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farmacia hospitalar (Salvo Automaticamente)

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25
1. INTRODUÇÃO
Segundo Bonal (2001), o farmacêutico é o último profissional que intervém antes que o usuário tome seu medicamento, o que o coloca em uma posição de autoridade, que deve ser aproveitada em benefícios das pessoas assistidas pelo sistema de saúde, a Farmácia Hospitalar apresenta-se como um espaço peculiar, no final de uma cadeia de diversos profissionais de saúde que atuam com um objetivo em comum, qual seja de resgatar a saúde das pessoas.
 Os primeiros registros de uma farmácia hospitalar refere-se ao ano de 1752, no Pensyllvania Hospital, na Filadélfia Estados Unidos. Em 1942, foi formada a American Society of Hospital Pharmacists (ASHP) referência mundial até hoje.
No início do século XX, o farmacêutico era um profissional de referência para sociedade no aspecto de medicamento, atuando e exercendo com influência sobre todas as etapas do ciclo do medicamento. Com a diversificação do campo de atuação do profissional farmacêutico em 1950 houve o desenvolvimento da Farmácia Hospitalar com grande enfoque na questão de fabricação de Medicamentos. 
Até a década de 1960 a maioria dos hospitais brasileiros tinham suas atividades restringidas a manipulação e distribuição para unidades de interações e muitos dos hospitais nem se quer possuíam farmacêuticos.
No Brasil o primeiro hospital foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos inaugurada em 1953, mas as primeiras farmácias hospitalares surgiram nos hospitais escolas destacando-se o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e as Santa casas de Misericórdia.
Destacando o Professor José Sylvio Cimino um baluarte da Farmácia Hospitalar Brasileira, cujo trabalho contribuiu efetivamente para o desenvolvimento da assistência farmacêutica hospitalar, publicando a primeira obra científica na área em 1973 o livro “Iniciação à Farmácia Hospitalar”. 
Em 1975 a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), incluiu no curriculum de farmácia a disciplina de Farmácia Hospitalar. A Professora Zildete Pereira de Souza, Assessora no Ministério da Saúde e da Educação, foi de grande valia, com sua contribuição associava à docência com a experiência de gestora de Serviço de Farmácia do Hospital da UFMG.
Em 1980 por intermédio da Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar o Ministério da Saúde criou o curso de especialização em Farmácia Hospitalar, seguindo o sistema de distribuição de medicamentos de forma mais segura, mais econômica com menos erros e desperdícios, método que já ocorria nos Estados Unidos desde 1960, começou a tomar corpo a partir de 1990, passando a ter acesso a prescrição médica e distribuir medicamentos. 
Na história da Farmácia Hospitalar no Brasil merece a menção à criação da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) em 21 de maio de 1995, abrangendo um importante espaço para discussão da atuação e formação do farmacêutico nessa área. (SBRAFH,2006)
2. FARMÁCIA HOSPITALAR
Há várias definições de diversos autores sobre a Farmácia Hospitalar. Segundo Nogueira,1961, o serviço de farmácia nos hospitais constituí um dos seus departamentos mais importantes. Virtude com especial significado de fator de alta cooperação no equilíbrio do orçamento hospitalar, contribuindo de modo decisivo na diminuição do custo do leito/ dia”.
Segundo o Programa Regional de Medicamentos Essenciais da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS,1987), compreende por Farmácia Hospitalar: seleção de medicamentos, aquisição e o controle de medicamentos selecionados e o estabelecimento de um sistema racional de distribuição, assegurando que medicamentos prescritos chegue ao paciente na dose correta. Sendo vital a implantação de um sistema de informações sobre medicamentos permitindo otimizar a prescrição. (MAIA NETO,2005)
Outros conceitos estão contidos nos documentos da Organização Pan Americana de Saúde, dos Ministérios de Saúde e Educação, além do conceito documentado pela Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (1997) 
Farmácia Hospitalar é uma unidade Clínica administrativa e econômica, dirigida por farmacêuticos ligada hierarquicamente a direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente (MAIA NETO,2005).
