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Entrevista com Fernando Novais

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Entrevista com Fernando Novais 
Fundamentos da Teoria Econômica 
Augusto Lima Alves (Turma A) 
RA 213360 
 
A História: origens, aspecto teórico e campo             
de atuação 
A História é um campo de saber antigo anterior                 
às ciências e sua origem está associada à               
criação da memória, diferentemente de outros           
áreas que surgiram para atender determinadas           
demandas sociais, contudo nem todo discurso           
de memória é historiográfico. 
“História” é um termo polissêmico podendo           
referir-se à: 
1. Todo acontecer humano; 
2. Narrativa desse acontecer.   
Apesar disso, a distinção entre memória social             
e História é extremamente difícil, sendo que a               
História em conjunto com o mito, imaginário,             
entre outros faz parte da memória social. 
A História tem como objeto de estudo todo               
feito humano com o passar do tempo, ou seja,                 
um objeto impossível de delimitar. Logo, o             
historiador não deve discutir teoria, pois o que               
define uma ciência é justamente o objeto e um                 
método adequado ao seu estudo.  
Tal característica não impede que o historiador             
utilize métodos e conceitos de outras ciências,             
mas por o principal objetivo da história ser a                 
reconstituição do passado, e não apenas a             
explicação desse, ela deve sacrificar a           
conceitualização em favor da totalidade,         
diferentemente das outras ciências sociais.   
O Marxismo e Os Annales 
Apesar da suposta incompatibilidade entre         
ambas perspectivas, elas se aproximam na           
medida que defendem o diálogo com as             
Ciências Sociais e a “historicização” de           
conceitos, isto é, torná-los aplicáveis apenas à             
determinada época e sociedade. 
Destaca também o conflito na terceira fase dos               
Annales com o marxismo, decorrente da crise             
dos paradigmas e das utopias. Para os             
marxistas, aceitar a desconceitualização é um  
absurdo e torna-se necessária a reconstrução           
da utopia socialista (grande desafio). 
O Brasil Colonial 
Novais defende a tese de que existe um modo                 
de produção colonial com três características           
principais: 
1. Produção mercantil dominante 
2. Compulsão do trabalho 
3. Externalidade da acumulação 
O escravismo colonial é o limite da compulsão               
do trabalho e distingue-se do escravismo           
antigos pelo tempo, lugar e caráter racial. 
Além disso, comenta-se brevemente sobre as           
visões de Caio Prado Jr., Gilberto Freyre e Celso                 
Furtado acerca do Brasil. Por fim, alude-se à               
necessidade de historiadores brasileiros não         
verem o Brasil pós-independência como uma           
extensão, uma cria de Portugal, tentando           
diferenciar este de aquele. 
Conclusão 
Novais discute na entrevista diversas linhas de             
interpretação histórica, destacando os       
caracteres únicos desse campo de estudo e             
como sua experiência acadêmica e suas           
influências profissionais afetam sua leitura de           
história. Ademais, foge do maniqueísmo ao           
reconhecer que diferentes linhas podem ter           
simultaneamente qualidades e defeitos,       
normalmente expressos em análises       
superficiais.

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