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Coesão e Coerência Textual

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COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL 
1. TEXTO: DEFINIÇÃO ................................................................................................. 4 
2. FATORES QUE INTERFEREM NA CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO ......................... 4 
3. TIPOS TEXTUAIS ..................................................................................................... 6 
4. DESCRITIVO ............................................................................................................. 7 
5. NARRATIVO ............................................................................................................. 7 
6. DISSERTATIVO ........................................................................................................ 8 
7. INJUNTIVO ............................................................................................................... 9 
8. EXPOSITIVO ........................................................................................................... 10 
 Coerência ....................................................................................................... 11 
9. OS TIPOS DE COERÊNCIA ..................................................................................... 12 
10. A COERÊNCIA E O TEXTO ................................................................................... 13 
11. A COERÊNCIA E O SENTIDO DO TEXTO ............................................................ 14 
13. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 17 
 
2 
 
2 
 
 
 
3 
 
 
 
AULA 2 
 
 
COESÃO E 
COERÊNCIA TEXTUAL 
 
 
 
 
Compreender o conceito de coerência; 
Reconhecer os tipos de coerência textual; 
Conhecer a definição de texto; 
Entender o que são tipos textuais; 
Compreender quais são as peculiaridades de cada tipo textual; 
Conhecer os tipos: descritivo; narrativo; dissertativo; injuntivo; 
e expositivo. 
 
4 
 
1. TEXTO: DEFINIÇÃO 
A palavra texto vem do latim textum, que significa, em tradução literal, tecido 
organizado de palavras. Trata-se de uma organização lógica, encadeada, que estabelece 
comunicação, tanto na fala quanto na escrita, não importando a sua extensão. Segundo 
Guimarães (2000, p. 14) “[...] em sentido amplo, a palavra texto designa um enunciado 
qualquer, oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno. Caracteriza-se, pois, numa cadeia 
sintagmática de extensão muito variável, podendo circunscrever-se tanto a um enunciado 
único ou a uma palavra”. 
Assim, podemos dizer que um texto somente se configura como tal quando é 
enunciado de modo articulado, fazendo com que o receptor compreenda a mensagem. Ainda 
de acordo com Guimarães (2000), um texto se forma por meio das estruturas internas que o 
caracterizam e, também, articula-se em diferentes tipos. Temos, então, um todo organizado, 
que visa a um dado objetivo comunicativo. Dessa maneira, escolhemos e privilegiamos aquele 
que melhor cabe dentro de cada propósito. 
SAIBA MAIS 
 
Para conhecer mais a fundo os tipos textuais e como redigir cada um deles, 
leia “Para entender o texto: leitura e redação”, de Francisco Platão Savioli e 
José Luis Fiorin. Na obra, os autores trazem uma abordagem inovadora, uma 
vez que todo o estudo é realizado com base em exemplos textuais. 
 
 
2. FATORES QUE INTERFEREM NA CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO 
Como vimos, o texto é um todo que deve produzir sentido para o leitor. Assim, o texto 
precisa ser planejado e construído com base em alguns pressupostos. Segundo Nicola (2014), 
os requisitos para a construção do texto são: 
 Intencionalidade: está associada às intenções do produtor do texto em relação ao 
objeto comunicativo. Por exemplo, quando a intenção é persuadir, convencer, o 
texto deverá ser organizado com base nestas intenções; 
 
5 
 
 Aceitabilidade: a mensagem transmitida pelo texto, que é construído pelo autor, 
deve ser tomada pelo receptor como verdadeira, ou seja, as intenções do texto 
precisam ser “aceitas”. Por isso, as informações contidas em um texto devem ser 
baseadas em fatos, que não possam ser refutados; 
 
 Situacionalidade: o texto, ao ser produzido, precisa estar adequado à situação 
comunicativa. Não cabe, por exemplo, construir um texto com linguagem 
extremamente formal em uma situação em que a formalidade não é exigida. 
Numa conversa entre amigos, a linguagem usada, intencionalmente, é mais solta, 
leve; já em uma entrevista de trabalho, a linguagem precisa ser mais formal, 
adequada ao contexto situacional, respeitando as normas gramaticais; 
 
