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Apostila - Nocoes de Processo Civil

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSO CIVIL
CAPÍTULO 1
JURISDIÇÃO
• Conceito - é o poder do estado, através do Judiciário, de dizer o direito no caso concreto. É o poder, função e atividade de aplicar o direito a um fato concreto, pelos órgãos públicos destinados a tal, obtendo-se a justa composição da lide. Nas palavras de Humberto Theodoro Jr., “é a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei diante de uma situação jurídica controvertida”.
Lide e litígio são sinônimos e correspondem a “um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”.
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
· secundária – porque realiza coativamente uma atividade que deveria ser exercida primariamente de maneira pacífica entre os sujeitos da lide;
· instrumental – porque é um instrumento que o próprio direito dispõe para impor a obediência dos cidadãos;
· declarativa ou executiva – declarativa porque declara qual a regra que se deve aplicar ao caso concreto, e executiva porque aplica ulteriores medidas de reparação ou de sanção previstas pelo direito;
· desinteressada – porque o Estado aplica as vontades concretas da lei que se dirige às partes e não ao órgão jurisdicional, agindo este com a maior imparcialidade possível para a solução do conflito de interesses;
· provocada – como em sua maioria os conflitos versam sobre interesses privados (direitos materiais subjetivos das partes), a prestação jurisdicional apenas ocorre quando solicitada por uma das partes interessadas, não podendo o órgão jurisdicional dar início ao processo de ofício (art. 2º, CPC).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA JURISDIÇÃO
· princípio do juiz natural – só pode exercer a jurisdição o órgão a que a Constituição atribui o poder jurisdicional, não podendo a lei infraconstitucional criar juízes ou tribunais de exceção;
· a jurisdição é improrrogável – os limites da jurisdição são traçados pela Constituição, não sendo permitido ao legislador ordinário alterá-la, nem para restringi-la nem para ampliá-la;
· a jurisdição é indeclinável – o órgão constitucionalmente investido no poder de jurisdição tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não a simples faculdade, não podendo recusar-se a prestá-la quando legitimamente provocado, nem delegá-la a terceiros.
· Investidura – a jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade do juiz. 
· Territorialidade – os magistrados só têm autoridade nos limites territoriais do seu Estado, ou seja, nos limites territoriais da sua jurisdição;
· Indelegabilidade – a função jurisdicional não pode ser delegada. Não pode o órgão jurisdicional delegar suas funções a outros órgãos. 
· Princípio da inafastabilidade da jurisdição – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
OBS.: A jurisdição é una. No entanto, didaticamente ela se divide por matéria abrangendo a jurisdição civil toda as matérias que não são abrangidas pela jurisdição penal ou pelas demais jurisdições especiais. Seu conceito, portanto, é dado por exclusão.
CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO CIVIL
- QUANTO AO OBJETO
CONTENCIOSA
• É a verdadeira jurisdição, face a existência do conflito. È esta jurisdição o Estado desempenha na pacificação ou composição dos litígios.
• Só se instaura por solicitação de uma parte e se houver litígio ou contestação das partes.
OBS.: Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. ( art 2º - CPC)
GRACIOSA, VOLUNTÁRIA OU ADMINISTRATIVA
• Não depende de julgamento, porque a questão não envolve litígio que requeira uma decisão. Nela o juiz apenas realiza a gestão pública em torno de interesses privados
• O juiz atua apenas para proteger o patrimônio ou a pessoa, intervindo para garantir a legitimidade de um ato de interesse privado.
• Os sujeitos não são chamados partes e sim interessados.
· Na jurisdição voluntária não existe processo e sim procedimento;
Ex.: nomeação de tutores, alienação de bens de incapazes etc. 
- QUANTO AOS ORGÃOS QUE A EXERCEM HIERARQUICAMENTE
JURISDIÇÃO INFERIOR - 1º GRAU ou INSTÂNCIA
• Juízes de Direito, em primeiro grau, os quais conhecem o processo desde o seu início e fazem o primeiro julgamento.
JURISDIÇÃO SUPERIOR - 2º GRAU ou INSTÂNCIA
• Não se conformando com a decisão, o vencido pode pedir a sua revisão a um juízo colegiado, composto por juizes superiores (desembargadores). São os Tribunais.
- QUANTO AO TIPO DE PRETENSÃO SUBMETIDA AO ESTADO-JUIZ
JURISDIÇÃO PENAL
• O Estado exerce tal função diante de pretensões de natureza penal. Seu estudo é feito pelo Direito Processual Penal e quase sempre tem o intuito punitivo (com exceções, como no caso do habeas corpus).
JURISDIÇÃO CIVIL LATO SENSU
• Pode ser subdividida em três espécies:
	- jurisdição trabalhista – é estudada pelo Direito Processual do Trabalho;
	- jurisdição coletiva – estudada pelo Direito Processual Coletivo;
- jurisdição civil propriamente dita – estudada pelo Direito Processual Civil. Este é um conceito dado por exclusão, de forma que tudo o que não fizer parte da jurisdição penal, trabalhista ou coletiva faz parte da jurisdição civil.
Obs.: a jurisdição civil trata tanto do direito material público (constitucional, administrativo etc.), quanto do direito material privado (civil, comercial etc.).
SUBSTITUTIVO DA JURISDIÇÃO
Substitutivos da Jurisdição – nosso ordenamento jurídico reconhece formas de autocomposição da lide e de solução por decisão de pessoas estranhas ao aparelhamento judiciário (árbitros):
- Transação – é o negócio jurídico em que os sujeitos da lide fazem concessões recíprocas para afastar a controvérsia estabelecida entre eles. Pode ocorrer antes da instauração do processo ou na sua pendência.
- Conciliação – nada mais é do que uma transação obtida em juízo, pela intervenção do juiz junto as partes, antes de iniciar a instrução do processo.
- Juízo arbitral – importa renúncia à via Judiciária, confiando as partes a solução da lide a pessoas desinteressadas, mas não integrantes do Poder Judiciário. A sentença arbitral produz entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário (art. 31, Lei n° 9.307/96).
Obs.: O CPC prevê a extinção do processo sem julgamento de mérito pela convenção de arbitragem (art. 267, VII). O STF julgou constitucional a possibilidade de convenção de arbitragem, não ferindo, de acordo com a Corte, o princípio da inafastabilidade da jurisdição, tendo em vista que as partes convencionam, livremente, abrir mão da jurisdição.
CAPÍTULO 2
AÇÃO
Conceito - é o direito subjetivo, tanto do réu quanto do autor, de ter um pronunciamento estatal que solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz.
NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO
• A ação é um direito subjetivo processual abstrato e de natureza pública;
	a) direito subjetivo processual – o direto de ação não tem por objeto a prestação do devedor, mas sim, tem por objeto provocar a atividade do órgão jurisdicional;
	b) abstrato – atua independentemente da existência ou inexistência do direito substancial que se pretende fazer reconhecido e executado;
c) natureza pública – pois se refere a uma atividade pública, oficial, do Estado.
CONDIÇÕES DA AÇÃO
· A existência de uma ação depende de alguns requisitos constitutivos, os quais se chamam de condições da ação. Sem estes requisitos, a ação não irá se desenvolver validamente, levando à extinção do processo sem julgamento de mérito, ou seja, sem que o juiz chegue a decidir a quem pertence o direito (art. 267, VI, CPC).
· São três as condições da ação:
· Possibilidade jurídica do pedido – por este requisito exige-se que exista, abstratamente, no ordenamento jurídico um tipo de providência como a que se pede na ação. Em outras palavras, consiste na prévia verificação do Juiz sobre a viabilidade jurídica do pedido em face do direito positivo em vigor.Juridicamente impossível seria, portanto, um pedido que não encontrasse amparo no direito em vigor.
· Interesse de agir – Consiste na utilidade/necessidade do processo e na sua adequação. Inicialmente, para que aja interesse de agir é necessário que o processo seja útil e necessário a persecução do provimento jurisdicional. Além de útil e necessário, o procedimento tem que ser adequado, ou seja, a via eleita pelo autor para buscar o seu direito tem que ser a adequada. Caso contrário o processo será extinto sem julgamento de mérito por falta de interesse de agir.
Mesmo que a parte esteja na iminência de sofrer um dano em seu interesse material, não se pode dizer que exista o interesse processual, se aquilo que se reclama do órgão judicial não é útil juridicamente para evitar a temida lesão. Falta interesse em tal situação porque é inútil a provocação da tutela jurisdicional se ela, em tese, não for apta a produzir a correção argüida na inicial. Isto ocorrerá, por exemplo, no caso do mandado de segurança por parte de quem não dispõe de prova documental indispensável, pois só cabe esse remédio constitucional quando a parte pretender tutela para direito líquido e certo (art. 5º, LXIV), ou, ainda, no caso de o locador intentar a recuperação da posse do imóvel, perante o locatário, por meio de ação possessória, pois a Lei do Inquilinato prevê que, seja qual for o fundamento do término da locação, a ação para rever o prédio é a de despejo.
· Legitimidade da parte ou legitimidade ad causam – é a titularidade ativa e passiva para a ação. É preciso que os sujeitos sejam, de acordo com a lei, partes legítimas, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito por ilegitimidade da parte. Segundo Arruda Alvim, estará legitimado o autor quando for o possível titular do direito pretendido, ao passo que a legitimidade do réu decorre do fato de ser ele a pessoa indicada, em sendo procedente a ação, a suportar os efeitos oriundos da sentença.
Obs.: Não estando presente uma das condições da ação, o juiz deve extinguir o feito sem julgamento de mérito com base na carência de ação, não podendo apreciar o mérito da causa (art. 267, VI, CPC).
- CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
· Ação de cognição ou de conhecimento – é a ação através da qual se vai procurar reconhecer quem é o detentor de um direito. Assim, compõe-se o litígio declarando a vontade concreta da lei através do litígio;
· Processo de Execução – antes da reforma processual, existia uma ação chamada de ação de execução, onde, após declarado de quem era o direito, a parte iria buscar o cumprimento deste direito declarado através da coação estatal sobre o patrimônio do devedor. Com a reforma processual, na execução baseada em título executivo judicial, não existe mais um processo a parte de execução, mas apenas uma fase de execução (processo sincrético). A execução se inicial nos próprios autos do processo de conhecimento. Mas ainda existem processos de execução, fundados em títulos executivos extrajudiciais.
· Processo cautelar – é utilizado não para satisfazer o direito de alguém, mas apenas para prevenir em caráter emergencial e provisório, a situação da lide contra as alterações de fato e de direito que possam ocorrer antes da solução de mérito.
Obs.: A ação de cognição pode ser desdobrada em:
· Ação condenatória – é aquela que busca a declaração de um direito subjetivo material do autor mais um comando que imponha uma prestação a ser cumprida pelo réu. Tende à formação de um título executivo judicial;
· Ação constitutiva – além da declaração do direito da parte, também cria, modifica ou extingue um estado ou relação jurídica material;
· Ação declaratória – é aquela que apenas se destina a declarar a certeza da existência ou inexistência da relação jurídica, ou da autenticidade ou validade de um documento (art.4º);
· Ação mandamental – são aquelas que trazem em seu teor um conteúdo de mando, que se descumprida provoca desrespeito à ordem do Juiz (ex.: habeas corpus, mandado de segurança, imissão na posse, busca e apreensão etc.).
CAPÍTULO 3
 