A atuação da Farmácia Hospitalar se preocupa com os resultados da assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de produtos e serviços. Como unidade clínica seu foco deve estar no paciente e suas necessidade no medicamento como instrumento (GOMES REIS,2000).
Visando alcançar eficiência e eficácia na assistência ao paciente e integração as atividades desenvolvidas no âmbito hospitalar os objetivos de Farmácia Hospitalar são:
· Desenvolver em conjunto com a Comissão de Farmácia ou Terapêutica ou similar, a seleção de medicamentos necessários ao perfil assistencial do hospital;
· Contribuir qualidade de assistência prestada ao paciente com o uso seguro e racional de Medicamentos e correlatos principal objetivo considerado pela SBRAFH;
· Estabelecer sistema eficaz, eficiente e seguro de distribuição de medicamentos;
· Implantar sistemas de gestão de estoques;
· Fornecer subsídios para avaliação de custos com a assistência farmacêutica e para elaboração de orçamentos;
· Proporcionar suportes para as unidades de produção de propedêutica e terapêutica.
A farmácia hospitalar conta-se também sistema eficiente de informações, controle, manipulação correta de fatores de custos, é essencial planejamento e gerenciamento adequado do serviço.
Funções:
· Gestão: focada em prestar assistência farmacêutica, estrutura organizacional onde valores e visão de futuro devem ser estabelecidas acompamento financeiro/orçamento, formas de políticas e comissões de: Farmácia Terapêutica, Controle de Infecção Hospitalar, Ética, Comissão de Suporte Nacional, Gerenciamento de Resíduos de Saúde, Avaliação de Tecnologias e Comissão de Riscos Hospitalares (SBRAFH).
· Desenvolvimento de infra estrutura: voltada as práticas de atividades farmacêuticas
· Preparo, distribuição, dispensação e controle: de medicamentos e produtos para saúde, acessos que promovam mais segurança ao paciente e participação de representantes da equipe de enfermagem, dos médicos e de farmácia terapêutica;
· Otimização de terapia medicamentosa: efetividade da intervenção terapêutica, uso racional garantido, qualidade da farmacoterapia, efeito terapêutico adequado a situação clínica do paciente com o menor número de fármacos e com menos custos.
· Informações sobre medicamentos e produtos para saúde: informações técnico- científicas, segurança, qualidade, custos, elaborações de informações seguras e outros.
· Ensino, educação permanente e pesquisa: deve promover, participar, apoiar ações e educação permanente nas atividades administrativas, técnicas e clínicas, capacitação, qualificação, contínuos em qualidade e quantidade para o correto desenvolvimento da assistência farmacêutica podendo promover, apoiar, adquirir pesquisas buscando atender as necessidades da sociedade e população por ela atingida. (SBRAFH,2007)
3. IMPORTÂNCIA DA FARMÁCIA HOSPITALAR PARA O HOSPITAL
Durante muito tempo a farmácia teve participação mais administrativa nos hospitais, como em elaborar uma política de uso racional de medicamentos dentro do âmbito hospitalar, onde visava melhorar e garantir a qualidade da farmacoterapia, além de diminuir os custos para o estabelecimento.
Atualmente, o papel do farmacêutico dentro do hospital deixou de ser apenas administrativo, na programação de medicamentos e organização dos recursos financeiros. Nos dias de hoje, a prática farmacêutica se direciona para o paciente e sua importância dentro da farmácia hospitalar se deve pela complexidade das terapias medicamentosas que são utilizadas. Dessa forma, o farmacêutico utiliza os medicamentos como um instrumento para o seu trabalho e não mais como o fim do seu atendimento. 
Dentro do hospital o profissional, promove suporte técnico junto à equipe de saúde, realizando análise de prescrição, monitorando o tratamento e o quadro clínicodo paciente, durante a sua internação. A assistência farmacêutica deve garantir a eficácia dos tratamentos, verificar dosagens, garantir que a dispensação seja correta, administrar a medicação e trabalhar de forma a garantir a segurança do paciente que irá utilizar os medicamentos. 
4. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS HOSPITALAR
Quando falamos de armazenamento de medicamentos hospitalar o primeiro tópico que vem em nossa mente é o espaço físico, que sim tem uma importância relevante para o tema, mas que faz parte de uma série de passos a serem seguidos para se ter um armazenamento de qualidade em um hospital.
Armazenar medicamentos não é algo tão simples, existem uma série de especificações, regulamentos e regras a ser seguidas para que seja feita de maneira correta. Estocar medicamento dentro de um hospital é bem diferente de armazenar materiais diversos em um almoxarifado comum, existem regras especificas a serem seguidas e é de suma importância que profissionais farmacêuticos estejam envolvidos neste processo. (Ministério da Saúde, 1990).
4.1 Espaço Físico 
Toda área de armazenamento precisam ter estrutura personalizadas para cada atividade que será realizada no local, certas atividades essenciais para um estoque de medicamento precisam de estruturas e equipamentos adequadas; recebimento, estocagem e guarda, conservação e controle de estoque são algumas dessas atividades.
Planejamento prévio da estrutura física para armazenamento de medicamentos é essencial para a qualidade dos serviços futuros, pois os medicamentos tem um percurso natural dentro do hospital até chegar ao paciente e um armazenamento adequado é crucial para que o medicamento não perca sua estabilidade, não perca suas características fisioquímicas e chegue com qualidade no paciente, sendo e um hospital a segurança do paciente uma atividade de suma importância. 
 Em um almoxarifado de medicamento algumas estruturas precisam de algumas especificações. Pisos devem ser de fácil limpeza, resistente e ser plano, paredes tem que ser de alvenaria, com clara e que possam ser lavadas e em alguma dessas paredes devem conter uma abertura para ventilação e a mesma possuir alguma barreira para área externa. Pé direito ter altura mínima de 6 metros nas áreas de estocagem; Portas esmaltadas ou de alumínio, contendo fechadura ou cadeado; Teto de laje; Sinalização interna extintores de incêndios e rotas de fuga. (Yokaichiya et al. 2003).
4.2 Recebimento
O primeiro contato com o medicamento em um hospital é o recebimento, a partir desse processo que começa o processo de armazenamento de medicamento, por isso a importância da qualidade desse processo, pois se qualquer produto ser recebido de maneira incorreta, todo processo pós isso, estará comprometido.
	Para garantir a efetividade dessa etapa é necessário que sejam feitas todos os processos de conferencia, realizando a conferência quantitativa, qualitativa, lote e validade do item recebido, a falha nesse processo pode acarretar divergências no controle do estoque futuro. (Prefeitura Municipal de Campinas, 2016).
4.3 Estocagem 
O medicamento só pode ser estocado depois de ser devidamente recebido, só depois dessa liberação irá para o armazenamento e depois o processo de dispensação.
O armazenamento deve ser feito em prateleiras ou armários e pallets, sempre tendo fácil visualização e toda a identificação correta dos medicamentos, jamais os produtos devem ter contato direto com a luz solar e nem contato com o solo. Ainda deve ter um controle de pragas e um sistema de dedetização eficiente, embalagens já aberta, devem ser devidamente fechadas e identificada que aquela caixa já foi aberta, assim tendo um controle melhor do estoque e prevenindo possíveis combinações.
Sempre a dispensação deve ser feita priorizando os medicamentos que vençam primeiro, para evitar perda e futuramente o descarte desses medicamentos e para tudo isso ser possível tem que ter profissionais qualificados para essa atividade e pessoas estranhas deve ser proibidas nas áreas de estocagem. (Ministério da Saúde, 1990).
4.4 Conservação
Para medicamentos termolábeis a conservação é muito delicada, a variação de temperatura é muito baixa, além de ter certas restrições para o local de estocagem, ao almoxarifados e farmácias hospitalares devem conter camaras frias ou refrigeradores com temperatura controlada entre 2 e 8 °C sempre com registro diário. (Yokaichiya et al. 2003).