 Informatividade: um texto precisa trazer informações ao receptor. Não se 
compreende como texto um enunciado que não agregue qualquer tipo de 
informação para quem lê. Vale salientar que o critério para a utilização do nível de 
informatividade dependerá da situacionalidade e da aceitabilidade; 
 
 Intertextualidade: não existe um texto “puro”, ou seja, que não tenha por referência 
outros. A intertextualidade é a relação que um texto mantém com outro. Por 
exemplo, uma dissertação apresenta dados que já foram expostos em outras 
publicações, os quais serviram de base para a exposição ou defesa de uma tese. 
Assim, é preciso compreender que há diversos fatores que interferem diretamente na 
construção de um texto e que, sem a organização e planejamento deles, a transmissão da 
mensagem poderá ficar comprometida. 
 
 Imagem 1 - Fatores que interferem na construção do texto1 
 
1 Disponível em: < http://www.litero.com.br/servicos/revisao-de-texto/> 
 
6 
 
Como vimos, para a construção de um texto, é necessário perceber quais são os 
fatores que podem interferir diretamente na sua produção. Portanto, não basta apenas 
escrever. Além disso, os textos são classificados em estruturas, conforme veremos a seguir. 
 
 
3. TIPOS TEXTUAIS 
Os textos estão organizados em tipologias, ou seja, agrupados e estudados de acordo 
com as suas estruturas e finalidades (NICOLA, 2014). De acordo com Garcia (2010), há cinco 
tipos de textos (ou categorias textuais), que serão classificados de acordo com seus usos e 
estruturas internas. Os tipos textuais são: descritivo, narrativo, dissertativo, injuntivo e 
expositivo. 
FIQUE ATENTO 
 
Lembre-se de que o uso do texto está diretamente ligado aos fatores que 
interferem na construção de qualquer que seja o seu tipo. Assim, os textos 
devem ser usados conforme a necessidade comunicativa. Caso a 
comunicação exija um texto explicativo, este deverá cumprir esta premissa. 
Os tipos textuais se organizam de maneira bastante simples para serem 
compreendidos, uma vez que as suas estruturas internas são elaboradas para que tenhamos 
um processo comunicativo claro e objetivo (GUIMARÃES, 2000) 
EXEMPLO 
 
Quando temos a intenção comunicativa, oral ou escrita, de defender uma 
tese, usamos um tipo de texto que nos permita realizar o objetivo central, que 
é o de apresentar e defender uma ideia. Não é possível defender ou expor 
uma ideia fazendo uso de um tipo que não se encaixe dentro das 
características exigidas nesta situação. 
Quando temos a intenção comunicativa, oral ou escrita, de defender uma tese, usamos 
um tipo de texto que nos permita realizar o objetivo central, que é o de apresentar e defender 
 
7 
 
uma ideia. Não é possível defender ou expor uma ideia fazendo uso de um tipo que não se 
encaixe dentro das características exigidas nesta situação. 
Agora, vamos aprofundar nosso estudo nas especificidades dos tipos textuais. 
 
 
4. DESCRITIVO 
No texto descritivo, a intenção comunicativa é a de caracterizar um ser, local, objeto, 
tanto de modo físico quanto psíquico. Ele é largamente utilizado no dia a dia, uma vez que 
precisamos descrever com as palavras o mundo que nos cerca. Assim, quando queremos 
apresentar uma informação, usamos o tipo descritivo. 
Os adjetivos sãomuito empregados nos textos descritivos. Por exemplo, quando 
vendemos um carro, precisamos descrever os dados para informar detalhadamente o 
possível comprador. Veja: “4 portas, bancos de couro, direção hidráulica e rodas de liga leve”. 
Agora, acompanhe as características do tipo narrativo. 
 
 
5. NARRATIVO 
O tipo narrativo tem por objetivo contar histórias, narrar ações, sejam elas reais ou 
fictícias, que estejam localizadas em um tempo e espaço. As narrações ainda se caracterizam 
pela presença de personagens e por um narrador, o qual pode ser também um personagem 
da trama (GARCIA, 2010). 
FIQUE ATENTO 
 
Nos textos narrativos, há o largo emprego de descrições, uma vez que é 
impossível contar uma história sem que se caracterize o ambiente, local, 
personagens e demais acontecimentos que permeiam as ações narradas. 
Podemos afirmar, então, que uma narração se vale da descrição, mas nem 
sempre a descrição se vale da narração, em especial quando ela é técnica. 
 
