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FARMÁCIA HOSPITALAR E GESTÃO PROF.A MA. JANETE LANE AMADEI Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Fernando Sachetti Bomfim Marta Yumi Ando Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araujo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5 1. FARMÁCIA HOSPITALAR E ATENDIMENTO DE SAÚDE ..................................................................................... 6 1.1 BREVE HISTÓRICO ............................................................................................................................................... 6 1.2 CONCEITO DE FARMÁCIA HOSPITALAR ........................................................................................................... 7 1.3 ATIVIDADES DA FARMÁCIA HOSPITALAR ....................................................................................................... 7 1.4 LOCALIZAÇÃO ..................................................................................................................................................... 7 1.5 PAPEL DO FARMACÊUTICO HOSPITALAR ....................................................................................................... 8 1.6 OBJETIVOS DA FARMÁCIA HOSPITALAR .......................................................................................................... 8 1.7 DIRETRIZES DA FARMÁCIA HOSPITALAR ....................................................................................................... 9 1.7.1 GESTÃO ............................................................................................................................................................... 9 1.7.2 DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES INSERIDAS NA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE ..................................... 10 FARMÁCIA HOSPITALAR NO CONTEXTO DA SAÚDE PROF.A MA. JANETE LANE AMADEI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: FARMÁRCIA HOSPITALAR E GESTÃO 4WWW.UNINGA.BR 1.8 MANIPULAÇÃO OU FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR ...................................................................................11 1.8.1 MANIPULAÇÃO MAGISTRAL E OFICINAL ......................................................................................................11 1.8.2 PREPARO DE DOSES UNITÁRIAS ...................................................................................................................11 1.8.3 PREPARO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL ........................................................................................................11 1.8.4 PREPARO DE DROGAS ANTINEOPLÁSICAS E RADIOFÁRMACOS ..............................................................11 1.8.5 CUIDADO AO PACIENTE ................................................................................................................................. 12 1.8.6 GESTÃO DA INFORMAÇÃO, INFRAESTRUTURA FÍSICA E TECNOLÓGICA ................................................ 12 1.8.7 RECURSOS HUMANOS (RH) .......................................................................................................................... 12 2. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................... 12 2.1 SELEÇÃO ............................................................................................................................................................. 13 2.2 CONTRATAÇÃO ................................................................................................................................................... 13 2.3 AVALIAÇÃO.......................................................................................................................................................... 13 2.4 EDUCAÇÃO CONTINUADA OU CAPACITAÇÃO ................................................................................................. 14 3. GESTÃO PELA QUALIDADE ................................................................................................................................. 15 4. PARTICIPAÇÃO DO FARMACÊUTICO NAS COMISSÕES MULTIDISCIPLINARES .......................................... 18 4.1 PARTICIPAÇÃO EM COMISSÕES ...................................................................................................................... 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 24 5WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o hospital é parte integrante de uma organização médica e social que tem como principal objetivo prestar assistência à população em caráter curativo e preventivo, além de funcionar como um centro de formação e de investigação (XAVIER, 2010). Por outro lado, a desospitalização é uma tendência mundial, pois já existe a consciência de que o leito hospitalar é para a fase aguda de uma doença, e não para pacientes crônicos. Na atualidade, os grandes hospitais do País têm equipes trabalhando para que o paciente permaneça o menor tempo possível no leito. Os planos de saúde também apontam essa solução como a mais viável para pacientes crônicos. Diante dessa realidade, os pacientes atendidos em hospitais estão em estado mais grave, cujo quadro envolve maior complexidade e, portanto, tratamentos mais complexos. Logo, ações para o uso correto de medicamentos são cada vez mais necessárias. Entende-se por gestão em saúde o processo técnico, político e social capaz de integrar recursos e ações para a produção de resultados. Nesse novo contexto, a farmácia hospitalar também está passando por mudanças, pois a busca pela e� ciência exige a incorporação rápida de novos conceitos e práticas de gestão. A atuação da farmácia hospitalar assume, com isso, dois aspectos cruciais para o hospital: um deles é a gestão de processos, participando das comissões decisórias e produção de indicadores de qualidade; o outro aspecto, nas fases da assistência farmacêutica propriamente dita, envolve seleção, armazenamento, distribuição e controle de uso de medicamentosas. Para isso, a farmácia hospitalar deve observar as ações desenvolvidas e o per� l dos pacientes atendidos.A execução de suas atividades deve garantir a efetividade e a segurança no uso dos medicamentos e produtos para a saúde. Na Unidade I, discutiremos a Farmácia Hospitalar e seu papel no atendimento de saúde, focando seus aspectos legais e estruturais. 6WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. FARMÁCIA HOSPITALAR E ATENDIMENTO DE SAÚDE O avanço tecnológico da indústria farmacêutica e da área da saúde exige uma avaliação criteriosa da segurança, efetividade e custo. O farmacêutico atua no sentido de assegurar uma assistência farmacêutica integral que atenda ao per� l assistencial do hospital e às necessidades individuais do paciente. Para obter a integralidade do cuidado, a farmácia executa as atividades logísticas tradicionais e realiza ativid ades assistenciais e técnico-cientí� cas. O Serviço de Farmácia Hospitalar (doravante, SFH) é o ordenador da assistência farmacêutica no hospital, e sua estrutura deve estar de acordo com a complexidade do atendimento prestado por ele. O SFH deve observar e providenciar as exigências das entidades de saúde e órgãos reguladores, bem como as políticas e convenções da empresa em que atua. Suas ações visam a contribuir para um ambiente que tenha � exibilidade, agilidade, criatividade, e� ciência, equidade e participação social (SILVA; PROVIN; FERREIRA, 2018). 1.1 Breve Histórico As práticas de Farmácia Hospitalar datam da época dos gregos, romanos e árabes. Na Idade Média, a medicina e a farmácia desenvolveram-se juntas, sob a responsabilidade de religiosos dos conventos, nas boticas e nos hortos de plantas medicinais (BRASIL, 1994). A primeira farmácia hospitalar de que se tem registro data de 1752, em um hospital da Pensilvânia, Estados Unidos, onde foi apresentada a primeira proposta de padronização de medicamentos. No Brasil, as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares, onde o farmacêutico manipulava os medicamentos dispensados aos pacientes internados, obtidos de um ervanário do próprio hospital. No século XIX, a botica mudou a nominação para “farmácia” e assumiu grande importância nos hospitais da época, onde os medicamentos eram fornecidos de forma individual para o tratamento dos pacientes e eram preparados por meio de receitas magistrais nas quais se usavam drogas importadas e/ou produtos de herbário. Esse atendimento se dava tanto para os indivíduos hospitalizados quanto para o tratamento ambulatorial. Nas décadas de 1920 e 1930, o avanço da engenharia química estabeleceu as bases da moderna indústria farmacêutica, permitindo a expansão da produção de remédios. Essa nova realidade permitiu o tratamento de doenças para as quais não havia expectativa de cura e de muitas patologias que, antes, demandavam internação para tratamento (SIMONETTI; NOVAES; AFONSO, 2009). A industrialização do medicamento permitiu o acesso ao fármaco pronto. Isso desencadeou uma crise na pro� ssão farmacêutica, que, até então, era entendida como manipuladora/ preparadora de medicamentos. O mesmo aconteceu com o farmacêutico de hospital. Os hospitais de pequeno e médio portes passaram a ter estoques de medicamentos industrializados, tornando desnecessária a presença do farmacêutico, que só foi mantido nas instituições de grande porte. Nesse novo contexto, as farmácias das unidades hospitalares que faziam manipulação ativa de medicamentos se transformaram em depositários/estocadores passivos de fármacos industrializados. 7WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A consequência do uso indevido dos medicamentos começou a se re� etir nos pacientes: reações adversas, falhas terapêuticas, aumento do tempo de internação e dos custos de atendimento. Essa realidade exigiu o retorno do farmacêutico, não mais como “produtor” de medicamentos, mas como detentor do conhecimento de estabilidade, farmacocinética, farmacodinâmica, ou seja, como expert em medicamentos. Na década de 1940, com o crescimento dos hospitais, a farmácia hospitalar assume papel cada vez mais importante, tornando-se um serviço imprescindível para o funcionamento dessas estruturas (DANTAS, 2011). Em 1965, surgiu, nos EUA, o conceito de assistência farmacêutica, resgatando o papel do farmacêutico na terapia do paciente. Paralelamente a isso, propõe-se a farmácia clínica, cuja meta é o uso racional dos medicamentos. Com isso, o farmacêutico passa a ter atribuições junto aos medicamentos e às atividades clínicas voltadas ao paciente. Em 1975, a disciplina de Farmácia Hospitalar é inserida no currículo do curso de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (GOMES; REIS, 2001; NOVAES et al., 2009). Em 1995, foi criada a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (doravante, SBRAFH), contribuindo intensamente para a dinamização da pro� ssão e para o desenvolvimento da produção técnico-cientí� ca nas áreas de assistência farmacêutica hospitalar. 1.2 Conceito de Farmácia Hospitalar É uma unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa da unidade hospitalar, onde se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada funcionalmente às demais unidades administrativas e de assistência ao paciente (BRASIL, 2010). A responsabilidade técnica da farmácia hospitalar é atribuição do pro� ssional farmacêutico, devidamente inscrito no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, nos termos da legislação vigente (BRASIL, 2010). 1.3 Atividades da Farmácia Hospitalar A organização estrutural da farmácia depende, diretamente, do tipo de atendimento assistencial da instituição, do número de leitos, das atividades da farmácia e dos recursos � nanceiros, materiais e humanos disponíveis. 1.4 Localização A farmácia deve estar situada em local de livres acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos como para receber a eles e aos demais produtos farmacêuticos adquiridos para consumo. A área física deve dispor de espaço su� ciente para o desenvolvimento das atividades em execução. O espaço necessário é dimensionado de acordo com o tipo de hospital (geral ou especializado), o número de leitos, a localização geográ� ca, o tipo de assistência prestada pelo hospital, a política de compras implantada no hospital (mensal, trimestral, anual, entrega programada, por estoque mínimo) e os tipos de atividades realizadas na farmácia. A farmácia também recebe a visita de técnicos e fornecedores, o que justi� ca que sua localização deva ser em ponto estratégico para facilitar a troca de informações. 8WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A planta física deve ser aprovada pela vigilância sanitária e deve observar a legislação vigente. A construção deve observar as recomendações para áreas de armazenamento (estocagem, distribuição) e boas práticas de manipulação (fracionamento, preparo de injetáveis, nutrição parenteral e quimioterápicos). 1.5 Papel do Farmacêutico Hospitalar Segundo Silva (2011), a atuação da farmácia hospitalar se preocupa com os resultados da assistência prestada ao paciente como um todo, e não apenas com a provisão de produtos e serviços. Como unidade clínica, o foco de sua atenção é o paciente, nas suas necessidades, e o medicamento como instrumento. Na atuação em unidades hospitalares, o farmacêutico tem oportunidade de: - Interagir com o prescritor, promovendo a prescrição e o uso racional de medicamentos. - Acessar prontuários dos pacientes, monitorando e acompanhando a farmacoterapia do paciente, identi� cando reações adversas e outras ocorrências no uso do medicamento. - Atuar nas comissões interdisciplinares. - Participar das atividades de educação continuada, envolvendo pacientes e pro� ssionaisde saúde. - Participar de estudos e pesquisas clínicas. - Controlar a produção, a aquisição e a qualidade dos medicamentos usados no hospital. 1.6 Objetivos da Farmácia Hospitalar Componente Objetivo Gerenciamento Prover estrutura organizacional e infraestrutura que viabilizem as ações da farmácia. Seleção de Medicamentos Defi nir os medicamentos indispensáveis para suprir as necessidades do hospital, segundo critérios de efi cácia e segurança, observando qualidade, comodidade, posológicos, custo e especifi cações técnicas. L og ís tic a Programação Defi nir quantidade dos medicamentos a serem adquiridos, tendo em vista o estoque, os recursos e os prazos disponíveis. Aquisição Suprir a demanda do hospital, observando qualidade e custo. Armazenamento Assegurar a qualidade dos produtos em estoque e fornecer informações sobre as movimentações realizadas. Distribuição Distribuir medicamentos e correlatos em condições adequadas, com garantia de qualidade do processo. Segmento farmacoterapêutico Acompanhar o uso de medicamentos prescritos a cada paciente. 9WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Farmacotécnica Fracionar medicamentos ou elaborar preparações magistrais e ofi cinais para atender medicamentos prescritos, observando a segurança e a qualidade. Ensino e pesquisa Participar da formação de recursos humanos para a farmácia e hospital, visando a produzir informação e conhecimento para o aprimoramento das condutas e práticas vigentes. Quadro 1 – Objetivos da Farmácia Hospitalar. Fonte: Adaptado de Dantas (2011). 1.7 Diretrizes da Farmácia Hospitalar As diretrizes reúnem elementos necessários à efetiva implementação de ações capazes de promover a melhoria das condições de assistência à saúde da população, otimizando resultados clínicos, econômicos e os relacionados à qualidade de vida dos usuários. As diretrizes estão indicadas na Portaria nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010), e são apresentadas na Figura 1. Figura 1 – Diretrizes da Farmácia Hospitalar segundo a Portaria nº 4283/2010. Fonte: A autora. 1.7.1 Gestão Essas diretrizes têm como objetivos: - Garantir o abastecimento, dispensação, acesso, controle, rastreabilidade e uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde. - Assegurar o desenvolvimento de práticas clinicoassistenciais que permitam monitorar a utilização de medicamentos e outras tecnologias em saúde. Componente Objetivo 10WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - Melhorar a relação entre custo, benefício e risco dos processos assistenciais e tecnologias. - Desenvolver ações de assistência farmacêutica, que devem estar articuladas e sincronizadas com as diretrizes institucionais. - Participar, de forma ativa, no aperfeiçoamento contínuo das práticas da equipe de saúde. As sugestões para adequação são: a) prover estrutura organizacional e infraestrutura física que viabilizem ações com qualidade, utilizando modelo de gestão sistêmico, integrado, coerente e adequado às bases da moderna administração, observando qualidade, resolutividade e custo da assistência. Deve haver aferição por meio de indicadores dos re� exos positivos para o usuário, estabelecimentos e sistema de saúde. b) na seleção de medicamentos, considerar a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (doravante, RENAME) vigente e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. c) promover programa de educação permanente para farmacêuticos e auxiliares. d) incluir a farmácia hospitalar no plano de contingência do estabelecimento. e) observando a complexidade do estabelecimento, o farmacêutico deve ser habilitado para participação efetiva nas comissões que tenham interface com a assistência farmacêutica hospitalar: Farmácia e Terapêutica, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Comissão de Ética em Pesquisa, Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, dentre outras Para o acompanhamento das atividades da farmácia em hospitais, recomenda-se a adoção de indicadores de gestão, logísticos, de assistência ao paciente e de educação. 1.7.2 Desenvolvimento de ações inseridas na atenção integral à saúde Além das atividades logísticas tradicionais e visando à integralidade do cuidado, a farmácia deve desenvolver, de forma interdisciplinar, ações assistenciais e técnico-cientí� cas que contribuam para a qualidade, para o uso racional de medicamentos e de produtos à saúde e para a humanização da atenção ao usuário. Todas as ações do farmacêutico hospitalar devem ser registradas para avaliação de seu impacto na promoção do uso seguro e racional de medicamentos e de outros produtos para a saúde. Dentre as atividades que podem ser desenvolvidas, destacam- se: - Gerenciamento de tecnologias. São elas: quali� cação de fornecedores; armazenamento; distribuição; dispensação e controle dos medicamentos/produtos para a saúde/produtos de higiene e saneantes usados pelos pacientes; fracionamento e preparo de medicamentos. - Distribuição e dispensação: o farmacêutico deve priorizar a implantação de um sistema racional de distribuição de medicamentos e produtos para a saúde, visando a processos que garantam a segurança do paciente e o uso racional do medicamento. 11WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Recomenda-se o sistema de distribuição individual ou unitário. Para garantir segurança na avaliação farmacêutica das prescrições, o sistema deve ser realizado antes do início da dispensação ou da manipulação. Priorizam-se aquelas que contenham antimicrobianos e medicamentos potencialmente perigosos, observando-se a concentração, viabilidade, compatibilidade físico-química e farmacológica dos componentes, dose, forma farmacêutica, via e horários de administração. Os cálculos necessários ao atendimento ou manipulação dos itens prescritos (observando- se a aplicação dos fatores de conversão, correção e equivalência, quando aplicáveis) devem ser registrados, apostos e assinados pelo farmacêutico. 1.8 Manipulação ou Farmacotécnica Hospitalar 1.8.1 Manipulação magistral e oficinal Esse procedimento permite a personalização da terapêutica, uso de sistemas seguros de dispensação de medicamentos (individual ou unitário) e racionalização de custos. Se recomendada, realizá-la de acordo com os dispositivos legais que regulam a matéria. 1.8.2 Preparo de doses unitárias A unitarização de doses compreende o fracionamento de medicamentos líquidos, sólidos e injetáveis. Esses processos contribuem para a redução de custos. Devem ser registrados para garantir a rastreabilidade e contemplar um plano de prevenção de trocas ou misturas de medicamentos em atendimento à legislação vigente. 1.8.3 Preparo de nutrição parenteral A manipulação de nutrição parenteral compreende operações inerentes à preparação (avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e orientações para o transporte). Se o hospital terceirizar a produção, cabe ao farmacêutico realizar o controle de qualidade para garantir a integralidade e a conservação dos preparados até o momento da administração ao paciente. A equipe multipro� ssional de terapia nutricional deve monitorar o uso da nutrição parenteral e proceder aos registros de forma sistematizada, tanto de suas ações quanto de suas intervenções. 1.8.4 Preparo de drogas antineoplásicas e radiofármacos A manipulação desses fármacos exige a análise prévia das prescrições à manipulação, a adequação aos protocolos clínicos com observação das doses máximas diárias e cumulativas, focando a biossegurança e o uso seguro pelo paciente. Nas atividades de manipulação, o farmacêutico deve sanar as dúvidas diretamente com o prescritor e manter registro sistematizado de todas as ocorrências e análises realizadas, dosproblemas identi� cados e das intervenções. Ademais, deve monitorar os pacientes em uso desses medicamentos e noti� car queixas técnicas e eventos adversos. 12WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.8.5 Cuidado ao paciente Sua � nalidade é contribuir para a promoção da atenção integral à saúde, à humanização do cuidado e à efetividade da intervenção terapêutica. Para isso, a farmácia hospitalar deve promover o uso seguro e racional de medicamentos e das outras tecnologias em saúde, obtendo como resultado a redução de custos decorrentes do uso indevido de medicamentos e minimização do tempo de hospitalização. Essa atividade pressupõe o acesso do farmacêutico ao próprio paciente e familiar, prontuário, resultados de exames e demais informações que devem ser obtidas por meio do diálogo com a equipe assistente. Para � ns legais e de resgate histórico, as informações relevantes para a tomada de decisão da equipe multipro� ssional, bem como sugestões de conduta no manejo da farmacoterapia, devem ser registradas e assinadas. 1.8.6 Gestão da informação, infraestrutura física e tecnológica As infraestruturas física e tecnológica são essenciais para as atividades da farmácia hospitalar e devem ser mantidas em condições adequadas de funcionamento e segurança. A infraestrutura física é exigida de acordo com as exigências das atividades farmacêuticas desenvolvidas, devendo estar de acordo com as normas legais vigentes. 1.8.7 Recursos humanos (RH) Os recursos humanos da farmácia hospitalar são formados por farmacêuticos e auxiliares. O número de pro� ssionais deve ser o necessário para o pleno desenvolvimento de suas atividades, observando-se a complexidade do hospital, os processos desenvolvidos, o grau de informatização e mecanização, o horário de funcionamento e a segurança para o trabalhador e para os usuários. Para isso, deve-se considerar a gestão de recursos humanos. 2. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Para que a farmácia hospitalar atinja a excelência dos serviços prestados, é necessário que haja pro� ssionais em número su� ciente e com per� l adequado para cada função a ser desempenhada. A seguir, discutiremos as etapas que devem ser observadas na contratação de pessoal de acordo com a gestão de recursos humanos. Na gestão pela qualidade, aumenta-se a produção quando há incentivo ao desenvolvimento pro� ssional com vistas à maior motivação e satisfação no trabalho. A motivação e a satisfação para o trabalho podem ser obtidas quando: (i) os colaboradores vivenciam os processos de adaptação, orientação e integração; (ii) obtêm-se estímulo às relações interpessoais, educação e treinamento; (iii) a empresa analisa e avalia pessoas e equipes, � cando atenta à remuneração, reconhecimento e participação, além de segurança e bem-estar. O primeiro passo para se obter sucesso é o recrutamento e seleção. Se, nessa etapa, ocorrer uma boa condução, as empresas conseguem agregar pessoas competentes aos seus quadros, obtendo-se melhora na qualidade dos serviços prestados e na imagem da empresa perante a sociedade. A gestão de recursos humanos compreende quatro etapas: 1) seleção de pessoal; 2) contratação; 3) avaliação; 4) educação continuada. 13WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.1 Seleção O recrutamento e a seleção são passos importantes para a qualidade do serviço. Se e� cientes, agregam qualidade ao serviço; se não adequados, isso pode gerar alta rotatividade de pessoal, com aumento desnecessário de custo. Sugere-se que o processo seja realizado por um psicólogo organizacional em conjunto com o farmacêutico responsável pela área que oferta a vaga. São processos de seleção: concurso público; processo seletivo simpli� cado; entrevista com técnico de RH, com chefe de departamento ou com outros gerentes; estágio ou treinamento introdutório. A quali� cação do candidato deve estar de acordo com as tarefas a serem desempenhadas. Para isso, os recursos humanos têm uma descrição do cargo. Descrever um cargo signi� ca relacionar o que o ocupante faz, como ele faz, sob quais condições ele faz e por que ele faz. Trata- se de um resumo do conteúdo e das principais responsabilidades do cargo. Na análise de um cargo, é necessário detalhar quais conhecimentos, habilidades e atitudes são exigidos dos ocupantes de forma a que possam desempenhá-lo adequadamente. Da descrição do cargo, deve constar: título do posto de trabalho; descrição de tarefas e responsabilidades; requisitos para quali� cação: formação, experiência, capacitação, certi� cados de aperfeiçoamento, conhecimento de idiomas, capacidade de raciocínio; requisitos físicos; e outros necessários ao desempenho da função. A estrutura de cargos pode in� uenciar positivamente a motivação, o desempenho e a satisfação com o trabalho dos que os ocupam. Como técnicas de seleção, indicam-se: entrevistas; prova ou teste de conhecimento ou capacidade na área; testes psicométricos; testes de personalidade; técnicas de simulação. Independentemente da forma escolhida para seleção, devem-se deixar claros todos os deveres e responsabilidades do contratado, seus direitos e benefícios, além das exigências da empresa: produtividade, habilidades organizacionais e interpessoais (comunicação, conduta, identi� cação e normas da empresa) e como se dá o controle de riscos ocupacionais. Esclarecer quais são as expectativas com relação ao trabalho é importante tanto para a pessoa a ser contratada como para o suprimento da vaga. Quanto mais adequada a pessoa estiver ao per� l do cargo, maior é a chance de resultado positivo para todos os envolvidos. Se o candidato for aprovado para o cargo, procede-se à segunda etapa: a contratação. 2.2 Contratação A contratação é o ato formal de admissão do pessoal na empresa. Deve ser realizada em conformidade com a legislação vigente que regulamenta as relações de trabalho e de acordo com a estrutura administrativa do contratante. Após a admissão do colaborador, sua integração é feita com um treinamento introdutório, durante o qual o colaborador recebe orientações a respeito de sua função e toma ciência das normas e procedimentos da empresa. 