PROCESSO E PROCEDIMENTO
· Processo – o processo é conteúdo sistemático do procedimento. É o método que se utiliza para compor uma lide em juízo, levando a cabo o exercício da jurisdição.
• Procedimento – é a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. É ele que dá exterioridade ao processo, ou à relação processual, revelando-lhe o modus faciendi com que se vai atingir o escopo da tutela jurisdicional. Em outras palavras, é o procedimento que nos diferentes tipos de demandas, define e ordena os diversos atos processuais necessários.
• Natureza jurídica do processo (autonomia do processo) – o processo não se enquadra em nenhuma categoria jurídica. Ele é um processo autônomo, não sujeito e não subordinado a nenhum direito material.
- PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL
• Classificação – os princípios do processo podem ser:
	- Informativos do processo;
	- informativos do procedimento;
• Princípios informativos do processo:
	
	a) princípio do devido processo legal – esse princípio pressupõe a existência de algumas garantias fundamentais como o juiz natural, o juiz competente, o acesso a justiça, a ampla defesa e o contraditório e a fundamentação das decisões. Na concepção moderna está assimilado à idéia de um processo justo, ou seja, um processo que se desenvolve respeitando os parâmetros fixados pelas normas constitucionais e pelos valores consagrados pela coletividade, perante um juiz imparcial, em contraditório entre todos os interessados e em tempo razoável.
	b) princípio inquisitivo e princípio dispositivo – O princípio inquisitivo caracteriza-se pela liberdade da iniciativa conferida ao juiz, tanto na instauração da relação processual como no seu desenvolvimento, para que o juiz possa assim descobri a verdade real dos fatos independente da partes e suas vontades. Já o princípio dispositivo atribui às partes toda a iniciativa, seja na instauração do processo, seja no seu impulso. Modernamente, nenhum desses dois princípios são consagrados em sua pureza. Daí o art. 262 ter estabelecido que embora a iniciativa da abertura do processo seja da parte, o seu impulso é oficial, isto é, é do juiz, que promove o andamento do feito até o provimento final, independentemente da provocação das partes.
	c) princípio do contraditório – consiste na necessidade de ouvir a pessoa perante a qual será proferida a decisão, garantindo-lhe o pleno direito de defesa e de pronunciamento durante todo o curso do processo. Não há, portanto, qualquer privilégio.
	d) princípio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdição – pelo princípio da recorribilidade tem-se que todo ato do juiz que possa prejudicar um direito ou um interesse da parte deve ser recorrível, como meio de evitar ou emendar os erros e falhas que são inerentes aos julgamentos humanos. Já pelo duplo grau de jurisdição tem-se que a parte tem o direito de que a sua pretensão seja conhecida e julgada por dois juízos distintos, mediante recurso, caso não se conforme com a primeira decisão. Daí a necessidade de órgãos jurisdicionais com hierarquia diferente (1º e 2º grau de jurisdição).
	e) princípio da boa-fé e da lealdade processual – através do princípio da boa-fé tem-se que a lei não tolera a má-fé e arma o juiz com poderes para atuar de ofício contra a fraude processual (art. 129). Já a lealdade processual é conseqüência da boa-fé no processo e exclui a fraude processual, os recursos torcidos, a prova deformada, as imoralidades de toda ordem.
	f) princípio da verdade real – o juiz deve buscar no processo a justa composição da lide no intuito de alcançar a verdade real. Para isso, não pode promover julgamentos arbitrários. Terá ele que julgar o processo formando seu convencimento de acordo com as provas trazidas aos autos dando-lhes valores segundo critérios lógicos e fundamentando a sua decisão.
• Princípios informativos do procedimento:
	a) princípio da oralidade – por ele, sempre que possível os atos devem ser produzidos de formaoral. Entretanto, esse princípio foi adotado pelo processo civil brasileiro de forma mitigada. É mais amplamente adotado nos Juizados Especiais.
	
