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CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE GERAL Define-se a Contabilidade como uma ciência social que estuda e pratica as funções de orientação, controle e de registro relativas a Administração econômica. Tendo como objeto da contabilidade o patrimônio das entidades econômico-administrativas. O objetivo da contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisões econômicas. Dentre as informações destacam-se aquelas de natureza econômica e financeira. As de natureza econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e despesas, que geram lucros ou prejuízos, e são responsáveis pelas variações no patrimônio líquido. As de natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e do capital de giro. Os usuários das informações contábil compreendem todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), sócios ou acionistas (empresas societárias), administradores, governo(fisco), clientes, investidores que atuam no mercado de capitais, bancos, etc. USUÁRIOS INTERNOS INTERESSES Proprietários Obter informações sobre: os resultados globais da empresa (lucro ou prejuízo), o retorno do capital investido e a eficiência da empresa na utilização dos seus recursos, a eficácia dos gestores, grau de endividamento, entre outros. Administradores, gerentes ou diretores Obter informações para avaliar o desempenho dos seus subordinados e acompanhar a evolução da empresa frente aos objetivos traçados no planejamento global e tomada de decisão USUÁRIOS EXTERNOS INTERESSES Investidores Saber sobre o retorno de seus investimentos na empresa e, principalmente, sobre a distribuição de dividendos. Também a utilizam para projetar os resultados futuros da empresa. Fornecedores Verificar o grau de endividamento da empresa e qual o seu volume de vendas Clientes Saber se a situação econômica e financeira da empresa é equilibrada, de forma que permita a continuidade de suas operações, podendo continuar fornecendo seus produtos ou serviços; e conhecer a capacidade de estocagem e fornecimento da empresa Instituições financeiras Conhecer a capacidade financeira e a posição de endividamento de qualquer empresa que deseje ser tomadora de empréstimos ou financiamentos. Sindicatos de empregados Verificar a situação financeira da empresa antes de reunir- se com seus dirigentes para negociar melhorias salariais para seus colaboradores Entidades governamentais Fisco: verificar se a empresa está cumprindo os seus compromissos fiscais. Governo: pode existir o interesse em mensurar a necessidade de apoio governamental para setores estratégicos para o país Organizações não governamentais Obtenção de informações sobre investimentos na proteção do meio ambiente ou ajuda à população menos favorecida. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 2 CONTABILIDADE APLICADA O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico- administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias etc. Entidades econômico-administrativas – são organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, ações administrativas e fim determinado. Instituições – são entidades econômico-administrativas com finalidades sociais e socioeconômicas. As com objetivos sociais são aquelas cuja administração tem por objetivo o bem estar social da coletividade, como as associações recreativas e esportivas, os hospitais beneficentes, os asilos etc; As com finalidades socioeconômicas são aquelas cuja administração tem interesse no aspecto econômico da entidade, porém este reverte em benefícios da coletividade a que pertencem. São exemplos os institutos de aposentadoria, pensões, previdência etc. Empresas – são entidades econômico-administrativas que tem finalidade econômica, isto é, visam o lucro. Desenvolvem os mais variados ramos de atividades, como comércio, indústria, agricultura, pecuária, transporte, telecomunicações, turismo e uma infinidade de serviços. Quanto a natureza do capital com que são constituídas, as empresas podem ser públicas, privadas e mistas. São públicas aquelas constituídas com capital do governo. São privadas aquelas constituídas com capital de particulares. São mistas aquelas constituídas com capital do Governo e de particulares. Os usuários da contabilidade, portanto, são todas as entidades econômico-administrativas que utilizam para registrar e controlar a movimentação de seus patrimônios, incluindo proprietários, acionistas, gerentes, administradores, clientes, fornecedores, bancos, Governo etc. Enfim, os usuários da contabilidade são todos aqueles que direta ou indiretamente utilizam as informações fornecidas por ela, seja para acompanhar o desenvolvimento da empresa, seja para tomar decisões administrativas, econômicas ou financeiras, seja para conhecer as garantias que a