Buscar

MODELO ARTIGO 2019

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
CURSO SUPERIOR TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
MARCOS CESAR PAIVA DO NASCIMENTO 
O CRIME ORGANIZADO EM ALGUNS PRESÍDIOS BRASILEIROS E
OS REFLEXOS NA SEGURANÇA PÚBLICA
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do
Curso Superior de Tecnólogo em Segurança
Pública da Universidade Estácio de Sá –
CSTSP/UNESA, como requisito para
aprovação na disciplina de TCC em Segurança
Pública.
ORIENTADOR
Professora Kátia de Mello Santos
Fortaleza – CE
Outubro de 2018.
2
 O CRIME ORGANIZADO EM ALGUNS PRESÍDIOS BRASILEIROS E
OS REFLEXOS NA SEGURANÇA PÚBLICA.
CRIME ORGANIZED IN SOME BRAZILIAN PRISONS AND
REFLECTIONS IN PUBLIC SAFETY.
[Marcos Cesar Paiva do Nascimento]1
[Katia de Mello Santos]2
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo, investigar as consequências da atuação das organizações
criminosas dentro dos presídios brasileiros e o reflexo que isso causa na segurança pública. A
justificativa para a escolha do tema se deu face o impacto que tem causado a crise que
acomete a segurança pública no Brasil, enquanto as facções criminosas, através dos
encarcerados, promovem barbaridades dentro e fora dos presídios. Concluiu-se que o crime
organizado, no âmbito da segurança pública, é o problema que mais perturba, pela grandiosa
complexidade do funcionamento das empresas de crimes, seguido da taxa de homicídios entre
jovens, o que mais afeta a população e a segurança pública como um todo, porque tem
evoluído continuamente, constituindo-se uma das mais altas taxas quando se analisam as
causas de mortalidade geral do Brasil.
Palavras-chave: Segurança Pública; Sistema prisional; Crime organizado; Facções.
ABSTRACT
The objective of this article is to investigate the consequences of criminal organizations'
actions within Brazilian prisons and the impact that this causes on public security. The
justification for the choice of the theme was faced with the impact that has caused the crisis
that affects public security in Brazil, while the criminal factions, through the incarcerated,
promote barbarities inside and outside the prisons. It was concluded that organized crime, in
the context of public security, is the problem that most disturbs, due to the great complexity of
the operation of crime companies, followed by the homicide rate among young people, which
affects population and public safety more a whole, because it has evolved continuously, being
one of the highest rates when analyzing the causes of general mortality in Brazil.
Keywords: Public Security; Prison system; Organized crime; Factions.
1 Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail:
cesarrguita@hotmail.com
2 Especialista em Políticas de Segurança Pública e Mestre em Saúde da Família. E-mail: katia.mello@estacio.br
3
1. INTRODUÇÃO
A guerra entre organizações criminosas no interior dos presídios, mais conhecidas
como facções, reflete não só dentro do próprio ambiente em que se encontram os
encarcerados, mas também, para toda a sociedade, causando insegurança e pânico na
população. Olhando para a violência que acomete estados como Rio de Janeiro, São Paulo,
Salvador, Fortaleza, Rio Grande do Norte, entre outros, é possível inferir que a qualidade de
vida do brasileiro caiu, face o baixo desempenho do país por causa da violência. 
Em maio de 2018, em todo o Brasil, somavam-se 3.483 mortes violentas,
considerando o índice por 100 mil habitantes. Em 2017, foram quase 60 mil pessoas
assassinadas em todo o país, sendo 59.103 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas
de morte, ou seja, uma a cada nove minutos, em média, compondo os chamados crimes
violentos letais e intencionais, sendo este número o maior dos últimos anos (CAESAR; REIS,
2018).
Segundo Manso (2018), são índices decorrentes dos estados onde governos e
instituições estão politicamente fragilizados e a sociedade torna-se indefesa perante grupos
armados que visam defender interesses privados em nome da violência. Essas atividades
criminais lucrativas são financiadas pelo tráfico de drogas, iniciando com a articulação dentro
dos presídios, ou a participação de grupos de policiais ou milicianos, que pregam vender
segurança, ganhando dinheiro com o medo da população.
Para compreender a dinâmica do crime organizado nos presídios, toma-se como
exemplo o conflito de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, no ano de 2017, quando 26
presidiários foram mortos violentamente. Lembramos, ainda, as chacinas ocorridas no Estado
do Ceará, fruto de truculências patrocinadas pelas principais facções instaladas no Estado.
E assim, essa atuação das organizações criminosas tem tornado mais difícil a tarefa de
ressocialização de presos, pela falência da segurança e a escassez de condições dignas de vida
que se propõe ofertar o sistema penitenciário brasileiro, proporcionando às facções um poder
que não tem de direito, pelo contrário, o que existe é uma crise sem precedentes, enquanto os
presídios viraram escolas para aprimoramento do crime (SANTOS; CABRAL, 2016).
É com base nesse cenário que se forma o problema que este estudo pretende
responder: Quais os reflexos da atuação das organizações criminosas dentro dos presídios
brasileiros? Como isso afeta a segurança pública? E a sociedade, como é afetada?
4
Segundo Beccaria (2004), a pena tem por finalidade impedir ao réu causar novos
danos à sociedade e propagar a outros fazer o mesmo. Por outro lado, o OSP-SP
(Observatório de Segurança Pública do Estado de São Paulo, 2018), relata que a segurança
pública passou a ser um tema de importância fundamental que desafia o estado de direito,
estando, entre os problemas relacionados a esse tema, o aumento da taxa de criminalidade, a
violência policial, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, entre outros. 
Justifica-se, portanto, a realização deste estudo, face o impacto que tem causado a
crise que acomete a segurança pública no Brasil, enquanto as facções criminosas, através dos
encarcerados, promovem barbaridades dentro e fora dos presídios.
O objetivo geral deste estudo é investigar os reflexos da atuação das organizações
criminosas dentro dos presídios brasileiros e como isso afeta a segurança pública. Para tanto,
busca-se investigar como surgem as facções dentro dos presídios; descobrir como as facções
coordenam e controlam ações fora do sistema prisional e analisar como os órgãos de
segurança pública podem atuar para desestruturar o crime organizado.
Foi realizada uma pesquisa exploratório-descritiva, qualitativa, e uma pesquisa
bibliográfica, através de consulta a livros, artigos publicados em revistas eletrônicas, trabalhos
monográficos, dissertações e teses relacionados ao tema, consultando, consultando bases de
dados como SciELO e Google Acadêmico e repositórios de universidades.
O trabalho está dividido em três capítulos, sendo o Capítulo 1 a Introdução, onde é
feita uma contextualização do tema, a sua importância, justificativa, os objetivos,
problematização e procedimentos metodológicos. O Capítulo 2 trata do sistema prisional
brasileiro e no mundo, abordando conceitos sobre segurança pública e crime organizado,
como se dá essa interação entre a segurança pública e o crime organizado no Brasil. A seguir,
busca-se entender a atuação das facções criminais dentro e fora do sistema prisional brasileira,
bem como, uma compreensão sobre a estrutura da polícia brasileira no combate ao crime
organizado. Faz-se uma análise sobre o reflexo do crimine organizado na segurança pública,
para, então, conhecer as políticas públicas para combate ao crime organizado. O Capítulo 3
traz as considerações finais do autor do estudo sobre os resultados alcançados coma pesquisa,
concluindo pelo atingimento dos objetivos traçados, de forma a responder os questionamentos
inicialmente propostos. 
5
2. O SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL E NO MUNDO
A partir do século XVIII, com o desaparecimento das penas de suplício, surgiu a
humanização do Direito Penal e, no final do mesmo século, início do século XIX, o inglês
John Howard passou a considerar a criação de penitenciárias, difundindo o caráter de pena
definitiva em detrimento ao aspecto de simples custódia (CHIAVERINI, 2009).