Medicamentos imunobiológicos tem uma certa atenção especial em seu armazenamento por conta de fragilidade e delicadeza, seu manuseio deve ter prioridade em todos os processos, deve ser sempre evitado o contato desse medicamento com a luz, devem ser estocados dependendo da necessidade em refrigeradores ou em freezers, esses tendo o controle diário de sua temperatura, e para uma preservação dentro do local armazenado organiza-los de acordo com que o ar posso circular e qualquer anormalidade na temperatura desse ambiente é necessário um sistema de alarme para avisar possíveis intervenções. (Ministério da Saúde, 1990).
4.5 Rastreabilidade
A rastreabilidade de medicamento em um hospital é a capacidade de monitorar o recebimento, armazenamento, distribuição e administração do mesmo e o principal método para que isso ocorra de forma mais adequada possível é o controle de lote e validade nestes processos, sendo eles registrados em sistemas, com ele além do lote deve conter o maior número de característica do medicamento possíveis, facilitando assim o rastreio deste medicamentos em todo o hospital. (Malta, 2011). 
5. CONTROLE 
 O controle encarrega-se de assegurar o êxito dos planos elaborados. Por meio do acompanhamento e da medida do progresso na realização das metas estabelecidas, torna-se possível descobrir desvios e executar as alterações necessárias (GOMES; REIS, 2011).
A função do controle de qualidade está intimamente ligada com as demais funções do processo administrativo: o planejamento, a organização e a direção refletem fortemente nas atividades de controle. Para que o sistema de controle se torne mais eficiente, é necessária muitas vezes realizar alterações no planejamento, na organização e na direção (GOMES; REIS, 2011).
O controle deve ser objetivo, permitindo detectar falhas e produzir informações úteis. Outra característica importante do controle é a momentaneidade. O mesmo deve acusar prontamente os desvios em relação ao padrão ou ao planejado. O controle deve refletir a natureza das despesas e as necessidades do hospital. O controle exercido de forma eficaz na farmácia hospitalar serve para subsidiar a gerencia da farmácia e do hospital no estabelecimento de novos procedimentos ou tomadas de decisão (GOMES; REIS, 2011).
5.1 Controle de estoque 
	O objetivo principal do controle de estoque é evitar a falta de medicamentos e materiais, sem que esta ação resulte em estoque excessivo ou insuficiente em relação ás reais necessidade da instituição ou empresa.
O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes.
Os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da demanda e das entradas de medicamento e materiais no depósito.
Se houver constante procura desses itens e o reabastecimento for menor haverá uma ruptura os esvaziamento do estoque com prejuízo visível ao serviço como um todo. 
Por outro lado se não controlar bem a necessidades do estoque, poderá chegar ao ponto de excesso de medicamentos e materiais ou até mesmo o transbordamento dos seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos de capital. O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de medicamento e materiais, onde atua, sobretudo, o controle de estoque, é um dos objetivos da gestão.
O reabastecimento continua é feito para que se mantenham os níveis no ponto desejado, em função da demanda ocorrida e dos parâmetros determinados.
É decidir quando e quanto comprar. O “quanto’’ comprar, já foi visto e o “quando” é determinado segundo um dos seguintes critérios:
a) Sempre que a quantidadeem estoque atingir determinado nível, pré-fixada, é providenciada a compra do material ou medicamento; 
b) Sempre que a quantidade em estoque atingir determinada data, pré-fixada, é providenciada a compra do material ou medicamento.
A diferença, portanto, entre os dois sistemas clássicos de controle, é que em um, o momento da compra é determinado quando o estoque atingir um nível estabelecido e, no outro, é determinado por datas independentes do nível de estoque, o que é passível de perdas e outros problemas de acumulo de estoque (MARIA NETO, 2005). 
Instrumentos de controle de estoque 
Para se determinar os níveis corretos de estoque, lança-se mão de alguns parâmetros os quais auxiliarão de forma decisiva para a execução do controle, a saber: 
· Consumo Médio Mensal (CMM); 
· Ponto de Requisição (PR) ou Estoque Alarme ou de Alerta (EA);
· Estoque Máximo (EMX); 
· Estoque Mínimo (EMI);
· Tempo de Espera (TE);
· Estoque de Segurança (ES);
· Lote de Reposição (LR). 