empresa oferece para cumprir seus compromissos junto aos seus clientes, fornecedores e, principalmente, ao fisco. CONTABILIDADE NO CONTEXTO DO PROCESSO DECISÓRIO O desenvolvimento tecnológico, o crescimento das organizações e a complexibilidade do ambiente econômico tem dificultado o entendimento e a gestão dos negócios. A conseqüência natural desse processo é a necessidade, cada vez maior, de informações que auxiliem os administradores nas tomadas de decisões. Para ser administrada eficazmente, uma empresa precisa, além de outros fatores externos, de um sistema de geração de informações gerenciais. Sendo assim, os gerentes desejam informações precisas e adequadas sobre custos para tomar decisões estratégicas e conseguir aprimoramentos operacionais. Assim, os gerentes têm segurança quando tomam decisões ou executam qualquer atividade somente se municiados de informações consistentes. Essa necessidade de informações faz-se presente em todos os segmentos comerciais, independentemente do porte ou atividades desempenhadas. As empresas que estiverem supridas de informações internas pertinentes serão, com certeza, mais flexíveis e adaptáveis às mudanças. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 3 Exemplo disso são as decisões pela ampliação ou redução de uma linha de produtos, ou lançamento de um novo item, que requerem certeza do responsável pela escolha das alternativas que se apresentam, quanto aos resultados. Nesse sentido, a Contabilidade, como sistema de informação, deve estar apta a auxiliar aos gestores no processo de administração dos negócios. Não a Contabilidade normatizada pela legislação fiscal e societária, mas uma Contabilidade que seja capaz de produzir informações que reflitam o valor econômico dos resultados e que possam subsidiar o processo de tomada de decisões. A Contabilidade caracteriza-se por registrar todas as transações da organização, constituindo- se num grande banco de dados. Os dados contábeis são matérias-primas de informações; portanto, não basta possuí-los, é necessário que eles sejam tratados, para que gerem informações úteis e representem um instrumento gerencial para o processo decisório, sendo assim, a Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objetivo é o patrimônio, deve buscar, por meio da apreensão, quantificação, classificação, registro, eventual sumarização, demonstração, analise e relato das mutações sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada,a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos quanto monetários. As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usuários base segura para as suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece. A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, pareceres, laudos, diagnósticos, prognósticos, descrições críticas ou quaisquer outros utilizados no exercício profissional ou previstos em legislação. Ela deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns de um grande numero de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente nenhum deles, considerado o fato de que os interesses nem sempre são coincidentes. É evidente que a qualidade da informação irá determinar a qualidade da decisão tomada. No caso especifico da informação de cunho gerencial, ela deve ser simultaneamente: a) confiável: a confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação e fundamenta-se na veracidade, completeza e pertinência do seu conteúdo. b) tempestiva: a tempestividade refere-se ao fato de que a informação contábil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins. c) compreensível: a informação contábil deve ser exposta na forma mais compreensível ao usuário a que se destina. A compreensibilidade presume que o usuário disponha de conhecimento de Contabilidade e dos negócios e atividades da entidade, em nível que o habilite ao entendimento das informações colocadas à sua disposição, desde que se proponha a analisá-las pelo tempo e com a profundidade necessários. d) comparável: a comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas entidades, ou a situação destas num momento dado, com vistas a possibilitar o conhecimento das suas posições relativas. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 4 e) relação custo-benefício: o custo de obtenção da informação não pode ser maior do que o benefício produzido. Isto é um aspecto lógico, pois não se pode gastar mais do que o benefício proporcionado, já que ao adotar um sistema que assim agisse o gestor estaria tomando decisões prejudiciais a entidade que reflete no resultado. Este aspecto também está relacionado com a relevância da informação, pois a produção de informações de pouca relevância pode aumentar o custo das informações. O sistema gerador de informações decisórias pode ser totalmente diferente de empresa para empresa, pois cada uma tem suas necessidades especificas de informações. É necessário enfatizar que o aspecto mais importante a ser observado é que, apesar das características de confiabilidade, tempestividade, compreensibilidade e comparabilidade serem fundamentais, cada empresa deve determinar o que lhe interessa e a partir daí descobrir qual a maneira mais rápida de obter as informações gerenciais necessárias para a tomada de decisões. Logo, a informação contábil deve ser revestida de qualidade sendo objetiva, clara, concisa, permitindo que o usuário possa avaliar a situação econômica e financeira da entidade, bem como fazer inferências sobre a tendência futura, de forma a atender sempre os próprios objetivos da entidade empresarial. Entretanto, o que pode se observar na grande maioria das organizações é que, em razão principalmente da influência fiscal, ocorrem distorções relevantes nas informações contábeis. As demonstrações contábeis legais tornaram-se de difícil entendimento e de pouca utilidade, o que leva à Contabilidade a imagem de algo que existe somente para o atendimento do Fisco, ficando relegado a segundo plano o atendimento às necessidades da gestão de negócios. Um aspecto fundamental da Contabilidade é definir quem utiliza o seu produto, o qual não se dirige apenas ao Fisco ou aos bancos e fornecedores. O entendimento do negócio e o conhecimento da necessidade do usuário da informação contábil são fatores básicos para que os dados sejam trabalhados corretamente e a mensagem seja assimilada. A Contabilidade, para vender o seu produto e se valorizar, deve organizar-se de modo que mantenha um processo continuo de comunicação com seus usuários que, em uma última análise, são os seus clientes, buscando perceber seus anseios e suas necessidades para que possa ser um instrumento gerencial eficaz. É certo de que não se pode fazer uma boa administração só com a Contabilidade, mas pode- se afirmar que dificilmente há uma boa gestão sem se utilizar a Contabilidade. Assim, a Contabilidade garantirá qualidade nas informações geradas e propiciará aos profissionais uma inserção competitiva nesse mercado globalizado proporcionando que os gestores empresariais, investidores, governos, empregados etc., ou seja, seus usuários possuam alto grau de satisfação. CONTABILIDADE GERENCIAL Crepaldi (2011) considera que a contabilidade gerencial é um ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. O padrão decisório desenvolvido pelo gestor leva em conta sentidos de ação futuros e o contador gerencial capta as informações e os dados necessários, para ajudar o administrador, utilizando os relatórios contábeis. A contabilidade gerencial é fundamental em todo o campo de exercício da instituição. Assim, informações e dados sobre situações pretéritas ou atuais somente poderão ser elementos de valor para o padrão decisório, na proporção em que o que ocorreu e o que está ocorrendo sejam apreciadores válidos daquilo que poderá ocorrer posteriormente, situações semelhantes às já vivenciadas. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 5 Portanto, a contabilidade gerencial é fundamental para a sobrevivência da empresa. Ressalte- se que o contador da atualidade deixou de ser aquele profissional que cuida exclusivamente de livros, tributos ou registro, coisas que qualquer contador antigamente fazia, passando a ser a peça principal para auxiliar qualquer administrador na tomada de decisões gerenciais. Assim, o contador atual não é mais o mal necessário, mas sim o profissional necessário que através da contabilidade gerencial, impulsiona as empresas e demais entidades para uma melhor avaliação e estabilidade no mercado com vistas a uma expansão macroeconômica. DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E DESENVOLVIMENTO Segundo o IBRACON (NPC 27), "as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados". O conjunto completo de demonstrações contábeis no Brasil possui os seguintes componentes: 1. Balanço Patrimonial (BP); 2. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 3. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), podendo ser substituídopela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); 4. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 5. Demonstração do Valor Adicionado (DVA), se divulgada pela entidade; e 6. Notas Explicativas (NE), incluindo a descrição das práticas contábeis. No Brasil, a análise das demonstrações contábeis foi utilizada como técnica de concessão de empréstimos difundindo-se a partir da década de 1970. A finalidade inicial desta análise compreendia estudar o desempenho econômico financeiro da corporação por determinado período de tempo, servindo como base para a administração financeira e despertando enorme interesse para os administradores da empresa e os diversos segmentos de analistas. A análise das demonstrações contábeis é a arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que temos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamento, se for o caso. A idéia ao analisar uma demonstração é decompô-la nas partes que a formam, para melhor interpretação de seus componentes. Neste sentido, o principal objetivo da análise das demonstrações contábeis é formar uma conclusão sobre o desempenho econômico e financeiro de uma entidade durante determinado período, bem como obter informações que auxiliem na complementação das projeções futuras dos dados. Ela contribui no aumento do valor informativo da contabilidade, agregando suporte para tomadas de decisões. Para tanto, o profissional analista não pode apenas se deter a esta área do conhecimento, mas deve conhecer outras como a economia, a administração geral, o marketing e o direito. O elemento de partida da análise é o BP, que reflete a posição das contas patrimoniais, evidenciando as fontes (origem) e investimentos (aplicação) de recursos, indispensável ao conhecimento através de índices e coeficientes da situação financeira, patrimonial e econômica da corporação. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 6 Os índices e coeficientes extraídos das demonstrações contábeis evidenciam a relação entre as contas ou grupo de contas destas demonstrações e fornecem uma visão ampla da situação econômico-financeira da entidade. O conjunto de índices e coeficientes está representado pelo índice de liquidez (geral, corrente e seca), a estrutura de capital (participação de capital de terceiros, composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido e a dependência bancária), a rentabilidade (margem líquida e rentabilidade do patrimônio líquido) e a solvência (capital de giro próprio, necessidade de capital de giro e o saldo de tesouraria). A análise desse conjunto de índices de forma isolada revela apenas conclusões parciais, portanto a análise deve considerar sempre o conjunto de índices, e, além disto, aliadas a outras áreas de investigação. Por exemplo, pode-se alavancar a rentabilidade da empresa captando recursos de terceiros, porém os custos dessa captação devem ser inferiores aos ganhos obtidos na sua aplicação na atividade operacional ou financeira. Quanto as relações de liquidez, endividamento e rentabilidade, estas inibem a empresa de usufruir de liquidez, baixo custo financeiro e alta rentabilidade ao mesmo tempo, pois alta liquidez implica baixo risco e menor rentabilidade. ÍNDICE FÓRMULA DEMONSTRA INTERPRETAÇÃO L IQ U ID E Z Geral Ativo Circulante + Ativo não Circul. Passivo Circul.+ Passivo não Circul. Quanto possui de Ativo Circulante curto e logo prazo para cada R$ 1,00 de dívida Total. Quanto > melhor. Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante Quanto possui de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de passivo circulante Quanto > melhor. Seca Ativo Circulante - Estoque Passivo Circulante Quanto possui de Ativo Líquido para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante Quanto > melhor. E S T R U T U R A D E C A P IT A L Participação de capital de terceiros Capitais de Terceiros X 100 Patrimônio Líquido Quantos reais foram tomados de capitais de terceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio Quanto < melhor. Composição do endividamento Passivo Circulante X 100 Capital de Terceiros Qual o percentual de obrigação no curto prazo em relação às obrigações totais Quanto < melhor. Imobilização do Patrimônio Líquido Ativo Permanente X 100 Patrimônio Líquido Quantos reais foram aplicados no Ativo Permanente para cada R$ 100,00 do PL. Quanto < melhor. Dependência Bancária Empréstimos Bancários X 100 Patrimônio Líquido Quanto é obtido de empréstimo bancário para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido Quanto < melhor. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 7 ÍNDICE FÓRMULA DEMONSTRA INTERPRETAÇÃO R E N T A B IL ID A D E Margem Líquida Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas Quanto é obtido de lucro para cada R$ 100,00 de vendas. Quanto > melhor. Rentabilidade do Patrimônio líquido Lucro Líquido x 100 PL Médio Quanto é obtido de lucro para cada R$ 100,00 de capital próprio investido Quanto > melhor. S O L V Ê N C IA Capital de giro Próprio Ativo Circulante - Passivo Circulante Quanto de capital de giro próprio está à disposição. Quanto > melhor. Necessidade de Capital de giro Ativo Circulante Operacional - Passivo Circulante Operacional Quanto é necessário de recursos para financiar o giro ACO>PCO => Ruim ACO<PCO => Boa ACO=PCO => Boa Saldo de Tesouraria Saldo em Tesouraria X 100 Vendas Liquidas + Impostos Quantos de saldo em tesouraria existe em relação as vendas Quanto > melhor. Entende-se que a análise não