Inspirando-se em tal modelo, os EUA (Estados Unidos da América), criou os primeiros
sistemas penitenciários, formados por uma base religiosa e, ao mesmo tempo, transformando
a pena privativa de liberdade em centro do Direito Penal, descaracterizando-a enquanto
custódia e transformando-a em punição (DI SANTIS; ENGBRUCH, 2012). 
O sistema penitenciário é entendido por Mirabete (2015) como um conjunto de
elementos inter-relacionados destinados ao cárcere, a fim de que o condenado cumpra a
pena e seja devolvido para a sociedade. 
No entendimento de Nucci (2015, p. 971), o sistema penitenciário “São os lugares
apropriados para o cumprimento da pena nos regimes fechado, semiaberto e aberto, bem
como para as medidas de segurança”. Esse entendimento está de acordo com o que prevê a
Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984, que institui a LEP (Lei de Execução Penal), conforme o
art. 82, §§ 1º e 2º, inclusive, que prevê estabelecimento apropriado à condição da mulher e de
maiores de 60 anos.
Assim sendo, a partir do que preconizou John Howard, filantropo inglês que dedicou-
se para melhorar as condições de vida nas prisões e pela ampla reforma penitenciária, foram
estabelecidos três modelos penitenciários, conforme ensina Chiaverini (2009), com base no
sistema inglês: o pensilvânico (da Filadélfia ou celular), o auburniano (sistema de Nova
Iorque), também chamado por Machado, Souza e Souza (2013) de “Silent System”, e o
progressivo (inglês ou irlandês), cada um trazendo a sua contribuição para o cumprimento da
pena privativa de liberdade. 
O sistema pensilvânico preconizou como ponto central o isolamento do preso, levando
à criação das celas de confinamento, em que presos perigosos eram instalados e isolados dos
demais detentos. O sistema auburniano, buscou corrigir as falhas do sistema pensilvânico,
criando, em 1816, a prisão de Auburn, face o aumento constante da criminalidade, possuindo,
também, o sistema de solitária, onde os detentos ficavam presos e isolados no período
noturno. As celas de confinamento eram escuras e pequenas, razão pela qual muitos dos
presos morriam ou ficavam loucos quando expostos a longos períodos de confinamento. Esse
fato levou ao trabalho conjunto e silencioso dos presos nas penitenciárias, ficando confinados
6
somente no período noturno, tornando-se essa a principal característica do sistema auburniano
(BITTENCOURT, 2015).
O sistema progressivo surgiu paralelo à pena privativa de liberdade, consolidada como
centro do sistema punitivo, deixando de existir a pena de morte, bem como os dois sistemas
prisionais anteriores, ou seja, o pensilvânico e o auburniano (BITTENCOURT, 2015).
Assim, o sistema prisional brasileiro contemporâneo tem suas origens no sistema
prisional progressivo, onde são aproveitados a boa conduta e o trabalho do preso até chegar à
sua liberdade condicional (MAIA, 2009). 
Algumas modificações foram introduzidas no modelo de sistema progressivo pelo
Brasil, prevendo o CP (Código Penal) brasileiro, em seu art. 32, três tipos de pena: as comuns
ou privativas de liberdade, as alternativas ou restritivas de direito e as de multa, sendo essa
reforma introduzida com o advento da Lei n. 7.209, de 11 de julho de 1984, que alterou
dispositivos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, entre outras
providências (MACHADO; SOUZA; SOUZA, 2013).
Uma modificação positiva em relação a legislações passadas está na separação do réu
considerando o gênero e a idade, tendo sido designadas áreas apropriadas para mulheres e
menores. Outra forma de separação era considerando a índole, os antecedentes criminais e o
grau de criminalidade do encarcerado (MACHADO; SOUZA; SOUZA, 2013).
O presidiário cumpre essas penas em três espécies de regimes prisionais, que são o
regime fechado, o semiaberto e o aberto. O regime fechado aplica-se a condenados há mais de
oito anos de prisão, ficando o preso restrito a penitenciária; o regime semiaberto é para quem
vai cumprir penas entre quatro e oito anos de prisão, caso não seja reincidente, e sendo, inicia
a pena em regime fechado. O regime aberto, o último dos regimes prisionais, é aplicável para
condenados a até quatro anos de prisão, desde que não seja reincidente, cumprindo o detento a
pena em casa ou em outro local adequado, podendo sair de dia e retornar à noite (NUCCI,
2015).
Bittencourt (2015) chama a atenção para os locais onde deverão ser cumpridos cada
um desses regimes, sendo que o regime fechado será executado em estabelecimento de
segurança máxima ou média; o semiaberto em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento
similar; e o aberto, em casa de albergado ou em estabelecimento adequado.
Mas o sistema penitenciário brasileiro, atualmente, encontra-se precário, podendo isso
ser verificado através do abandono, da falta de investimentos e pelo descaso do poder público,
que deixa de desempenhar o seu papel fundamental de humanizar o sistema penal. Conforme
Engbruch, Di Santis e D’elia (2012), exemplo disso foi o massacre do Carandiru no ano de
7
1992, onde, num excesso por parte da polícia, 111 detentos foram assassinados e 130
ficaram feridos, demonstrando que a violência que se preconiza acabar nunca foi esquecida. 
Cenas cruéis e degradantes de violência nos sistemas penitenciários brasileiros ainda
são muito comuns, mesmo após 26 dessa tragédia do Carandiru, havendo uma superlotação
da população carcerária, facções criminosas controlando os presídios e, ainda, um alto nível
de corrupção (SALLA, 2006). Todos esses fatores fizeram com que o crime se organizasse
dentro do sistema penitenciário, fazendo surgir as facções criminosas, a fim de dar voz a
movimentos de presos que queriam denunciar torturas e maus-tratos recebidos
(ENGBRUCH; DI SANTIS; D’ELIA, 2012).
Dessa forma, o próximo capítulo fala sobre o crime organizado, conceituando-o,
falando sobre o seu surgimento até a instalação das facções criminosas dentro e fora do
sistema prisional, e ainda, o papel da segurança pública para conter esse movimento.
2.1 O crime organizado no Brasil
Como surgiram as facções criminosas? O que elas buscam dentro e fora dos presídios?
Esses questionamentos foram motivadores para uma entrevista realizada por Ollair Nogueira
(2014), correspondente do Folha de Notícias de São Paulo, com um ex-presidiário que
cumpriu pena no Carandiru e que saiu daquela unidade prisional dois meses antes do
“Massacre de 1992” (destaque nosso).
Relata Nogueira (2014), que foi no final da década de 70 que presos políticos e
bandidos dividiram o mesmo espaço, uma convivência forçada que ensinou à população
carcerária como um todo que precisava se unir de forma organizada para fazer valer algumas
bandeiras e, exemplificando, citou o fim da tortura nos presídios. Isso deu origem às
organizações criminosas, como a FV (Falange Vermelha) do Rio de Janeiro, que tinha poder
de denunciar torturas de seus membros, o CV (Comando Vermelho), oriundo da FV, porém,
mais sofisticada, que já agia fora dos presídios, angariando produtos e ações e revertendo-as,
em parte, a um caixa único, a fim de promover o sustento das famílias dos presos.
No Estado de São Paulo, na década de 80, surgiu os Serpentes Negras, que exigiam
uma política de direitos humanos nosistema penitenciário e, em 1993, teve origem o PCC
(Primeiro Comando da Capital), logo após o massacre do Carandiru, reivindicando aquilo que
as organizações do passado já lutavam por conquistar. A partir do ano 2000, com a
transferência de Marco Camacho (Marcola) para o Rio de Janeiro, esse passou a conviver com
o CV e construiu relações e, dessa forma, aprimorou o PCC, passando de presos organizados
8
para organizações criminosas, ficando à frente do tráfico de drogas e de armas, contrabando,
roubos a bancos e sequestros de dentro dos presídios (NOGUEIRA, 2014).
