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REALISMO-NATURALISM0 Portugal e Brasil Pintura Romântica Girodet-Trioson Giro Pintura Romântica – pintores alemães Pinturas Realistas – Gustave Coubert Temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares: trabalhadores e homens pobres do século XIX Pinturas Realistas – François Millet Trabalhou na lavoura desde cedo Retrata a vida campestre: ligações do homem à terra Suas paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh Esculturas Realistas – Rodin Não se preocupou com a idealização da realidade Procurou recriar os seres tais como eles são Preferia temas contemporâneos Característica principal:fixação do momento significativo de um gesto humano Cronologia InícioFrança 1855 : Pintura: exposição de Gustave Coubert 1857: Literatura: publicação de Madame Bovary de Gustave Flaubert Le Réalisme: revista editada por Louis Duranty 1880: Literatura: publicação de Le Roman Experimental, de Émile Zola Portugal 1865: Publicação de Odes modernas, de Antero de Quental Questão Coimbrã ou do Bom Senso e bom Gosto 1871: conferência do Cassino Lisbonense 1875: publicação de O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós Brasil 1881: Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis O Mulato, de Aluísio Azevedo 1888: O Ateneu, de Raul Pompeia Materialismo Repúdio pelas especulações metafísicas ou teológicas Busca do conhecimento naquilo que os sentidos percebem Crença no desenvolvimento científico como meio de compreender a realidade e transformá-la Valorização dos dados objetivos, em substituição ao idealismo romântico Postura que se pretendia “imparcial e científica” para interpretar a realidade Preocupação em retratar tipos e situações cotidianas, próxima da realidade social do período Reação ao excesso de subjetividade romântica Traços estilístico-ideológicos Predomínio de uma concepção materialista da realidade: observemos, analisemos, experimentemos Literatura do não-eu:impessoalidade e objetivismo – observação e análise – estudo do homem – >romance experimental (realidade exterior) - Naturalismo; romance psicológico (realidade interior) - Realismo. Alvo principal do Realismo: a destruição das ilusões românticas. Postura Racionalista: o escritor realista- naturalista adotará metodologia rigorosa, amparada nas teses do: Evolucionismo (Darwin), do Positivismo ( razão “positiva”, que só considerasse os fenômenos cientificamente, de Augusto Comte), do Determinismo do francês Hippolyte Taine) Socialismo utópico (Proudhon – associações de auxílio mútuo formadas por pequenos produtores),fundamentados por Marx e Engels(Primeiro Manifesto Comunista) e O Capital de Karl Marx – consciência de classe, socialização dos meio de produção, revolução internacional que derrubasse a burguesia, Anticlericalismo, da psicanálise de Sigmund Freud O Naturalismo Surgiu na França a partir de 1880 com a publicação de O romance experimental e Thérèse Raquim de Émile Zola, em que expunha ideias como esta: “O romance experimental substitui o estudo do homem abstrato e metafísico pelo homem natural, sujeito a leis físico- químicas e determinado pela influência do meio” Ênfase cientificista e determinista A personagem é tratada pelo narrador como se fosse um “caso” a ser estudado, a fim de ampliar o conhecimento científico Adotam-se, como ponto de partida, as idéias do determinismo positivista Os homens e a sociedade humana passa a ser objetos de “experiências” como as que fazem em laboratórios científicos Tentam confirmar a tese de que o comportamento humano resulta de fatores alheios à vontade do próprio homem: o homem seria incapaz de controlar seus instintos animalescos Temas de patologia social: miséria, adultério, criminalidade, desequilíbrios psíquicos, taras sexuais, homossexualismo Preocupação em analisar todas as podridões sociais e humanas sem se prender à reação escandalizada do público - amoralismo Características do Naturalismo Zoomorfização: o personagem é caracterizado como animal, opondo-se à idealização romântica Tendência a transformar casos particulares em regras gerais: generalizações Impressões sensoriais: som, cores , formas, movimentos Narrativa lenta, minuciosa e a ação e o enredo perdem importância para a caracterização das personagens Predomina a denotação Arte engajada, de denúncia: preocupações políticas e sociais Detém-se nos aspectos mais torpes e degradantes da vida humana Centra-se