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1. Introdução
O presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivo de demonstrar como a lei 12.318/2010 contribui para criar uma conduta jurídica e distúrbios psíquicos que estariam presentes em situação de disputa de menores.
Analisar o conceito de família caracterizados pelo código civil de 2002, que depois do Constituição de 1988, harmonizou o conceito ao novo cenário social.
Explorar os Princípios norteadores do Direito de família, dando ênfase ao Princípio da dignidade da Pessoa Humana, por ser um macro princípio todos os outros se irradiam dele
Além de pesquisas sobre as modalidades de guarda, dando ênfase para guarda compartilhada que hoje é a modalidade obrigatória no ordenamento jurídico brasileiro, que vem sendo utilizada como meio de prevenção da Alienação Parental. Examinaremos a Guarda Unilateral e os prós e contras de cada modalidade.
Observando o cenário atual da sociedade classificar a Alienação Parental, e como o processo de dissolução familiar pode influenciar o início de tal conduta. Discutir A importância da Psicologia no âmbito do Direito. 
Examinar a Teoria da Síndrome da Alienação Parental(SAP), que foi caracterizada a primeira vez em 1980 por um médico Psiquiatra chamado Richard Gardner. Que a definiu como um distúrbio psicológico grave, que pode acabar com os laços criados entre o genitor alienado e o menor.
Analisar a lei 12.318/2010 que veio para definir com precisão o conceito de Alienação Parental, definindo sanções e condutas de punição para o Alienador.
Logo, é clara a importância do presente trabalho, pois o combate a Alienação Parental é fundamental, para conter os danos causados em crianças e adolescentes podendo ser irreversíveis, tornando-se sequelas.
2.Conceito de Família
2.1. Código Civil 1916
Sabe-se que a primeira legislação a caracterizar a instituição família e casamento, foi o Código de Direito Civil de 1916.
No entanto, não era legítimo o divórcio, da mesma forma foi admitido como restrições matrimoniais, estabelecidos pela Igreja Católica na Idade Média. É importante destacar sempre o conceito de família no âmbito do Direito brasileiro, que se constitui pelos pais e seus filhos, provindos exclusivamente do casamento civil.
No sentido da formação da família Clóvis Burláqua, a família pode ser definida como:
“...Um conjunto de pessoas ligadas pelo vínculo da consanguinidade, cuja eficácia se estende ora mais larga, ora mais restritamente, segundo as várias legislações. Outras vezes, porém, designam-se, por família somente os cônjuges e respectiva progênie...”
O Código Civil de 1916, foi publicado em uma época em que a visão de família, limitava-se ao grupo proveniente do casamento, era vedado o divórcio, e reagindo a indivíduos unidos sem casamento e os filhos dessa união.
2.2. Constituição Federal de 1988
Ao passar dos anos a família brasileira passou por diversas modificações estruturais e conceituais, que foram captados pela Constituição Federal de 1988.
A nova Constituição Federal criou uma verdadeira mudança no Direito brasileiro. Diante dessa revolução no conceito de família, surgiu um novo Direito de Família. De acordo com a nova Constituição Federal de 1988 em seu art.226 e 227 diz que a família é a base da sociedade, e tem proteção especial do Estado e inovou reconhecendo a união estável e a família monoparental.
Modificou ao proibir expressamente haver qualquer classificação ou discriminação dos filhos, sejam eles biológicos, adotivos, havidos ou não na constância do casamento.
2.3. Código Civil de 2002
Consagrou diferentes estruturas familiares, observando o desenvolvimento social do país ao longo dos anos, também levando em consideração princípios constitucionais antes não tratados.
Consequentemente, importa considerar a família em um conceito amplo, isto é, o conjunto de pessoas unidas pelo vínculo jurídico de natureza familiar, todavia esse grupo não recebe tratamento pacífico jurídico.