Consumo médio mensal (CMM)
	O Consumo médio mensal é a média de todos os produtos que foram consumidos durante o mês, num certo período. 
	Este período pode variar de 3 meses a 1 ano. Quanto maior o espaço de tempo, mais segura será a média obtida (MARIA NETO, 2005).
Para se obter o consumo médio mensal, pode ser utilizado o seguinte Calculo: 
CMM = Ʃ CM
 NM
Onde: 
CMM = Consumo Médio Mensal 
Ʃ = Somatória 
CM = Consumo de cada mês 
NM = Números de meses utilizados para determinação do consumo. 
	Suponhamos que se quer determinar o CMM de AAS 500 mg comprimidos, num hospital onde se fixou em 6 meses o período de tempo necessário para calcular o consumo médio mensal (MARIA NETO, 2005).
Então: 
Tabela 1 – Calculo de consumo médio mensal
	Consumo Médio Mensal
	Especificação AAS 500mg Comprimido
	Jan
600
	Fev
480
	Mar
610
	Abr
520
	Mai
560
	Jun
590
	CMM= 600+480+610+520+560+590 = 3.360 =560
 6 6
Fonte: (MARIA NETO, 2005)
	
	Portanto, o consumo Médio Mensal de comprimido de ácido acetil salicílico de 500mg, neste hospital, foi de 560 unidades/mês. 
	É bom lembrar que não se pode calcular o consumo mensal se o produto esteve em falta durante algum momento no período de tempo estabelecido (MARIA NETO, 2005).
5.2 Ponto de Requisição 
	Ponto de Requisição é a quantidade de produto, que quando atingida, deve ser solicitado um novo pedido de compras. 
Para se obter esse valor deve ser utilizar o seguinte cálculo: 
PR= (CMM x TE) + ES ou PR = CMM. TE. 2 
Onde: 
PR= Ponto de Requisição;
CMM= Consumo Médio Mensal;
TE = Tempo de Espera (expresso em meses); 
ES= Estoque de Segurança. 
	O Tempo de Espera (TE) corresponde ao tempo de processamento interno do pedido, somando ao prazo de entrega da firma fornecedora, ou seja: 
TE = TPI + PE 
Onde:
TE= Tempo de Espera (expressa em meses);
TPI= Tempo de Processamento Interno; 
PR= Prazo de Entrega
	O Estoque de Segurança (ES) corresponde a uma certa quantidade de medicamentos e/ou materiais, que servirá como uma “reserva’’ para garantir o atendimento aos setores assistenciais de saúde. Em caso de alongamento do tempo, este índice será definido em função da variação no tempo de espera, portanto: 
*ES= ƒ ( TE)
Vistas as definições destes índices intermediários, já se pode calcular com maior precisão, o “Ponto de Requisição”, conforme exemplo que se segue: 
Como Calcular o ponto de Requisição 
De posse dos dados abaixo, calcular o Ponto de Requisição (PR) do produto dipirona gotas, frasco 20 ml. 
CMM= 500 frascos; 
TE= 15 dias (8 dias de TPI e 7 dias de PE);
ES= 250 frascos (o suficiente para 15 dias).
Então, se: 
PR= (CMM x TE) + ES 
Temos: 
PR= 500 x 0,5 + 250 PR = 500 frascos. 
Estoque mínimo (EMI)
	O Estoque Mínimo refere-se à quantidade mínima que deve se manter de medicamentos ou correlatos, enquanto um pedido está se processando. Este índice equivale ao CMM adicionado ao estoque de segurança, podendo ser expresso da seguinte forma: 
EMI = CMM + ES 
Estoque máximo (EMX) 
	Refere-se à quantidade máxima que deve se atingir o estoque, acima da qual não se pretende operar incorrendo-se no risco de se possuir recursos excessivos investidos em medicamentos e correlatos. 
Apesar de existir processos matemáticos para o cálculo do EMX, este na dependência da política administrativo-financeira adotada pelo hospital, isto é, dos recursos que o hospital poderá dispor para compra de medicamentos e correlatos. 
