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AP1 BRASIL I

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AP1 2020.1
	Nome: Daniel Ferreira Marques dos Santos
	Matrícula: 16116090135
	Polo: Miguel Pereira
 A Ap 1 nesse semestre consiste na avaliação historiográfica a respeito da independência, tendo em vista as considerações de Evaldo Cabral de Mello acerca da chamada “historiografia saquarema”.
Para tanto, o aluno deve:
1- Considerar e justificar a inexistência da ideia de nação brasileira unificada nas primeiras décadas do século XIX, tendo em vista a prevalência do localismo. (2,5 pontos)
	
Resposta: 
	Carente de um poder central forte desde o Brasil Colônia, as elites brasileiras de cada região acabaram por se beneficiar dessa fragilidade que resultou na descentralização de poder e acúmulo desse pelas elites locais.
	Após a vinda da Família Real portuguesa, que mesmo construindo um Estado em consequência de seus propósitos, esse localismo continuou prevalecendo mesmo após a Independência do Brasil e durante o Primeiro Reinado, pois não havia um tecido social homogêneo que se visse como brasileiro e sim pertencente ao diversos núcleos de poder de um território tão vasto que por séculos fomentou indiretamente o poder desse estamento local. 
Tal fato tornou a criação de um sentimento nacional uma tarefa difícil que, através de batalhas políticas, influenciaram os debates sobre a Constituição de 23 e as discussões sobre como deveria ser dividido o poder nesse novo país independente que nascera.
	Para responder essa questão consideramos fundamental – primeiramente -introduzirmos uma análise do poder, e sua disputa, entre o estamento dos donos do poder, chamado de “mundo do governo”, que reunia aqueles que, aos para a sociedade elitizada de então, tinham legitimidade para governar e ditar os rumos do país.
	Tal estamento era divido entre conservadores e liberais, e aí reside uma dicotomia entre qual modelo administrativo a nação deveria adotar, pois para os conservadores o poder deveria ser centralizado na Corte – ou seja – no Rio de Janeiro ao passo em os liberais, influenciados pelo Iluminismo e sua pregação de liberdade individual, queriam um modelo de autonomia federativa, ao moldo estadunidense, onde por certo era uma descentralização do poder e fortalecimento das forças locais de cada região.
	No âmago dessa questão residem duas visões de mundo diferentes, pois para os conservadores o Estado era o principal a ser fortalecido em detrimento aos anseios dos liberais de obterem uma liberdade federativa. Com maior capital político e apoio, os conservadores venceram essa disputa de poder, e consequentemente começaram a colocar em andamento o projeto de um poder central fortalecido na Corte.
2- Avaliar a pluralidade, diversidade e dispersão como parte da herança colonial na América portuguesa. (2,5 pontos)
Resposta: 
	Considerando a interpretação de Evaldo Cabral de Melo sobre a historiografia saquarema e sua relação com a herança colonial de um forte poder local distribuído pelas elites de cada região, consequência de uma ausência de poder central eficiente e das enormes distancias que separavam cada província, é mister colocar cada essas características em evidência, frutos diretos de um modelo de poder baseado do localismo.
	Para Evaldo Cabral de Melo, que discute esse legado como um projeto sólido de autonomia regional que afastaria a necessidade de uma intermediação com a Corte para resolver questões de Estado, justamente por cada região - que por séculos teve em suas elites a referência - ter uma pluralidade e diversidade tão grandes em termos socioculturais, sem contar a já mencionada dispersão entre elas devido à geografia e a uma falta de comunicação rápida com o debilitado poder central no Rio de Janeiro.
	Deste conjunto de fatores resultou um localismo muito forte que procurou conservar seu poder em movimentos políticos e de revoltas, que o historiador crítica como uma visão reducionista da historiografia chamar aqueles que buscavam uma federalização - pelas características intrínsecas da formação do Brasil Colônia - em revoltosos bárbaros ao passo que o estamento que defendia o poder central como uma defesa do despotismo.
	A posterior vitória dos Conservadores sobre os Liberais acabou por consolidar na historiografia uma aversão a esses movimentos pela defesa da federalização como atos “maléficos”, devido ter a história sido contada pelos vitoriosos.
3- Analisar o estabelecimento do governo joanino no Rio de Janeiro, a interiorização da metrópole, bem como a relação da corte com as demais regiões da América portuguesa, notadamente Pernambuco. (2,5 pontos)
Resposta: 
	Com a vinda da Corte para Rio de Janeiro e a elevação do Brasil a sede do Império Português foi construído todo um estamento burocrático que resultou na formação, pela primeira fez na história do Brasil de um verdadeiro Estado, ainda que não houvesse um consenso sobre a idéia de Nação. Esse acontecimento acabou por fortalecer o poder central e pôs em questão o poder descentralizado e baseado no localismo, herança direta do processo histórico de formação do Brasil desde o século XVI.
	Tendo por base a visão de Evaldo Cabral de Melo essa legitimação do poder central em torno da figura do Rei e a própria vinda de D. João VI, foi benéfica para aqueles defendiam o poder centralizado e a vinda da Corte para o Brasil adquiriu status de algo extraordinário em que pese as legítimas reinvindicações das províncias, baseadas na liberdade e de uma autonomia administrativa.
	A chamada interiorização da metrópole foi esse movimento da Corte, motivado pelas Guerras Napoleônicas de transforma uma colônia exploratória, o Brasil, em sede do Império Português e a série de mudanças estruturais feitas pela Coroa nessa nova metrópole a fim de transformar o Rio de Janeiro e o Brasil em um lugar que poderia comportar todo o aparato burocrático dessa nova condição, como também a fundação de instituições e mudança na lógica econômica de metrópole-colônia que dariam suporte para o estabelecimento de um Estado.
	Toda essa mudança teve um custo, que se materializou em aumento de impostos para financiar essa nova configuração de governança, que juntamente com o crescimento do poder central no Rio de Janeiro e a consequente perda de poder das elites locais das províncias, acarretou um aumento da tensão entre a Corte e essas regiões que foram atingidas fortemente devido a esses fatores. Dessa maneira houve um choque de interesses entre esses dois grupos de poder que se manifestou em uma insatisfação, de menor ou maior grau, nessas elites que agora vivenciavam um novo status quo.
	Em Pernambuco essa insatisfação gerou um sentimento separatista, fortalecido por ideias iluministas e republicanas, que procurou reverter esse quadro a que estavam acostumados desde sempre e se materializou na Revolução Pernambucana que chegou a ter êxito por breve tempo, indo além da fase conspiratória como aconteceu na maioria das outras regiões do Brasil.
4- Resumir as principais motivações para a Revolução Pernambucana de 1817. (2,5 pontos)
Resposta: 	
	Diretamente ligada à vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, a Revolução Pernambucana teve como motivos a mudança da balança de poder entre o Rio de Janeiro, sede da Corte, e o localismo enraizado há séculos que permitia um grau de autonomia e liberdade às províncias e regiões do Brasil. Também pesou no descontentamento das elites pernambucanas o aumento de impostos a que foram submetidos.
	Portanto, podemos citar como motivações da Revolução Pernambucana:
A perda de autonomia administrativa
O aumento de impostos para financiar a Corte e a Guerra Cisplatina
A taxação da produção de algodão em uma economia local já em crise
Ideário Iluminista e Republicano 
Interferência em demasia no governo pernambucano, com nomeações da Corte para altos cargos, destituindo os representantes do poder local.
A desigualdade social em Pernambuco que deu um terreno fértil para a revolta se espalhar pelas camadas populares

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