	b) princípio da publicidade – todos os julgamentos devem ser públicos, no intuito de evitar arbitrariedades (CF, art. 93, IX). Entretanto, isso não impede que alguns processos se dêem em segredo de justiça, preservando o direito a intimidade das partes, quando não for prejudicial ao interesse público à informação (CF, art. 93, IX, CPC, art. 155).
	c) princípio da economia processual – o processo civil ideal é aquele capaz de garantir às partes uma Justiça barata e rápida. Daí tem-se por esse princípio que a Justiça deve obter o maior resultado com o mínimo de emprego de atividade processual.
	d) princípio da eventualidade ou da preclusão – por este princípio cada faculdade processual deve ser exercitada dentro da fase adequada, sob pena de se perder a oportunidade de praticar o ato respectivo.
- FORMAÇÃO DO PROCESSO
• Relação jurídica – é o vínculo estabelecido entre pessoas, provocado por um fato que produz mudança de situação, regido por norma jurídica.
• Sujeitos da relação jurídica – de acordo com a teoria angular o processo vincula três pessoas (autor, réu e juiz). Entretanto, as partes, autor e réu, se submetem a autoridade do juiz, enquanto que este se limita à solução do litígio. O vínculo das partes não é, portanto, estabelecido entre si, mas entre elas e o juiz. Daí a sua forma angular.
Vejamos a representação:
• Início do processo – o processo civil começa por iniciativa das partes, mas se desenvolve por impulso oficial.
• Início gradual da relação processual – inicialmente, com a petição inicial, apenas o autor se vincula ao Estado. Só posteriormente com a citação do réu, é que este passa também a se vincular ao Estado.
• Estabilização do processo – com a citação válida do réu o processo se estabiliza, sendo defeso (proibido) ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas em lei (art. 264). 
• Alteração do pedido:
a) antes da citação do réu, o pedido pode ser alterado pela vontade única do autor;
b) após a citação válida do réu e antes do saneamento do processo pelo juiz, o pedido do autor pode ser alterado se houver concordância do réu;
c) após a fase de saneamento do processo o pedido do autor não poderá ser alterado nem mesmo com o consentimento do réu.
- SUSPENSÃO DO PROCESSO
• Suspensão do processo - ocorre a suspensão do processo quando um acontecimento voluntário ou não provoca, temporariamente, a paralisação da marcha dos atos processuais.
• Casos de suspensão - Suspende-se o processo (art. 265):
I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes; 
III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;
IV - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente;
b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo;
c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido como declaração incidente;
V - por motivo de força maior;
VI - nos demais casos, que este Código regula.
Prática de atos processuais durante a suspensão do processo - durante a suspensão é defeso (proibido) praticar qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparável (art. 266).
Obs.: as férias forenses não suspendem o processo propriamente dito, apenas suspende o curso dos prazos processuais.
- EXTINÇÃO DO PROCESSO
• Encerramento do processo – o processo se encerra com a sentença, podendo esta extinguir o processo com julgamento de mérito (pondo fim ao processo solucionando a lide) ou sem julgamento de mérito (ponde fim ao processo sem resolver a lide).
• Extinção do processo sem julgamento de mérito - Extingue-se o processo, sem resolução de mérito (art. 267): 
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Observações:
• perempção – é a perda do direito de renovar a ação quando o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo sem julgamento de mérito.
• litispendência – ocorrerá litispendência quando o autor ajuíza duas ações idênticas (mesmas partes, mesmo objeto e mesma causa de pedir);
• coisa julgada – ocorrerá coisa julgada quando o autor ajuíza ações idênticas (mesmas partes, mesmo objeto e mesma causa de pedir), mas uma delas já transitou em julgado.
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
Vll - pela convenção de arbitragem; 
Obs.: se a convenção de arbitragem é anterior à propositura da ação, isso impede a abertura do processo. Se é posterior, extingue o feito sem julgamento de mérito.
Vlll - quando o autor desistir da ação;
OBSERVAÇÕES: 
• conceito de desistência - na desistência o autor abre mão da ação, mas não do seu direito material. Por isso, a extinção do processo pela desistência não impede que o réu ajuíze a mesma ação novamente.
• Momentos da desistência - quando pode ocorrer a desistência:
	- a desistência é ato unilateral do autor quando praticado antes de vencido o prazo de resposta do réu.
- a desistência é ato bilateral, dependendo do consentimento do demandado, após a resposta do réu, mesmo que esta tenha sido oferecida antes do escoado o prazo para defesa (art. 267, § 4º).
- o limite temporal do direito de desistir é a sentença, de sorte que não é permitido a desistência da causa em grau de apelação ou em recurso posterior.
Obs.: se decorrer o prazo sem resposta do réu (revelia), é possível a desistência unilateral do autor (sem consentimento do réu) porque neste caso a desistência só trará benefícios ao demandado.
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
Obs.: morto o titular do direito intransmissível, o próprio direito se extingue com a pessoa do seu titular. Não há sucessão nem de fato nem de direito. É o que ocorre com as ações de separação judicial, divórcio, alimentos etc.
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
- Efeito da extinção do processo sem julgamento de mérito – a sentença terminativa que extingue o processo sem julgamento de mérito não faz coisa julgada material, pois não julgou o mérito da lide. Faz apenas coisa julgada formal, isto é, não impede que o autor ajuíze a mesma ação novamente (art. 268).
 
- Pagamento de custas judiciais – A petição inicial do novo processo, no entanto, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas judiciais e honorários advocatícios devidos pela extinção do feito anterior (art. 286, segunda parte).
- Saneamento do processo – havendo irregularidades insanáveis no processo o juiz deverá extinguir o processo sem julgamento de mérito. Verificando, porém, a existência de irregularidades ou nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando prazo não superior a 30 dias (art. 327).
• Extinção do processo com julgamento de mérito - Haverá resolução de mérito (art. 269): 
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
III - quando as partes transigirem; 
Obs.: transação é o negócio jurídicobilateral realizado entre as partes para prevenir ou terminar litígio mediante concessões mútuas.
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
OBSERVAÇÕES:
 • Prescrição – é a sanção que se aplica ao titular do direito que permaneceu inerte diante de sua violação por outrem.
• Decadência – é a extinção não da força do direito subjetivo (ação), isto é, da pretensão, mas do próprio direito em que se consubstancia, o qual, pela lei ou pela convenção, nasceu com prazo certo de eficácia. É, portanto, reconhecimento de inexistência do próprio direito invocado pelo autor.
• Matéria de ordem pública – tanto a decadência quanto à prescrição são matéria de ordem pública e, portanto, podem ser reconhecidas de ofício (sem requerimento das partes) pelo juiz (art. 219, § 5º).
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
• Renúncia – ocorre quando, de forma expressa, o autor abre mão do direito material em que se funda a ação. Neste caso, não havendo mais lide, não há mais processo. O processo é extinto com julgamento de mérito, não podendo mais o autor intentar ação idêntica.
Obs.: a desistência não impede a propositura da mesma ação posteriormente, por isso, após a resposta do réu, necessita do consentimento deste. Já a renúncia implica em abrir mão do próprio direito material, não mais podendo requê-lo em Juízo. Daí não necessitar da concordância do réu. Pode o autor renunciar ao seu direito a qualquer tempo, independentemente da concordância da outra parte.
OBSERVAÇÕES
1. Obs.: Inobservados algum dos pressupostos processuais, o juiz irá extinguir prematuramente o feito sem julgamento de mérito (art. 267). 
CAPÍTULO 4
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
• Pressupostos processuais – são as exigências legais sem cujo atendimento o processo, como relação jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve validamente. E, conseqüentemente, não atinge a sentença que deveria analisar o mérito. São em suma, requisitos jurídicos de validade da relação processual.
Obs.: Não se deve confundir pressupostos processuais com condições da ação, pois estas são requisitos que o juiz terá que observar para atingir o mérito (condições de eficácia), importando necessariamente o cotejo do processo com a viabilidade abstrata do direito material. Já aqueles são requisitos de validade do processo, ou seja, mantém contato direto com a relação processual e não com o mérito da causa.
• Classificação dos pressupostos processuais – doutrinariamente, os pressupostos processuais costumam ser classificados em:
a) Pressupostos de existência – são os requisitos para que a relação processual se constitua validamente. Podem ser subjetivos e objetivos.
b) Pressupostos de desenvolvimento ou de validade – são aqueles a ser atendidos, depois que o processo se estabeleceu regularmente, a fim de que possa ter curso também regular, até a sentença de mérito ou a providência jurisdicional definitiva. Também podem ser subjetivos ou objetivos.
PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
A) SUBJETIVOS (JUIZ E PARTES)
1. Investidura - consubstancia-se na necessidade do processo ser julgado por quem é Juiz regularmente investido no cargo. Assim, um ato praticado por um não-juiz é considerada uma não-decisão. São considerados não-juízes: aqueles que não foram investidos de jurisdição pela posse no cargo, em virtude de nomeação por concurso público; aqueles que embora tenham prestado concurso público ou tenham sido nomeados, ainda não tomou posse; o magistrado aposentado ou em disponibilidade.
2. Capacidade de ser parte (ad causam) – é a aptidão para, em tese, ser sujeito da relação jurídica processual (processo) ou assumir uma situação jurídica processual (autor, réu, assistente etc.). Delas são dotados aqueles que tenham personalidade material, ou seja, aqueles que podem ser sujeitos da relação jurídica material, como as pessoas físicas e jurídicas, sociedades não personificadas e sociedade irregular, sociedade de fato, os nascituros, os condomínios, as pessoas formais, os órgãos públicos despersonalizados (Ministério Público, PROCON, Tribunal de Contas etc.), dentre outros.
OBS.: As pessoas formais são massas patrimoniais necessárias que, embora não possuam personalidade jurídica, são admitidas como sujeitos da relação processual (sujeito ativo ou passivo). Ex.: massa falida, espólio, herança, massa do insolvente civil, sociedades sem personalidade jurídica.
B) OBJETIVOS
• Pressupostos processuais objetivos - relacionam-se com a forma procedimental e com a ausência de fatos que impeçam a regular constituição do processo, segundo a sistemática do direito processual civil.
Pressupostos processuais objetivos de existência do processo:
1. Observância da forma processual adequada a pretensão;
PRESSUPOSTOS DE DESENVOLVIMENTO OU DE VALIDADE
A) SUBJETIVOS (JUIZ E PARTES)
• Pressupostos processuais das partes - relacionam-se com os sujeitos do processo;
1. Competência do juiz para a causa e imparcialidade – além de estar investido na função jurisdicional necessária ao julgamento da causa, não deve haver contra o juiz nenhum fato que o torne impedido ou suspeito (art. 134-138).
2. Capacidade de estar em Juízo (ad processum) – a capacidade para estar em Juízo não pressupõe a existência de personalidade jurídica, mas também a possibilidade para estar em juízo. Assim, somente quem é plenamente capaz para estar em Juízo, é que pode ajuizar a ação e ser Parte do processo. Assim, a capacidade processual é a aptidão para pratica os atos processuais independentemente de assistência ou representação (pais, tutor, curador etc.) pessoalmente ou por pessoa indicada na lei, tais como síndicos, administrador de condomínio, inventariante etc (art. 12 do CPC).
• Capacidade civil - é a aptidão de participar da relação processual, em nome próprio ou alheio:
A- capacidade plena – a pessoa que tem capacidade plena não precisa de representação;
B- capacidade relativa – os relativamente incapazes precisam ser assistidos em juízo por seus pais, tutores ou curadores na forma da lei (art. 8º do CC);
C- incapacidade absoluta - os absolutamente incapazes precisam ser representados em juízo por seus pais, tutores ou curadores na forma da lei (art. 8º do CC);
OBS.: O representante processual não é considerado parte, mas sim, gestor de negócios.
Observações:
• São relativamente incapazes – 
- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
- os ébrios habituais;
- os viciados em tóxicos;
- e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
- os pródigos.
• São absolutamente incapazes – 
- os menores de dezesseis anos; 
- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 
- os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
• Capacidade processual das pessoas casadas – desde 1972, através da Lei n° 4.121, desapareceu a situação de pessoa relativamente incapaz da mulher casada, passando esta a uma posição jurídica de independência, análoga a do marido. Assim, nem o marido depende de outorga da mulher, nem esta de autorização daquele, para estar em juízo nas ações em geral. Somente nas ações que versem sobre direitos reais imobiliários é que o cônjuge (varão ou mulher) dependerá do assentimento do outro para ingressar em juízo.
3. Capacidade postulatória dos procuradores (ius postulandi) - é a aptidão para realizar atos do processo de maneira eficaz. Regra geral, as partes devem estar representadas por advogados, que são aqueles que detêm a capacidade postulatória.ç
B) OBJETIVOS 
1. Existência nos autos de instrumento de mandato conferido a advogado;
2. Inexistência de litispendência, coisa julgada, compromisso, ou de inépcia da petição inicial;
3. Inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação processual.
1
TABELA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
	PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS→
→
	PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
	Subjetivos
	Juiz
	