2.3 Avaliação A avaliação pode ser realizada para efeitos de admissão, demissão, promoção, aumento salarial, dentre outros. A avaliação é uma etapa importante no aprimoramento do pessoal e na reavaliação de técnicas ou de processos. Ela deve ser realizada regularmente, e o trabalhador tem de estar ciente dela. 14WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nas instituições públicas, a avaliação é realizada no estágio probatório, e o prazo depende de cada instituição. No sistema privado, a maioria é formal entre o líder do setor e o trabalhador. O gerenciamento do desempenho das pessoas na organização e, consequentemente, da farmácia hospitalar deve ser realizado por meio de instrumentos estruturados, que permitam a autoavaliação e a avaliação pela equipe. O foco da avaliação é a comprovação da competência e necessidades de aprimoramento, apresentando como meta a melhoria contínua. A comprovação da competência é um processo interno para demonstrar a habilidade (perícia) de um colaborador para executar determinadas tarefas, observando o foco na pessoa. Consideram-se: - as competências técnicas: aplica-se o conhecimento para obtenção de resultados, identi� cando e resolvendo problemas relacionados à função e demonstrando constante abertura ao aprendizado. - competências diferenciadoras: o colaborador é decidido e arrojado? Toma iniciativas e sempre percebe as mudanças como oportunidades? Atua com reconhecida � exibilidade? - competências comportamentais: estabelece relação de reciprocidade e colaboração com as pessoas e está aberto tanto à comunicação como à troca de conhecimentos e experiências. 2.4 Educação Continuadaou Capacitação Nessa etapa, promove-se a gestão do conhecimento como um processo articulado e intencional, destinado a sustentar ou a promover o desempenho global da organização com base no conhecimento. Um programa de qualidade observa sempre o desenvolvimento humano, pois os colaboradores são a essência de qualquer empresa. Acredita-se que, quanto mais a empresa consegue o comprometimento dos colaboradores, maior será o desempenho pro� ssional, tornando-se a empresa mais produtiva. A educação e o treinamento dos pro� ssionais são a base de sustentação e de manutenção do sistema de garantia da qualidade. A educação está voltada para a mente das pessoas, enquanto seu autodesenvolvimento e o treinamento estão voltados para as habilidades nas tarefas a serem executadas. O treinamento deve incluir orientação ao pro� ssional sobre a importância de sua atividade e sobre como contribuir para o alcance dos objetivos da qualidade. A capacitação é estruturada de forma que seja uma educação continuada. Procura aproximar o indivíduo ao per� l ideal da organização. Pode ser acadêmica, pessoal e/ou social. Deve ser resultante de avaliação e ter propósitos mensuráveis. Para tanto, tem de ter um programa que assegure: - Capacitar conforme resultados da avaliação. - Retreinar colaboradores que permaneceram por longo tempo sem executar tarefas. - Capacitar para atualização cientí� ca e tecnológica. - Recerti� cação regular da competência. - Promover o desenvolvimento integral do indivíduo. O farmacêutico deve manter registros por escrito das abordagens realizadas, independentemente de as ações serem treinamentos internos, discussões de rotinas, procedimentos operacionais padrão ou participação em atividades elaboradas por outros serviços do hospital. 15WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para assegurar a saúde física e mental e com as condições de saúde e bem-estar das pessoas, além das atividades do serviço e pessoal/social, o farmacêutico tem de estar atento à saúde ocupacional, que está relacionada às condições ambientais de trabalho. Nessa área, considera-se a ergonomia no trabalho, que está relacionada tanto ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas como à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a � m de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do setor. A ergonomia pode ser física, cognitiva e organizacional. - Ergonomia física: está relacionada às características da anatomia humana, antropometria, � siologia e biomecânica, em sua relação com a atividade física. Considera a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticosrelacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. - Ergonomia cognitiva: relaciona-se aos processos mentais, sendo relevante o estudo da carga mental de trabalho (percepção, memória, raciocínio e resposta motora), que é afetada pela interação entre seres humanos e outros itens inerentes ao trabalho: tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem/computador, stress e treinamento. - Ergonomia organizacional: refere-se à otimização dos sistemas sócio-técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Incluem-se as comunicações, projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade. 3. GESTÃO PELA QUALIDADE A gestão pela qualidade pode ser de� nida como a rápida percepção das necessidades dos clientes, objetivando a satisfação, a adequação ao uso dos produtos e a homogeneidade dos resultados do processo. É uma ferramenta global de gestão, cujo alvo é a melhoria contínua de todas as atividades hospitalares. Os padrões de qualidade gerenciais envolvem todos os colaboradores do hospital (direção, supervisão, administração, lideranças, colaboradores). Apresentam como focos a gestão e a melhoria contínua, controle e prevenção de infecção e de riscos, segurança e administração das instalações e equipamentos, educação continuada, quali� cação de recursos humanos e gestão da informação. São padrões de qualidade centrados nos pacientes: - implantar o acesso e manutenção da assistência. - conhecer os direitos, necessidades e expectativas dos clientes e seus familiares. - orientar os pacientes e seus familiares. A assistência centrada no paciente é uma decisão do hospital, que indica uma equipe interdisciplinar para se encarregar: (i) de estabelecer o plano terapêutico a cada paciente; (ii) de acompanhar os tratamentos para avaliação dos resultados terapêuticos; (iii) de observar os efeitos adversos; e (iv) de orientar os clientes acerca dos tratamentos quando da alta hospitalar. 16WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A equipe deve adotar a gerência participativa como modelo de gestão, pois, mesmo com formação e objetivos distintos, os integrantes da equipe devem ser incentivados a manifestar suas ideias e opiniões e a participar das decisões, compartilhar informações e ter postura de liderança, de consenso e de negociação. Entre os padrões que devem ser analisados e desenvolvidos, destaca-se a total satisfação dos clientes: conhecer suas necessidades presentes e futuras; antecipar suas carências e di� culdades; avaliá-los sistematicamente; buscar interação e parceria; e esforçar-se para superar suas expectativas. Na farmácia hospitalar, os farmacêuticos são obrigados a garantir que os serviços prestados sejam fornecidos com alta qualidade. O papel da farmácia na obtenção de padrões de qualidade implica adotar as boas práticas farmacêuticas como regra. São obrigações legais do farmacêutico fornecer medicamentos, correlatos e serviços, além de garantir a qualidade dos produtos farmacêuticos usados no hospital. Nesse sentido, a avaliação e a conferência dos produtos recebidos e/ou fornecidos são cruciais para minimizar os riscos de um possível erro e para permitir a implantação de procedimentos que garantam sua eliminação. A mensuração de resultados desejados só é possível quando os recursos e as atividades são gerenciados como um processo. Todas as atividades da farmácia devem ser desenhadas como um processo operativo, que conduz a um produto ou serviço, a um processo de suporte (apoio aos processos operativos) ou a um processo estratégico. A garantia da qualidade deve se basear em ações planejadas por meio da normatização e certi� cação dos processos, bem como da constância das rotinas e da desburocratização. Os processos para a qualidade na farmácia envolvem: (i) avaliação de clientes e fornecedores; (ii) planejamento, desenvolvimento, avaliação, aperfeiçoamento e controle dos processos; (iii) assim como integração, implantação de rotinas, melhorias e quebra de barreiras entre as áreas. O gerenciamento deve-se basear em fatos práticos e aplicáveis à rotina diária do serviço. Dentre eles, podemos destacar: • Orientação sobre as informações a serem fornecidas aos pacientes. • Estruturação do espaço físico. • Funções e atribuições farmacêuticas e do pessoal de apoio. • Orientação sobre as atividades associadas à distribuição, administração e controle dos protocolos de tratamento na farmácia, no hospital, no home care ou na casa do paciente. • Orientação sobre as atividades de aquisição, produção, manipulação e fracionamento de medicamentos. • Orientação sobre as atividades de prescrição e do uso racional de medicamentos. • Orientação sobre as atividades de farmacovigilância e sobre as atividades associadas à promoção da boa saúde, prevenção de doenças e estabelecimento de metas sanitárias. Na farmácia hospitalar, a execução de produtos ou serviços deve conhecer as ações que dependem de decisão baseada em informações quegarantam as melhores decisões, exigindo autonomia para decidir, iniciativa e respaldo para as ações delegadas. Os processos desenhados devem identi� car os meios de avaliação e a frequência de revisão dos processos. 17WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Todos os envolvidos no processo devem receber divulgação. Isso exige que haja uma sistematização dos meios de comunicação para garantir a integridade das informações, além da velocidade e constância do � uxo de informações para que se assegure a transparência do serviço. A melhoria contínua deve ser a meta de todos os envolvidos no processo. Para tal, é necessário que todos estejam comprometidos e conscientes daquilo que é certo, que tenham atitude preventiva e noção do custo, principalmente da falta de qualidade, da rejeição e do retrabalho. Somada a isso, deve-se desenvolver a prática de não aceitação do erro. O programa brasileiro de qualidade para instituições de saúde é denominado Acreditação Hospitalar. A Organização Nacional de Acreditação (doravante, ONA) de� ne acreditação como um método de avaliação e certi� cação, que busca, por meio de padrões e requisitos previamente de� nidos, promover a qualidade e a segurança da assistência no setor de saúde. Para obter o certi� cado da acreditação, o hospital deve atender aos padrões de� nidos pela ONA, que são reconhecidos internacionalmente. A adesão ao programa de qualidade é realizada pela unidade de saúde que tem interesse na certi� cação. Além disso, a adesão é voluntária e reservada, não tendo caráter � scalizatório. A ONA de� ne que a acreditação é um programa educação continuada das organizações prestadoras de serviços de saúde, sendo o programa revisto periodicamente para estimular a melhoria contínua. Por não ter caráter prescritivo, a metodologia de acreditação da ONA não traz recomendações especí� cas sobre ferramentas, técnicas, processos ou linhas metodológicas a serem seguidas pelas organizações que se submetem à avaliação. Podem se inscrever para obter o certi� cado de acreditação: hospitais, ambulatórios, laboratórios, serviços de pronto atendimento, home care, serviços oncológicos, serviços de Medicina hiperbárica, serviços de Hemoterapia, serviços de Nefrologia e terapia renal substitutiva, serviços de diagnóstico por imagem, radioterapia e Medicina nuclear, serviços odontológicos, serviços de processamento de roupas para a saúde, serviços de dietoterapia, serviços de manipulação, serviços de esterilização e reprocessamento de materiais. A certi� cação é concedida à instituição que atender aos critérios de segurança, incluindo aspectos estruturais e de gestão. A metodologia da ONA acredita em três níveis, o que permite o desenvolvimento de segurança dos processos, a gestão integrada e a evolução das organizações. NÍVEL CRITÉRI OS VALIDADE DO CERTIFICADO Nível 1 Acreditado A organização de saúde cumpre ou supera, em 70% ou mais, os padrões de qualidade e segurança defi nidos pela ONA. São avaliadas todas as áreas de atividades da instituição, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. 2 anos Nível 2 Acreditado Pleno A organização precisa atender a dois critérios: 1) cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de qualidade e segurança. 2) cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões da ONA de gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fl uida e plena comunicação entre as atividades 2 anos 18WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nível 3 Acreditado com Excelência A organização precisa atender a três critérios: 1) cumprir ou superar, em 90% ou mais, os padrões de qualidade e segurança. 2) cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de gestão integrada. 3) cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões da ONA de excelência em gestão, demonstrando cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. 3 anos Quadro 2 - Níveis de acreditação de acordo com a ONA. Fonte: A autora. Para saber se a instituição está apta para ser acreditada, os responsáveis devem entrar em contato com a ONA, que procederá às orientações necessárias. 4. PARTICIPAÇÃO DO FARMACÊUTICO NAS COMISSÕES MULTIDISCIPLINARES Desde 1994, a Organização Mundial da Saúde apregoa que o farmacêutico é o pro� ssional da saúde com melhor per� l para a condução de todas as ações destinadas à melhoria do acesso e promoção de uso racional de medicamentos, que pode participar ativamente da prevenção de doenças e da promoção da saúde junto a outros membros da equipe. Nesse cenário, o pro� ssional deve apresentar as seguintes habilidades: a) busca do conhecimento, por meio da educação permanente e percebendo que sempre se tem algo a aprender. Ter consciência de que as ações de saúde devem ser baseadas em informações con� áveis, que possibilitem intervenções adequadas e oportunas para que as reais necessidades e a utilização dos medicamentos sejam fundamentadas em evidências. Nesse sentido, pode-se atuar em estudos, pesquisa e ensino. b) (auto)con� ança, a qual se estabelece com respeito, e não com subordinação. Se você for um pro� ssional comprometido com as pessoas e com o conhecimento, terá autocon� ança e, por decorrência, obterá a con� ança dos seus pacientes. c) respeito. Devemos ser respeitados como pessoas, o que se obtém pela forma como abordamos os pacientes e os colaboradores. Para isso, temos de ser cordiais, dar atenção e observar o tom de voz. Ademais, devemos ser pro� ssionais com trabalho ético e em conformidade com o que se espera da função a ser desempenhada. Ilustre-se com o trabalho em conjunto, o relacionamento com a equipe, a postura pro� ssional, a comunicação e a administração de con� itos. d) poder de decisão, desenvolvendo os processos de escolha e de decisão. NÍVEL CRITÉRI OS VALIDADE DO CERTIFICADO 19WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA e) abandonar as vaidades individuais, desenvolvendo uma visão voltada à comunidade, e não a si mesmo. 4.1 Participação em Comissões A participação em comissões pelo farmacêutico pode se dar de duas formas: obrigatória ou por nomeação (ou convite), conforme apresentado no Quadro 3. Obrigatória Por nomeação ou convite Comissão de Farmácia e Terapêutica. Comissão de Licitação e Parecer Técnico. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Equipe multidisciplinar em Terapia Nutricional. Comissão de Terapia Antineoplásica. Comissão de Segurança do Paciente. Comissão de Avaliação de Tecnologias. Comissão de Ética em Pesquisa. Comissão de Resíduos Sólidos de Saúde. Comissão de Educação Permanente. Comissão de Gerenciamento de Riscos Hospitalares. Quadro 3 - Participação do farmacêutico hospitalar em comissões internas do hospital. Fonte: A autora. Os conceitos e atribuições do farmacêutico hospitalar nas comissões estão apresentados a seguir. - Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT): seleciona os medicamentos que melhor atendam às necessidades terapêuticas dos pacientes que utilizam aquele hospital. Nessa comissão, as atribuições do farmacêutico são (CRF/SP, 2019): • Participar da elaboração da política de medicamentos da instituição, incluindo seleção e dispensação de medicamentos. • Estipular critérios para obtenção de medicamentos que não constam da padronização. • Participar da elaboração de protocolos de tratamento elaborados por diferentes serviços clínicos. • Investigar a utilização de medicamentos na instituição. • Avaliar interações de medicamentos dos pontos de vista farmacodinâmico e farmacocinético. • Avaliar incompatibilidades físico-químicas entre os componentes utilizados. • Participar ativamente da educação permanente dirigida à equipe de saúde e assessorar todas as atividades relacionadas à promoção do uso racional. 20WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R EGE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Essa comissão tem caráter multidisciplinar e é composta por representantes de diversas especialidades médicas e pro� ssionais de enfermagem, de � sioterapia e de farmácia, além de serviços normativos, como o de controle de infecção e grupo de suporte nutricional. É, obrigatoriamente, formalizada por meio de um documento legal e de um regimento que normaliza seu funcionamento. Se a comissão for analisar algum assunto especí� co, pode recorrer à orientação de especialistas ou formar grupos técnicos de apoio. - Comissão de Licitação e Parecer Técnico: nos órgãos públicos, as compras de materiais e medicamentos devem obedecer à Lei Federal nº 8.666/1993. Nos processos licitatórios, o farmacêutico hospitalar pode: • Elaborar editais de compras e especi� cação técnica. • Participar de licitações e aquisições por meio de avaliação técnica. • Colaborar de forma decisiva na quali� cação de fornecedores. - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): A portaria GM/MS nº 2.616/98 considera importante a atuação do farmacêutico hospitalar na prevenção e controle das infecções hospitalares. As principais atribuições dessa comissão são: • Participar da elaboração do guia de utilização de antimicrobianos e do manual de germicidas. • Observar os indicadores de controle de infecção e sensibilidade dos antimicrobianos, consumo e taxa de letalidade. • Monitorar as prescrições de antimicrobianos. • Veri� car a ocorrência de resistência microbiana e estabelecer rotina de dispensação de antimicrobianos. • Auxiliar no controle de custos. • Elaborar relatórios de consumo. - Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional: essa equipe é responsável pelo suporte nutricional de pacientes internados. Suas competências principais são: • Participar da elaboração de materiais educativos sobre nutrição parenteral. • Observar os indicadores de controle. • Monitorar as prescrições. • Veri� car a ocorrência de queixas técnicas. • Auxiliar no controle de custos. • Elaborar relatórios de consumo. 21WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - Comissão de Terapia Antineoplásica: essa comissão envolve médicos, enfermeiros e farmacêuticos ligados ao tratamento de pacientes com câncer. Compete ao farmacêutico: • Atuar no suporte e farmacoterapia. • Participar do processo de quali� cação de fornecedores. • Garantir a qualidade das preparações. - Comissão de Avaliação de Tecnologias: essa comissão monitora e acompanha o desenvolvimento tecnológico dos produtos para saúde, equipamentos e medicamentos. - Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos: a Resolução CNS nº 466/2012 não determina quais pro� ssionais devem compor o Comitê de Ética em Pesquisa (doravante, CEP). A participação do farmacêutico contribui para a avaliação dos projetos de pesquisa, principalmente quando eles envolvem a utilização de novos medicamentos. - Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: os participantes dessa comissão têm como zelar pelo adequado gerenciamento dos resíduos resultantes das atividades técnicas desenvolvidas nos serviços de atendimento do hospital, atendendo às normas sanitárias e de saúde ocupacional. - Comissão de Educação Permanente. São atribuições dos membros dessa comissão: • Exercer atividades de ensino por meio de programas educacionais e de formação, contribuindo para o desenvolvimento de recursos humanos. • Promover ações de educação para o uso racional de medicamentos, produtos para saúde e domissanitários aos membros da equipe de saúde. • Oferecer informações educativas aos pro� ssionais da saúde do hospital. • Articular parcerias interinstitucionais, acadêmicas e comunitárias. - Comissão de Gerenciamento de Riscos Hospitalares: desenvolve ações de gerenciamento de riscos hospitalares, tais como detecção de reações adversas a medicamentos, queixas técnicas, problemas com produtos para saúde, domissanitários, kits diagnósticos e equipamentos. - Comissão de Segurança do Paciente: atua na identi� cação, monitoramento, análise, noti� cação e prevenção dos riscos relacionados à ocorrência de eventos adversos que resultam em dano à saúde, garantindo assistência segura e de qualidade ao paciente. Os membros se reúnem mensalmente para analisar as ocorrências, realizar noti� cações de eventos adversos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e propor medidas para redução de sua ocorrência. A comissão é formada por uma equipe multidisciplinar, e os seus membros são indicados pela Diretoria Técnica do Hospital. 22WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A importância dos medicamentos na atenção à saúde é crescente, mas parece sofrer barreiras advindas da má gestão e do equivocado pensamento daqueles gestores que entendem que a distribuição de medicamentos pode prescindir dos serviços farmacêuticos. Nos Estados Unidos, experiências desenvolvidas por operadoras de planos de saúde mostraram que cada dólar investido em assistência farmacêutica gerou uma economia de 6 dólares em internações hospitalares e em cirurgias. Sabe-se que a ausência desses serviços pode desencadear problemas de várias naturezas, como prejuízos à saúde dos cidadãos e aos cofres públicos e privados, decorrentes de problemas relacionados ao uso dos medicamentos. Tal visão justifi ca a necessidade de uma boa organização do sistema de assistên- cia farmacêutica e de cuidado farmacêutico, pois essas ações contribuirão para minimizar os prejuízos sociais e monetários decorrentes do atendimento de saú- de inadequado e do uso não racional de medicamentos. A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH) publica os Padrões Mínimos para Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde da SBRAFH, que contêm referenciais técnicos, legais, estruturais e funcionais, além das atribuições essenciais dos serviços de forma a contribuir na execução das ati- vidades que assegurem, minimamente, as condições de segurança e de qualidade necessárias ao paciente hospitalizado. O objetivo desse conteúdo é tornar-se um referencial para a qualifi cação permanente dos profi ssionais e dos estudantes de farmácia e para o aprimoramento dos serviços de assistência farmacêutica nos hospitais, clínicas e demais serviços de saúde brasileiros. Para conhecer o conteúdo, acesse o link <http://www. sbrafh.org.br/site/public/docs/padroes.pdf> Saiba mais sobre o processo para avaliação de acreditação a partir da norma orientadora número 4, disponível em <https:// www.ona.org.br/uploads/NO_4_-_AVALIACAO_PARA_A_ ACREDITACAO.pdf> 23WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Sugerimos a leitura dos conteúdos apresentados como complemento ao que dis- cutimos nesta Unidade I. Seguem: - Comissão de Farmácia e Terapêutica, disponível por meio do link <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/134/ encarte_farmAcia_hospitalar_pb81.pdf> - Gestão de Pessoas na Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, disponível em <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/ pdf/127/encarte_farmacia_hospitalar.pdf> Indicamos o vídeo sobre o dia a dia do farmacêutico hospitalar, apresentado pela primeira vez na X Jornada de Farmácia Hospitalar (Novos Caminhos para os Desafi os de Hoje), disponível em <https:// www.youtube.com/watch?v=b8uRJGCCuos> E sobre como funciona a farmácia hospitalar, acesse <https://www. youtube.com/watch?v=5rjQjwmpVSE> 24WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta Unidade I, resgatamos o histórico da Farmácia Hospitalar e como ela se tornou imprescindível ao atendimento de saúde por meio de sua participação no controle de custos e por atuar na segurança do paciente de forma efetiva. Para isso,esclarecemos o conceito dessa área de atuação da Farmácia e apresentamos seus objetivos e os requisitos necessários para a estruturação, pois essas ações são a base de sustentação do serviço. Discutimos, também, conceitos básicos de recursos humanos, pois essa parte da gestão é essencial para se conseguir sucesso. Nesse sentido, elencamos as etapas para contratação do pessoal e sugerimos a leitura de um encarte elaborado pelo Conselho Federal de Farmácia. Para fecharmos a unidade, apresentamos as comissões obrigatórias e aquelas de que o farmacêutico pode ser convidado a participar, evidenciando as atividades que deve desempenhar. Lembramos que a participação em comissões permite a inserção do farmacêutico de forma efetiva na equipe multidisciplinar, permitindo-lhe se inteirar dos processos. Na área dos medicamentos, isso passa a ser um referencial por meio do estabelecimento de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, propiciando o melhor acesso à farmacoterapia baseada em evidências e estabelecendo o equilíbrio entre a demanda e os recursos, proporcionando ao paciente um atendimento de qualidade e segurança. 2525WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 27 1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM HOSPITAIS ............................................................................................... 28 1.1 CONCEITO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ................................................................................................ 28 1.2 ETAPAS DO CICLO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA .................................................................................. 28 1.3 SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS ......................................................................................................................... 29 1.4 PROGRAMAÇÃO E AQUISIÇÃO .......................................................................................................................... 31 2. ARMAZENAMENTO .............................................................................................................................................. 33 2.1 CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO E ESTABILIDADE DOS MEDICAMENTOS .......................................... 35 2.2 ATIVIDADES DO ARMAZENAMENTO .............................................................................................................. 36 2.3 EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAMENTO .................................................................................................. 36 2.4 FORMAS DE ARMAZENAMENTO .................................................................................................................... 38 ESTRUTURA FÍSICA E OPERACIONAL DA FARMÁCIA PARA O CUIDADO FARMACÊUTICO PROF.A MA. JANETE LANE AMADEI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: FARMÁRCIA HOSPITALAR E GESTÃO 26WWW.UNINGA.BR 2.5 ESPECIFICAÇÕES DA ÁREA DE ARMAZENAMENTO...................................................................................... 38 3. DISTRIBUIÇÃO ...................................................................................................................................................... 39 3.1 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS .....................................................................................40 3.2 TIPOS DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ....................................................................40 3.2.1 SISTEMA COLETIVO .......................................................................................................................................40 3.2.2 SISTEMA INDIVIDUALIZADO 24 HORAS ..................................................................................................... 41 3.2.3 SISTEMA INDIVIDUALIZADO POR TURNO ................................................................................................... 42 3.2.4 SISTEMA INDIVIDUALIZADO POR HORÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO ........................................................ 