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Abdome Agudo Inflamatório Aline Custódio Silva – turma 9 LITÍASE BILIAR / COLELITÍASE DEFINIÇÃO: Cálculo na vesícula biliar. FUNÇÕES DO SISTEMA BILIAR: secreção e armazenamento de sais biliares p/ solubilização de lipídeos; excreção de colesterol e do excesso de bilirrubina, entre outros. FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS: A vesícula biliar promove a concentração da bile por remoção da agua, aumentando a concentração de lipídeos na bile. A Colelitíase é a inabilidade de manter colesterol livre na bile, ou seja, relação soluto-solvente desequilibrada = ou tem muito colesterol (soluto) ou tem poucos sais biliares (solvente). TIPOS DE CÁLCULOS: 1) Colesterol em pcts com genética ou pré-disposição para formar bile supersaturada com colesterol. 2) a) pretos – vem de um processo de hemólise, formados de bilirrubinato de cálcio. B) marrom – associados a infecção bacteriana ou parasitária. FISIOPATOLOGIA: alimentação gordurosa → estímulo da vesícula para secreção da bile por cck → contração da vesícula → calculo interrompe a via de saída → pressão aumenta dentro da vesícula → dor abdominal. QC: sintomas típicos → dor abdominal em hipocôndrio direito, geralmente pós-prandial (alimentos c/ lipídeos). Sintomas atípicos → saciedade precoce, epigastralgia. EF: NÃO SE VE SINAL DE MURPHY! Ele só aparece quando há inflamação da vesícula. Colelitíase não complicada x Colecistite aguda. EXAMES COMPLEMENTARES DE IMAGEM: ULTRASSONOGRAFIA → Visualização dos cálculos dentro da vesícula – imagem ovalada, hiperecogênica (branca), formação de sombra acústica posterior. A principal desvantagem da USG é que cálculos pequenos (<2mm) podem não ser identificadas. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA → oferece melhor visão global do abdome, mas identifica, aproximadamente, apenas 50% dos cálculos biliares. Em relação a USG, tem mais acurácia para detectar cálculos no colédoco. EXAMES LABORATORIAIS: aumento de TGO/TGP, fosfatase alcalina, gamaGT e bilirrubina total/direta/hidrossolúvel. TRATAMENTO: colecistectomia videolaparoscópica em pacientes sintomáticos. Não há tratamento clínico. COLECISTITE AGUDA DEFINIÇÃO: É a doença inflamatória da vesícula biliar. Ocorre quando há obstrução (>6h) do ducto cístico por cálculo biliar. FISIOPATOLOGIA: calculo impactado → impedimento da saída da bile (estase biliar) → translocação bacteriana (bactérias gram – e anaeróbias) → inflamação pela estase → infecção da vesícula biliar. QC: dor abdominal em hipocôndrio direito do paciente por mais de 6h; náusea; vomito; febre. EF: sinal de Murphy (pausa álgica da inspiração na palpação profunda do ponto cístico). EXAMES LABORATORIAIS: leucocitose, aumento da proteína c reativa, aumento de TGO/TGP, bilirrubinas. EXAME RADIOGRÁFICO: ULTRASSONOGRAFIA Demonstra cálculos na vesícula = imagens ovaladas fazendo sombra acústica posterior, calculo impactado no infundíbulo não móvel. Sinais de inflamação da vesícula = parede espessa e hiperecogenica, presença de lama biliar, líquido livre ao redor da vesícula marcando a inflamação. EXAME PADRÃO OURO: Colecintilografia com DISIDA – vesícula não se cora quando há colecistite. Pede-se em casos atípicos. Não se faz frequentemente → faz USG TRATAMENTO: hidratação venosa, controle sintomático e antibioticoterapia → Ceftriaxona (cobre gram negativo) + metronidazol (cobre anaeróbio). CIRURGIA: colecistectomia videolaparoscópica em até 72h após diagnóstico COLECISTITE CRÔNICA DEFINIÇÃO: processo inflamatório recorrente da vesícula biliar. FISIOPATOLOGIA: cálculos na vesícula → irritação crônica da mucosa → mal funcionamento do órgão → obstrução parcial da drenagem vesicular → cólica biliar. QC: dor recorrente em hipocôndrio direito, irritação para o mesogástrio, muitas vezes associada a náuseas e vômitos. Início súbito associada a ingesta de dieta rica em gordura, com melhora progressiva em até 24 horas. Durante a cólica, pode ter dor a palpação do HD e aumento da tensão da parede abdominal na região. Abdome Agudo Inflamatório Aline Custódio Silva – turma 9 COLEDOCOLITÍASE DEFINIÇÃO: presença de cálculo biliar no ducto colédoco. CLASSIFICAÇÃO: 1) Coledocolitíase primária → cálculo se formou no ducto colédoco. 