Investidura
	
	
	
	
	Parte
	
Capacidade de ser parte
	
	
	
	Objetivos
	
Observância da forma processual adequada a pretensão
	
	
	
	
	
	
PRESSUPOSTOS DE DESENVOLVIMENTO OU VALIDADE
	Subjetivos
	Juiz
	
Competência do Juiz para a causa
	
	
	
	
	Partes
	
Competência de estar em Juízo
	
	
	
	
	
	
Capacidade postulatória
	
	
	
	Objetivos
	
Existência nos autos de instrumento de mandato conferido a advogado
	
	
	
	
	
Inexistência de litispendência, coisa julgada, compromisso, ou de inépcia da petição inicial
	
	
	
	
	
Inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação processual
CAPÍTULO 5
TIPOS DE PROCEDIMENTO
• Procedimento – O processo é uma relação processual em busca da prestação jurisdicional, ou seja, é um conjunto de atos teleologicamente organizados para a prática de um ato final. Já o procedimento é a exteriorização dessa relação, que pode assumir diversas feições ou modo de ser.
• Rito – procedimento é sinônimo de rito do processo, ou seja, o modo e a forma porque se movem os atos do processo;
• Processo de conhecimento – o processo de conhecimento pode ser de rito comum ou especial.
1. Procedimento comum - é o aplicado para as causas nas quais a lei processual não prevê um tipo especial, de modo que, onde não houver previsão de procedimento especial, aplicar-se-á, residualmente, o comum. Pode ser:
• Procedimentos ordinário – é o que se aplica às causas para as quais não são previstos o procedimento sumário ou especial;
• Procedimentos sumário – se aplica a certas causas em razão do valor ou da matéria (art. 275).
2. Procedimentos especiais – são os ritos próprios para o processamento de determinadas causas selecionadas pelo legislador no Livro IV do Código de Processo Civil e em leis extravagantes. Podem ser:
• Voluntário – quando não envolve litígio;
• Contencioso – quando envolve litígio;
• Exemplos de procedimentos especiais de jurisdição contenciosa: ação de consignação em pagamento, ação de depósito, ação de anulação e substituição de títulos ao portador, ação de prestação de contas, ações possessórias e ação de usucapião de terras particulares.
• Exemplos de procedimentos especiais de jurisdição voluntária: a separação consensual e os testamentos, dentre outros.
• Cabimento do procedimento sumário - Cabe do rito sumário (art. 275 do CPC):
	
I- nas causas cujo valor não exceda a 60 vezes o valor do salário mínimo; 
II- nas causas, qualquer que seja o valor:
- de arrendamento rural e de parceria agrícola;
- de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
- de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
- de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
- de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;
- de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
- as que versam sobre revogação de doação.
- demais casos previstos em lei.
• Impossibilidade do rito sumário – não é possível a aplicação do rito sumário mesmo que o valor da causa seja inferior a 60 salários mínimos, nas seguintes ações:
- ações relativas ao estado de pessoa (divórcio, p. ex.);
- ações relativas à capacidade das pessoas (tutela, curatela, interdição).
• Procedimento do rito sumário 
• Na petição inicial, os autor exporá os fatos e os fundamentos jurídicos, formulará os pedidos e indicará as provas, oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. Se requerer perícia, formulará no mesmo ato, os quesitos e indicará, também na inicial, o assistente técnico. Se desejar o depoimento pessoal do réu, deverá o autor, requerê-lo também na inicial (art. 276).
• Ao despachar a inicial, o juiz não apenas defere a citação do réu, mas desde logo, no próprio despacho liminar, designará audiência de conciliação, a ser realizada no prazo máximo de 30 dias. O comparecimento das partes a esta audiência poderá ser pessoal ou por meio de preposto com poderes para transigir (art. 277, § 3º).
• Entre a citação e a realização da audiência deve mediar um prazo não inferior a 10 dias (art. 277). Se o sujeito passivo for a Fazenda Pública, será duplicado o prazo em questão.
• Se o réu não comparecer à audiência, nem por si nem por representante, será considerado revel, aplicando-se-lhe a pena de confesso, se não apresentar justificativa para a ausência (art. 277, § 2º).
• Haverá duas audiências: uma de conciliação e uma de instrução.
• Não obtida a conciliação, o réu deve oferecer, na audiência mesmo, a sua contestação, escrita ou oral, acompanhada dos documentos, rol de testemunhas e quesitos da perícia, se requerer. Pode também formular pedido a seu favor na contestação, pois não se comporta reconvenção nesse rito (art. 277, caput, e 278).
Obs.: a resposta do réu pode consistir em contestação ou exceção. A reconvenção passou a ser proibida no procedimento sumário pela Lei n° 9.245, de 26.12.1995. Porém, a ação sumária tem natureza dúplice, o que significa que, mesmo não cabendo a reconvenção, o réu pode usar a contestação para formular pedido em seu favor desde que fundados nos mesmos fatos referidos na inicial.
• Havendo assim necessidade de prova oral, marca-se a audiência de instrução e julgamento, para prazo não excedente de trinta dias. 
• Feita a instrução e os debates orais, o magistrado profere sentença na própria audiência ou em dez dias.
CAPÍTULO 6
ATOS PROCESSUAIS
• Conceito - ato processual é toda manifestação de vontade humana que tem por fim criar, modificar, conservar ou extinguir a relação jurídica processual.
• Quem pode praticar os atos processuais – os atos processuais podem ser praticados pelas partes do processo, pelo órgão jurisdicional e seus auxiliares ou até mesmo por terceiros estranhos à lide (ex.: testemunhas);
- CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS TRAZIDA PELO CPC
• Critério objetivo – são os critérios que consideram o objetivo do ato praticado. Com relação a este critério, os atos processuais podem ser:
	○ atos de iniciativa – são os que se destinam a instaurar a relação processual (a petição inicial);
	○ atos de desenvolvimento – são os que movimentam o processo, compreendendo os atos de instrução (provas e alegações) e os de ordenação (impulso, direção e formação);
	○ atos de conclusão – atos decisórios do juiz ou dispositivos das partes, como a renúncia, a desistência e a transação.
• Critério subjetivo - são os critérios que consideram o sujeito que pratica o ato. Com relação a este critério, os atos processuais podem ser:
○ atos das partes - em sentido amplo, abrangendo tanto os atos das partes, do Ministério Público (quando atual como parte) quanto os atos de terceiros intervenientes;
○ atos dos agentes da Jurisdição ou atos dos órgãos jurisdicionais - que compreendem os atos do Juiz e os atos do Escrivão ou Chefe de Secretaria.
Obs.: essa classificação foi dada por Chiovenda e Lopes da Costa. 
Classificação do CPC – Apesar da classificação elaborada pela doutrina e mencionada acima, o CPC classifica os atos processuais em:
I- Atos das partes (art. 158-161);
II- Atos do juiz (arts. 162-165);
III- Atos do escrivão ou do chefe de secretaria (arts. 166-171).
- FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
• Forma dos atos processuais - de acordo com o art. 154 do CPC, os atos e termos não dependem de forma determinada, senão quando a lei exigir, reputando válidos os que preencherem a finalidade essencial.
Obs.: forma é o conjunto de solenidades que se devem observar para que o ato jurídico seja plenamente eficaz.
• Classificação dos atos processuais quanto à forma – quanto à forma, os atos processuais podem ser:
	○ solenes – são aqueles para os quais a lei prevê uma determinada forma como condição de validade;
	○ não-solenes – são os atos de forma livre, ou seja, aqueles que podem ser praticados independentemente de qualquer validade e que se provam por quaisquer dos meios de convencimentoadmitidos em direito.
Obs.: os atos processuais são solenes porque, via de regra, se subordinam a forma escrita, a termos adequados, a lugares e tempo expressamente previstos em lei.
• Princípio da instrumentalidade das formas – este princípio representa um intermediário entre o rigor absoluto da forma e a sua liberdade total. 
• Dá-se, desse modo, valor ao conteúdo do ato, e não simplesmente ao seu envoltório, à sua forma. A forma será exigível quando a sua ausência implicar o não alcance da finalidade do ato. Necessário se faz, portanto, verificar se, inobservada a forma prescrita, a finalidade foi atingida, sem causar prejuízo às partes ou a terceiros.
Obs.: quando, todavia, o texto legal cominar, expressamente, a pena de nulidade para a inobservância de determinada forma, como no caso das citações, não incide a regra da instrumentalidade dos atos.
- A PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS
• Publicidade dos atos - regra geral, os atos processuais são públicos, uma vez que a própria Constituição Federal veda, em seu art. 93, julgamentos secretos. E essa publicidade para os atos vem também prescrita no art. 155 do CPC;
Obs.: as audiências devem ser realizadas a portas abertas, com acesso ao público, exceto nos casos de segredo de justiça.
• segredo de justiça – alguns processos correm em segredo de justiça, visando resguardar, preservar a intimidade dos litigantes, nas hipóteses em que a publicidade poderia ocasionar grande transtorno ou comoção social. Neste caso, a consulta do processo e o pedido de certidões ficam restritos às partes e procuradores.
• O art. 155 do CPC elenca as hipóteses, consideradas taxativas, de processos que correm em segredo de justiça. São elas: 
a) quando exigir o interesse público; 
b) quando disserem respeito a casamento, filiação, divórcio dos cônjuges, conversão em divórcio, alimentos e guarda de menores.
Obs.: o casamento é público, o que é mantido em segredo de justiça são as ações relativas ao casamento, como a ação de nulidade de casamento.
- USO DE SISTEMA DE TRAMISSÃO DE DADOS E PROCESSO ELETRÔNICO 
Ato praticado via fax - a utilização de sistema de transmissão de dados e imagens (como o fac-símile) não prejudica o cumprimento dos prazos, devendo os originais ser entregues em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu término (art. 2º, caput, da Lei n° 9.800/99). Nos atos não sujeitos a prazo, os originais deverão ser entregues, necessariamente, até cinco dias da data da recepção do material (art. 2º, parágrafo único, da Lei n° 9.800/99).
Processo Eletrônico – a Lei n° 11.419/2006, com vigência a partir de 2007, traçou o programa de implementação do processo judicial eletrônico a ser utilizado na Justiça cível, penal e trabalhista, bem como nos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição (art. 1º, § 1º, da Lei n° 11.419/2006). Esse sistema já está sendo implementado em vários estados brasileiros.
- DOS ATOS DAS PARTES
Atos das partes – consideram-se atos das partes os praticados pelo autor ou réu, pelos terceiros intervenientes ou pelo Ministério Público, no exercício de direitos ou poderes processuais ou para cumprimento de ônus, obrigações ou deveres decorrentes da relação processual.
- DOS ATOS DO JUIZ
• O art. 162 do CPC enumerou os atos do Juiz como sendo a sentença, a decisão interlocutória e os despachos. 
• sentença - é o ato pelo qual o Juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. Classificam-se as sentenças em: 
a) terminativas ou processuais - quando proferidas nos casos elencados pelo art. 267 do CPC, nos quais o juiz não analisa o mérito; 
b) definitivas ou de mérito - quando se julga o mérito ou se homologa manifestação de vontade das partes, resolvendo a lide.
	