O doutrinador Tasse (2013) considera complexo conceituar a criminalidade
organizada, ou seja, o que é, como se desenvolve, que estruturas utilizam e quais as suas
perspectivas futuras, mas, no seu ponto de vista, ela é constituída de um potencial de ameaça,
de um perigo gigantesco que causa consequências imprevisíveis e incontroláveis, visto que é
uma reiteração criminosa, que tem por objetivo o lucro, com hierarquia bem desenvolvida e
rígida, que tem uma visão empresarial voltada para negócios ilegais e atividades
compartimentadas, em diferentes áreas de interesse.
A Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013, que define organização criminosa e dispõe
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal, entre outras providências, em seu art. 1º § 1º, assim define organização
criminosa: 
[...] a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de
obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional (BRASIL, 2013, ONLINE).
Essa definição está contida na Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Transnacional, homologada pelo Brasil no ano de 2004, através do Decreto n. 5.015, de 12 de
março de 2004, que promulgou a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional (BRASIL, 2004). 
No entanto, por ser a lei 12.850/2003 mais recente, exige a participação de, no
mínimo, quatro pessoas na organização enquanto a lei anterior (Lei 12.694, de 24 de julho de
2012), exigia três ou mais pessoas. Segundo a doutrina, essa reunião de, no mínimo, quatro
pessoas, articula-se com o tipo anterior, conforme preconizado no CP em seu art. 288, que era
a formação de quadrilha ou bando (TASSE, 2013).
Assim, o que resta é o enfrentamento ao crime organizado, a partir do momento em
que se busca entender a atuação das facções criminosas dentro e fora dos presídios, o que se
discute a seguir, afim de serem implementadas políticas públicas para evitar a multiplicação
das mesmas.
2.2 A atuação das facções criminosas dentro e fora do sistema prisional brasileiro
O que se preconiza é que as organizações criminosas nasceram dentro dos presídios
(OLLAIR NOGUEIRA, 2014; LACERDA, 2018), tendo como fator impulsionador a
9
superlotação, passando a utilizá-los como quarteis generais, visando dominar o tráfico de
drogas, estabelecer regras de convívio e controlar a violência que se espalha dentro e fora dos
presídios (LACERDA, 2018), ganhando força no ano de 2000, através da união do PCC com
o CV (OLLAIR NOGUEIRA, 2014). 
O PCC, que tem origem nos presídios do Estado de São Paulo, atua em todas as 26 UF
(Unidades da Federação) e o DF (Distrito Federal). O CV, em 2017, além do Rio de Janeiro,
atuava em mais 14 estados. Entre as maiores facções, a FDN (Família do Norte), também a
mais recente em presídios do Norte e rival do PCC, com atuação no Amazonas, Roraima e
Pará, atuou nas últimas rebeliões de Manaus, Roraima e Rio Grande do Norte (DELGADO,
2017). 
As gangues e os grupos armados que sitiam as favelas são uma forma de manifestação
da estruturação das atividades das organizações criminosas no Brasil, como a cidade do Rio
de Janeiro, onde grupos criminosos dominam uma grande extensão dos bairros, produzindo
vítimas, incluindo a população civil, cujos os protagonistas são, na maioria das vezes, jovens
criados sem a supervisão e controle dos pais e que passam a se envolver com grupos
delituosos ou mesmo com as gangues (AMORIM, 2005).
Essa é, também, a premissa de Campos e Santos (2005), que não vêm a origem das
organizações criminosas nas prisões, mas nas favelas do Rio de Janeiro, com o descaso do
Estado, que fez surgir uma geração de excluídos que se organizou para suprir necessidades
básicas de sobrevivência.
Em 2014, o PCC já tinha uma estrutura financeira de cerca de R$ 1 milhão mensal,
verba essa utilizada para financiar outros tipos de crimes. Na entrevista que concedeu a Ollair
Nogueira (2014), o ex-detento do Carandiru afirmou que o dinheiro arrecadado pelas
organizações criminosas financia cursos para alguns de seus membros, por exemplo, de
segurança privada, a fim de aprenderem a manusear armas mais modernas, e explosão de
caixas.
Em 2017 a população carcerária era de 622,2 mil presidiários ocupando espaço para
371 mil e obrigando presos a se revezam para dormir. Um crescimento de, aproximadamente,
7% ao ano e, desses presos, 40% ainda não foram julgados, fruto da prisão de usuários de
drogas que são enquadrados como traficantes (LACERDA, 2018). 
Essa alta demanda de presos nos presídios brasileiros é um fator agravante, porque o
encarceramento não produz resultados, já que pequenos infratores terminam saindo bandidos
das prisões ao cumprirem suas penas, por conta das outras pessoas periculosas que conheceu
10
e, nesse diapasão, é preciso reduzir o número de pessoas privativas de liberdade (BRANDÃO,
2017). 
No entanto, as facções estão cada dia mais fortalecidas no sistema prisional brasileiro.
Foram 401 execuções em presídios no ano de 2016 e, em 2017, no Estado do Amazonas,
foram 60 detentos mortos, chocando o Brasil e o mundo, em razão de guerra entre as facções
criminosas, o que expõe a fragilidade do sistema penitenciário do país, porque as facções
estão tomando de conta das cadeias e somando, pelo menos, um total de 83 em presídios
(BRANDÃO, 2017), a maioria com atuação estadual e local (DELGADO, 2017).
Mas, acredita-se que esse número é subestimado pelas autoridades, já que muitas
facções têm vida curta, algumas, durando meses e, muitas vezes, semanas. Outra
característica, é que nem sempre as facções estão voltadas para o crime, mas apenas para
defender interesses dos presos ou para formar seitas religiosas, como, por exemplo, a Seita
Satânica, instalada na Paraíba (SCHABBACH, 2011). 
É um contexto que mostra que as facções são resultantes da amplitude do aparato
prisional e da violação de direitos existente dentro deles. Exemplificando, há ajuda para
bancar advogados, doação de cestas básicas e pagamento de viagens a familiares que moram
longe (MALVEZZI FILHO, 2018, p. 3). É um clube do crime que existe para o domínio
nacional do tráfico de rua. Por isso, atuam dentro do sistema penitenciário diretamente com as
facções rivais para dominarem todos os presídios brasileiros. O objetivo é monopolizar o
tráfico de drogas e obrigar criminosos a prestar contas diretamente com os chefes do tráfico
(PAGNAM, 2017).
Para se sustentarem economicamente, as organizações criminosas vivem de
mensalidades, chamadas dízimos, pagas por presidiários e por aqueles que estão do lado de
fora dos presídios, os chamados “soldados” (CAMPOS; SANTOS, 2005) e recebem lucros
sobre assaltos, furtos, sequestros e tráfico (AMORIM, 2005). Esse dinheiro paga despesas
advocatícias, ajuda as famílias dos presos, compra armas, entre outras ações que se promove
dentro e fora dos presídios (CAMPOS; SANTOS, 2005). 
Fora dos muros dos presídios, as atividades das facções são intensas, citando algumas,colaboram com filiados na realização de assaltos à mão armada e sequestros; dividem lucros
percentualmente para cuidar dos vendedores de boca de fumo; cuidam de simpatizantes das
comunidades (como os funkeiros, que lhes fazem apologias); alugam arsenais para outros
criminosos; mantêm favelas; financiam enterros; e muito mais (AMORIM, 2005).
Toda a arrecadação das facções é aplicada em estruturas lícitas, em forma de abertura
de empresas e aplicações em bolsas de valores, a fim de legalizar o lucro ilícito (CAMPOS;
11
SANTOS, 2005) e esse funcionamento das facções forma um entrelaçamento entre estruturas
de oportunidades legítimas e ilegítimas, necessitando de profissionais como pilotos, juízes,
advogados, banqueiros, tesoureiros, economistas, procuradores, entre outros. De forma
didática, é aplicar o dinheiro ilícito em atividades ou aquisições lícitas, através de operações
legais (SCHABBACH, 2011).