Nas palavras de Flávia Biroli:
“...A noção de família pode estar profundamente ligada aos afetos e sentimentos de diferentes tipos. As experiências que temo das relações familiares são singulares íntimas e fundamentais para percepção de quem somos, isto é, para as nossas identidades. Mas, falar de família é falar de uma realidade social e institucional, profundamente política tanto nos fatores que condicionaram quanto em seus desdobramentos...”
3. Princípios Norteadores do Direito de Família
Todos os ramos do Direito se baseiam em princípios e regras do Direito brasileiro, que são diferentes entre si, a iniciar pela abrangência e importância.
Em nosso ordenamento positivo, eles se distinguem pelo grau de importância e abrangência. Os princípios são gerais, sua carga qualificativa estão associados aos anseios sociais.
As regras são mais singulares, o caráter das regras são mais limitados, elas advêm do princípios.
Para Paulo Lôbo, são dois os princípios essenciais Dignidade da Pessoa Humana e Solidariedade e cinco princípios abrangentes;
a- Igualdade;
b- Liberdade;
c- Afetividade;
d- Convivência Familiar;
e- Melhor interesse da criança;
3.1. Dignidade da Pessoa Humana
A doutrinadora Carmem Lúcia Antunes Rocha foi a primeira a destacar a importância do princípio da Dignidade da Pessoa Humana no nosso ordenamento jurídico.
“... Dignidade é o pressuposto da ideia de justiça humana, porque ela é dita a condição superior do homem como ser de razão e sentimento. Por isso é que a dignidade humana independente de merecimento pessoal e social. Não há de ser mister para merecê-la, pois ela é inerente à vida e, nessa contingência é um direito pré-estatal...”
Por ser um macroprincípio, os outros princípios se irradiam dele. Para Júnior Rodrigues é:
“... O alicerce da ordem jurídica democrática, pode-se dizer que a dignidade vem retratar o conteúdo do imperativo Kantiano, segundo o qual o homem há que ser considerado como um fim em si mesmo, jamais como meio para obtenção de qualquer outra finalidade...”
Mostra dessa forma, que os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana está diretamente associado ao Direito de Família.
3.2. Da Igualdade entre os cônjuges
Assim como existe igualdade entre os filhos, a lei reconhece a igualdade entre homens e mulheres no que se refere a sociedade conjugal formada pelo casamento ou união estável.
Conforme exposto na legislação em vigor, especificamente no art.5º,I e 226 da Constituição Federal e art.1511 do Código Civil, constata a igualdade jurídica entre os cônjuges.
A doutrinadora Maria Helena Diniz ressalta que:
“... Com este princípio da igualdade entre cônjuges e companheiros, desaparece o poder marital, e a autocracia do chefe de família é substituída por um sistema em que as decisões devem ser tomadas de comum acordo entre conviventes ou cônjuges, pois em tempos atuais requerem eu marido e mulher tenham os mesmos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal, o patriarcalismo não mais se coaduna com a época atual, nem atende aos anseios do povo; Por isso, juridicamente, o poder de família e substituído pela autoridade conjunta, não se justificando a submissão legal da mulher.
Há uma equivalência de papéis, de modo que a responsabilidade pela família passa a ser dividida igualmente entre o casal...” (Diniz, 2008, p.19)
Assim, não existe mais o pátrio poder, substituído pelo poder familiar “despatriarcalização di direito de família”.
Nesse sentido como exemplo prático marido ou companheiro pode pleitear alimentos da mulher ou companheira, bem como utilizar o nome do outro livremente.
3.3. Da Liberdade
Está presente no Código Civil ao proibir a interferência de qualquer pessoa ou do Estado na constituição familiar (art. 1513 CC), o livre planejamento (art.1565CC), a forma do regime de bens (art.1639CC), a forma como administrar o patrimônio da família (arts.1642 e 1643 CC) e o pleno exercício do poder familiar.
É um princípio fundamental no direito de família. 