• decisão interlocutória - é o pronunciamento do Juiz, de caráter decisório, no curso do processo, resolvendo questões incidentais, que não têm o efeito de encerrar o processo. Resolvem, por assim dizer, um impasse momentâneo, o qual necessita da decisão judicial para que o processo possa prosseguir.
• despachos - não envolvem o direito que se discute, nem tampouco os interesses das partes. Dizem respeito ao regular andamento da marcha processual, como por exemplo, o despacho da inicial, mandando citar o réu.
Atos meramente ordinatórios - visam proporcionar maior agilidade, passaram a ser de iniciativa do servidor, apenas passíveis de revisão pelo Juiz (§ 4º, do art. 162). Exemplos: a intimação das testemunhas arroladas, a entrega dos autos ao perito, a juntada e a vista obrigatória.
- ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA 
Atos do escrivão ou do chefe de secretaria – são atos do escrivão ou do chefe de secretaria:
	
	- Atos de documentação - são os que se destinam a representar em escritos as declarações de vontade das partes, dos membros do órgão jurisdicional e terceiros que acaso participem de algum evento no curso do processo.
	- Atos de comunicação ou de intercâmbio processual – estes são indispensáveis para que os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos ocorridos no correr do procedimento e se habilitem a exercer os direitos que lhe cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe.
	- Autuação – consiste em colocar uma capa sobre a petição inicial, na qual será lavrado um termo que deve conter juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início (art. 166).
	- Termos processuais – os mais comuns são a juntada, vistas, conclusão e recebimento.
Juntada – é o ato com que o escrivão certifica o ingresso de uma petição ou documento nos autos.
Vistas - é o ato de franquear o escrivão aos autos à parte para que o advogado se manifeste sobre algum evento processual.
Conclusão – é o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para alguma deliberação.
Recebimento – é o ato que documenta o momento em que os autos voltaram ao cartório após uma vista ou conclusão.
- O USO DO VERNÁCULO
• É obrigatório o uso do nosso vernáculo (português), não se admitindo o uso de idioma estrangeiro (art. 156 do CPC);
• No entanto, se for necessário juntar aos autos documento redigido em outro idioma, tal somente será admitido caso acompanhado de tradução, feita por profissional juramentado. 
• Quanto às expressões latinas, comumente utilizadas por advogados, promotores e juízes, são admitidas, não se incluindo em tal vedação, uma vez que são termos já incorporados ao vocabulário jurídico pátrio.
- DO TEMPO
• Momento da prática dos atos processuais - os atos processuais devem ser praticados, em regra, nos dias úteis, das 6:00 às 20:00 horas, devendo ser respeitado o horário de funcionamento do Fórum, no que se refere aos atos que dependem de protocolo.
Obs.: entende-se por dias úteis aqueles em que há expediente forense, excluídos, portanto, aqueles que coincidem com férias, feriados, sábados e domingos, já que nestes dois últimos dias, por força da maioria das Leis de Organização Judiciária não há expediente forense.
• Prolongamento dos atos processuais – o art. 172, § 1º, permite que os atos iniciados em momento adequado possam prolongar além das 20h, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
• Exceção nos casos de citação e penhora - a citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal. Estas normas se aplicam também ao arresto e ao seqüestro.
• Requisitos para a realização da citação e penhora em dias não-úteis – a citação e penhora para serem realizadas em dias não-úteis deverão seguir os seguintes requisitos:
	- pedido da parte, que demonstre a excepcionalidade do caso e a urgência da medida;
	- autorização expressa do juiz;
	- observância do disposto no art. 5º, XI, da CF/88, que só permite violação de domicílio por ordem judicial durante o dia.
• Intimações realizadas em dias não-úteis – também há autorização legal para que as intimaçõesocorram em dias em que não haja expediente forense, mas em tal conjuntura, reputar-se-ão praticadas no primeiro dia útil seguinte, para todos os efeitos (art. 240, parágrafo único).
• Processos eletrônicos – caso tenha sido implantado o processo eletrônico no Tribunal, as petições são consideradas tempestivas quando remetidas por meio eletrônico até as 24h do último dia do prazo (art. 3º, par. único, e art. 10, § 1º, da Lei n° 11.419).
→ Férias e feriados forenses
• Feriados forenses – consideram-se feriados os dias não-úteis; 
• Férias forenses - férias forenses são paralisações que afetam, regular e coletivamente, durante determinados períodos do ano, todo o funcionamento do juízo, por determinação da lei de organização judiciária.
• Exceção – Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais (art. 173). Excetuam-se:
I - a produção antecipada de provas (art. 846);
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.
Obs.: Note-se que o art. 173 não prevê o andamento do processo durante o período de férias forenses, mas tão somente a prática de determinados atos. Destarte, iniciado o processo, praticado o ato urgente e feita a citação, o prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias (art. 173, parágrafo único).
Processos que tramitam durante as férias forenses – há, porém, processos que têm curso normal durante as férias forenses. Portanto, processam-se, durante as férias, não se suspendendo em virtude delas (art. 174):
	○ os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;
	○ os processos ou procedimentos de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores ou curadores, bem como as de procedimento sumário do art. 275 do CPC;
○ todas as causas que a lei federal determinar.
• Fim das férias forenses nos juízos e tribunais – a EC n° 42/2004 determinou que a atividade jurisdicional será ininterrupta, ficando, por isso, vedadas “férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau” e determinando os plantões permanentes de juízes nos dias em que não houver expediente forense normal.
Obs.: esta regra, não se refere aos tribunais superiores e ao Supremo Tribunal Federal, de forma que as férias forenses não foram abolidas por completo em nossos tribunais, sendo, portanto, ainda, aplicáveis as regras acima mencionadas.
- DO LUGAR
• Local para a prática dos atos - ordinariamente, os atos processuais são praticados na sede do Juízo, ou seja, no edifício do fórum ou do tribunal competente para a causa (art. 176). 
• Atos praticados fora do juízo - no entanto, três ordens de razão justificam a prática do ato em outro local. São eles:
a) deferência em razão do cargo. Algumas pessoas, em razão do cargo que exercem serão inquiridas em sua residência ou no local onde exercem suas funções. (Ex.: Presidente e Vice da República, Governadores do Estado ou do DF, Deputados e Senadores, embaixador de país e demais pessoas elencadas no art. 411);
b) interesse da justiça (art. 442 do CPC), quando o juiz entender necessário ou a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades, ou quando determinar a reconstituição do fato (ex.: inspeção judicial in loco);
c) obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo Juiz (art. 410, III, c/c o art. 336, parágrafo único, do CPC), como quando uma testemunha estiver enferma e for imprescindível a sua ouvida.
NULIDADES DOS ATOS PROCESSUAIS
• Validade dos atos processuais – para que o ato processual seja considerado válido é necessário que o agente seja capaz, o objeto seja lícito e a forma prescrita e não defesa em lei. Além disso, é necessário satisfazer as exigências do ius postulandi, de modo que as partes devem ser representadas por advogados regularmente habilitados e inscritos na OAB;
• Nulidades – a nulidade é uma sanção que incide sobre a declaração de vontade contrária a algum preceito de direito positivo. A sanção é a privação de validade, que pode se dar em diversos graus de intensidade.
• Espécies de vícios dos atos processuais – de acordo com a violação de seus elementos ou requisitos de validade, os atos processuais podem ser classificados em:
	a) atos inexistentes - é o que não reúne os mínimos requisitos de fato para a sua existência como ato jurídico, do qual não apresenta nem mesmo a aparência exterior. Não se pode falar sequer em existência de um ato jurídico viciado, pois o que há é um simples fato de todo irrelevante à ordem jurídica.
Obs.: por ser inexistente jamais poderá ser convalidado nem tampouco precisa ser invalidado. Ex.: não se pode considerar ato processual, por exemplo, a sentença prolatada por quem não é juiz.
b) atos absolutamente nulos – são atos gravemente afetados por defeitos localizados em seus requisitos essenciais. Trata-se de vício insanável e que deve ser invalidado por iniciativa do próprio juiz, independentemente de requerimento das partes (matéria de ordem pública), pois inviabiliza a própria prestação da atividade jurisdicional.