Portanto, as organizações criminosas são empresas de crimes, com tecnologias de
ponta e crescimento econômico entrelaçado com a economia do país, com novos padrões de
comportamento, que relaciona crime e violência associado ao uso de drogas, ou seja, uma
violência social que se refere à vida coletiva da comunidade (CAMPOS; SANTOS, 2005).
A violência que empregam dentro e fora dos muros dos presídios se dão por motivos
banais, relacionados a vingança, conflitos e chacinas, tudo por conta da rivalidade daqueles
que exercem atividades criminosas. São famílias desestruturadas, o alcoolismo, jovens com
pouca ou nenhuma supervisão dos pais, o envolvimento com gangues e agressões, as quais o
poder público não consegue intervir (BEATO; ZILLI, 2012). 
As mortes do Amazonas e de Alcaçuz, por exemplo, foram provocadas, de fato, por
conta de guerra entre as facções PCC e FDN, uma violência a qual estão submetidos presos
que vivem em prisões superlotadas, tendo como principal fator a vingança e a maneira como
os presos desejam cumprir suas penas, ou seja, como viverão os próximos anos de suas vidas
(LACERDA, 2018). 
Mas a taxa crescente de criminalidade urbana não é exclusiva do Brasil, apesar de se
apresentar mais visível nas grandes metrópoles brasileiras, e agora, também, em boa parte das
médias e grandes cidades, o que traz insegurança perante a violência e o crime. São rebeliões,
o dano ao patrimônio público, policiais e civis feridos e mortos, trazendo um sentimento de
insegurança na sociedade (RAMALHO, 2008). 
Dessa forma, parece que a justiça permanece a mesma apesar da evolução da
criminalidade e da violência, bem como o número de pessoas encarceradas, tornando-se o
Estado quase que incapaz para imprimir a lei e a ordem social, o que nos leva a investigar, no
capítulo que segue, como anda a estrutura da polícia brasileira para combater o crime
organizado no Brasil.
2.3 A estrutura da polícia brasileira no combate ao crime organizado 
As facções criminosas atuam em rede, possuem um poder que é subestimado no Brasil
e prosperam em função do vazio deixado pelos estados, pelas brechas da corrupção e pela
falta de proteção policial, exigindo combate ao crime organizado, porém, não possui o país,
12
como um todo, capacidade e nem perícia para tal. A polícia é mal remunerada, não trabalha
em conjunto (polícia civil x polícia militar), o que gera rivalidade, por invadir, muitas vezes,
as funções uma da outra, facilitando a ação do crime organizado (AMORIM, 2005). 
O argumento do doutrinador Nucci (2015) é que para combater o crime organizado
importante seria que o Poder Executivo cumprisse todos os dispositivos do CP e da LEP,
fielmente, desde o seu início, que certamente ele hoje não estaria tão organizado. 
Já para Lima, Bueno e Mingardi (2016) é preciso promover reformas significativas nas
estruturas das instituições policiais e de justiça criminal para prevenir e reduzir a violência
urbana, na maior parte das vezes, através do uso de AF (armas de fogo), um dos mais graves
problemas sociais brasileiros, com taxas de crimes letais acima da média internacional.
Exemplo disso é o PCC, que não mede esforços para ser hegemônico, fato esse que
afronta a estrutura do Direito Penal, obrigando o Estado a ser mais agressivo, especializado e
ágil, a fim de combater tais empresas do crime através de políticas públicas. Precisa maior
especialização da polícia para acessar os recursos tecnológicos que possuem as organizações
criminosas, assim como, afastar da cúpula policial aqueles que são corruptos e que estão
inseridos dentro delas (CAMPOS; SANTOS, 2005).
Mas no entender de Bombig e Correa (2012), esse embate somente será possível
através de competência e de várias frentes, como a distribuição correta de recursos e a
utilização, de forma eficaz, da força ostensiva da PM (Polícia Militar). É preciso um serviço
de inteligência nacional, retomar o controle dos presídios, unificar um banco de dados entre as
forças policiais, formar parcerias entre PM e Polícia Civil, fortalecer e, principalmente,
reforçar o policiamento ostensivo, para, então, retomar o território. 
Sobre essa questão, Santos (2007) entende que a integração das instituições policiais é
uma ação básica, estando as PM estaduais preparadas para atuar no policiamento ostensivo,
enquanto as Polícias Civis estão mais sujeitas a influências políticas, por isso, amargam a
precariedade de meios, porém, ambas devem ser constantemente estimuladas e incentivadas,
por serem essenciais em suas funções de segurança pública.
Há de se pensar, ainda, o forte armamento que o crime organizado ostenta, com alto
impacto de destruição, fruto do tráfico internacional e do monitoramento mal realizado nos
portos, aeroportos e fronteiras brasileiras. Quanto à corrupção policial, há hoje novas formas
de atuação ilegal de agentes públicos, sem contar a alta taxa de mortalidade de agentes
policiais e da letalidade das ações policiais, muito superiores às dos países desenvolvidos
(LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016).
13
Sob essa égide, Loche (2010), indicou três critérios utilizados rotineiramente para
aferir o uso da força letal dos policiais brasileiros: a relação entre o número de civis e policiais
mortos; a razão entre civis feridos e mortos pela polícia; e o número de civis mortos pelas
polícias considerando o total de homicídios dolosos, cujos os resultados permitem dizer que
há excessos pela polícia quanto ao uso da força letal.
Assim sendo, importante analisar os reflexos do crime organizado para a segurança
pública, visando, posteriormente, entender como se dá o gerenciamento da crise no sistema
penitenciário brasileiro através de suas políticas públicas.
2.4 O reflexo do crime organizado na segurança pública
O crime organizado é considerado a principal ameaça enfrentada pela sociedade
brasileira na atualidade, necessitando, urgentemente, de soluções por parte do Estado de
direito. Nesse diapasão, Xavier (2017) é enfático em sua afirmativa que o crime organizado,
no âmbito da segurança pública, é o problema que mais perturba, por ser de grandiosa
complexidade e ocorrência difusa.
Ministro do Gabinete Institucional de Segurança Pública, Sr. Sérgio Etchegoyen, em
entrevista concedida a Lisboa (2017), manifestou que considera o crime organizado a maior
ameaça que pode a sociedade brasileira enfrentar atualmente, e que isso precisa ser entendido
com clareza, porque não se trata apenas de tráfico de drogas, mas de comércio ilegal de
armas, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas e bens naturais.
Essas questões chegam a uma das principais preocupações que são as fronteiras
(LISBOA, 2017; LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016), levando à insegurança em centros
urbanos, como no Rio de Janeiro (LISBOA, 2017), sem considerar, ainda, as altas taxas de
outros crimes violentos, como roubos, sequestros, lesões e mortes pela polícia (LIMA;BUENO; MINGARDI, 2016). São através dessas vulnerabilidades das fronteiras que o
armamento de guerra e o entorpecente das quadrilhas chegam, geralmente, do Paraguai,
escondidos em carros e carretas, enquanto os carregamentos de drogas, como a cocaína,
partem da Bolívia, do Peru e da Colômbia (BOMBIG; CORREA, 2012).
Observa-se, então, uma diversificação de atividades e de mercado do crime organizado
ameaçando globalmente a segurança pública e enfraquecendo economias, já que as facções
controlam territórios, mercados e populações, e se apoiam mutuamente, valendo-se de redes
de influências e corrupção (CUNHA, 2011). 
As facilidades do mundo globalizado (transportes, comunicações e o comércio
intenso), possibilitam essas ações do crime organizado transnacional (AZEVEDO et al.,
14
2002), porque o narcotráfico prosperou no país, justamente pela agilidade dos contraventores
e das condições econômicas e sociais que lhes são favoráveis, somado à inexistência de uma
política antidroga consistente (GHERING, 2012).