Maria Helena Diniz conclui que:
“ ...O princípio da liberdade refere-se ao livre poder de formar comunhão de vida, a livre decisão do casalno planejamento familiar, a livre escolha do regime matrimonial de bens, a livre aquisição e administração do poder familiar, bem como a livre opção pelo modelo de formação educacional religiosa da prole...”
3.4. Da Afetividade
Este princípio não encontra-se explícito na legislação infraconstitucional, como norma orientadora do Direito de Família.
Encontra-se diretamente com o princípio da dignidade da pessoa humana e é considerado por grande parte da doutrina como um princípio que tem possibilidade de diminuir a hierarquia familiar e estabelecer características diferenciadas nestas relações, sendo, neste sentido, a união de uma família muito mais ligada ao afeto entre seus membros, do que a relação hierárquica existente.
É a partir de sua relevância na interação entre os entes que foi reconhecida a união homoafetiva como entidade familiar, bem como a possibilidade de responsabilização civil gerando indenização por dano moral oriundo do abandono afetivo dos filhos e a parentalidade socioafetiva, como nova forma de parentesco e recente multiparentalidade, onde a socioafetividade representa um convívio de carinho e participação no desenvolvimento e formação da criança.
Essa relação de fato advinha da filiação socioafetiva deve ser reconhecida.
3.4. Da Convivência Familiar
Os filhos tem direito a convivência com seus pais mesmo que divorciados.A guarda compartilhada, serve para garantir o direito das crianças.
Nesta óptica, a convivência é estendida também a outros parentes, fora do núcleo familiar.
A lei 12398/2011 deu uma nova redação aos art. 1589 CC assegura esse direito.
“A definição da guarda da criança e do adolescente deve levar em consideração sual integral proteção e melhor interesse da criança, sendo primordial averiguar se os genitores têm condições de proporcionar afeto, saúde, segurança e educação.Sempre que possível, deve-se optar pela guarda compartilhada...” (art. 1584&2º CC)
É quase sempre no momento da disputa da guarda e do luto conjugal da separação que se desenvolve o núcleo essencial deste trabalho, qual seja identificar e analisar a alienação parental, por se tratar de uma prática que inviabiliza a plena convivência.
3.6. Do Melhor Interesse da Criança
Diante de todo desgaste de uma disputa pela guarda de menores, a aplicação deste princípio é imprescindível, para que a criança ou adolescente tenha todos os seus direitos resguardados constitucionalmente.A figura da criança e do adolescente ganha destaque por ainda não terem capacidade para gerir suas vidas por si só, necessitando de alguém capaz para isso.
Para gerir suas vidas de maneira saudável, necessitam de alguém de preferência genitores, para ajuda-los a trilhar seus caminhos para que exerçam sua autonomia.
Rodrigo cunha Pereira conclui:
“O entendimento sobre seu conteúdo pode sofrer variações culturais, sociais e axicológicas.
E por esta razão que a definição de mérito só pode ser feita no caso concreto, ou seja, naquela situação real, com determinados contornos predefinidos o que é o melhor para o menor...”
Este princípio prima de maneira absoluta para que seja assegurado a criança e o adolescente o direito “à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária”, conforme Carta Magma em seu artigo 227 e o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 4º
4. Guarda
Podemos dar diversos conceitos para guarda, á que significa segurança, vigilância e zelo. No direito de família significa direito-dever dos pais, exercidos em favor dos filhos.
Ana Maria Milano define o conceito de guarda como:
“...No sentido jurídico, guarda e o ato ou efeito de guardar ou resguardar o filho enquanto menor, de manter a vigilância no exercício de sua custódia e de representa-lo quando impúbere ou, se púbere, de assisti-lo, agir conjuntamente com ele em situações ocorrentes...” (Milano, 2008, p. 39)
No Brasil a guarda está regulamentada no Código Civil nos artigos 1583, 1590 e 1643, II e no Estatuto da Criança e do Adolescente, nos artigos 33 a 35, eles falam precisamente da guarda, com fundamento nos princípios constitucionais.
A guarda tem por causa o poder familiar no Código Civil, no Estatuto da Criança e do Adolescente significa ter o menor em sua convivência, companhia e cuidado.