pode conter vieses nas conclusões sobre a situação econômica e financeira da entidade. A leitura na íntegra das demonstrações contábeis e relatórios auxiliares e a escolha dos índices são exemplos de cuidados a serem tomados para evitá-los. As análises pelo enfoque tradicional utilizam apenas os dados históricos da entidade, mas num conceito mais moderno, além de utilizar os dados históricos, utiliza se a técnica de regressão para prever os dados futuros. Neste sentido esta técnica supera a análise tradicional (análise de dados históricos) apresentando maior volume e qualidade de informações para as tomadas de decisões. Evidencia-se, portanto, uma perspectiva de que os índices e coeficientes resultantes destas análises apenas apresentam uma tendência futura da situação da corporação, mas sem rigor estatístico de regressão. GESTÃO DE CUSTO O conhecimento e o domínio das técnicas de apuração de custos são fundamentais para um gerenciamento eficiente e eficaz visando a perenização de uma empresa. Todas as empresas devem; conhecer, administrar e controlar com muita propriedade os custos e despesas gerados para a produção e comercialização de seus produtos ou serviços. A formação do preço de venda do produto ou serviço está ligada diretamente à apuração dos custos e das despesas que por sua vez devem ser muito bem formatados pelo setor de contabilidade de custos da empresa. O que é gestão de custos? Custo pode ser visto como um valor monetário de um determinado recurso. Na empresa, quase tudo tem um valor monetário, ou seja, quase tudo tem um custo. Das coisas mais básicas, como o cafezinho, até as mais complexas, como modernas máquinas automatizadas. Ao considerar um ou outro custo, parece algo simples; algo que quase não afeta a empresa. Ao somar tudo, o resultado surpreende. O custo para manter o negócio em funcionamento pode ser mais alto que as receitas obtidas, resultando em prejuízo financeiro no exercício. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 8Por esse motivo, é preciso praticar a gestão de custos. Em resumo, essa gestão diz respeito ao conjunto de políticas e práticas que permitem direcionar com acerto os valores monetários necessários ao funcionamento da organização, gerando mais ganhos e menos prejuízos. No entanto, é superficial enxergar essa gestão como um lema do tipo “corte o máximo que puder”. Vai muito além disso. É necessário identificar os custos que devem ser eliminados, reduzidos, mantidos ou ampliados, em seguida fazer isso com determinação e precisão. Não é um trabalho fácil. Muitos empregados e fornecedores podem sentir-se prejudicados e reduzir alguns custos pode ocasionar certo mal-estar temporário. No fim das contas, porém, isso garante a sustentabilidade das finanças, além de liquidez e rentabilidade ao negócio. Objetivos da gestão de custos: a) Fornecer informações sobre a rentabilidade e desempenho de diversas atividades da empresa; b) Auxiliar no planejamento, controle e desenvolvimento das operações; c) Fornecer informações para a tomada de decisões. Saber o quanto uma gestão de custos é importante não é o suficiente, é necessário ter conhecimento de como realizá-la de forma efetiva a fim de conseguir os melhores resultados. Afinal, quanto melhor for a gestão de custos, melhores serão alocados os recursos, e a empresa conseguirá realizar mais melhorias e otimizar processos com menor gasto. Algumas formas de gestão de custos: • Identifique os custos existentes - Fazer uma lista na qual seja possível identificar todos esses custos, do maior para o menor. Assim, terá controle e saberá precisamente para onde o dinheiro está indo; • Classifique os custos de maneira apropriada - classifique os custos de maneira que seja utilitária à empresa. Quais são os custos fixos e variáveis? Diretos e indiretos? • Monitore os indicadores de desempenho - Eles poderão dizer se o negócio está indo na direção certa ou se é preciso mudar e como fazer isso. Então, nesse caso, é preciso estabelecer um conjunto de indicadores; • Tenha uma boa administração do estoque - Principalmente na área industrial, uma boa administração de estoque é fundamental para manter a gestão de custos. Muitas vezes, itens destinados a reparos podem ser utilizados em exagero ou de forma incorreta. • Negocie com fornecedores - Para diminuir gastos com compra de insumos, negocie com fornecedores. Peça preços mais atraentes em troca de fidelização. Assim, a empresa consegue diminuir os custos, mantendo a escolha de um comprador de qualidade e melhorando o custo- benefício na aquisição; • Verifique onde estão os custos desnecessários - Os custos elevados quase sempre estão relacionados a questões supérfluas e que podem ser facilmente solucionadas com uma simples verificação dos gastos atuais. • Utilize um software de gestão - é uma forma de melhorar a gestão de custos, principalmente para evitar erros na avaliação e diminuir os riscos do negócio. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 9 • Estabeleça um teto para os gastos - Os custos devem sempre caber na receita, salvo algumas exceções. Isso quer dizer que o que sai do caixa não deve superar as receitas do exercício, do contrário terá prejuízo financeiro e poderá fracassar. • Estrutura capaz de suportar períodos de crise - Manter uma estrutura de custos “enxuta” é importante para períodos de crise, mesmo com receitas mais baixas, a empresa poderá continuar operando sem precisar recorrer a crédito externo ou endividamento. Sendo assim, manterá sua saúde financeira. RELAÇÃO DE CUSTO/VOLUME/LUCRO Um dos instrumentos da área de custos que pode ser utilizado nas decisões gerenciais é a análise de custo/volume/lucro, tal expressão abrange os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança e alavancagem operacional. Assim, a ferramenta gerencial de análise custo-volume-lucro relaciona os custos com o volume produzido e a lucratividade. A adoção desta técnica de análise possui forte importância gerencial, pois é possível identificar e analisar as relações entre custos, volumes e lucros dos negócios de uma empresa, tornando viável responder perguntas relacionadas com a alteração de preços, volumes e custos. Custos e Despesas Variáveis Os custos e despesas variáveis são aqueles que variam proporcionalmente em relação aos produtos fabricados ou aos serviços prestados. Esses custos e despesas aumentam ou diminuem conforme a ocorrência de acréscimos nos níveis de produção e vendas. Exemplo: • A matéria-prima na área de produção; • Os fretes na área de comercialização. Tanto o custo como a despesa variam numa relação direta com as variações dos volumes de vendas e produção. Os custos e despesas variáveis aparecem somente quando a atividade ou a produção é realizada. Suas principais características são: Em unidades – os custos e despesas variáveis permanecem constantes; No total – quanto maior o volume de produção e vendas, maiores serão os custos e despesas. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 10 Custos e Despesas Fixas Nenhum custos ou despesa são eternamente fixos. Eles são fixos dentro de certos limites, níveis de atividade. E suas oscilações ocorrem proporcionalmente, em faixas de níveis, para que não deixem de serem fixos. Os custos e despesas fixas são aquelas que independem das quantidades produzidas e vendidas (são permanentes na sua totalidade), Exemplo: Aluguel, o imposto predial, a depreciação. Suas principais características são: Em unidades – quanto maior for o volume de produção, menores serão os custos fixos unitários; No total – os custos fixos não variam e independem das quantidades produzidas em um determinado nível de atividade; Análise do Custo/Volume/Lucro A análise do C/V/L é usada para determinar as inter-relações entre diferentes níveis de atividades (vendas), custos, preços de venda e composição de vendas e dos rendimentos. A análise preocupa-se com o efeito sobre rendimentos de uma alteração no volume de vendas, preço de venda, composição de vendas e custos. A análise exige também que os custos fixos e variáveis sejam separados e calculados de modo que todos os custos possam ser divididos simplesmente em fixos e variáveis. Existe uma diferença qualitativa importante entre o longo e o curto prazo, definido da seguinte forma: longo prazo é o planejamento para mudanças e curto prazo é a adaptação às mudanças. No curto prazo a capacidade de saídas de produção da empresa é fixa, assim a sua liberdade de ação é limitada. A análise Custo/Volume/Lucro é uma ferramenta importante no planejamento de curto prazo, porque explora o relacionamento existente entre as suas quatro principais variáveis: custo, receita, volume de saídas e lucro. Ao planejarem suas estratégias de curto prazo, os gestores de uma organização precisam saber qual será o efeito das mudanças em uma ou mais dessas variáveis, e o efeito dessas mudanças no lucro. O relacionamento entre o custo e o volume das saídas auxilia o estabelecimento nas estratégias de preço e também do melhor mix de vendas. Então em um modelo de curto prazo, esta análise oferece aos administradores uma visão geral do processo de planejamento. Fatores que Envolvem a Análise do Custo/Volume/Lucro • Preços de Venda (PV); • Volume de Vendas; • Custos e Despesas Variáveis (CDV); • Custos e Despesas Fixas (CDF); A proporção custo/volume/lucro Vendas = custos e despesas variáveis + custos e despesas fixas + lucro A diferença básica entre a equação do custo/volume/lucro e a equação do Ponto de Equilíbrio é o acréscimo do lucro. CONTABILIDADE GERENCIALE GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 11 Ponto de