Obs.: Apesar de não poder ser convalidado e de não poder produzir efeitos, o ato jurídico absolutamente nulo tem que ser assim reconhecido pelo juiz e invalidado por ele. Ex.: é nula de pleno direito a citação com inobservância das prescrições legais (art. 247).
	c) atos relativamente nulos – ocorre quando o ato, embora viciado em sua formação, mostra-se capaz de produzir seus efeitos processuais, se a parte prejudicada não requerer a sua invalidação. O vício é sanável por recair sobre interesses privados (disponíveis).
Obs.: os atos relativamente nulos não podem ser invalidados de ofício pelo juiz, dependendo do requerimento das partes. O silêncio das partes é suficiente para convalidar os atos.
	d) atos processuais apenas irregulares – são aqueles praticados com infringência de alguma regra formal, sem, entretanto, sofrer qualquer restrição em sua eficácia normal (art. 244);
• Efeitos da decretação de nulidade – anulando-se o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os atos subseqüentes, que deles dependam (art. 248).
• Nulidade de atos complexos – tratando-se de atos complexos, a nulidade de parte do ato, não prejudica as outras que dela seja independentes (art. 248, segunda parte). Ex.: audiência é um ato complexo, formado por um feixe de atos).
CAPÍTULO 7
DOS PRAZOS PROCESSUAIS
• Prática dos atos dentro do prazo legal - cada ato deve ter assim um prazo máximo, dentro do qual deve necessariamente ser realizado (art. 177).
• Prazo - é o espaço de tempo para o ato processual ser validamente praticado.
• Termo – todo prazo é limitado por dois termos: o momento inicial (dies a quo) ou o momento final (dies ad quem);
• A quem os prazos se dirigem – os prazos podem se dirigir às partes e aos juízes ou auxiliares da justiça;
- CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS
• Classificação dos Prazos – em geral os prazos processuais são classificados em:
○ Prazos legais - são aqueles definidos em lei, e a respeito dos quais nem as partes e nem o juiz, em princípio, têm disponibilidade (ex.: prazo para resposta do réu etc.). 
○ Prazos judiciais - são os fixados pelo próprio Juiz, supletivamente, nos casos em que a lei não prevê (ex.: data de audiência, prazo de edital, cumprimento de carta precatória etc.).
○ Prazos convencionais – são aqueles ajustados de comum acordo pelas partes (ex.: suspensão do processo etc.); 
• Demais classificação dos prazos processuais – além da classificação geral, os prazos processuais se classificam ainda em:
○ Prazo comum - é o que corre simultaneamente contra ambas as partes (ex: prazo para apelar de sentença concessiva em parte do pedido inicial). No curso do prazo comum, os autos não podem sair do cartório, exceto em conjunto ou sobacordo prévio das partes.
○ Prazo particular - por sua vez, é aquele que corre somente contra uma das partes. 
○ Prazo próprio - é o que, uma vez inobservado, acarreta conseqüências processuais ao interessado. Aplica-se às partes. 
○ Prazo impróprio - é o que não acarreta conseqüências processuais, podendo apenas corresponder conseqüências administrativas ou disciplinares. Corre contra o juiz e seus auxiliares.
• Natureza dos prazos processuais – os prazos processuais podem ser de duas naturezas:
○ Prazos dilatórios - são aqueles que, embora fixados na lei, podem ser ampliados ou reduzidos pela vontade das partes e pelo Juiz. 
○ Prazos peremptórios - são inalteráveis, seja pelas partes ou pelo Juiz (ex.: prazo de contestação).
Obs.: em regra, todos os prazos, até mesmo os peremptórios, podem ser ampliados por motivo de dificuldade de transporte (neste caso a ampliação máxima poderá atingir até 60 dias) ou por motivo de calamidade pública (caso em que a ampliação do prazo poderá ultrapassar até os 60 dias previstos em lei).
- CURSO DOS PRAZOS PROCESSUAIS
• Suspensão dos prazos processuais - os prazos legais ou judiciais são contínuos e não se interrompem com os feriados, embora não se iniciem nem se encerrem em dia não útil. Todavia, a superveniência de férias suspenderá o curso do prazo, recomeçando a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
Obs.: vale salientar que a Constituição Federal pôs fim às férias coletivas nos juízos e Tribunais de 2º grau, apenas persistindo as férias nos Tribunais Superiores e no STF.
Obs.: a superveniência de férias suspendem os prazos independentemente se serem dilatórios ou peremptórios. Porém, o efeito suspensivo não se opera quando se tratar de prazo decadencial, como o da ação rescisória.
• Outros casos de suspensão dos prazos processuais – também suspendem os prazos processuais (art. 180):
	○ o obstáculo criado pela parte contrária;
	○ pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
	○ a convenção das partes se o prazo for dilatório; 
○ a oposição de exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem a suspeição ou impedimento do juiz, salvo no processo de execução;
Obs.: Superado o motivo que deu causa à suspensão, apenas o remanescente do prazo voltará a fluir (art. 180, in fine).
Obs.: suspende-se o processo principal, quando se verifica o incidente de intervenção de terceiros, nas hipóteses de nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo, e em alguns casos na hipótese de oposição.
- CONTAGEM DOS PRAZOS
• Prazos - em regra, os prazos são contados em dias, havendo, no entanto, contagem de prazo que se faz em horas, minutos ou até meses e ano.
• Exemplo de prazo contado em horas é na execução, quando o executado tem 24 horas para oferecer bens à penhora; exemplo de prazo contado em minutos é o dos debates orais na audiência de instrução e julgamento.
• Contagem dos prazos - Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento (art. 184). Vale salientar que prazo nunca começa nem termina em dia feriado ou final de semana, ou seja, em dia não-útil (art. 184, § 2º). Também não pode terminar em dia que tenha o fechamento do fórum, ou que o expediente termine antes do horário normal.
 Início da contagem dos prazos
• Início da contagem dos prazos nas citações e intimações realizadas por oficial de justiça - os prazos que corram por motivo de citação ou intimação feita por Oficial de Justiça começam a correr da juntada aos autos do mandado cumprido. Isso ocorre mesmo que a citação se dê por hora certa;
• Início da contagem dos prazos nas citações e intimações realizadas por oficial de justiça quando houver mais de um réu – havendo mais de um réu, o prazo começa a contar da juntada aos autos do último mandado cumprido. 
• Início da contagem dos prazos nas citações e intimações por edital - caso a citação ou intimação se dê por edital, o prazo começa a correr da data em que se finda a dilação assinada pelo Juiz.
• Início da contagem dos prazos nos casos de carta precatória, de ordem ou rogatória – se o ato de comunicação se der através de carta de ordem, precatória ou rogatória, o termo inicial do prazo será a data de sua juntada aos autos, depois de realizada a diligência.
• Início da contagem dos prazos nas intimações pela imprensa oficial - se a intimação se der pela imprensa oficial, o que é regra, o prazo começa então a correr da data da publicação, o dies a quo será o primeiro dia útil subseqüente à publicação;
• Início da contagem dos prazos nas citações e intimações por via postal - se a citação ou intimação se der por via postal, a contagem do prazo será feita a partir da juntada aos autos do aviso de recebimento (AR);
 Regras especiais
• Regras especiais em relação às intimações veiculadas pela imprensa – com relação às intimações veiculadas pela imprensa, há duas situações a se considerar:
	○ a dos jornais que circulam a noite ou que só são distribuídos no dia seguinte à data neles estampadas – a doutrina tem salientado que a data da publicação deve ser a real e não a formal, não podendo a parte ser prejudicada pelo atraso na distribuição do Diário de Justiça ou outro órgão oficial. A data da publicação será, portanto, o da distribuição do periódico;
	○ as das publicações feitas aos sábados, onde não há expediente forense em tais dias – se a publicação circula no sábado, a intimação é considerada feita na segunda-feira e o primeiro dia computado para a contagem do prazo do recurso é a terça-feira, de acordo com a Súmula 310, jurisprudência no STF e par. único do art. 240 do CPC, com redação introduzida pela Lei n° 8.079/90.
	○ intimação eventualmente realizada durante o período de férias forenses – caso eventualmente alguma intimação seja realizada durante o período de férias forenses, em processos que nelas não correm, será considerada como efetivada no primeiro dia útil subseqüente a elas. O prazo respectivo terá início primeiro dia útil seguinte ao da reabertura dos trabalhos no foro.
	
