregado do tratamento superficial • Encarregado da aplicação do sistema de proteção • Encarregado dos procedimentos especiais • Técnico • Demais profissionais 6 LICITAÇÃO 6.1 Planilha de quantitativos dos serviços 6.2 Elementos para a licitação Serviços Nesta seção são apresentados os tipose as especificações para a realização dos serviços de reparo localizado, tratamento de fissuras, regularização de juntas e proteção do concreto. Considerando o diagnóstico e o prognóstico das manifestações patológicas e as recomendações dadas na primeira fase dos trabalhos, define-se que: • os reparos devidos a armaduras corroídas, ninhos de concretagem e desníveis deverão ser feitos localizadamente; • as juntas de concretagem serão desbastadas e reparadas, caso necessário; • o tratamento e proteção de toda a superfície aparente do concreto será especificado com o objetivo de impedir o acesso do dióxido de carbono, oxigênio e água, detendo o avanço da frente de carbonatação e demais fatores responsáveis pelo início e propagação da corrosão da armadura e pela lixiviação da superfície; • o tratamento superficial e a proteção do concreto aparente não deve alterar o aspecto visual da edificação. Materiais para reparo e sistema de proteção Nesta seção são apresentadas as características e propriedades básicas dos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 30 Introdução materiais que deverão ser empregados nos serviços de reparo e proteção. Poderá ser empregado qualquer material dentre os disponíveis no mercado, considerando que as características dos materiais especificadas no projeto têm que corresponder a produtos já consagrados pelo meio técnico e com eficácia comprovada em condições semelhantes de aplicação e exposição. A qualidade dos materiais e sistemas é de responsabilidade dos fabricantes e fornecedores que deverão garanti-la formalmente. Para cada material e sistema são abordados os seguintes tópicos principais: • Especificações técnicas: É feita uma descrição sucinta do material, presentando-se a composição básica e estabelecendo-se requisitos mínimos de caracterização e desempenho do mesmo. • Controle de recepção: São definidos os parâmetros e ensaios para o controle de recepção dos materiais, estabelecendo-se os critérios de aceitação/rejeição, tamanho dos lotes e critérios de amostragem. • Acopio: São indicados os cuidados que deverão ser tomados no acopio dos materiais. • Cuidados no manuseio, mistura e preparo: São descritos os procedimentos que deverão ser tomados durante o manuseio, mistura e preparo dos materiais, visando a obtenção das suas características ótimas pela obediência aos aspectos funcionais e de segurança. equipamentos Nesta seção são apresentados os equipamentos básicos necessários para a execução dos serviços de reparo e proteção de concreto armado. São indicados o uso e as principais características técnicas requeridas para o emprego adequado dos equipamentos. mão-de-obra Nesta seção é apresentada uma «orientação» para a distribuição dos equipamentos e qualificação da mão-de-obra para a execução dos serviços de reparo e proteção das estruturas de concreto armado, tendo como principais objetivos facilitar o controle de execução e garantir uma maior qualidade dos serviços, assim como as responsabilidades do pessoal, incluindo a Fiscalização. licitação Nesta seção são apresentados subsídios básicos para a elaboração do Edital de Licitação pelo Interessado, sendo detalhadas as planilhas com as estimativas dos quantitativos dos serviços de recuperação da estrutura. CONTEÚDO DESTE MANUAL No Capítulo 1 são apresentados de forma ampla, incluindo os conceitos de durabilidade e vida útil, as ações que atuam sobre as estruturas de concreto durante sua existência, Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Red Rehabilitar Cyted XV. F Manual de Recuperação de Estruturas de Concreto 31 considerando cargas e ações ambientais. O Capítulo 2 foi organizado de forma tal que ajude na elaboração do diagnóstico frente as manifestações pato-lógicas usuais, indicando também as alternativas mais adequadas para a correção dos problemas. Por tratar-se de uma orientação geral, evidentemente não foi possível analisar aspectos específicos de um determinado problema ou obra, que deverão ser tratados em suas particularidades pelo especialista responsável. O tema do Capítulo 3 é a orientação para a seleção da intervenção que fornece as diretrizes mais importantes que deverão ser levadas em conta para a escolha de uma solução. No Capítulo 4 é apresentada uma descrição geral da natureza dos principais materiais e sistemas utilizados em repa-ros, reforços e proteção de estruturas de concreto. Por fim, são resumidos os produtos existentes, descrevendo-se suas características principais e usos recomendados, com o objetivo de auxi-liar os profissionais na seleção do produto ou sistema mais adequado para uma determinada situação. Cabe recordar que, para um mesmo problema pato-lógico, pode haver mais de uma solução. Os procedimentos para reparo e limpeza do subs-trato são apresentados no Capítulo 5. Considera-se convenien-te destacar a importância destes procedimentos, não apenas porque influem no processo da recuperação, mas também porque muitas vezes não são do conhecimento dos profissionais. Neste capítulo são descritos os proce-dimentos para a eliminação de graxa, descontaminação do substrato, limpeza de chapas metálicas ou queima controlada da superfície do concreto. No Capítulo 6 são apresentados os procedimentos usuais para reparar estruturas de concreto. Por razões didáticas, as correções foram apresentadas considerando-se apenas um problema patológico. Na prática, a recuperação de uma estrutura dete-riorada pode abarcar um número elevado de problemas e alternativas de soluções, e portanto para encontrar a solução adequada será necessário consultar vários pontos, conciliando de maneira planejada e inteligente cada um dos proce-dimentos indicados. No Capítulo 7 são apresentadas as alternativas possíveis de intervenção em estruturas danificadas por corrosão de armaduras, discutindo-se as vantagens e desvantagens de cada uma delas. O Capítulo 8 foi totalmente dedicado à apresentação de soluções de reforço de estruturas de concreto, discutindo em separado os reforços mais comuns para pilares, lajes, vigas e paredes de concreto. O Capítulo 9 descreve os mecanismos de degradação da superfície do concreto, a natureza e característica dos principais produtos utilizados para a proteção de tais superfícies, assim como as técnicas de aplicação e os parâmetros para a manutenção preventiva e corre-tiva das fachadas, pisos e demais superfícies expostas de concreto, o denominado concreto aparente. É também apresentada uma discussão teórico- prá-tica de como pode ser planejada uma correção dos problemas patológicos derivados da corrosão das armaduras, que por sua vez é atualmente, a manifestação Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 32 Introdução de maior incidência nas obras e, sem dúvida, uma das intervenções mais caras em obras acabadas. No Capítulo 10 o especialista poderá consultar a lista mais completa de composição de preços unitários dos 80 principais procedimentos de recuperação de estruturas. Com esta contribuição, a Red Rehabilitar espera estar contribuindo para valorizar e uniformizar os trabalhos de recuperação de estruturas, auxiliando os profissionais a ter uma idéia razoável do orçamento de uma obra de recuperação de estrutura de concreto. No Capítulo 11 são apresentados os conceitos e a prática com exemplos de como implantar um sistema confiável de controle de qualidade em um serviçode recuperação de estrutura de concreto. Considerando a pouca quantidade e qualidade de documentos normativos a respeito do assunto, são também apresentados os critérios adequados para a recepção de materiais, sistemas, serviços e trabalhos de recuperação de estruturas. O Capítulo 12 apresenta um primeiro esforço de construção de um glossário na área de diagnóstico e recuperação estrutural de concreto. O Manual termina reafirmando a importância de que em todas as intervenções haja um projeto ou especificação técnica da solução e apresentando a bibliografia básica recomendável para estudos de recuperação estrutural de concreto. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: calcevest-lins (luciano.s.lara1@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark
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