42 3.2.5 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO EM DOSES UNITÁRIAS (S.D.M.D.U.) ........................................................... 43 3.2.6 FARMÁCIAS SATÉLITES ................................................................................................................................ 44 4. CONCILIAÇÃO MEDICAMENTOSA OU FARMACÊUTICA .................................................................................. 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................48 27WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO O gerenciamento inadequado e o uso incorreto de medicamentos e de outras tecnologias em saúde acarretam sérios problemas à sociedade e aos sistemas de saúde público e privado, gerando aumento da morbimortalidade, elevação dos custos diretos e indiretos e prejuízos à segurança e à qualidade de vida dos usuários (BRASIL, 2010). A Política Nacional de Medicamentos (doravante, PNM), instituída pela Portaria do Ministério da Saúde nº 3.196/1998 (BRASIL, 1998), é parte integrante e indispensável para a execução das ações da assistência à saúde da população. Essa política apresenta as seguintes � nalidades: garantir as necessárias segurança e e� cácia à qualidade dos medicamentos; promover o uso racional dos medicamentos e sua produção; fomentar a produção pública de medicamentos e o acesso da população àqueles considerados essenciais a partir da Relação Nacional de Medicamentos (RENAME). A Organização Mundial de Saúde, em 2002, de� niu que medicamentos essenciais são aqueles que atendem as necessidades prioritárias de saúde de uma população. Nesse contexto, a assistência farmacêutica integra as diretrizes da Política Nacional de Medicamentos e é considerada uma das atividades prioritárias da assistência à saúde, pois o medicamento é de fundamental importância e tem grande impacto sobre a capacidade resolutiva do que envolve a saúde. 28WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM HOSPITAIS O gerenciamento de estoques e de tecnologias atinge diretamente o custo dos estoques e a disponibilidade de itens, quesitos críticos para a prestação dos serviços de saúde. 1.1 Conceito de Assistência Farmacêutica De� nida como [...] um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia de qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2004). 1.2 Etapas do Ciclo de Assistência Farmacêutica O ciclo da assistência farmacêutica apresenta seis etapas (Figura 1), sendo que o resultado de uma etapa é o ponto de partida da outra etapa e, portanto, a execução incorreta de uma delas compromete o resultado esperado. Figura 1 – Etapas do ciclo da assistência farmacêutica. Fonte: Santos (2001). 29WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA a) SELEÇÃO: processo de escolha de medicamentos, baseado em critérios epidemiológicos, técnicos e econômicos, estabelecidos por uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (doravante, CFT) para garantir a disponibilização de medicamentos seguros, e� cazes e custoefetivos, com objetivo de racionalizar o uso de medicamentos, harmonizar condutas terapêuticas, direcionar o processo de aquisição, produçãoe políticas farmacêuticas. b) PROGRAMAÇÃO: essa etapa re� ete-se no abastecimento e acesso ao medicamento. Consiste em estimar quantidades a serem adquiridas para atendimento a determinada demanda dos serviços por determinado período de tempo dos produtos de� nidos na etapa de seleção, que devem ser listados por nome genérico, forma farmacêutica e apresentação. c) AQUISIÇÃO: realizada para suprir necessidades de medicamentos em quantidade, qualidade e menor custoefetividade, além de manter a regularidade do sistema de abastecimento. Ocorre a partir de um conjunto de procedimentos administrativos por meio dos quais se efetiva o processo de aquisição dos medicamentos, observando uma programação estabelecida. d) ARMAZENAMENTO: é o conjunto de procedimentos técnicos e administrativos cuja � nalidade é assegurar as condições adequadas de recepção, armazenamento, conservação e controle de estoque e� caz. Deve garantir a disponibilidade dos medicamentos em todos os locais de atendimento ao usuário. e) DISTRIBUIÇÃO: é o suprimento de medicamentos às unidades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportunos. Deve garantir rapidez e segurança na entrega, e� ciência no controle e informação. f) UTILIZAÇÃO: formada por três fases consecutivas - prescrição, dispensação e uso. A prescrição é elaborada por um pro� ssional autorizado por meio de um documento formal e escrito. É na prescrição que o pro� ssional de� ne o medicamento a ser usado pelo paciente, com a respectiva dosagem, duração do tratamento e intervalo de uso. A dispensação é o ato pro� ssional farmacêutico que consiste em disponibilizar os itens prescritos. Por � m, o uso é realizado com apoio ou não de um pro� ssional habilitado. 1.3 Seleção de Medicamentos O lançamento contínuo, a multiplicidade de produtos farmacêuticos e a escassez de recursos � nanceiros exigem que se estabeleçam prioridades na seleção de medicamentos seguros, e� cazes e que atendam às reais necessidades da população, obtendo-se benefícios terapêuticos e econômicos como resultados. A seleção de medicamentos é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo com o objetivo de selecionar medicamentos e os correlatos necessários para uso na instituição e fornecidos pelo mercado, adotando-se critérios de e� cácia, segurança, qualidade e custo, propiciando condições para o uso seguro e racional de medicamentos (ROSA; GOMES; REIS, 2003). 30WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A seleção de medicamentos possui como objetivos: 1. Promover o uso racional de medicamentos. 2. Assegurar o acesso aos fármacos seguros, efetivos e com qualidade. 3. Minimizar custos do tratamento. 4. Realizar controle do uso dos medicamentos e estudos de utilização de medicamentos. 5. Selecionar com critérios cientí� cos e econômicos. 6. Padronizar condutas terapêuticas baseadas em evidências cientí� cas. 7. Desenvolver mecanismos de gestão de risco que assegurem segurança e e� ciência do plano terapêutico e que garantam qualidade na assistência. A seleção de medicamentos é realizada pela CFT, uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, administradores e demais pro� ssionais envolvidos no uso de medicamentos e correlatos. Na seleção de antimicrobianos e germicidas, deve haver a participação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (doravante, CCIH). A CFT é um órgão assessor da diretoria técnica ou clínica, com caráter consultivo, deliberativo e multidisciplinar, que serve como linha o� cial de comunicação entre o corpo clínico e o serviço de farmácia hospitalar. A nomeação deve ser realizada por meio de instrumento legal. As atribuições da CFT são as que seguem: 1. Estabelecer normas e procedimentos para a seleção. 2. Estabelecer normas de conservação, prescrição, dispensação e administração dos medicamentos padronizados. 3. Realizar análises de uso e da qualidade dos medicamentos. 4. Regular o uso de medicamentos de uso restrito por risco de emprego; necessidade de diagnóstico especializado; custo, com avaliação prévia para uso. 5. Elaborar, revisar e monitorar protocolos de tratamento. 6. Regular a atividade promocional dentro da instituição. 7. Realizar a seleção de antimicrobianos e germicidas em conjunto com a CCIH. 8. Padronizar medicamentos pelo princípio ativo. 9. Elaborar, revisar e atualizar o Guia Terapêutico da instituição, com critérios de inclusão e exclusão bem de� nidos. Os critérios para a seleção de medicamentos são: 1. Selecionar medicamentos com níveis elevados de evidência de segurança e e� cácia clínicas. 2. Eleger medicamentos de menor toxicidade relativa e maior comodidade posológica. 3. Resguardar a qualidade, minimizando o custo do tratamento/dia e o custo da duração do tratamento. 4. Evitar a inclusão de medicamentos associados. 5. Escolher, dentre medicamentos de mesma ação farmacológica, um representante de cada categoria química ou com característica farmacocinética e/ou farmacológica diferente e com vantagem no uso terapêutico. 6. Priorizar formas farmacêuticas que possibilitem fracionamento e adequação à faixa etária. 31WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.4 Programação e Aquisição Para a programação da aquisição dos itens selecionados, é necessário conhecer a política de compras da instituição. Em instituições públicas, as normas para aquisição estão estabelecidas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que estabelece como devem ser realizadas as licitações. Na programação, realiza-se a gestão de estoques. Essa análise é contínua e dinâmica das variações sofridas em um período de tempo, bem como das suas causas e efeitos. A partir do estudo da demanda, é possível, com certo grau de con� abilidade, detectar a tendência futura e prever o seu desempenho provável. A gestão diária de estoques permite ganhos, tais como e� ciência, redução de falhas e custos, rapidez, con� abilidade e capacidade de rastreamento. Nas farmácias hospitalares, a gestão de estoques é ferramenta fundamental para a e� ciência de prestação dos serviços farmacêuticos, pois uma ruptura dos níveis de estoque pode determinar a interrupção das atividades assistenciais ou compras emergenciais, o que demandaria maiores custos de aquisição. O farmacêutico tem como obrigações o estabelecimento e a manutenção de padrões que assegurem a qualidade em vários focos: quali� cação de fornecedores, especi� cação correta dos produtos, decisões técnicas no que concerne às aquisições, controle dos estoques, armazenamento e uso seguro de todos os fármacos e insumos. A avaliação de fornecedores deve basear-se em dois passos: 1. Veri� car a capacidade de o fornecedor prover insumos e serviços dentro dos requisitos de qualidade exigidos; 2. Desempenho do fornecedor durante a realização da compra, do recebimento, do uso e no pós-venda. A cadeia de suprimentos apresenta quatro princípios que o farmacêutico deve observar para obter sucesso, como mostrados no Quadro 1. Princípio Atividade Requisitos 1º Planejamento Levantamento dos recursos fi nanceiros disponíveis, estabelecimento das necessidades de consumo, planejamento de inventários, avaliação das necessidades de distribuição de materiais e verifi cação da capacidade de todos os serviços. • Tomada de decisões. • Confi gurar a cadeia de suprimentos. • Planejar a capacidade de atendimento. • Gerenciar a padronização de produtos. 