 Regras para a contagem do prazo no processo eletrônico
• Intimação no processo eletrônico – a intimação no processo eletrônico poderá ocorrer de duas formas:
	○ através de publicação no Diário de Justiça eletrônico, havendo publicação no Diário de Justiça Eletrônico, considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico (art. 4º, § 3º, da Lei n° 11.419/2006). Os prazos processuais, porém, terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação (art. 4º § 4º, da Lei n° 11.419/2006).
	○ através de comunicação pessoal em portal próprio àqueles que se cadastrem no Poder Judiciário, segundo a regras que os órgãos judiciais instituírem – neste caso, considera-se realizada a intimação no dia em que o intimado efetivar a consulta eletrônica do teor da intimação, fato que será certificado nos autos (art. 5º, § 1º, da Lei n° 11.419). Não ficará, contudo, o aperfeiçoamento da intimação sujeito ao puro alvedrio do destinatário de consultar ou não a mensagem eletrônica. Se não o fizer em 10 dias contados da data do envio da intimação eletrônica, esta será considerada automaticamente realizada na data do término deste prazo (art. 5º, § 3º, da Lei n° 11.419). Considerando-se intimada a parte no dia da consulta eletrônica, o prazo começará a ser contado a partir do primeiro dia útil subseqüente, segundo a regra comum do art. 184 do CPC. Se, porém, a consulta se der em dia não útil, intimação eletrônica será considerada realizada no primeiro dia útil seguinte (Lei n 11.419, art. 5º, § 2º), tal como ocorre com as intimações feitas em jornal que circula em dia em que não há expediente forense.
Obs.: Caso o sistema técnico-operacional do Poder Judiciário não esteja em funcionamento no último dia do prazo, para o envio da petição eletrônica, nos tribunais que houverem implantadoo processo eletrônico, o prazo ficará automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil subseqüente à resolução do problema.
Obs.: Regra geral, os atos devem ser praticados por meio de petição protocolada dentro do horário de expediente forense até o último dia do respectivo prazo (art. 172, § 3º). Sendo, todavia, o caso de petição eletrônica, esta será considerada tempestiva se transmitida até as 24 horas do último dia do prazo (Lei n° 11.419/2006, art. 3º, parágrafo único, e 10, § 1º).
 Contagem do prazo para recurso
• Contagem do prazo para recurso – existem duas formas de se intimar o advogado da sentença:
	○ a intimação da sentença pode ser feita na própria audiência – quando o juiz publica a decisão ou a sentença na própria audiência, reputam-se intimados os advogados na própria audiência, ainda que ausentes, mas previamente cientificados dos atos.
	○ a intimação da sentença pode ainda se dar pelos meios normais de intimação – se a sentença for publicada em cartório, ou se a parte não for intimada do dia e da hora para a audiência de publicação, o prazo do recurso será contado apenas da intimação a ser feita pelo escrivão, segundo as regras normais dos arts. 236 e 237. O advogado pode ser intimado de várias maneiras (pelo escrivão, pelos correios, pelo Oficial de Justiça, pela imprensa e em audiência). A contagem do prazo se dará confirme mencionado acima para cada uma das formas de intimação (art. 241, incisos I e II).
Obs.: as intimações das decisões judiciais devem ser feitas sempre na pessoa do advogado e, se a parte também for intimada, o prazo recursal será contado da intimação do advogado e não da ciência pessoal da parte.
 Termo final
Termo final – o termo final de qualquer prazo processual nunca cairá em dia não útil, ou em que não houver expediente normal do juízo. Dessa forma, considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil (art. 184, § 1º), se:
a) O vencimento cair em feriado;
b) Em dia em que for determinado fechamento do fórum;
c) Em que o expediente forense for encerrado antes da hora normal;
Hora para a prática dos atos processuais – a prática dos atos processuais no último dia do prazo deverá observar o horário normal do expediente do fórum, de sorte que no último dia do prazo o ato da parte deverá ser praticado até as 20 horas (art. 172, CPC), momento em que os protocolos dos cartórios deverão fechar. Porém, se o expediente do cartório, pela organização judiciária local, encerrar-se antes das 20 horas, o momento final do prazo será o do fechamento da repartição e não o do limite do art. 172.
 Prazo para as partes
• Prazos gerais – quando nem a lei nem o juiz fixar prazo para um ato, o prazo para a sua prática será de 05 dias (art. 185);
• Renúncia do prazo – pode a parte renunciar, expressa ou tacitamente, um prazo, desde que ele não seja comum, o direito seja disponível e a parte seja capaz de transigir; 
Obs.: a renúncia tácita ocorre quando a parte pratica um ato incompatível com o prazo que lhe havia sido outorgado. Ocorre, por exemplo, quando a parte cumpre a obrigação determinada antes do término do prazo recursal.
• Contagem de prazo em caso de existência de litisconsortes com advogados diversos - havendo litisconsortes com diferentes procuradores, contam-se em dobro os prazos.
• Inobservância do prazo da parte – compete ao advogado restituir os autos no prazo legal (art. 195). Caso não o faça neste prazo poderão ocorrer duas conseqüências:
	- uma de ordem processual: que é a preclusão, em decorrência da qual, o juiz mandará, de ofício, riscar o que neles houver escrito o faltoso e desentranhar as alegações e documentos que apresentar (art. 195).
	- outra de ordem disciplinar: que é a comunicação da ocorrência à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para o procedimento adequado e imposição de multa (art. 195). Além disso, o causídica (advogado) perderá o direito de novas vistas dos autos fora do cartório (art. 196, caput).
Obs.: essas providências são aplicáveis também aos órgãos do Ministério Público e aos representantes da Fazenda Pública (art. 197).
 Prazos para os juízes
• Prazos aplicados aos juízes – o juiz possui os seguintes prazos:
	○ dois dias para os despachos de expedientes (art. 189, I);
	○ dez dias para as decisões interlocutórias (art. 189, II) e sentenças (art. 456);
Obs.: Havendo, porém, motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos que o código lhes assina (art. 187).
• Inobservância dos prazos do juiz – se ocorrer desrespeito a prazo processual pelo juiz, qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao Presidente do Tribunal de Justiça, a quem incumbirá o encaminhamento do caso ao órgão competente, para instauração do procedimento para apuração de responsabilidade (art. 198, primeira parte). O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu o excesso de prazo e designar outro juiz para decidir a causa (art. 198, segunda parte).
 Prazos para o escrivão
• Prazos aplicados ao escrivão – o escrivão terá:
	○ 24 horas, para remeter os autos conclusos; e
	○ 48 horas, para executar os demais atos do processo (art. 190);
 Prazos para o Ministério Público e para a Fazenda Pública
• Prazos para o Ministério Público e para a Fazenda Pública - a Fazenda Pública (entendo-se neste conceito a União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Territórios e autarquias) e o Ministério Público gozam de especial privilégio de ter seus prazos contados em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
Obs.: as empresas públicas e as sociedades de economia mista não se beneficiam desta dilatação de prazos por serem regidas pelo regime jurídico de direito privado.
- DAS PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO DOS PRAZOS
• Preclusão temporal – é perda da faculdade ou direito pelo seu n ão exercício no momento oportuno. Assim, em regra, decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato.
Obs.: É possível, havendo justa causa (ou seja, motivo de força maior ou caso fortuito), o juiz assinalar novo prazo para a prática de um ato após o decurso do prazo inicialmente estipulado por lei ou pelo juízo (art. 183, caput, e § 3º).
CAPÍTULO 8
DAS PARTES E DOS PROCURADORES
PARTES
São as pessoas que pedem (autores) e contra as quais se pede (réus), em nome próprio, a tutela jurisdicional.
Obs.: o autor (ou demandante) compõe o chamado pólo ativo da ação. Já o réu compõe o chamado pólo passivo da ação.
PARTE EM SENTIDO MATERIAL E PARTE EM SENTIDO PROCESSUAL
· Parte em sentido material - é aquela que se diz titular do direito pleiteado em juízo. 