 
8 
 
Nos textos narrativos, há o largo emprego de descrições, uma vez que é impossível 
contar uma história sem que se caracterize o ambiente, local, personagens e demais 
acontecimentos que permeiam as ações narradas. Podemos afirmar, então, que uma 
narração se vale da descrição, mas nem sempre a descrição se vale da narração, em especial 
quando ela é técnica. 
 
Imagem 2 - Descrição e narração: características e finalidades2 
 
A seguir, conheceremos o tipo dissertativo. 
 
 
6. DISSERTATIVO 
A palavra dissertação vem do latim dissertare e significa, literalmente, argumentar com 
criticidade (NICOLA, 2014). Logo, dizemos que a intenção do tipo dissertativo é expor ideias 
ou defender uma tese, apresentando argumentos, fatos e dados que sejam cabíveis ao tipo 
de defesa ou exposição que se pretende. Por exemplo, para defender uma monografia, nos 
valemos do tipo dissertativo, que atende às premissas exigidas para a situacionalidade. 
O tipo dissertativo é elaborado em uma linguagem culta, redigida na 3ª pessoa. Além 
disso, ele é conhecido como tripartido, ou seja, apresenta três partes muito bem definidas. A 
primeira parte é a introdução, ou tese, na qual se expõe a ideia que será debatida. A introdução 
é construída por meio da apresentação de um tópico frasal, que expõe o tema a ser discutido, 
e o ponto de vista do autor acerca do assunto. 
 
2 Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
9 
 
Assim, uma elaboração assertiva da introdução irá garantir o sucesso do texto 
dissertativo. Por isso, ela deverá ser desenvolvida de modo claro, coeso e coerente, sempre 
calcada em argumentos de autoridade (informações válidas, sérias, oficiais), os quais serão 
desdobrados na segunda parte do texto (GARCIA, 2010). 
FIQUE ATENTO 
 
A dissertação é um dos textos mais utilizados no meio acadêmico. Além 
disso, é o tipo textual mais exigido em concursos públicos, exames 
vestibulares e outros tipos de processos de seleção, inclusive para selecionar 
candidatos para vagas de trabalhos. 
A dissertação é um dos textos mais utilizados no meio acadêmico. Além disso, é o tipo 
textual mais exigido em concursos públicos, exames vestibulares e outros tipos de processos 
de seleção, inclusive para selecionar candidatos para vagas de trabalhos. 
A segunda parte compreende o desenvolvimento, que, como o próprio nome diz, 
apresenta as considerações (exemplos, dados históricos, causas, consequências) utilizadas 
para defender a tese inicial. Já a terceira parte é a conclusão, ou fecho, cuja função é retomar 
a tese inicial, apresentar uma proposta de intervenção e dar um fechamento para o texto 
(GARCIA, 2010). 
Veja que a dissertação é um texto cuja estrutura é fixa, independentemente de sua 
extensão. Suas partes são bem definidas e, simultaneamente, elencadas, ou seja, caso uma 
apresente problemas de coesão, haverá problemas também em outras partes do texto. Agora, 
vamos conhecer o tipo injuntivo. 
 
 
7. INJUNTIVO 
Tipo injuntivo (também conhecido como instrucional) tem por finalidade instruir o 
leitor, ou seja, indicar de que forma ele deverá agir. Trata-se de um texto bastante presente 
em nosso cotidiano, como em receitas culinárias, manuais de instrução, indicações de rotas, 
isto é, todos aqueles que sirvam para dar instruções. 
 
10 
 
Nos textos injuntivos, usamos os verbos quase sempre no modo imperativo, ou, por 
vezes, no infinitivo. Eles também apresentam um tom de persuasão, e por esse motivo há um 
predomínio da função apelativa ou conativa da linguagem (MORAES, 2008). 
EXEMPLO 
 
O tipo injuntivo é predominante em propagandas, uma vez que ele tem por 
objetivo dar uma indicação, ao receptor da mensagem, acerca das atitudes 
que ele deve tomar. Observe que no enunciado “relaxe no verão, mas fique de 
olho no mosquito da dengue”, há uma injunção, uma vez que a mensagem 
indica que tipo de comportamento o leitor deve ter. Perceba, ainda, o emprego 
do modo imperativo. 
 
