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Pessoa Jurídica
1. Conceito
!Trata-se de um agrupamento de pessoas ou conjunto de bens que se unem para alcançar um
objeto comum que não seria realizado se as pessoas ou os bens agissem de forma individualizada. A esse agrupamento de pessoas ou conjunto de bens, a lei atribui personalidade jurídica.
!A pessoa jurídica tem existência e patrimônio próprio, completamente distintos de seus sócios. Pelas obrigações e responsabilidades da pessoa jurídica somente seu patrimônio responde. É o denominado princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
2. Requisitos de Constituição
!Para a formação de uma pessoa jurídica são necessários os seguintes requisitos:
· Vontade Humana: É a intenção das pessoas (sócios) de formarem uma pessoa jurídica para atingir um objeto comum. É denominado “affectio societatis”. Essa vontade humana é materializada no ato constitutivo da pessoa jurídica.
· Ato Constitutivo: Trata-se de um documento formal, no qual consta o nome da sociedade, de seus sócios e representante legal, o local de sua cede, seu objeto, etc. Este documento denomina-se contrato social para as empresas, devendo ser registrado na junta comercial do Estado; ou estatuto social para as associações, devendo ser registrado no Cartório de Registros de Pessoa Jurídica; ou escritura pública para as fundações privadas.
· Objeto Lícito: O fim almejado pela pessoa jurídica deve ser lícito (art. 104, II do CC).
3. Começo da Existência Legal da Pessoa Jurídica
!O começo da existência, ou seja, da personalidade da pessoa natural, ocorre do seu nascimento com vida (Teoria Natalista) ou a partir de sua concepção (Teoria Concepcionista). Já o começo da personalidade da pessoa jurídica inicia-se a partir do registro do seu ato constitutivo no órgão competente (art. 45 do CC).
!A pessoa jurídica regularmente constituída, tendo seus administradores e sócios agido de acordo
com a lei e os seus poderes constantes no ato constitutivo, somente o patrimônio dessa pessoa jurídica irá responder por suas obrigações (art 47 do CC).
4. Sociedade Irregular ou de Fato
!Sociedade de fato é aquela que existe, todavia, não possui ato constitutivo. Já a sociedade irregular possui ato constitutivo, todavia, o mesmo não foi levado a registro no órgão competente.
!Desta forma, pode-se afirmar que a sociedade irregular ou de fato tem existência física, todavia, não tem existência jurídica. Embora não tendo existência jurídica essa espécie de sociedade tem capacidade para figurar no polo ativo ou passivo de uma ação judicial (art. 12, VII c/c art. 100, IV c) do CC).
!O efeito jurídico principal que decorre dessa espécie de sociedade consiste em que o patrimônio de
seus sócios responde de forma solidária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade (art. 990 do CC).
5. Entes ou Grupos Despersonalizados
!Constituem em certas universalidades (grupos) de direitos ou de bens que não possuem
personalidade jurídica, todavia, a lei atribui a eles a possibilidade [ara figurarem no polo ativo ou passivo de uma ação judicial. São entes despersonalizados aqueles arrolados no art. 12, III, IV, V, VII e IX do CPC.
!a) Massa Falida: Trata-se do conjunto de bens e direitos arrecadados de uma sociedade empresarial insolvente. Neste caso, o juiz, ao decretar a falência da sociedade empresarial, nomeia um síndico que passa a arrecadar os bens da falida e publica editais convocando os credores para apresentarem seus créditos. Após, o sindico elabora o quadro geral de credores e, com os bens arrecadados, passa a efetuar os respectivos pagamentos.
!b) Herança Jacente e Vacante: Ocorre a herança jacente quando a pessoa falece sem deixar herdeiros legítimos ou testamentos conhecidos. Neste caso, o juiz nomeia um curador que arrecada seus bens do “de cujus” e publica editais convocando os herdeiros a se apresentarem para receberem sua parte na herança. Se nenhum herdeiro comparecer, o juiz declara a herança vacante e a transfere ao município.
!c) Espólio: É o conjunto de bens deixado pelo “de cujus” (falecido). Neste caso, o juiz nomeia o inventariante que arrecada os bens do falecido e realiza sua artilha aos herdeiros.