· Parte em sentido processual – é o sujeito que intervém no contraditório ou que se expõe às suas conseqüências dentro da relação processual (ou seja, é o autor ou réu).
Obs.: regra geral, a parte em sentido processual coincide com a parte em sentido material. Porém, quando a lei determina, pode ocorrer de a parte em sentido processual não coincidir com a parte em sentido material, ou seja, pode ocorrer de o autor ou réu do processo não ser o titular do direito material. Isso ocorre na denominada substituição processual.
Obs.: Só haverá substituição processual nos casos em que a lei expressamente autorize (art. 6º).
Conceito de substituição processual – a substituição processual ocorre quando o sujeito discute em nome próprio direito controvertido de outrem.
Exemplo de substituição processual – uma pessoa que aliena durante o processo um bem litigioso, mas continua a defendê-lo em juízo como se ainda fosse o seu dono; também o mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º da CF.
Obs.: Na substituição processual, portanto, a parte material (titular do direito) não coincide com a parte processual (autor ou réu do processo).
• Necessidade de relação jurídica entre o substituto e o substituído – para ser possível a substituição processual, é necessário que o substituto possua uma relação jurídica especial com o substituído. Em outras palavras, para que a substituição processualse mostre possível é necessário que exista uma conexão de interesse entre a situação jurídica do substituto e do substituído.
• Poderes do substituto – os poderes do substituto são amplos no que diz respeito aos atos e faculdades processuais, mas não compreendem obviamente os atos de disposição do próprio direito material do substituído, como confissão, transação, reconhecimento do pedido etc.
• Diferença entre substituição processual e substituição da parte – na substituição da parte ocorre uma alteração nos pólos subjetivos do processo (ex.: em caso de morte do autor ou réu, o mesmo será substituído pelos seus herdeiros no processo). Uma outra pessoa passa a ocupar o lugar primitivo do sujeito da relação processual. Já na substituição processual, nenhuma alteração se registra nos sujeitos do processo. Apenas um deles age, por especial autorização da lei, na defesa de direito material de quem não é parte na relação processual.
• Substituição da parte. Possibilidade - só é permitida, no curso do processo, a substituição voluntária das partes nos casos expressos em lei (art. 41).
• Inalterabilidade da legitimidade das partes - a alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes (art. 42).
Obs.: a titularidade do direito material pode ser transferida, ou seja, a parte do processo pode transferir o bem litigioso para outrem, mas a titularidade processual continua a mesma, ou seja, as partes do processo continuam as mesmas.
• Consentimento da parte adversa - o adquirente ou o cessionário poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o cedente. Mas para que isso aconteça é necessário que a parte contrária o consinta (art. 42, § 1º).
• Participação do adquirente na qualidade de terceiro interveniente - o adquirente ou o cessionário poderá, no entanto, intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente (art. 42, § 2º).
• Substituição das partes em caso de morte - ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores (art. 43).
• Deveres das partes - São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo (art. 14): 
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - proceder com lealdade e boa-fé;
III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;
IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.
Extensão dos deveres aos demais que participarem do processo – os deveres que o CPC estatuíra para as partes e seus procuradores foram estendidos a “todos aqueles que de qualquer forma participaram do processo” (art. 14, caput). Assim, o funcionário ou o empregado da empresa privada, por exemplo, quando convocado a informar, a fornecer dados, a exibir registros ou coisas, ou efetuar levantamentos, estarão sujeitos aos deveres de veracidade, lealdade e boa-fé e demais enunciados no art. 14 do CPC.
• Responsabilidade das partes do danos processuais - responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente (art. 16 do CPC).
• Litigância de má-fé (responsabilidade) -Reputa-se litigante de má-fé aquele que (art. 17): 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos;  
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
• Sanções pela litigância de má-fé - o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a (art. 18):
a) pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa;
b) indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu;
c) pagamento dos honorários advocatícios;
d) e indenizar por todas as despesas que o lesado efetuou.
Obs.: O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento (art. 19, § 2o).
• Direitos das partes – são direitos das partes:
	- o direito de toda pessoa que se sinta envolvida em litígio é o direito de ação como forma de obter um provimento judicial capaz de solucionar o conflito, mediante concretização da vontade da lei (art. 5º, inciso XXXV, da CF). Esse é o denominado direito de acesso à Justiça.
	- também é considerado direito processual da parte, o direito de exigir que a função jurisdicional seja regularmente exercida.
• Direito especial do litigante idoso – os litigantes idosos têm direito à preferência de tramitação, a ser observada nos procedimentos em que figurem como parte (autor ou réu) ou como terceiro interveniente pessoa com idade igual ou superior a 65 anos (art. 1.211-A, 1.211-B e 1.211-C, introduzidos no CPC pela Lei n° 10.173/2001).
• Ônus financeiro do processo – a prestação da tutela jurisdicional é serviço público remunerado, a não ser nos casos de pobreza, em que o Estado concede à parte i benefício da assistência gratuita (Lei n° 1.060/50). Por isso, tirando as exceções legais, cabe às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo (art. 19).
Obs.: custa são as verbas pagas aos serventuários da Justiça e aos cofres públicos, pela prática de ato processual conforme a tabela de lei ou regimento adequado. Pertence ao gênero dos tributos, por representarem remuneração de serviço público. Já as despesas são todos os demais gastos feitos pelas partes na prática dos atos processuais, com exclusão dos honorários advocatícios, que recebem do CPC tratamento especial.
• Antecipação das despesas – cabe a cada uma das partes o ônus processual de pagar antecipadamente as despesas dos atos que realizar ou requerer, em curso do processo (art. 19, caput).
• Custeio das despesas determinadas pelo juiz de ofício ou a requerimento do Ministério Público - compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público (art. 19, § 2º).
• Custas iniciais – cabe ao autor efetuar o preparo inicial (pagamento das custas iniciais) do processo, logo após a propositura da ação. Caso o autor não pague as custas iniciais no prazo de 30 dias, dar-se-á a extinção do processo, com cancelamento da distribuição e o arquivamento dos autos (art. 257).
• Deserção – quando a falta do preparo prévio é de custas recursais dá-se a deserção.
• Sucumbência e obrigações financeiras do processo – cabe ao vencido pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios (art. 20, caput).
Obs.: sucumbência consiste em atribuir ao vencido na causa a responsabilidade por todos os gastos do processo.
• Sucumbência recíproca – ocorre a sucumbência recíproca quando o autor sai vitorioso apenas em parte de sua pretensão. Tanto ele como o réu são, portanto, vencidos e vencedores, a um só tempo. Nesses casos, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas (art. 21).
• Fixação dos honorários advocatícios sucumbenciais - Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, atendidos (art. 20, § 3º):
a) o grau de zelo do profissional; 
b) o lugar de prestação do serviço; 
c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Obs.: note-se que o valor dos honorários advocatícios serão atribuídos em detrimento do valor da condenação e não do valor atribuído à causa.
• Honorários advocatícios arbitrados de forma eqüitativa - nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas

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