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RESENHA RESENHA Texto 01: A MÃO INVISÍVEL DE JÚPITER E O MÉTODO NEWTONIANO DE SMITH e Texto 02: PARA LER ADAM SMITH: NOVAS ABORDAGENS

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Adam Smith propõe teorias onde a compreensão é essencial para evitar equívocos, Gama Cerqueira expõem em seu texto uma interpretação da obra de Smith mostrando que ela não se trata de uma adesão ao mecanicismo e a um “positivismo” avant la lettre, fato que sustentaram leituras enganadoras de sua economia política.
Adam Smith foi um dos filósofos do chamado Iluminismo Escocês, que teve centro na universidade de Glasgow, trata-se do pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo económico. "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", foi sua obra mais conhecida, e que continua sendo como referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica. 
Sua filosofia acreditava que a iniciativa privada deveria ser deixada agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental, a competição livre entre os diversos fornecedores levaria forçosamente não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores. Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia, ficando conhecida a sua frase "Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta (self-interest), é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade." Como resultado da atuação dessa "mão invisível".
Smith destacou-se em desenvolver uma espécie de psicologia (ou antropologia) do conhecimento apoiada num esforço para elucidar a natureza específica de três diferentes sentimentos humanos: o assombro (wonder), a surpresa (surprise) e a admiração (admiration). Smith define: 
Assombro - Efeito provocado por aquilo que é novo e único, pelos objetos “extraordinários ou incomuns”, tal como meteoros ou cometas ou coisas com as quais temos pouca ou nenhuma familiaridade. 
Surpresa - Impressão provocada sobre a mente ao depararmo-nos com objetos aos quais estamos acostumados, mas que não esperávamos encontrar em determinada circunstância, como quando surge diante de nós uma pessoa bastante conhecida mas que não contávamos ver naquele momento ou lugar. 
Admiração - corresponde ao sentimento provocado por algo que é grande ou belo, mesmo que este objeto já seja conhecido por nós e não haja nele nada além do que esperávamos.
Para Smith os efeitos destes sentimentos podem ser apreendidos se levarmos em conta o papel que os hábitos e os costumes jogam na determinação do modo como somos afetados pelos objetos dos sentidos. A mente extrai um prazer ao perceber semelhanças entre diferentes objetos, pois é deste modo que ela consegue organizar e ordenar as idéias, agrupando objetos distintos em classes e grupos segundo as características que apresentem em comum.
A mudança na ordem em que os objetos se apresentam provoca inicialmente a surpresa, que é seguida pelo assombro que decorre da súbita interrupção no curso da imaginação que, hesitando em passar de um a outro objeto, percebe a existência de uma espécie de lacuna ou intervalo entre eles.
Smith em Riqueza das nações destaca as diferenças entre eles provém, sobretudo “do hábito, costume e educação”, suas diferentes habilidades são antes o resultado da divisão do trabalho, e não sua causa onde o progresso da sociedade faz com que a filosofia se torna ela mesma um ramo da divisão do trabalho e o “ofício e ocupação principais ou exclusivos de uma classe específica de cidadãos”. Para ele os seres humanos teriam pouca curiosidade para descobrir os elos que ligam os acontecimentos aparentemente desconexos da natureza.
Smith sugere que a teoria astronômica de Issac Newton é a que mais satisfaz a imaginação dos cientistas, expondo brevemente a intervenção dos sentimentos e a imaginação no processo do descobrimento científico. A teoria newtoniana acalma satisfatoriamente a ansiosa curiosidade da imaginação.
O sistema newtoniano parece ser interpretado por Smith como uma maneira de introduzir a ordem no caos, satisfazendo à curiosidade despertada pelo assombro, e restabelecendo a tranqüilidade e a compostura que é o estado natural da imaginação. Newton e Bacon são, para Smith, exemplos a serem seguidos e foi esta concepção de método que ele materializou em sua filosofia moral e economia política, no entanto são estudiosos diferentes. 
Para Smith, a “filosofia é a ciência dos princípios conectantes da natureza”; par ele as investigações devem ser conduzida empiricamente, com base na observação e na experimentação (esta última igualada à introspecção), somente depois que os princípios universais da natureza humana forem obtidos indutivamente é que pode ter início a exposição do sistema com base nestes princípios, conectando-os dedutivamente aos diferentes fenômenos. 
O texto PARA LER ADAM SMITH: novas abordagens evidencia que Adam Smith não está associado apenas à ciência econômica, mas também a um modo específico de conceber essa disciplina, isto é, como uma teoria voltada para explicar a maneira pela qual a busca irrefreada dos interesses pessoais conduziria, através dos mecanismos de mercado, aos melhores resultados possíveis em termos de bem-estar para os indivíduos que compõem uma dada sociedade. 