2º Abastecimento Aquisição, recebimento, inspeção, armazenamento e dispensação dos produtos. • Administração de bancos de preços. • Avaliação da qualidade, a certifi cação de fornecedores. 3º Execução Ações de solicitação e recepção de materiais, produção e teste dos produtos, armazenamento, embalagem e dispensação. • Avaliação da necessidade de mudanças no sistema, mobiliário, equipamentos. • Melhoria da qualidade dos serviçosproduzidos. • Agendamento de compras. 32WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4º Dispensação ou fornecimento Implantação e manutenção de pedidos. • Manutenção de base de dados de medicamentos e clientes. • Criação de rótulos e embalagens específi cas. • Consolidação de prescrições e dispensação de produtos. Quadro 1 - Princípios, atividades e requisitos de cada etapa da cadeia de suprimentos. Fonte: A autora. Os processos de compras têm por � nalidade suprir as necessidades do hospital, observando quantidade certa, momento certo, qualidade necessária e preço oportuno. Essa ação tem um papel estratégico na autonomia � nanceira da instituição. O Quadro 2 apresenta quatro sistemas de compras e como eles se realizam. Sistema de compras Como se realiza Sistema de compras a três cotações. A partir de um número mínimo de três cotações de preço. Sistema de preço objetivo. Realizada a partir do conhecimento prévio do preço justo, o que permite a negociação. Sistema de duas ou mais aprovações. Estabelece-se que, no mínimo, duas pessoas estejam envolvidas em cada decisão de escolha do fornecedor. Sistema de documentação escrita. Faz-se uma documentação escrita do processo de compras, que fi ca anexada ao pedido, o que permite, na segunda assinatura, revisar cada fase de negociação e esclarecer qualquer dúvida posterior. Quadro 2 - Sistemas de compras e como elas se realizam. Fonte: A autora. As compras ou contratação de serviços em órgãos públicos são realizadas por meio do processo administrativo denominado licitação. A licitação tem princípios legais básicos a serem respeitados. A licitação é disciplinada por lei (Lei nº 8666/1993), a qual estabelece critérios objetivos de seleção das propostas de contratação mais vantajosas ao interesse público. Não existe licitação secreta; todas devem ser publicadas na mídia ou de forma interna, o que depende do tipo de processo e de sua importância. Não se pode favorecer ou excluir fornecedores; todos têm direito igual. O edital de compra mostra aos participantes os bens, produtos ou serviços que serão adquiridos, assim como as regras para a aquisição. Os critérios para quali� cação dos fornecedores devem ser especi� cados no edital e visam ao cumprimento do contrato. As regras não podem ser alteradas durante o processo de licitação. O julgamento das propostas deve considerar parâmetros, como qualidade, rendimento do produto, preços, prazos de pagamento e entrega. A modalidade de licitação escolhida depende dos valores envolvidos no processo, de� nidos pela legislação. Podem ser: Princípio Atividade Requisitos 33WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - Carta convite: usada para valores menores, com prazo de cinco dias para recebimento das propostas. Permite a contratação de fornecedores cadastrados ou não. A abertura dos envelopes pode ser feita a partir da apresentação mínima de três propostas. - Tomada de preços: só podem participar fornecedores previamente cadastrados até três dias antes da data marcada para a licitação. As tomadas devem ser noticiadas na imprensa de forma resumida, com referência ao local de retirada do edital completo. A abertura das propostas só pode ser marcada quinze dias após a publicação do edital. - Concorrência: para contratos de maior valor. A publicação do edital deve ser feita em jornais de grande circulação e no Diário O� cial, pelo menos, trinta dias antes da data de abertura das propostas. Essa modalidade possui as fases de quali� cação e de classi� cação de fornecedores. - Pregão: os editais são publicados pela Internet, no Diário O� cial e nos jornais de grande circulação. Pode ser utilizado para qualquer valor estimado. As propostas devem ser entregues à comissão de licitação. A de menor preço e as ofertas de preço até 10% superior são selecionadas para os lances verbais. Nesse processo, também podem ser abertas as propostas de preço antes da classi� cação dos fornecedores para exame da documentação da melhor proposta, deixando a fase de habilitação para depois da classi� cação e do julgamento das propostas. O vencedor do pregão é aquele que apresentou o menor preço e foi posteriormente habilitado. - Dispensa: é uma solicitação feita ao ordenador da despesa, em casos de calamidade, guerra, valores dentro dos limites legais, ausência de interessados após duas tentativas de aquisição de produtos quando exclusivos. A aquisição de medicamentos é fundamental como suporte às ações de saúde. Considera os itens preconizados na seleção e avaliados na programação e na política de compras da instituição (BRASIL, 2006). As análises necessárias estão disponíveis no encarte Gestão de Compras em Farmácia Hospitalar, do Conselho Federal de Farmácia, disponível no link http://www.c� .org.br/sistemas/ geral/revista/pdf/137/encarte_farmAcia_hospitalar_85.pdf. 2. ARMAZENAMENTO As boas práticas de armazenamento dos medicamentos são indispensáveis para preservar a qualidade e a e� cácia dos mesmos, além de reduzir perdas. Cabe ao armazenamento manter a qualidade garantida pelos fabricantes. A área de recepção, armazenamento e dispensação da farmácia hospitalar é denominada Central de Abastecimento Farmacêutico (doravante, CAF), cuja che� a deve ser exercida por farmacêutico já que a legislação especí� ca exige tal responsabilidade pela guarda de medicamentos. O local destinado para estocagem de medicamentos deve ter área, construção e localização adequadas para facilitar a manutenção, limpeza e operação, com espaço su� ciente para estocagem racional dos medicamentos. Deve ser exclusiva para esse � m e, se possível, permitir adequações futuras. 34WWW.UNINGA.BR FA RM ÁC IA H OS PI TA LA R E GE ST ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As Boas Práticas de Estocagem, do Ministério da Saúde (BRASIL, 1990), recomendam que ela contenha as seguintes áreas internas: • de recepção e de recebimento. • de quarentena. • de expedição. • de estocagem geral. • de estocagem de medicamentos termolábeis. • de estocagem de medicamentos controlados. • de estocagem de imunobiológicos. • de administração. instalações sanitárias para os funcionários da área de estocagem (com chuveiro) e para os funcionários administrativos. Trate-se, a seguir, de cada uma delas. - Área de recepção: deve ser de fácil acesso para fornecedores/entregadores, mas separada das outras áreas da CAF, porque a mercadoria só pode ser armazenada e dispensada após ser o� cialmente recebida e conferida. Deve ser dimensionada para proteger os produtos e depende da realidade de cada hospital - número de produtos, volume de compras e dos produtos. No ato do recebimento, os produtos devem ser examinados quanto à integridade das embalagens e se estão de acordo com o pedido - fornecedor, quantidade, preço, condições de pagamento, conferência de lotes e prazo de validade. De acordo com as Boas Práticas de Distribuição, as seguintes informações devem constar obrigatoriamente das notas � scais: razão social do fornecedor, data de emissão e designação dos produtos farmacêuticos, com nome genérico e/ou comercial, número do lote, quantidade fornecida, forma farmacêutica, nome e endereço do fornecedor com CNPJ, número de autorização de funcionamento e de licença estadual, preços unitário e total, além do valor total da nota. Em relação à validade dos lotes, a Comissão de Farmácia Terapêutica deve delimitar o prazo para recebimento, pois isso depende da realidade da localização do hospital. O recebedor/conferente deve assinar o canhoto da Nota Fiscal, evidenciando nome, data da entrega e carimbo. Se constatada qualquer irregularidade - embalagens violadas, manchadas, molhadas ou úmidas, o farmacêutico deve avaliar e tomar as medidas cabíveis. - Área de quarentena: toda CAF deve ter uma área para guarda de produtos retidos com
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