A entrada de celulares no sistema carcerário é um fator facilitador de comunicação dos
chefes das facções com os comparsas que estão em liberdade, chegando os equipamentos nos
presídios através da população carcerária feminina, que tem aumentado, a maioria presa por
transportar drogas a pedido dos companheiros privados de liberdade, chegando a 66% o
crescimento dessa população em 2017 (BOMBIG; CORREA, 2012).
Outro dado importante de se registrar é que 40% dos encarcerados são formados por
presos provisórios, seguido de sentenciados em regime fechado (38%). Os demais presos
provisórios são sentenciados em regime semiaberto (15%) e os de regime semiaberto (6%).
Por medida de segurança – internação: 1% (SANTOS et al., 2017).
Entre os estados que possui mais presos provisórios, o Ceará abriga 66% contra 65%
do Sergipe. Abaixo da média nacional, com 32%, está o Estado de São Paulo. Esses números
são alarmantes para Barbon e Turollo Jr (2017), porque o Brasil já ocupa a quarta maior
população carcerária do mundo e a terceira maior taxa de encarceramento por 100 mil
habitantes. Conforme Santos et al. (2017) no Infopen de 2016 os crimes relacionados ao
tráfico de drogas são a maior incidência que leva pessoas às prisões, com 28% da população
carcerária total. 
Todas essas questões levaram à interiorização da violência no país e o aumento de
assassinatos, principalmente, no Norte e Nordeste. Mas a violência maior que afeta a
segurança e a população como um todo é a taxa de homicídios entre jovens, em função da sua
evolução contínua, constituindo-se uma das mais altas taxas quando se analisam as causas de
mortalidade geral do Brasil (ANDRADE; BRAGA FILHO, 2016, p. 194).
Isso foi comprovado no Mapa da Violência de Waiselfisz (2016), que mostrou a
necessidade de um controle de AF no Brasil, por ser uma questão, entre outras, de crescente
atenção na mídia e na produção intelectual do país e por representar alto índice de
mortalidade. 
Andrade e Braga Filho (2016) concordam que o homicídio e a violência têm como
uma das causas o aumento do número de armas entre a população, mas a questão da violência
é complexa, na maior parte das vezes, está associada à pobreza, a falta de amparo público para
famílias carentes, somados ao desemprego e, ainda, a carência de recursos financeiros para a
segurança pública e a desorganização das instituições responsáveis por disciplinar a ordem
pública no país, entre outros fatores que podem ser incluídos em um amplo debate.
15
Nesse contraponto, Lima, Bueno e Mingardi (2016) acreditam que o que está faltando
para o país é um projeto de governança direcionado para as polícias brasileira e alinhamento
das políticas de segurança pública, de forma a atender aos requisitos da democracia e a
garantia de direitos humanos.
Nesse contexto, o sistema prisional brasileiro se apresenta em um cenário hostil, de
alta complexidade, por conta da instabilidade, devendo haver uma resposta imediata por parte
dos órgãos de segurança pública (ÁVILA NETO et al., 2018).
Isso demonstra a necessidade premente de políticas públicas ou operacionais
energéticas que combatam o crime organizado e garantam a proteção das pessoas contra a
violência e a insegurança, o que passaremos a discutir no próximo capítulo.
2.5 Políticas públicas para combate ao crime organizado
Os presídios brasileiros hoje são escolas de formação do crime organizado e
verdadeiros depósitos de presos ociosos (BOMBIG; CORREA, 2012), dessa forma, em seus
interiores, a visibilidade do crime organizado é como uma bomba que pode explodir a
qualquer momento, por serem habitados por criminosos confinados e que assumiram o
comando dos presídios (SANTOS, 2007), o que, no entender de Genena (2014), é um
movimento da população carcerária, por causa, principalmente, do descaso do poder público.
Com a intenção de combater essa criminalidade e o crime organizado, políticas
públicas foram estabelecidas, a partir do ano de 1995 quando foi editada a Lei n. 9.034, que
dispunha sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações
praticadas por organizações criminosas e revogada pela Lei n. 12.850/2013.
Em 2001, foi editada a Lei n. 10.217, de 11 de abril, alterando a lei n. 9.034/95 e, em
seu art. 2º, inc. V, permitiu a “infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas
de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circunstanciada
autorização judicial”. Em seu § Único, está determinado que “A autorização judicial será
estritamente sigilosa e permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração”
(BRASIL, 2001). O objetivo dessas infiltrações, conforme Genena (2014), é prever, prevenir
e reprimir atos delituosos de qualquer natureza ou outros que sejam de interesse da segurança
pública.
No ano de 2003, foi promulgada a Lei n. 10.792, de 1º de dezembro, que alterou a
LEP, criando o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em seu art. 52, § 2º, estabelecendo
que está sujeito de forma igualitária ao RDD “o preso provisório ou o condenado sob o qual
16
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em
organizações criminosas, quadrilha ou bando” (BRASIL, 2003).
Para Genena (2014), o advento desta Lei foi uma resposta ao crescente aumento da
criminalidade no país que assombra a sociedade com sua atuação dentro e fora dos
estabelecimentos prisionais, ao mesmo tempo que clama por uma resposta do Estado,
aplicando uma nova modalidade de sanção disciplinar, a fim de manter a disciplina e a ordem
sobre os presos e suas conexões dentro e fora dos presídios.
Ainda no ano de 2003, iniciou no Brasil a campanha do desarmamento, tendo como
bojo a publicação da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro, conhecida como Estatuto do
Desarmamento, e que dispõe sobre registro, posse e comercialização de AF e munição, entre
outras providências. Essa estratégia, segundo Waiselfisz (2016), ocorreu em função da
evolução e do ininterrupto aumento das taxas de homicídio por AF, que demonstrou ser
eficiente no primeiro ano de vigência, no entanto, em 2013, sete anos após, foi possível
verificar regressão nas respectivas taxas, sendo necessárias mais reformas.
No ano de 2007, veio a criação do PRONASCI (Programa Nacional de Segurança
Pública com Cidadania), através da Lei n. 11.530, de 24 de outubro, com o objetivo de
“articular ações de segurança pública para a prevenção, controle e repressão da criminalidade,
estabelecendo políticas sociais e ações de proteção às vítimas”, conforme art. 2º da
regulamentação (BRASIL, 2007), redação dada pela Lei n. 11.707, de 19 dejunho de 2008,
que alterou essa legislação.
Segundo Beato e Zilli (2012), em função do PRONASCI, foram feitas intervenções
pelo Governo Federal, através da alocação de recursos em projetos de reordenação urbana e
construção de novas unidades habitacionais, no entanto, não foram restabelecidas as
condições mínimas necessárias para que ações sociais fossem implementadas de maneira
efetiva e contínua.
Em 2015, o Deputado João Campos, Relator da Subcomissão de Combate ao Crime
Organizado, em entrevista concedida a Haje (2015), já se manifestava sobre a necessidade das
reformas comentadas por Waiselfisz (2016), afirmando que a legislação de combate ao crime
organizado avançou no Brasil desde a aprovação da Lei n. 12.850/13, assim como do
aprimoramento da legislação de combate ao crime da lavagem de dinheiro, com a edição da
Lei n. 12.683, de 9 de julho de 2012, para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes
dessa espécie, porém, ao seu entender, faltam instrumentos para torná-las efetivas,
reafirmando a necessidade de reforma no CPP (Código de Processo Penal).
17
À luz da doutrina, Tasse (2013) considera a edição da Lei n. 12.850/13 um esforço do
Estado de direito para pulverizar o afastamento das garantias fundamentais daquelas pessoas
acusadas de praticar infrações penais. Ela autoriza o uso de meios excepcionais de persecução
de um modelo autoritário ou mesmo daqueles de sociedades que vivem sob conflitos
extremos, por exemplo, em guerras civis, a fim de normalizar o dia a dia do processo penal
brasileiro.
Nos argumentos de Genena (2014), a legislação brasileira disciplina, de forma
detalhada, toda a ação controlada e inclui estratégias de colaboração premiada e infiltração de
agentes no crime organizado, por isso, crê que a Lei 12.850/13 colabore com as atividades de
inteligência no combate ao crime organizado. 