A guarda pode ser tida como legal ou material, a primeira refere-se ao poder familiar e o dever de instituir os filhos; a segunda refere-se a convivência familiar no mesmo lar com a criança ou adolescente.
Na constância do casamento ou união estável, a guarda se manterá a pessoa de ambos pais. No momento em que acontece a dissolução do casamento ou união estável, os pais não perdem o poder familiar em relação aos filhos.
É comum a existência de conflitos entre os ex cônjuges, caberá a um juiz atribuir a guarda, além do mais, se entender que os conflitos estão infringindoo interesse do menor, não homologar o acordo feito entre os ex cônjuges.
5. Modalidades de Guarda
Será atribuída a um único genitor podendo ser exclusiva ou alternada. A Unilateral Exclusiva é atribuída a um dos genitores, protegendo o direito do outro genitor ao convívio e ao supervisionamento das decisões tomadas pelo genitor detentor da guarda.
A Unilateral Alternada também é atribuída a um dos genitores, por um período de tempo e, após o término a guarda passa a ser do outro genitor.
Existem correntes que entendem que essa modalidade de guarda não seria benéfica para os filhos. por causar confusão quanto ao presente e futuro. Segundo entendimento de Gisard Filho:
“...Esta modalidade de guarda opõe-se fortemente ao princípio da continuidade, que deve ser respeitado quando desejamos o bem-estar físico e mental da criança...”
Mas, existem correntes que a alternância não causa nenhum prejuízo para o menor e pode até ser importante para criar vínculos e lembranças com ambos genitores. Faz com que o menor crie uma referência nos pais e não no local em que reside.
5.2. Guarda Compartilhada
A guarda compartilhada propõe o compartilhamento equânime entre pais separados da convivência e de todas responsabilidades da vida.
A guarda compartilha veio com a modernidade suprir a necessidade os menores, de conviverem com ambos pais mesmo depois da dissolução do casamento ou união estável.
A guarda compartilhada pode ser combinada entre os genitores independente da justiça. Com a dissolução do casamento, é comum que tenha conflitos entre os genitores. Neste caso, pode-se recorrer a justiça mas, desde 2014 é regra a guarda compartilhada.
A partir daí será verificada as exceções, hipóteses onde um dos genitores não tem condições de obter a guarda compartilhada. Sendo assim, será discutida a guarda unilateral.
6. Guarda Compartilhada Como Prevenção da Alienação Parental
A guarda compartilhada encerra uma das premissas básicas da alienação parental, a disputa da guarda do menor entre os genitores.
Com esses elementos, se compreende que a origem do problema são questões psicológicas. Estes obstáculos ao bom entendimento naturalmente conduzem a procura do litígio. E o que a criança precisa é extremamente simples ter os dois genitores presentes, atuantes e harmonizados entre si.
Portanto, a lei deve sempre estimular a harmonização entre os genitores. Caso, haja desacordo, o juiz deve impor, já que o interesse e o bem estar do menor estão acima dos conflitos de seus genitores.
Alguns juízes, ainda relutam em aplicar a guarda quando existe a necessidade de cuidados adicionais, tais como de assistente social e mediadores, para compor os conflitos. Ou seja, judicialmente no Brasil, geralmente, somente quando o envolvimento da justiça não tem a mínima função prática.
7. Alienação Parental
Observando o cenário atual da sociedade, surgiram diversas discussões da importância da psicologia no campo jurídico.
Alienação Parental é um assunto extremamente sensível, discutido em dois campos o direito de família e a psicologia, levando em consideração seus efeitos negativos no desenvolvimento psicológico domenor coordenada ou criada por um dos seus genitores, ou por qualquer pessoa que tenha autoridade sob o menor.
A olhar de Maria Berenice Dias:
“.. Muitas vezes, quando a ruptura da vida conjugal, um dos cônjuges não consegue elaborar adequadamente o luto da separação e do sentimento de rejeição, de traição, surge um desejo de vingança. É desencadeado tem processo de destruição, de desmoralização, de descrétito do ex parceiro.