2) Coledocolitíase secundária → se formou na vesícula e migrou para o colédoco. FISIOPATOLOGIA: cálculo na vesícula → migra para o ducto cístico → desce para o colédoco → colestase/estase biliar → bile não desce para o duodeno → infecção local. QC: icterícia (deposito de bile nas mucosas, mãos, peles, leito ungueal); colúria (bilirrubina na urina); acolia fecal (fezes brancas pela falta de bilirrubina que não desce para o duodeno). Dor abdominal pela pressão aumentada na via biliar. Síndrome colestática: icterícia + colúria + acolia fecal. EXAMES LABORATORIAIS: FA, GGT (exame mais sensível para diagnóstico/é o 1º que se eleva), TGO/TGP e bilirrubina direta/hidrossolúvel aumentada. EXAMES DE IMAGEM: ULTRASSONOGRAFIA → mostra o cálculo na vesícula biliar para buscar acometimento do ducto colédoco. Na USG, não se vê muito bem o ducto colédoco por causa do duodeno na frente, por isso busca-se sinais indiretos como a dilatação do hepatocolédoco (>6mm) e dilatação das vias biliares intra-hepáticas. COLANGIORESSONÂNCIA → exame de escolha que não usa contraste porque a bile se comporta como este. É um exame caro, não vê cálculos <3mm. ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA →diagnostico mais sensível, mas é operador-dependente e invasivo. CPRE - COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA → não é exame propedêutico e sim terapêutico, fazendo extração do cálculo. Podem surgir complicações: pancreatite, perfuração, entre outros. CONDUTA E TRATAMENTO: internação para realização de CPRE. COLANGITE DEFINIÇÃO: Infecção da via biliar comum. FISIOPATOLOGIA: tudo começa com obstrução biliar (ex: tumor, litíase...). Cálculo na vesícula biliar → migração para o ducto cístico (colecistite aguda) → atinge o colédoco → obstrução → colestase biliar → colonização bacteriana. QC: começa com síndrome colestática (icterícia + colúria + acolia fecal); dor abdominal; sintomas infecciosos – taquicardia, taquipneico, febre, sinais de sepse com disfunções orgânicas. Tríade de Charcot: febre + dor abdominal + icterícia. Como a doença pode dar sepse, ela é grave. Se há sepse, há disfunção orgânica de sistemas: hipotensão (circulatório); alteração do nível de consciência (neurológico; deixa de ter 3 e passa a ter 5 sintomas: Pêntade de Reynolds: febre + icterícia + hipotensão + dor abdominal + alteração do nível de consciência. Essa Pêntade traduz uma sepse associada a infecção biliar. EXAMES LABORATORIAIS: a) Hemograma completo: leucocitose b) Bioquímica: elevação de fosfatase alcalina, gamaGT, TGO/TGP, bilirrubinas as custas da direta/hidrossolúvel. EXAMES DE IMAGEM: ULTRASSONOGRAFIA mostrará cálculos na vesícula biliar (fonte), não é bom para ver o ducto colédoco. Dilatação do colédoco e vias biliares intra-hepáticas (sinais indiretos). Na USG não há sinais claros de colangite. DIAGNÓSTICO: clínica (soberana) + laboratório. Exames que confirmam diagnostico de Coledocolitíase com precisão são uma perda de tempo e causa de agravamento do caso para sepse, muitas vezes. TRATAMENTO: hidratação + controle sintomático + estabilização clínica de acordo com suas complicações + antibioticoterapia. Internação/transferência p/ CPRE.
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