Como parte das políticas públicas para o combate à criminalidade, no ano de 2012 foi
editada a Lei n. 12.681, de 4 de julho, instituindo o SINESP (Sistema Nacional de
Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas), entre outras providências
(BRASIL, 2012), alterada em 2018 pela Lei n. 13.604, de 9 de janeiro, que tornou obrigatória
a publicação da taxa de elucidação de crimes de forma padronizada (BRASIL, 2018). 
No parecer de Bombig e Correa (2012) foi uma legislação que veio para corrigir o
problema das facções criminosas, a partir do momento que a rede gerenciada pelo MJ
(Ministério da Justiça) coleta, analisa e atualiza as informações das forças de segurança,
focando três áreas críticas que são o combate à criminalidade, o controle dos presídios e o
enfrentamento ao tráfico de drogas. 
As informações do SINESP são divulgadas, também, na internet e a omissão de dados,
mesmo que por categorização divergente, compromete as ações de combate à violência, por
isso, não fornecendo ou não atualizando o estado os seus dados, fica impedido de receber
recursos e de celebrar parcerias com a União para financiamento de programas, projetos ou
ações de segurança pública e do sistema prisional, pela importância da análise estatística
criminal disponível no sistema, fundamental para a gestão da segurança pública (CÂMARA
DOS DEPUTADOS, 2018).
Todos esses instrumentos aqui abordados não são eficientes no enfrentamento da
criminalidade e no combate à violência, é o que afirmam Carvalho e Fátima e Silva (2011),
por não oferecerem à população o nível de segurança adequada, seja individual ou coletiva,
porque, sem articulação das ações de segurança pública, o contexto social apresenta
inconsistência e insatisfação nos seus resultados.
Essa é também a opinião de Lima (2017), quando afirma que segurança pública não é
feita somente de burocracia, representada pelas normas legais, mas de condições políticas
18
para que sejam absorvidas as regras envolvidas no cotidiano dessa burocracia e que os
governos não se sintam constrangidos caso não as sigam. O que precisa, de acordo com Beato
e Zilli (2012), é maior clareza sobre que mecanismos e práticas devem ser implementadas
para que a legitimidade das intervenções do Estado de direito seja garantida para o
enfrentamento do crime organizado.
A sugestão de Bombig e Correa (2012) é que haja punição para crimes de menor
potencial com penas alternativas, por exemplo, na forma de prestação de serviços à
comunidade, situação já prevista no CP. Outra alternativa seria construir cadeias menores, não
excedendo a 150 vagas, portanto, o objetivo é sanar a segurança pública, reforçando
corregedorias para fins de eliminação de maus policiais, além de fazer uma melhor seleção de
novos candidatos.
Para Lima, Bueno e Mingardi (2016), precisam ser estabelecidas regras
regulamentadoras para criar um vínculo entre as polícias dos diversos âmbitos (federais,
estaduais, civis e militares), para que sejam produzidos no país ordenamentos diversos que
visem a solução dos problemas de segurança e violência similares nas diversas esferas.
É preciso haver controle institucional sobre as organizações criminosas, sugere
Genena (2014) e ser vencido o medo existente da criminalidade organizada, que levam a
diversas alterações nas legislações penal e processual penal.
Portanto, muitos são os reflexos que o crime organizado traz para os presídios e para a
sociedade, principalmente, para a segurança pública do país, de forma que o estado crie
mecanismos para reprimir e prevenir suas ações, que são cada vez mais frequentes e ousadas,
respeitando, acima de tudo, a legislação que regulamenta o tema. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existem duas vertentes na literatura e na doutrina para o surgimento das organizações
criminosas que são a superlotação dos presídios e as favelas do Rio de Janeiro, mas o objetivo
maior é o mesmo, ou seja, dominar o tráfico de drogas. 
Essa superlotação acontece porque os presídios hoje comportam mais presos do que o
número de vagas disponíveis, compondo, a maior parte dos encarcerados, de presos
provisórios. Dessa forma, o sistema prisional brasileiro é instável, tornando-se a superlotação
uma das causas que mais favorece o crime organizado, ao mesmo tempo que afeta a segurança
pública, fazendo com que a sociedade cobre uma resposta imediata por parte dos diversos
órgãos envolvidos.
19
Dentro ou fora do sistema prisional, as facções criminosas atuam em rede diretamente
com as facções rivais para que todos os presídios sejam dominados e o tráfico de drogas
monopolizados. Assim, são muitos os reflexos que a atuação do crime organizado pode trazer
para a segurança pública, no entanto, uma das principais preocupações hoje são,
principalmente, as vulnerabilidades das fronteiras, por onde entram e saem drogas,
armamentos e munições.
Em função de todo esse cenário que se desenha, a sociedade é amplamente afetada,
porque a criminalidade está fortemente armada e, a violência urbana, na maior parte das
vezes, se dá através do uso de armas de fogo, que se constitui em um dos mais graves
problemas sociais brasileiros, com taxas de crimes letais acima da média internacional.
Trata-se de um quadro de violência do país que gera altas taxas de crimes letais,
fazendo com que o Brasil ocupe o ranking de um dos países mais violentos do mundo, já que
as ações do crime organizado são beneficiadas pelas facilidades disponíveis, como a
colocação de aparelhos celulares dentro de presídios, fazendo aumentar o número de mulheres
encarceradas e possibilitando a comunicação dos chefes do tráfico com os seus soldados fora
dos muros dos presídios para o comércio intenso de drogas e armas de fogo.
Dessa forma, é preciso que os órgãos de segurança atuem de forma a desestruturar o
crimeorganizado e a criminalidade, implementando políticas públicas eficientes. Um dos
caminhos que se pode percorrer é a distribuição correta de recursos e a utilização, de forma
eficaz, da força ostensiva da Polícia Militar. Outra alternativa que se mostrou presente neste
estudo é formar parcerias entre Polícia Militar e Polícia Civil, a fim de promover maior foco
no policiamento ostensivo. Ficou evidente, ainda, que necessita uma maior especialização das
polícias, de disponibilizar a elas, pelo menos, os mesmos recursos tecnológicos que possuem
as organizações criminosas, para que o controle dos presídios seja retomado.
Dessa forma, respondendo ao questionamento inicial e ao objetivo geral deste estudo,
concluímos que o crime organizado, no âmbito da segurança pública, é o problema que mais
perturba, pela grandiosa complexidade do funcionamento das empresas de crimes, seguido da
taxa de homicídios entre jovens, o que mais afeta a população e a segurança pública como um
todo, porque tem evoluído continuamente, constituindo-se uma das mais altas taxas quando se
analisam as causas de mortalidade geral do Brasil.
Mas esse assunto não se encerra e há muito a ser investigado, porque necessita o Brasil
de um direcionamento para as polícias brasileiras, concomitantemente com o alinhamento das
políticas de segurança pública, de forma a prevenir e reduzir a violência urbana, com o efetivo
controle do uso de armas de fogo, ficando esses temas como sugestões para novas pesquisas.
20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, Carlos. CV _PCC a irmandade do crime. Rio de Janeiro: Record, 2005.
ANDRADE, Leonardo; BRAGA FILHO, Hélio. A interiorização da violência social – uma
análise do interior paulista. DRd – Desenvolvimento Regional em Debate, v. 6, n. 1, p. 192-
217, jan./jul. 2016.
AZEVEDO, Daniel Lorenz de et al. Atividade de inteligência na prevenção do crime
organizado: sexta parte. In: SEMINÁRIO ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL
– CONTRIBUIÇÕES PARA A SOBERANIA E A DEMOCRACIA, Brasília, 2002. Anais...
Câmara dos Deputados, Brasília, DF, p. 191-224, nov. 2002.
ÁVILA NETO, Alfredo Moreira et al. O gerenciamento de crise em rebeliões no sistema
penitenciário brasileiro. Revista Eletrônica Direito e Conhecimento, Arapiraca, n. 3, v. 1,
jan./jun. 2018. 