De qualquer forma, o Estoque Máximo (EMX) fica na dependência do número de compras anuais. 
	O EMX poderá ser representado como sendo o CMM aplicado ao número de meses em que compras não serão efetuadas, o que representa o tempo em que os produtos são consumidos, ou seja, o tempo de consumo, portanto: 
EMX= CMM x NM
Onde: 
EMX= Estoque Máximo; 
NM = N° de meses. 
	Se, por exemplo, um determinado hospital realiza compras trimestrais e o seu consumo médio mensal de ampicilina 500mg cápsulas é de 800 cápsulas, tem se. 
EMX= 800 x 3 → EMX = 2.400 cápsulas
Caso as compras fossem semestrais, teria se: 
EMX = 800 x 6 → EMX = 7,800 cápsulas. 
	É importante ressaltar que todos os cálculos verificados acima devem ser realizados pelo software adotado pela instituição.
	Deve-se ressaltar ainda, que a determinação destes indicadores está relacionada com o número de leitos e taxas de ocupação do hospital no período em que os dados forem levantados. 
	Havendo mudanças significativas no n° de leitos e/ou taxa de ocupação, os cálculos devem ser refeitos ou aplica-se uma “regra de três” para atualizar os mesmos (MARIA NETO, 2005).
 
6. DISPENSAÇÃO
A dispensação de medicamentos é o ato farmacêutico relacionado à entrega e dispensação de medicamentos, mediante prescrição médica, onde o farmacêutico analisa a prescrição e transmite informações necessárias para uso correto dos medicamentos e em alguns casos prepara as doses a serem administradas. (XAVIER, s.d.)
No ambiente hospitalar existem dois tipos de dispensação de medicamentos: a dispensação intra-hospitalar, que é direcionada ao paciente hospitalizado, na qual prescrição é direcionada ao farmacêutico, que avia os medicamentos e entrega diretamente a equipe de enfermagem, que é responsável pela administração dos mesmos, e a dispensação extra-hospitalar ou ambulatorial que é destinada aos pacientes que são atendidos no ambulatório do hospital. (XAVIER, s.d.)
Os principais sistemas de dispensação de medicamentos são:
6.1 Sistema de dispensação coletivo
O sistema de dispensação coletivo é o mais antigo de todos e a farmácia serve apenas para fazer o repasse dos medicamentos para as diversas seções do hospital, mediante solicitações da enfermagem. Nesse sistema a enfermagem fica mais envolvida com questões relacionadas a medicamentos do que a própria farmácia, o que prejudica a assistência ao paciente, pois o farmacêutico não participa da revisão e análise da prescrição médica. (GOMES & REIS, 2011)
Vantagens 
Rápida disponibilidade de medicamentos na unidade assistencial;
Baixa necessidade de recursos humanos;
Reduzido investimento inicial;
Mínima espera na execução das prescrições. (FARMÁCIA HOSPITALAR, 2019)
Desvantagens
Maior incidência de erros de administração de medicamentos;
Falta de revisão da prescrição pelo farmacêutico;
Uso inadequado de medicamentos nas unidades assistenciais;
Perdas de medicamentos. (GOMES & REIS, 2011)
Figura 1 - Modelo de dispensação coletivo
Fonte: Guia Básico para a Farmácia Hospitalar
6.2 Sistema de dispensação individualizado
No sistema de dispensação individualizado os medicamentos são dispensados por paciente, para um período de 24 horas. Esse sistema divide-se em individualizado indireto, onde a dispensação é baseada na transcrição da prescrição médica feita pela enfermagem, e individualizado direto, no qual, a dispensação é baseada em uma cópia da prescrição médica, não havendo a transcrição. (GOMES & REIS, 2011)
O sistema de dispensação individualizado pode ser implantado de duas maneiras:
a) Os medicamentos para umperíodo de 12 ou 24 horas são dispensados de forma desordenada em um único compartimento, que pode ser um saco plástico, identificado com o nome do paciente, número do leito e unidade de internação.
b) Os medicamentos são distribuídos em embalagem plástica contendo o nome de cada paciente e são dispostos conforme o horário de administração descrito na prescrição para um período máximo de 24 horas.