 
8. EXPOSITIVO 
O tipo expositivo tem por objetivo realizar uma apresentação de modo claro, coeso, 
explanando informações com objetividade. Neste tipo textual, há o predomínio de exemplos, 
fontes, referências e linguagem didática (NICOLA, 2014). 
Note que este texto que você está lendo, o qual visa dar embasamento teórico sobre 
os tipos de textos, é, por suas características, um texto expositivo. 
 
Imagem 3 – Texto Expositivo3 
 
 
 
3 Fonte: Disponível em: < https://www.emaze.com/@AWLORWIZ> 
 
11 
 
 Coerência 
Há muitas discussões sobre a conceituação do que é coerência. No entanto, em última 
análise, podemos afirmar que a coerência é a relação lógica entre ideias e fatos, entre discurso 
e ação, que irá acarretar em uma congruência, em uma coesão, de sentido único (BECHARA, 
2008). Em outras palavras, coerência é dar sentido lógico a um texto, formando um todo 
compreensível aos leitores, que possa ser assimilado dentro do princípio de interpretabilidade 
do receptor em uma situação comunicativa (KOCH, 2015). 
FIQUE ATENTO 
 
Para termos coerência em um texto, não podemos escrever um amontoado 
de palavras de maneira aleatória, ou seja, que não constituam uma 
informação lógica, que faça sentido para o receptor durante o ato 
comunicativo. 
Para termos coerência em um texto, não podemos escrever um amontoado de 
palavras de maneira aleatória, ou seja, que não constituam uma informação lógica, que faça 
sentido para o receptor durante o ato comunicativo. 
Nestes termos, a coerência é um princípio que deve ser global em um texto, já que ele 
forma um todo. Assim, as informações que estiverem elencadas nos diferentes textos podem 
estabelecer um sentido unitário global em uma forma de organização superior, relacionando 
elementos entre si. 
EXEMPLO 
 
Na situação comunicativa, “Mariana tinha feito a comida quando chegamos 
e ainda estava fazendo” não é possível estabelecer um todo de sentido 
unitário, porque o trecho não foi construído dentro de uma linha de raciocínio 
lógica e, portanto, aponta incoerência entre as ações enunciadas. 
 
12 
 
 
Imagem 4 - A coerência atribui sentido ao texto4. 
 
Agora, para trabalharmos efetivamente o tema da aula, precisamos conhecer quais os 
tipos de coerência que podem estar presentes em um texto. 
 
 
9. OS TIPOS DE COERÊNCIA 
Para evitarmos a incoerência nos textos, temos que ficar atentos às construções 
textuais e combinações linguísticas. Desta forma, podemos elencar dois tipos de coerência 
que devem ser empregadas no momento de realizarmos as produções textuais: a coerência 
global, que diz respeito ao texto em sua totalidade; e a coerência local, referente a uma parte 
do texto, ou frases sequenciais dentro de um texto. 
Segundo Kock (2015), a coerência global é aquela que advém do próprio texto em 
sentido unitário,geral. Já a coerência local provém da combinação dos elementos da língua 
em sequências menores, para expressar sentidos que possibilitem a realização de uma 
intenção comunicativa. 
 
Imagem 5 - A coerência textual pode ser local ou global5. 
 
4 Fonte: Disponível em: < http://observacaodecampus.blogspot.com.br/2013/11/coesao-e-coerencia-textual.html> 
5 Fonte: Disponível em:< http://www.comomontartcc.com.br/como-fazer-tcc/como-fazer-tcc-com-coerencia-e-coesao/> 
 
13 
 
Dentro destes dois tipos de coerência, ainda podemos elencar quatro formas de se 
realizar a coerência textual. Segundo Koch (2015), estas formas são: 
• coerência semântica: realiza-se a partir da relação entre os significados das 
palavras, componentes de frases, em sequência, em um texto e/ou entre os 
elementos como um todo; 
• coerência sintática: refere-se diretamente aos recursos gramaticais utilizados 
para expressar coerência semântica, como os conectivos, os pronomes e os 
sintagmas nominais definidos e os indefinidos; 
• coerência estilística: refere-se aos elementos linguísticos pertencentes ao 
mesmo estilo ou registro da língua (no caso de usar a norma culta, ou marcas de 
oralidade em um texto); 
• coerência pragmática: está diretamente relacionada à sequência de atos de 
fala, que podem ser apropriadas ou não à situação comunicativa. 
FIQUE ATENTO 
 