BARBON, Júlia; TUROLLO Jr., Reynaldo. Brasil ultrapassa Rússia e agora tem 3ª maior
população carcerária do mundo. Jornal Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, São Paulo, 08
dez. 2017. 
BEATO, Cláudio; ZILLI, Luís Felipe. A estruturação de atividades criminosas – um estudo de
caso. Revista Brasileira de Ciências Sociais RBCS, São Paulo, v. 27, n. 80, p. 71-84, out.
2012.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Trad. Vicente Sabino Júnior, São Paulo: Editora
CD, 2004.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
BRANDÃO, Marcelo. Más condições das prisões facilitam crescimento de facções, dizem
especialistas. EBC Agência Brasil [Online], Manaus, 14 jan. 2017. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-01/mas-condicoes-das-prisoes-facilitam-
crescimento-de-faccoes-dizem-especialistas>. Acesso em: 13 set. 2018.
BRASIL. Lei n. 13.604, de 9 de janeiro de 2018. Altera a Lei nº 12.681, de 4 de julho de
2012, que institui o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e
sobre Drogas - SINESP, tornando obrigatória a publicação da taxa de elucidação de crimes de
forma padronizada. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 de janeiro
de 2018, p. 2.
______. Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013. Define organização criminosa e dispõe sobre a
investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, 05 de agosto de 2013, p. 3, Edição Extra. 
______. Lei n. 12.694, de 24 de julho de 2012. Dispõe sobre o processo e o julgamento
colegiado em primeiro grau de jurisdição de crimes praticados por organizações criminosas;
altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, o Decreto-Lei
no3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e as Leis nos 9.503, de 23 de
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-01/mas-condicoes-das-prisoes-facilitam-crescimento-de-faccoes-dizem-especialistas
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-01/mas-condicoes-das-prisoes-facilitam-crescimento-de-faccoes-dizem-especialistas
21
setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, e 10.826, de 22 de dezembro de 2003; e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 25 de julho
de 2012, p. 3. 
______. Lei n. 12.683, de 9 de julho de 2012. Altera a Lei no 9.613, de 3 de março de 1998,
para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 de julho de 2012, p. 1. 
______. Lei n. 12.681, e 4 de julho de 2012. Institui o Sistema Nacional de Informações de
Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas - SINESP; altera as Leis nos 10.201, de 14 de
fevereiro de 2001, e 11.530, de 24 de outubro de 2007, a Lei Complementar no79, de 7 de
janeiro de 1994, e o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal; e revoga dispositivo da Lei no 10.201, de 14 de fevereiro de 2001. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, 05 de julho de 2012, p. 1.
______. Lei n. 11.707, de 19 de junho de 2008. Altera a Lei no 11.530, de 24 de outubro de
2007, que institui o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania -
Pronasci. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 20 de junho de 2008, p.
3.
______. Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
define crimes e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, 23 de dezembro de 2003, p. 1.
______. Lei n. 10.792, de 1º de dezembro de 2003. Altera a Lei no 7.210, de 11 de junho de
1984 - Lei de Execução Penal e o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de
Processo Penal e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, 02 de dezembro de 2003, p. 2. 
______. Lei n. 10.217, de 11 de abril de 2001. Altera os arts. 1o e 2o da Lei n. 9.034, de 3 de
maio de 1995, que dispõe sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e
repressão de ações praticadas por organizações criminosas. Diário Oficial Eletrônico [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, 12 de abril de 2001, p. 1. 
______. Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995. Dispõe sobre a utilização de meios operacionais
para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas. Diário Oficial
Eletrônico [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 4 de maio de 1995, p. 6241.
(Revogada).
______. Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a lei de execução penal. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, 13 de julho de 1984, p. 10.227.
______. Lei n. 7.209, de 11 de julho de 1984. Altera dispositivos do Decreto-Lei n. 2.848, de
7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e dá outras providências. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, 13 de julho de 1984, p. 010217.
______. Decreto n. 5.015, de 12 de março de 2004. Promulga a Convenção das Nações
Unidas contra o Crime Organizado Transnacional. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, 15 de março de 2004, p. 1. 
22
______. Decreto-Lei n. 2848, de 7 de dezembro de 1940. DiárioOficial [da] República
Federativa do Brasil, Rio de Janeiro, 03 de janeiro de 1941, p. 61.
______. Ministério da Saúde. Plano nacional de saúde no sistema penitenciário. 2. ed. –
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005. Série B. Textos básicos de saúde.
BOMBIG, Alberto; CORREA, Hudson. 6 caminhos para combater o crime organizado.
Revista Época, Caderno de Segurança Pública, 08 dez. 2012. Disponível em:
<http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/12/6-caminhos-para-combater-o-
crime-organizado.html>. Acesso em: 20 set. 2018.
CAESAR, Gabriela; REIS, Thiago. Monitor da violência – Brasil registra quase 60 mil
pessoas assassinadas em 2017. Portal Globo G1, 11 mai. 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/brasil-registra-quase-60-mil-pessoas-
assassinadas-em-2017.ghtml>. Acesso em: 21 ago. 2018.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Sistema nacional de informações de segurança pública terá
taxa de elucidação de crimes. Câmara Notícias, Brasília, 11 jan. 2018. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/551626-SISTEMA-
NACIONAL-DE-INFORMACOES-DE-SEGURANCA-PUBLICA-TERA-TAXA-DE-
ELUCIDACAO-DE-CRIMES.html>. Acesso em: 21 set. 2018.
CAMPOS, Lidiany Mendes; SANTOS, Nivaldo dos. O crime organizado e as prisões no
Brasil. Belém: Ministério Público do Estado do Pará, 2005. 
CARVALHO, Vilobaldo Adelídio de; FÁTIMA E SILVA, Maria do Rosário de. Política de
segurança pública no Brasil – avanços, limites e desafios. R. Katál., Florianópolis, v. 14, n. 1,
p. 59-67, jan./jun. 2011.
CASTRO, Bruno Ronchetti. Relatório de gestão – Supervisão do departamento de
monitoramento e fiscalização do sistema carcerário e do sistema de execução de medidas
socioeducativas – DMF. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2007.
CHIAVERINI, Tatiana. Origem da pena de prisão. 2009. 132f. Dissertação (Mestrado em
Direito), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.
CUNHA, Danilo Fontenele Sampaio. Criminalidade organizada – antigos padrões, novos
agentes e tecnologias. Ponto Urbe Revista do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, São
Paulo, v. 8, jul. 2011. 
DELGADO, Malu. Brasil tem pelo menos 83 facções em presídios. DW Notícias Brasil, 17
jan. 2017. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/brasil-tem-pelo-menos-83-fac
%C3%A7%C3%B5es-em-pres%C3%ADdios/a-37151946>. Acesso em: 13 set. 2018.
ENGBRUCH, Werner; DI SANTIS, Bruno Morais; D’ELIA, Fábio Suardi (Coord.). A
evolução histórica do sistema prisional e a Penitenciária do Estado de São Paulo. Revista
Liberdades, v. 14, n. 11, p. 143-160, set./dez. 2012.
https://www.dw.com/pt-br/brasil-tem-pelo-menos-83-fac%C3%A7%C3%B5es-em-pres%C3%ADdios/a-37151946
https://www.dw.com/pt-br/brasil-tem-pelo-menos-83-fac%C3%A7%C3%B5es-em-pres%C3%ADdios/a-37151946
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/551626-SISTEMA-NACIONAL-DE-INFORMACOES-DE-SEGURANCA-PUBLICA-TERA-TAXA-DE-ELUCIDACAO-DE-CRIMES.html
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/551626-SISTEMA-NACIONAL-DE-INFORMACOES-DE-SEGURANCA-PUBLICA-TERA-TAXA-DE-ELUCIDACAO-DE-CRIMES.html
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/551626-SISTEMA-NACIONAL-DE-INFORMACOES-DE-SEGURANCA-PUBLICA-TERA-TAXA-DE-ELUCIDACAO-DE-CRIMES.html
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/brasil-registra-quase-60-mil-pessoas-assassinadas-em-2017.ghtml
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/brasil-registra-quase-60-mil-pessoas-assassinadas-em-2017.ghtml
http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/12/6-caminhos-para-combater-o-crime-organizado.html
http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/12/6-caminhos-para-combater-o-crime-organizado.html
23
GEHRING, Marcos Roberto. O Brasil no contexto dos acordos e políticas internacionais para
o combate às drogas – das origens à atualidade. Revista do Laboratório de Estudos da
Violência e Segurança, Marília, 10. ed. p. 145-165, dez. 2012.