Estudos mais recentes sobre a obra de Smith vem deixando em segundo plano as análises econômicas para enfocarem a dimensão política e ética de seu pensamento, ao mesmo tempo em que se preocupavam em localizá-lo em relação aos problemas e motivações intelectuais do século XVIII, ele foi o pioneiros do liberalismo econômico.
Os novos economistas através de critica procuravam destacar os aspectos do sistema smithiano que o diferenciassem do “consenso ricardiano” que rejeitavam, este movimento faria com que se passasse a considerar o legado de Smith não mais como o fundamento da teoria econômica, mas como parte do passado da disciplina. Aspectos centrais da abordagem de Smith como sua teoria do valor e da distribuição foram encarados como tópicos a serem esquecidos ou silenciados.
Em 1976 com as comemorações do bicentenário da primeira edição da Riqueza das nações, marcaram um resgate a obra de Smith, juntamente como o livros foram publicados artigos, simpósios e até filmes, determinando o “renascimento” smithiano. Nos anos 80 as novas tentativas de reconstituir o sentido da obra de Smith puderam contar com uma vantagem considerável, passarmos a dispor de uma edição crítica reunindo todos os seus escritos conhecidos. Tentativas de usar essa abordagem para compreensão do pensamento de Smith são ainda pouco numerosas, mas os resultados iniciais são expressivos e animadores, sugerindo sua fecundidade.
A economia política smithiana seria independente de sua ética, de sua filosofia do direito etc.., no entanto Smith nunca deu qualquer indicação de que pensasse haver alguma contradição entre estes trabalhos ou mesmo uma mudança essencial de posição filosófica ao longo de sua vida, interpretação compreensiva de sua obra é difícil e depende de leitura atenciosa.
Revisando literatura recente sobre as relações entre a filosofia moral e a análise econômica de Smith, é possível discernir quatro grandes posições: 1) A obra smithiana consiste essencialmente em proposições de um economista liberal, um advogado das economias de mercado, para quem as demandas morais e políticas já estariam secundarizadas em relação à economia, na medida em que as regras de funcionamento das sociedades comerciais conteriam em si mesmas os objetivos e os limites da ordem social. 2) A abordagem apresenta Smith como um “economista moral”, alguém que teria uma visão das sociedades comerciais segundo a qual o funcionamento dos mercados facilitaria a implementação de certas orientações normativas. 3) A obra teria por intenção propor a adoção de políticas que direcionassem asações individuais com vistas ao aprimoramento moral da sociedade, de um modo que não poderia ser alcançado automaticamente pelo mero funcionamento do mercado, quer seja pela percepção de deficiências e problemas engendrados pelo próprio funcionamento da ordem social, quer seja pelo fato de que as concepções éticas de Smith estariam mais próximas de uma visão clássica do que de valores liberais. 4) Destaca à presença de algumas ambigüidades no pensamento de Smith, enfatizando as passagens de sua obra que denunciam a corrupção moral das sociedades comerciais.
Outras posições ainda surgiram e Adam Smith vem emergindo dessa tentativa de reconstituição do contexto de produção e recepção de sua obra é certamente distinto da figura rotineiramente imaginada pelos economistas. 
 A mudança na recepção contemporânea da obra de Smith nos deixa diante de – pelo menos – duas tarefas: 1) Consiste em retomar a investigação sobre sua filosofia moral – e, em particular, de sua concepção sobre a liberdade e a justiça – discernindo o que há de específico nela em relação à reflexão de outros filósofos modernos. 2) A nova literatura sobre o pensamento de Smith deve nos levar a reinterrogar à verdadeira natureza de sua economia política e o modo como foi possível operar e justificar a separação dessa disciplina do interior da filosofia moral. A reconstrução dos argumentos de Smith, de sua linguagem e contexto, tem contribuído para nos proporcionar um novo entendimento das relações entre a ética e economia, esforço que vem sendo reclamado por filósofos e economistas. Na visão convencional sobre o pensamento de Smith é possível apontar a presença de pelo menos dois equívocos, o primeiro consiste em tomar as referências de Smith à prudência como se fossem equivalentes ao conceito contemporâneo de auto-interesse, o segundo consiste no esquecimento de tudo aquilo que Smith afirmou sobre o princípio da simpatia e sobre as virtudes da generosidade, justiça, espírito público, humanidade etc.. A visão equivocada prevaleceu por tanto tempo entre economistas e historiadores do pensamento econômico é algo que não deveria causar surpresa, pois é um resultado previsível do enfoque anti-histórico que orienta sua maneira de ler e abordar as obras do passado.
RESENHA
Texto 01: A MÃO INVISÍVEL DE JÚPITER E O MÉTODO NEWTONIANO DE SMITH e 
Texto 02: PARA LER ADAM SMITH: NOVAS ABORDAGENS
(Gama Cerqueira, H.E.A.)
MARIA ROSA GOMES DA SILVA
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