A relação de sentidos das palavras selecionadas para compor um texto 
costuma ser um dos problemas mais graves de coerência, ao lado da 
incoerência sintática. Muitas vezes, na produção de textos, há problemas 
com a questão do mau uso de conectivos, conjunções, preposições e até 
mesmo pontuação, além do uso de palavras, cujos sentidos não se aplicam 
ao contexto 
Vimos que a coerência textual se dá por meio das combinações de vários elementos, 
quer sejam palavras e ou expressões, quer sejam recursos gramaticais específicos. Agora, 
vamos tratar da relação existente entre a coerência e o texto. 
 
 
10. A COERÊNCIA E O TEXTO 
O processo de coerência é “subjacente, reticulada, portanto, totalmente linear com as 
estruturas articuladas em um texto” (KOCH, 2015, p. 47). Isto significa dizer que a coerência 
se relaciona diretamente com a coesão textual. Por coesão, devemos entender a ligação, a 
relação, ou seja, as conexões que se estabelecem diretamente por meio de marcas 
 
14 
 
linguísticas constituintes da tessitura textual (conjunções, preposições, pontuação), visto que 
estas se manifestam integralmente na composição sequencial do texto. Esta relação existe 
porque tais marcas são ‘pistas’ fornecidas ao longo da produção textual. 
EXEMPLO 
 
No enunciado “João foi à festa, todavia não tinha sido convidado”, não há 
coerência entre a primeira oração que compõe a afirmação em relação à 
segunda. A incoerência no trecho se deve ao fato de que a conjunção, 
“todavia” pressupõe uma ideia de continuidade, que não aconteceu, ou seja, 
não está presente no texto. Lembre-se de que as conjunções, mecanismos de 
coesão, atribuem coerência ou incoerência ao conjunto de ideias elencadas 
em um texto. 
No entanto, cabe aqui ressalvar que apenas a coesão (o uso dos elementos 
linguísticos adequadamente) não irá garantir a coerência em um texto. Para que isto seja 
possível, é necessário utilizar outros recursos exteriores ao texto, como conhecimento de 
mundo, conhecimento acerca dos interlocutores, da situação e da aceitabilidade, sobre os 
quais trataremos adiante. 
 
 
11. A COERÊNCIA E O SENTIDO DO TEXTO 
A coerência de um texto é decorrente de uma série de fatores que nem sempre estão 
ligados diretamente aos elementos linguísticos e que são elencados no momento da 
produção textual. 
O conhecimento de mundo é um dos primeiros fatores extralinguísticos da coerência. 
Este conhecimento deve ser observado com elevado grau de importância (NICOLA, 2014). 
Observe que, ao lermos um texto que trata de um assunto totalmente desconhecido, ele nos 
parecerá completamente incoerente, pois estará destituído de sentido. O conhecimento de 
mundo é adquirido à medida que vamos experenciando vários fatores e, ao armazená-los na 
memória, ganham significação. 
 
 
15 
 
SAIBA MAIS 
 
Para compreender com mais profundidade o mecanismo existente entre o 
texto e a coerência, leia “O texto e a construção dos sentidos”, de Ingedore 
Villaça Koch. No livro, em uma linguagem acessível, a autora aborda os 
procedimentos que envolvem a produção textual, dando o enfoque na 
coerência. 
À medida que vamos adquirindo conhecimento de mundo, vamos também 
armazenando informações. Ainda assim, é impossível que duas pessoas tenham experiências 
que sejam exatamente simultâneas. Isto acontece porque, em uma mensagem, há uma 
interligação entre emissor e receptor, ou seja, eles irão compartilhar conhecimentos comuns, 
mas ao marcar a intencionalidade de um texto, o emissor deve considerar o quanto o receptor 
conhece sobre tal assunto. 
FIQUE ATENTO 
 