O filho é utilizado como instrumento de agressividade- é induzido a odiar o outro genitor. Trata-se de uma verdadeira campanha de desmoralização. A criança é induzida a afastar-se de quem ama e de quem a ama. Isso gera uma contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre ambos. Restando órfão do genitor alienado, acaba se identificando com o genitor patológico, passando a aceitar como verdadeiro tudo o que lhe é informado...”
Ao estudar a Alienação Parental, sempre encontramos impasses, sem respostas. É a intervenção psicológica provocada por um de seus genitores ou um adulto responsável pela sua guarda e vigilância.
7.1. Síndrome da Alienação Parental (SAP)
Em virtude do cenário atual a psicologia no âmbito do direito não se limita a estudar como uma doença mental e as razões para criminalidade, mas é um estudo das causas psicossociais. Para Serafim o papel da psicologia em sua interface com direito:
“Percorre a análise e interpretação da complexidade emocional, da estrutura de personalidade as relações familiares e a repercurssão desses aspectos na interação do indivíduo com o ambiente...” (Serafim, 2012, P.12)
A Síndrome da Alienação Parental, é conhecida pelas siglas SAP, também classificada por alguns autores Maria Berenice Dias e Eduardo Pontes Brandão como “implantação de falsa memória” ou “abuso de poder parental”.
Foi caracterizada pela primeira vez por Richard Gardner um médico psiquiatra Americano no ano de 1980,,, ele definiu a SAP como:
“...Um distúrbio que surge principalmente no contexto e disputas de custódia da criança. Sua manifestação primária é a campanha do filho para prejudicar o progenitor, uma campanha sem justificativa. A desordem resulta da combinação da doutrinação pelo progenitor alienante e da própria contribuição da criança para o aviltamento do progenitor alienado...”
A SAP foi elaborada para explicar o número de informes de abuso nos anos 80. Garder também descreveu a SAP como:
“...Uma preocupação por parte da criança com a crítica e desaprovação de um dos pais, afirmando que, no contexto da disputa da custódia da criança, quando um progenitor deliberada ou inconscientemente tenta afastar a criança do outro...”
Portanto, a síndrome da alienação parental é uma gravíssima disfunção psicológica que ceifa a relação da criança com o genitor alienado.
8. Lei 12318/2010
No que diz respeito ao conceito de Alienação Parental a Lei caracteriza em seu art. 2º como interferência psicológica da criança ou do adolescente que pode ser promovida ou induzida por um dos genitores ou qualquer membro da família que tenha responsabilidade de sua guarda, vigilância ou autoridade para que renegue seu genitor ou que cause prejuízo a manutenção de vínculos com o genitor alienado.
As sanções previstas são: acompanhamento psicológico, multa, advertência, aumento da convivência da criança com o genitor afastado, perda da guarda do menor, da autoridade parental, de acordo com o art. 6º da lei 12318/2010.
Percebe-se que são várias ferramentas de reação, por isso, o artigo supramencionado deve ser aplicado e utilizado com cautela.
9. Mitos e Verdades 
1- Amãe é sempre a alienadora?
 Errado. Alienador é aquele que coloca ou tenta colocar a criança ou adolescente contra o pai ou a mãe, mas encontramos pais, avós, tios e até babás causando o mesmo mal.
2- O alienador é sempre quem detém a guarda da criança e do adolescente? 
Não. O alienador é a pessoa que, responsável pela criança ou adolescente, seja o guardião ou não, incute nela a ideia que o(s) genitor(es), os avós, tios ou outras pessoas significativas para eles podem causar mal, não gostam dele, os abandonaram ou os trocaram por outras pessoas ou filhos. 
3- O alienador é um psicopata?
 Não necessariamente. Entendemos ser alguém com um distúrbio emocional que merece ser tratado. O alienador também sofre, mesmo não percebendo que na maioria das vezes é o autor desse sofrimento.