nas aspectos exteriores: atos, gestos, ambientes É direto nas interpretações; expõe conclusões, cabendo ao leitor aceitá-las ou discuti-las O estilo é relegado ao segundo plano; no 1º, a denúncia CARACTERÍSTICAS DO REALISMO Preocupação formal: busca-se clareza, equilíbrio, a harmonia da composição, além da correção gramatical Romance documental: apoiado na observação e na análise. Acumula documentos, fotografa a realidade, para dar a impressão de vida real. Seleciona os temas, tem aspirações estéticas, busca o belo. Reproduz a realidade exterior, bem como a interior, através da análise psicológica. Reproduz a realidade exterior, bem como a interior, através da análise psicológica. Volta-se para psicologia, para o indivíduo. Retrata e critica as classes dominantes, a alta burguesia. Indireto na interpretação; o leitor tira as suas conclusões. Grande preocupação com o estilo. Principais autores Portugal Antero de Quental – poesia: Odes Modernas (1865). Eça de Queirós: O crime do padre Amaro (1875); O primo Basílio (2878); A Relíquia (1887); Os Maias (1888); A Ilustre casa de Ramires (1900); A cidade e as serras (1901). Brasil Aluísio Azevedo – naturalismo: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O cortiço (1890). Raul Pompeia – naturalismo: O ateneu (1888). Machado de Assis – realismo (poesias, contos e romances) Contos Contos Fluminenses (1870); Histórias da Meia Noite (1873); Papeis avulsos (1882); Relíquias da Casa Velha (1906). Romances 1º fase (influência do Romantismo): Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874); Helena (1876); Iaiá Garcia (1878). 2º fase (tipicamente Realista): Memórias póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1889); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908 Antero de Quental Um dos maiores sonetistas em língua portuguesa, ao lado de Camões Renascimento) e Bocage (Arcadismo português) Espírito atormentado, ocupam-lhe o espírito questões metafísicas: mistérios da origem humana, do ser, da morte Buscava o estado de Nirvana (budismo), dificilmente alcançável em vida Seu livro Odes Modernas é considerado a primeira obra poética do realismo português Mais luz! (A Guilherme D' Azevedo) Amem a noite os magros crapulosos, E os que sonham com virgens impossíveis, E os que se inclinam, mudos e impassíveis, À borda dos abismos silenciosos... Tu, lua, com teus raios vaporosos, Cobre-os, tapa-os, e torna-os insensíveis, Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis, Como aos longos cuidados dolorosos! Eu amarei a santa madrugada, E o meio-dia, em vida refervendo, E a tarde rumorosa e repousada. Viva e trabalhe em plena luz: depois, Seja-me dado ainda ver, morrendo, O claro sol, amigo dos heróis! (Antero de Quental em Odes Modernas) Eça de Queirós O autor apresenta três fases: 1ª) Pré-realista: material reunido em Prosas Bárbaras : contos,artigos e crônicas publicados na Gazeta de Portugal nos anos de 1866 e 1867 – elementos tipicamente românticos É desta fase o romance policial O mistério da estrada de Sintra, escrito em parceria com Ramalho Ortigão 2ª) Fase Realista: inaugurada em 1874 com o conto Singularidades de uma rapariga loura É desta fase os romances O crime do padre Amaro, O primo Basílio e Os Maias (entre a 2ª e a 3ª fases) 3ª) Fase da maturidade artística : inaugurada com A correspondência de Fradique Mendes e inclui A ilustre casa de Ramires , A cidade e as serras,O mandarim e A relíquia Mestre na construção dos diálogos, trazendo o leitor para dentro das cenas Machado de Assis Romances sob influência do romantismo (1ª fase) Romances Realistas (2ª fase).Características: A) Ruptura com a narrativa linear B) Organização metalingüística do discurso narrativo: interrompe a narrativa para comentar a própria escritura do romance, fazendo-o participar de sua construção C)Digressão: o narrador interrompe a narrativa para divagar sobre um determinado assunto ou refletir sobre um episódio do enredo. D) Universalismo: busca a essência x aparência humana, as convenções sociais, a normalidade e a loucura, o acaso, o ciúme, a crueldade E) Concentração na análise psicológica e na reflexão filosófica F) Pessimismo: visão desencantada da vida e do homem. Não acreditava em nenhum valor – niilismo (= nada) G) Ironia, humor negro H) Estilo “enxuto”: equilíbrio, disciplina clássica, correção gramatical, concisão, economia vocabular
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