Figura 2 - Modelo de dispensação individualizado
Fonte: Guia Básico para a Farmácia Hospitalar
Vantagens 
Controle mais efetivo sobre os medicamentos;
Redução de estoque nas unidades assistenciais;
Aumento da integração do farmacêutico com a equipe de saúde;
Facilidade de devoluções à farmácia.
Redução de tempo do pessoal da enfermagem em atividades relacionadas a medicamentos.
Desvantagens 
Erros de distribuição e administração de medicamentos;
Perdas de medicamentos devido a desvios, caducidade e uso inadequado;
Necessidade por parte da enfermagem de cálculos e preparo de doses. (GOMES & REIS, 2011)
6.3 Sistema de Dispensação de Medicamentos por Dose Unitária 
No sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária, a solicitação de medicamentos de cada paciente para um período de 24 horas é feita a partir de uma cópia da prescrição ou através algum tipo de sistema informatizado. (XAVIER, s.d.).
Esse sistema permite que o farmacêutico tenha um maior contato com a prescrição e equipe multiprofissional, possibilitando um melhor controle e racionalização na utilização de medicamentos através da monitoração terapêutica. Para que seja implementado, faz-se necessário um investimento financeiro em infraestrutura e equipamentos, além da adequação do quadro de colaboradores da farmácia de acordo com as atividades a serem implantadas. (Guia de Orientação do Exercício Profissional em Farmácia Hospitalar, 2012)
O que difere o sistema dose única dos sistemas tradicionais são os medicamentos acondicionados em embalagens unitárias, prontos para serem utilizados e identificados com o nome de cada paciente e horário de administração. (XAVIER, s.d.)
Figura 3 - Modelo de dispensação por dose unitária
Fonte: Guia Básico para a Farmácia Hospitalar
Vantagens 
Redução da incidência de erros de administração de medicamentos;
Melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente;
 Otimização dos processos de devoluções;
Redução do tempo da enfermagem com atividades relacionadas ao medicamento;
Partição efetiva do farmacêutico na definição da terapêutica medicamentosa;
Diminuição de estoque nas unidades assistenciais.
Desvantagens
Aquisição de materiais e equipamentos específicos;
Exigência de alto investimento financeiro;
Aumento das necessidades de recursos humanos e infraestrutura da farmácia hospitalar; (GOMES & REIS, 2011)
7. MATERIAIS MÉDICOS
Para apresentação do conhecimento dos materiais médicos, em 22 de outubro de 2001 foi entrado em vigência a RDC 185 e nela temos a definição de materiais médicos: 
Definição segundo a RDC 185: 
Produto médico: produto para saúde, tal como equipamento, aparelho, material, artigo ou sistema de uso odontológica ou laboratorial, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou anticoncepção e que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico para realizar sua principal função em seres humanos, podendo entretanto ser auxiliado em sua funções por tais meios.
Portanto todos os produtos empregados como coadjuvantes de tratamento de pacientes que se caracterizam por serem destituídos de ação farmacológica.
Segue abaixo uma listagem de materiais e equipamentos hospitalares:
· Agulha descartável 13x4,5 26G,1/2”, estéril, com ponta em formato de lança, parede ultrafina.
· Agulha descartável 25x7, 22GX,1”, estéril, com ponta em formato de lança, parede ultrafina.
· Álcool cetona. Frasco de100mL
· Adesivo hipoalergênico, para uso após punção venosa ou injeções.
· Seringa, podem ser de vidros ou de plástico, servem para administrar medicamentos.
· Ataduras. Tira ou faixa de tecido própria para curativos.
· Bolsa para Colostomia
· Cânulas.
· Tubo Endotraqueal.
· Cateteres.
· Compressa de gaze.
· Conectores.
· Bolsa coletora de Urina: bolsa de PVC flexível, dupla face com capacidade de 2000 mL, escala graduada a cada 100Ml.
· Drenos: tubo cirúrgico utilizado para remover pus, sangue ou outros fluidos de uma incisão.