4- O alienador não ama os filhos? 
Acreditamos que o amor que lhes dedica é doentio. São pessoas que não conseguem se diferenciar dos filhos, assim como não diferenciam a relação conjugal da parental. O poder familiar, como preconiza a Constituição Federal, não acaba com o final do casamento. 
5- O alienado não aliena?
 Infelizmente pode acontecer, quando não suporta a dor da separação ou por estar distante dos filhos. Quando pode, tenta desqualificar o responsável pela guarda. Se o detentor da guardar for também um alienador, a combinação é explosiva, ampliando nos filhos um grave conflito de lealdade. 
6- Quem não tem a guarda não pode ‘‘se meter’’na criação do filho? 
Ainda que definida a guarda como unilateral, ambos - pai e mãe - continuam com o direito e o dever de exercer a autoridade, não anulada com a separação. Continuam a educar, cuidar e ditar normas de comportamento. 
7- Quem não paga pensão alimentícia tem direito de conviver com os filhos? 
Conviver com os pais é um direito dos filhos e receber a pensão também. Aquele que não paga pune os filhos. Mas se não pagar, o outro genitor que detém a guarda não pode proibir os contatos, ou isso acabará se tornando uma punição em dobro. 
8- Tenho a obrigação de suportar a(o) nova(o) namorada(o) da(o) ex? 
Não, mas seu filho não é você. Ele deve ser ensinado a respeitar a nova ou o novo namorado dos pais, que são livres para escolher novos companheiros. 
9- É possível prevenir a Alienação Parental?
 A educação é sem dúvida a principal forma de prevenção. Fala sobre o problema e divulgar seu conceito também ajuda. A Lei n.º 13218/10 prevê que o alienador, num primeiro momento, deve ser advertido sobre sua conduta. É um aspecto altamente educativo, pois permite que ele tome consciência do fato. Lamentamos o veto ao artigo sobre a mediação na Lei n.º 13218/10, pois acreditamos ser uma forma de trabalhar o litígio. Devemos lutar para que seja reconhecida pelos magistrados e passe a ser indicada. 
10- Todo ato de alienação parental é praticado de forma consciente?
 Não. Pode ser que o alienante esteja agindo de maneira inconsciente, por isso tão necessária o conhecimento das condutas e consequências da alienação parental. 
 20 PEDIDOS DOS FILHOS DE PAIS SEPARADOS
Mãe e Pai!
 1 - Nunca esqueçam: eu sou a criança de vocês dois. Agora, moro só com um de meus pais, e este me dedica mais tempo. Mas preciso também do outro.
 2 - Não me perguntem se eu gosto mais de um ou do outro. Eu gosto de “igual” modo dos dois. Então, não critique o outro na minha frente, porque isso dói. 
3 - Ajudem-me a manter o contato com aquele dentre vocês com quem não fico sempre. Marque o seu número de telefone para mim, ou escreva-me o seu endereço num envelope. Ajudem-me, no Natal, ou no seu aniversário, para poder preparar um presente para o outro. Das minhas fotos, façam sempre uma cópia para o outro.
 4 - Conversem como adultos. Mas conversem. E não me usem como mensageiro entre vocês, ainda menos para recados que deixarão o outro triste ou furioso.
 5 - Não fiquem tristes quando eu for com o outro. Aquele que eu deixo não precisa pensar que não vou mais amá-lo daqui alguns dias. Eu preferia sempre ficar com vocês dois, mas não posso dividir-me em dois pedaços, só porque a nossa família se rasgou.
 6 - Nunca me privem do tempo que possuo com o outro. Uma parte do meu tempo é para mim e para a minha Mãe; outra parte de meu tempo é para mim e para o meu Pai. 
7 - Não fiquem surpreendidos nem chateados quando eu estiver com o outro e não der notícias. Agora tenho duas casas, e preciso distingui-las bem, senão não sei mais onde fico. 