Quando se pensa em conhecimento de mundo e conhecimento 
compartilhado, quanto maior for a parcela de conhecimentos comum, menor 
será a necessidade de explicitude do texto, pois, em caso de haver lacunas 
na compreensão, inferências poderão ser realizadas (KOCH, 2015). 
A inferência é outro recurso extralinguístico que permite a coerência em um texto. Mas 
ela não acontece aleatoriamente, pois deve estar diretamente ligada às questões de 
conhecimento de mundo e conhecimento compartilhado. Realizar a inferência é tentar 
compreender e interpretar o texto, ou ainda, buscar segmentos presentes nele, partindo 
apenas do conhecimento prévio que temos sobre o assunto. Veja que os textos que lemos 
exigem, quase o tempo todo, que façamos algum tipo de inferência. 
SAIBA MAIS 
 
O processo de coerência textual é um assunto largamente explorado, devido 
à necessidade de entendimento de sua aplicação nas produções de 
diferentes tipos e gêneros. Para saber mais sobre o tema, leia o artigo “A 
construção do texto; coesão e coerência textuais: conceito de tópico”, de 
Maria Lúcia Mexias Simon. Disponível em: 
http://www.filologia.org.br/rph/ANO14/40SUP/002.pdf 
 
16 
 
Também existem os fatores de contextualização, os quais auxiliam na decodificação 
das mensagens. Todos os textos trazem algum tipo de informação sobre o tipo de texto 
(como carta, crônica, entre outros) ou sobre o próprio assunto que será abordado. Ao lado 
dos fatores, temos também a situacionalidade, que se refere à situação comunicativa que é 
estabelecida pelo texto. 
Não podemos deixar de abordar a questão da intertextualidade, que se refere ao 
conhecimento prévio de outros textos. Na coerência, por meio da intertextualidade, é 
fundamental que haja, por parte de quem decodifica a mensagem, conhecimento de outros 
textos que abordem o mesmo tema de formas distintas entre si. 
A intencionalidade e a aceitabilidade são, necessariamente, dois mecanismos para 
estabelecer coerência textual. A intencionalidade refere-se diretamente à forma como os 
emissores usam os textos para conseguir atingir os seus objetivos comunicativos. Assim, a 
aceitabilidade acaba sendo parte constituinte da intencionalidade, visto que “é um postulado 
básico que rege a comunicação humana, de cooperação, quando duas pessoas interagem por 
meio de linguagem, uma vez que elas se esforçam para compreender o sentido do texto” 
(KOCH, 2015, p. 98). 
 
Imagem 4 - Fatores de Coerência são a chave para elaboração de um texto6. 
 
Conhecer os tipos de coerência textuais é fundamental para compreender e transmitir 
mensagens com eficiência, visto que esta compreensão garante a comunicação entre as 
partes envolvidas em um ato comunicativo. 
 
 
 
6 Fonte: http://vinhopapelepoesia.blogspot.com/2011/05/coesao-e-coerencia-escrita-em-acao-e.html17 
 
13. REFERÊNCIAS 
BECHARA, Evanildo. Dicionário escolar da língua portuguesa / Academia Brasileira de Letras. 
2. ed. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. 
GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Editora FGV: 2010. 
GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. 8. ed. São Paulo: Ática, 2000. 
KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 
2014. 
_______. TRAVAGLIA, Luis Carlos. A coerência textual. 18. ed. São Paulo: Contexto, 2015. 
MORAES, Augusta Magalhães Carvalho et al. Enciclopédia do Estudante: redação e 
comunicação; técnicas de pesquisa, expressão oral, e escrita. São Paulo: Moderna, 2008. 
NICOLA, José de. Gramática e texto. Volume único 1,2,3. São Paulo, Scipione, 2014. 
SIMON, Maria Lúcia Mexias. A construção do texto: coesão e coerência textuais: conceito de 
tópico. Revista Philologus, ano 14, n. 40, suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr., 2008. 
Disponível em: <http://www. filologia.org.br/rph/ANO14/40SUP/002.pdf>. Acesso em: 28 jul. 
2017. 
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Aspectos da pesquisa sobre tipologia textual. Rev. de estudos da 
linguagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, v. 20, n. 2, p. 361-387, jul./dez. 2012. 
Disponível em: <http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/2754/2709. 
Acesso em: 21 jun. 2017. 
 
 
 
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