!d)
Sociedade Sem Personalidade Jurídica: São as sociedades irregulares ou de fato.
· Tradicional ou Comum: Neste caso, tem-se várias pessoas exercendo ao mesmo tempo o direito de propriedade sobre um determinado bem, de forma que o exercício do direito de propriedade por uma delas não pode excluir o direito de propriedade dos demais condomínios;
· Edifício: Neste caso, tem-se o exercício do direito de propriedade individual sobre as unidades autônomas (apartamentos, garagens, salas comerciais), convivendo como o exercício do direito de propriedade coletiva sobre os bens comuns (escadarias, elevadores, hall de entrada, churrasqueira, etc).
Classificação das Pessoas Jurídicas
1. Estrangeiras (art. 40/ 42 do CC) 1.1. De Direito Público (Externo)
!São os Estados Soberanos, tais como: a República Federativa do Brasil, Estados Unidos da
América, República da Guatemala, etc; e os organismos internacionais, dentre eles: a ONU, FMI, OMC, etc. 1.2. De Direito Privado (Externo)
!São as multinacionais, ou seja, empresas privadas que possuem estabelecimentos em vários países. Exemplo: BMW.
2. Nacionais (art. 43/69 do CC) 2.1. De Direito Público (Interno)
!São a União, os Estados Membros (Unidades Federativas), o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias, as Fundações públicas, as agências reguladoras, os consórcios entre entidades políticas.
2.2. De Direito Privado (Interno)
!São as pessoas privadas pertencentes às pessoas particulares. São elas:
· Associações: Constituem em um agrupamento de pessoas que reúnem seus esforços para conseguir objetivos culturais, morais, desportivos em benefícios de seus associados. As associações não produzem lucro;
· Sociedades: Podem ser simples, formadas por profissionais liberais, tais como: engenheiros, advogados, médicos, etc. ou sociedade empresarial que reúne pessoas ou bens com a finalidade de praticar atos de empresa, tais como: comércio ou prestação de serviços. As sociedades produzem lucros;
· Fundações privadas: Trata-se de um conjunto de bens deixados por uma pessoa para que s mesmos sejam aplicados na realização de atividades de carater coletivo em benefício da sociedade (atividades de natureza cultural, desportiva, morais ou assistenciais).
· Organizações Religiosas: São pessoas jurídicas ou organizações religiosas de direito privado que tem por finalidade cuidar de questões espirituais.
· Partidos Políticos: São agrupamentos de pessoas que se reúnem em torno de uma ideologia e, através do voto, tentam alcançar o poder para aplicar essa ideologia como política pública.
!Todas as pessoas jurídicas de Direito Privado citadas estão arroladas no art. 44 do CC. Embora não esteja arrolado neste artigo, os sindicatos também são pessoas jurídicas de direito privado, cujo estatuto deve ser registrado no ministério do trabalho.
3. Desconsideração da Personalidade da Pessoa Jurídica (art. 50 do CC)
· Disregard of Legal Entity
!Conforme já estudado, a pessoa jurídica tem existência e patrimônio próprios, completamente
distintos da existência e do patrimônio de seus sócios. Assim, pode-se afirmar que somente o patrimônio da pessoa jurídica responde por suas obrigações. Trata-se da aplicação do princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
!Ocorre que, pessoas de má índole começaram a se utilizar de pessoas jurídicas para fraudar a lei e
para causar danos a terceiros. Diante dessa situação, os juristas passaram a desconsiderar a personalidade da pessoa jurídica, fazendo com que as dívidas dessa pessoa jurídica passassem a atingir o patrimônio dos sócios. Trata-se da aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade da Pessoa Jurídica (art. 50 do CC).
!Essa teoria foi criada pelo direito anglo-americano e, no direito pátrio, foi inserida inicialmente no art.
135 da CTN para as relações tributárias, e após no art. 28 da lei 8078/90 para as relações de consumo,no art. 4º da lei 9605/98 para os danos ambientais e,finalmente, no art. 50 do CC para toda e qualquer relação jurídica.

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