8 - Não me passem ao outro, na porta da casa, como umpacote. Convidem o outro por um breve instante para entrar, e conversem como vocês podem ajudar a facilitar a minha vida. Quando me vierem buscar ou levar de volta, deixem-me um breve instante com vocês dois.
 9 - Vão buscar-me na casa dos avós, na escola ou na casa de amigos se vocês não puderem suportar o olhar do outro.
 10 - Não briguem na minha frente. Sejam ao menos tão educados quanto vocês seriam com outras pessoas, ou tanto quanto exigem de mim. 
11 - Não me contem coisas que ainda não posso entender. Conversem sobre isso com outros adultos, mas não comigo. 
12 - Deixem-me levar os meus amigos na casa de cada um. Eu desejo que eles possam conhecer a minha Mãe e o meu Pai, e achá-los simpáticos. 
13 - Concordem sobre o dinheiro. Não desejo que um tenha muito e o outro muito pouco. Tem de ser bom para os dois, assim poderei ficar à vontade com os dois. 
14 - Não tentem "comprar-me". De qualquer forma, não consigo comer todo o chocolate que eu gostaria.
 15 - Falem-me francamente quando não cabe no orçamento. Para mim, o tempo é bem mais importante que o dinheiro. Divirto-me bem mais com um brinquedo simples e engraçado do que com um novo brinquedo. 
16 - Não sejam sempre "ativos" comigo. Não tem de ser sempre alguma coisa de louco ou de novo quando vocês fazem alguma coisa comigo. Para mim, o melhor é quando somos simplesmente felizes para brincar e que tenhamos um pouco de calma. 
17 – Tentem deixar o máximo de coisas idênticas na minha vida, como estava antes da separação. Comecem com o meu quarto, depois com as pequenas coisas que eu fiz sozinho com meu Pai ou com minha Mãe.
 18 - Sejam amáveis com os meus outros avós, mesmo que, na sua separação, eles ficaram mais do lado do seu próprio filho. Vocês também ficariam do meu lado se eu estivesse com problemas! Não quero perder ainda os meus avós. 
19 - Sejam gentis com o novo parceiro que vocês encontrarem ou já encontraram. Preciso também me entender com essas outras pessoas. Prefiro quando vocês não têm ciúme um do outro. Seria de qualquer forma melhor para mim quando vocês dois encontrassem rapidamente alguém que vocês possam amar. Vocês não ficariam tão chateados um com o outro. 
20 - Sejam otimistas. Releiam todos os meus pedidos. Talvez vocês conversem sobre eles. Mas não briguem. Não usem os meus pedidos para censurar o outro. Se vocês o fizerem, vocês não terão entendido como eu me sinto e o que preciso para ser feliz. 
Existência Educação Infantil Blog Fonte: Tribunal de Família e Menores de Cochem-Zell (Alemanha)
10. Conclusão
O trabalho de conclusão de curso, teve como finalidade expor aspectos da evolução da família no tempo e como a evolução cultural social está associada a Alienação Parental.
O objetivo da pesquisa foi demonstrar, que a alienação parental é uma praática gravíssima que lesa o psicológico do menor, introduzindo falsas memória, afastando o genitor alienado, destruindo os laços afetivos.
Ratificou que a lei é um dispositivo recente no nosso ordenamento, ainda necessita para ser ponderada corretamente, para que realmente faça seu papel na sociedade, que não param de evoluir no tempo.
Demostrou que a Alienação Parental é negligência, é uso do menor como meio de troca, depois de um rompimento familiar.
De modo infeliz, nesse momento o genitor coloca seus interesses a frente dos do menor, causando traumas psicológicos irreparáveis, quando deveria educar, cuidar e criar laços com o menor.
É importante o desenvolvimento do entendimento do papel da família, para compreender que a criança possui direitos é obrigação de seus genitores mantê-los seguros.
Apenas com o tempo irá dizer se a lei será eficiente, tendo como efeito a estabilidade psíquica da criança u do adolescente.
 
 
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