GENENA, Samia Kamal. O papel da inteligência no enfrentamento ao crime organizado – a
experiência recente do Estado de Santa Catarina. REBESP, Goiânia, v. 6, n. 1, p. 02-11,
2014.
HAJE, Lara. Segurança: reforma do código de processo penal é primordial para combater
crime organizado, diz relator. Câmara Notícias, Câmara dos Deputados, Brasília, 04 ago.
2015. 
LACERDA, Ricardo. Comportamento: como as cadeias viraram fábricas de facções
criminosas. Super Interessante, São Paulo, 21 mai. 2018. Disponível em
<https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-
criminosas/>. Acesso em: 13 set. 2018.
LIMA, Renato Sérgio de. Efetividade nas políticas de segurança pública – o que funciona
segundo as boas práticas nacionais e internacionais. In: CERQUEIRA, Daniel et al. Atlas da
violência 2017 – política nacional de segurança pública orientada para a efetividade e o papel
da secretaria nacional de segurança pública. Brasília: IPEA, 2017.
LIMA, Renato Sérgio de; BUENO, Samira; MINGARDI, Guaracy. Estado, polícias e
segurança pública no Brasil. Revista de Direito, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 49-85, jan./abr.
2016.
LISBOA, Vinícius. Crime organizado é maior ameaça contra a sociedade, diz ministro.
Agência Brasil, Empresa Brasileira de Comunicação, Rio de Janeiro, 1º ago. 2017.
LOCHE, Adriana. A letalidade de ação policial – parâmetros para análise. Tomo – Revista do
Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Universidade Federal de Sergipe,
São Cristóvão, n. 17, p. 39-56, jul./dez., 2010.
MACHADO, Ana Elise Bernal; SOUZA, Ana Paula dos Reis; SOUZA, Mariani Cristina de.
Sistema penitenciário brasileiro: origem, atualidade e exemplos funcionais. Revista do Curso
de Direito, Faculdade de Humanidades e Direito, São Paulo, v. 10, n. 10, p. 201-212, 2013.
MAIA, Clarissa Nunes et al. História das prisões no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
MALVEZZI FILHO, Paulo César. Como as cadeias viraram fábricas de facções criminosas.
Super Interessante, Editora Abril, São Paulo, 21 mai. 2018. Disponível em:
<https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-
criminosas/>. Acesso em: 05 set. 2018.
MANSO, Bruno Paes. Governos frágeis fortalecem tiranias ligadas ao crime e à polícia que se
matam na disputa por poder. Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo,
São Paulo, mar. 2018. 
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. 31. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-criminosas/
https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-criminosas/
https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-criminosas/
https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-criminosas/
24
NOGUEIRA, Ollair. Como surgiram as facções criminosas? O relato de um ex-presidiário.
Folha de Notícias, Caderno de Polícia, São Paulo, 14 mar. 2013. Disponível em:
<http://www.folhaon.com.br/policia/2014/03/14/1041/como-surgiram-as-faccoes-criminosas-
o-relato-de-um-ex-presidiario.html>. Acesso em: 05 set. 2018.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2015.
OBSERVATÓRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO. A segurança pública no
Brasil. 2018. Disponível em: <http://www.observatoriodeseguranca.org/seguranca>. Acesso
em: 21 ago. 2018.
PAGNAM, Rogério. Facção criminosa tenta dominar presídios do país todo. Jornal Folha de
São Paulo, 30 abr. 2017. Disponível em: <http://temas.folha.uol.com.br/clube-do-
crime/introducao/faccao-criminosa-tenta-dominar-presidios-do-pais-todo.shtml>. Acesso em:
12 set. 2018.
RAMALHO, José Ricardo. Mundo do crime: a ordem pelo avesso. Rio de Janeiro: Centro
Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008.SALLA, Fernando. As prisões em São Paulo – 1822-1940. 2. ed. São Paulo: Annablume,
Fapesp, 2006. 
SANTOS, Getúlio Bezerra. A hora e a vez de derrotar o crime organizado. Estudos
Avançados, v. 21, n. 61, p. 99-105, 2007.
SANTOS, Kananda Magalhães; CABRAL, Nilvanete de Lima Alves. A violência nos
presídios – a ação do crime organizado e seus reflexos na sociedade, com ênfase no complexo
penitenciário de Pedrinhas. JusBrasil, ago. 2016. Disponível em:
<https://kananda12musik.jusbrasil.com.br/artigos/381651445/a-violencia-nos-presidios-a-
acao-do-crime-organizado-e-seus-reflexos-na-sociedade-com-enfase-no-complexo-
penitenciario-de-pedrinhas-1>. Acesso em: 21 ago. 2018.
SANTOS, Thandara (Org.); ROSA, Marlene Inês da et al. Levantamento nacional de
informações penitenciárias – INFOPEN, atualização jun./2016. Brasília: Ministério da Justiça
e Segurança Pública. Departamento Penitenciário Nacional, 2017.
TASSE, Adel El. Nova lei do crime organizado. Porto Alegre: Lex Magister Editora, 2013.
SCHABBACH, Letícia Maria. Parte III – Do bandido social ao crime organizado:
pesquisando o crime organizado do Rio Grande do Sul. In: SANTOS, José Vicente Tavares
dos; TEIXEIRA, Alex Niche; RUSSO, Maurício (Orgs.). Violência e cidadania: práticas
sociológicas e compromissos sociais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011. Cenários do
conhecimento series, pp. 172-194.
WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2016 – homicídios por armas de fogo no
Brasil. Rio de Janeiro: Flacso Brasil/Cebela, 2016.
https://kananda12musik.jusbrasil.com.br/artigos/381651445/a-violencia-nos-presidios-a-acao-do-crime-organizado-e-seus-reflexos-na-sociedade-com-enfase-no-complexo-penitenciario-de-pedrinhas-1
https://kananda12musik.jusbrasil.com.br/artigos/381651445/a-violencia-nos-presidios-a-acao-do-crime-organizado-e-seus-reflexos-na-sociedade-com-enfase-no-complexo-penitenciario-de-pedrinhas-1
https://kananda12musik.jusbrasil.com.br/artigos/381651445/a-violencia-nos-presidios-a-acao-do-crime-organizado-e-seus-reflexos-na-sociedade-com-enfase-no-complexo-penitenciario-de-pedrinhas-1
http://temas.folha.uol.com.br/clube-do-crime/introducao/faccao-criminosa-tenta-dominar-presidios-do-pais-todo.shtml
http://temas.folha.uol.com.br/clube-do-crime/introducao/faccao-criminosa-tenta-dominar-presidios-do-pais-todo.shtml
http://www.observatoriodeseguranca.org/seguranca
http://www.folhaon.com.br/policia/2014/03/14/1041/como-surgiram-as-faccoes-criminosas-o-relato-de-um-ex-presidiario.html
http://www.folhaon.com.br/policia/2014/03/14/1041/como-surgiram-as-faccoes-criminosas-o-relato-de-um-ex-presidiario.html
25
XAVIER, Antônio Roberto. Políticas públicas de combate ao crime organizado – ações da
polícia militar do Ceará nas divisas do Estado. Planejamento e Políticas Públicas, n. 48, p.
335-348, jan./jun. 2017.

Continue navegando