· Equipos: de material plástico, destinado administração de grande volume de soros ou solução hidroeletrolítica por via endovenosa que possibilita o controle do volume por minuto.
· Fios de sutura: utilizado para realizar o fechamento adequado de ferimentos.
· Luvas.
· Esparadrapo.
· Algodão.
· Órtese: dispositivos de ação temporária coma finalidade de auxiliar na funcionalidade do corpo em um determinado membro.
· Próteses: tema a função de substituir as estruturas e realizar suas funções.
· Síntese: são placas e parafusos, hastes, fios, ganchos, fitas, dispositivos carreadores de enxertos etc. Implantados através de procedimento cirúrgico
· Fio de Marca-passo.
· Flebo extrator.
· Grampeador Cirúrgico.
Equipamentos de Proteção Individual
· Óculos de proteção.
· Máscara.
· Gorro ou Toca.
· Propé
.
8. CONCLUSÃO 
A Assistência Farmacêutica Hospitalar constitui-se como um sistema complexo e relevante no âmbito da gestão de sistemas e serviços de saúde, não somente por contemplar um dos insumos básicos para cuidados aos pacientes, como também, pelos altos custos que envolve este tipo de questão. A situação atual da assistência farmacêutica foi agravada em função principalmente do quadro de escassez grave, que ocorre em nosso País, de recursos de todos os tipos, e pode vir a proporcionar inúmeras distorções à clientela em decorrência da prestação de uma assistência de má qualidade e que pode levar, como consequência, ao risco de situações iatrogênicas.
 	Realizado por meio de revisão de literatura, no atual trabalho discorre sobre a importância da gestão de estoques na farmácia hospitalar e, para tanto, seu desenvolvimento contempla: pontuações teóricas iniciais sobre a gestão de estoques; a farmácia da instituição hospitalar e sua administração; a gestão de estoques na farmácia hospitalar. Apurou-se que a gestão dos estoques constitui-se uma ação que sofre interferência e influência de vários fatores e que promove benefícios, facilidade, pronto atendimento e custos decorrentes da manutenção de produtos em estoque. Verificou-se que a farmácia hospitalar abriga, na ótica administrativa, o insumo mais caro do hospital que é o medicamento que, pelo seu valor, implica mais do que atenção, ou seja, o modo como será adquirido, armazenado, preparado para a dispensação, os mecanismos de controle de prescrição e outras atividades técnicas do domínio farmacêutico. 
Concluiu-se que a gestão de uma farmácia hospitalar é de grande relevância, exigindo um profissional que conheça profundamente os mecanismos de gerenciamento de estoques e que também tenha conhecimentos técnicos e apurados sobre materiais e medicamentos.
9. BIBLIOGRAFIA
GOMES, Maria José; REIS, Adriano Max. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. 1° ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
MARIA NETO, Júlio Fernandes. Farmácia Hospitalar e suas interfaces com a saúde. 1° ed. São Paulo: Rx, 2005. Farmácia Hospitalar-Conselho Federal de Farmácia
Ministério da Saúde. Boas Práticas para Estocagem de medicamentos. 1990. Disponível em : < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_05.pdf > acesso em : 11 de março de 2020.
Pinheiro. A,C, M. Gerenciamento de estoque farmacêutico. Disponível em: < https://periodicos.ufsm.br/contabilidade/article/download/80/3951 > Acesso em : 14 de março de 2020.
Prefeitura Municipal de Campinas. Manual de procedimentos operacionais padrão (pop) da assistência farmacêutica. Disponível em:< http://www.saude.campinas.sp.gov.br/assist_farmaceutica/Pop_Assist_Farmaceutica_2016.pdf >. acesso em : 13 de março de 2020
 Yokaichiya et al. Manual de estruturação de Almoxarifados de medicamentos e produtos para a saúde e de boas práticasde armazenamento e distribuição. Disponívelem:<https://www.faseh.edu.br/biblioteca_/arquivos/acervo_digital/Tecnicas_armazenamento_medicamentos.pdf>. Acesso em: 13 de março de 2020.

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