Equilíbrio Também chamado de break-even point. Nele o lucro da empresa é zero, ou seja, é quando os produtos vendidos pagam todos os custos e despesas fixas e variáveis • É calculado para saber quanto é preciso vender para bancar as operações sem ter prejuízo; • Não deve ser visto como meta da empresa, e sim uma referência. Se o ponto de equilíbrio for ultrapassado em R$ 1 real, já quer dizer que a empresa está lucrando; • Existem três principais variações do ponto de equilíbrio: o contábil, o financeiro e o econômico; Margem de Contribuição Representa quanto o lucro da venda de cada produto contribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas e ainda gerar lucro. Com base nisso, você pode calcular a quantidade mínima de produtos que precisará vender para não ter prejuízo. Cálculo Valor das Vendas – Custos Variáveis – Despesas Variáveis Exemplo: ( + ) Receita Operacional R$ 50,00 ( - ) Custos Variáveis (CPV) R$ 20,00 ( - ) Despesas Variáveis R$ 15,00 ( = ) Margem de Contribuição R$ 15,00 ( = ) Margem de Contribuição % 30% CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 12 Ponto de Equilíbrio Contábil É o valor do faturamento necessário para cobrir todos os custos e despesas fixas e variáveis, mas ainda sem resultado. O resultado é a receita necessária para igualar os gastos. Cálculo Custos + Despesas Fixas Margem de Contribuição Exemplo: Margem de Contribuição – 50% Custos Fixos – R$ 380,00 Despesas Fixas – R$ 180,00 Receita necessária para cobrir todos os custos e despesas fixas e variáveis. Sem lucro ou prejuízo. Conferência do Ponto de Equilíbrio Contábil Receita Bruta R$ 1.120,00 ( - ) Margem de Contribuição (50%) R$ 560,00 ( - ) Custos Fixos R$ 380,00 ( - ) Despesas Fixas R$ 180,00 ( = ) Resultado Líquido R$ 0,00 Ponto de Equilíbrio Econômico É o valor do faturamento necessário para cobrir além das despesas e custos fixos e variáveis, sobrando ao final um valor de oportunidade. Valor de Oportunidade representa o quanto o investidor gostaria de ganhar neste investimento. Cálculo Custos + Despesas Fixas + Valor de Oportunidade Margem de Contribuição Exemplo: Margem de Contribuição – 50% Custos Fixos – R$ 380,00 Despesas Fixas – R$ 180,00 Custo de Oportunidade 100% do custo e despesa fixa Receita necessária para cobrir os custos e despesas fixas e variáveis + oportunidade Custos e Despesas Fixas R$ 560,00 (÷) Margem de Contribuição 0,50 (50%) (=) Ponto de Equilíbrio Contábil R$ 1.120,00 Custos e Despesas Fixas R$ 560,00 (+) Custo de Oportunidade R$ 560,00 (=) Total a ser Coberto R$ 1.120,00 (÷) Margem de Contribuição 0,50 (50%) (=) Ponto de Equilíbrio Econômico R$ 2.240,00 CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 13 Conferência do Ponto de Equilíbrio Econômico Receita Bruta R$ 2.240,00 ( - ) Margem de Contribuição (50%) R$ 1.120,00 ( - ) Custos Fixos R$ 380,00 ( - ) Despesas Fixas R$ 180,00 ( - ) Custo de Oportunidade R$ 560,00 ( = ) Resultado Líquido R$ 0,00 Ponto de Equilíbrio Financeiro É o valor do Faturamento necessário para cobrir todos os custos e despesas fixas e variáveis, mas somente aqueles que passam pelo caixa. Os que não passam pelo caixa, (itens não monetários) não entram nesse cálculo. Cálculo Custos e Despesas Fixas – Itens não Monetários Margem de Contribuição Exemplo: Margem de Contribuição – 50% Custos Fixos – R$ 380,00 Despesas Fixas – R$ 180,00 Depreciação – R$ 150,00 (item não monetário) Receita necessária para cobrir os custos e despesas fixas e variáveis que passam pelo caixa. Conferência do Ponto de Equilíbrio Financeiro Receita Bruta R$ 820,00 ( - ) Margem de Contribuição (50%) R$ 410,00 ( - ) Custos Fixos R$ 380,00 ( - ) Despesas Fixas R$ 180,00 ( = ) Resultado Líquido (R$ 150,00) Custos e Despesas Fixas R$ 560,00 (-) Depreciação R$ 150,00 (=) Total a ser Coberto R$ 410,00 (÷) Margem de Contribuição 0,50 (50%) (=) Ponto de Equilíbrio Financeiro R$ 820,00 rafael.fatecpr@gmail.com Resumos O cálculo do ponto de equilíbrio financeiro de qualquer negócio. Com ele é possível entender a quantidade de vendas que precisam ser realizadas para a tomada de decisões Margem de Segurança É o excedente das vendas em empresa possui para garantir o lucro da companhia. reais) sobre o volume de vendas no ponto de equilíbrio. Ela antes de começarem a ocorrer prejuízos Margem de segurança = Vendas orçadas (ou reais) totais Margem de segurança percentual = O planejamento financeiro nada mais é do que definir uma estratégia para tomada de decisões a partir da utilização de ferramentas de controle, empregando uma inteligência capaz de facilitar a realização dos objetivos levando em consideração o perfil e característica pessoal de cada pessoa. Ele serve para organizar as ações para para quitar dívidas, pagar as contas em dia, comprar uma casa, carro ou multi O planejamento financeiro equilíbrio do que entra e o que sai de dinheiro. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço equilíbrio é um dos métodos mais importantes para um bom controle financeiro de qualquer negócio. Com ele é possível entender a quantidade de vendas que precisam ser realizadas para a tomada de decisões. o excedente das vendas em relação ao ponto de equilíbrio, ou seja, consiste no valor que a lucro da companhia. É o excesso das vendas orçadas (ou vendas reais) sobre o volume de vendas no ponto de equilíbrio. Ela estabelece quanto as vendas podem cair antes de começarem a ocorrer prejuízos. Margem de segurança = Vendas orçadas (ou reais) totais - Vendas no ponto de equilíbrio Margem de segurança percentual = Margem de segurança em $ Vendas orçadas (ou reais) PLANEJAMENTO FINANCEIRO O planejamento financeiro nada mais é do que definir uma estratégia para tomada de decisões a partir da utilização de ferramentas de controle, empregando uma inteligência capaz de objetivos levando em consideração o perfil e característica pessoal de cada Ele serve para organizar as ações para alcançar metas financeiras e, assim, pode ser utilizado para quitar dívidas, pagar as contas em dia, comprar uma casa, carro ou multiplicar seu patrimônio. deve ser um processo contínuo e abranger a identificação e o equilíbrio do que entra e o que sai de dinheiro. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço 14 é um dos métodos mais importantes para um bom controle financeiro de qualquer negócio. Com ele é possível entender a quantidade de vendas que precisam relação ao ponto de equilíbrio, ou seja, consiste no valor que a vendas orçadas (ou vendas estabelece quanto as vendas podem cair Vendas no ponto de equilíbrio O planejamento financeiro nada mais é do que definir uma estratégia para tomada de decisões a partir da utilização de ferramentas de controle, empregando uma inteligência capaz de objetivos levando em consideração o perfil e característica pessoal de cada e, assim, pode ser utilizado plicar seu patrimônio. e abranger a identificação e o CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DECUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 15 Também deve prever o ajuste de contas, a escolha de investimentos e a renegociação de dívidas, quando necessário for. Um bom planejamento financeiro exige disciplina e responsabilidade e deve ser revisitado constantemente para garantir que o que é feito está de acordo com o que foi planejado. Esse é o único jeito de assegurar bons resultados e se certificar de que a empresa está no caminho certo para conquistar seus objetivos. A área conta com algumas metodologias consolidadas para garantir o seu sucesso como o PDCA, o 5W2H e a análise SWOT. Independente do caminho escolhido pelo gestor, no fim, um bom planejamento financeiro deve ser capaz de detalhar os custos da produção, definir qual é o público alvo e projetar uma expectativa de retorno para garantir os lucros Ciclo PDCA PDCA (do inglês: PLAN - DO - CHECK - ACT ou Adjust) é um método interativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. É uma ferramenta baseada na repetição, aplicada sucessivamente nos processos buscando a melhoria de forma continuada para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização. Pode ser utilizada em qualquer ramo de atividade, para alcançar um nível de gestão melhor a cada dia. Seu principal objetivo é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos. � Planejar Estabelecer os objetivos e processos necessários para entregar resultados de acordo com o projetado (objetivos ou metas). Ao estabelecer expectativas de resultado, a integridade e precisão da especificação também é uma parte da melhoria almejada. Quando possível, começar em pequena escala para testar os possíveis efeitos. � Desenvolver/Executar/Dirigir Implementar o plano, executar o processo, fazer o produto. Coletar dados para mapeamento e análise dos próximos passos "Checar" e "Ajustar". Portanto esta etapa gera muito cuidado pois pode não ser a causa raiz. Definida como a etapa executiva da metodologia PDCA, deve-se executar todos e cada um dos processos. � Conferir/Checar/Verificar Estudar o resultado (medido e coletado no passo anterior “Desenvolver”) e compará-lo em relação aos resultados esperados (objetivos estabelecidos no passo “PLANEJAR”) para determinar quaisquer diferenças. Procurar por desvios principalmente na aplicação do plano e também olhar para a adequação e abrangência do plano permite a execução do próximo passo, ou seja, "AGIR". � Alavancar/Ajustar/Atuar/Agir Tomar ações corretivas sobre as diferenças significativas entre os resultados reais e planejados. Analisar as diferenças para determinar suas causas. Determinar onde aplicar as mudanças que incluem a melhoria do processo ou produto. Nesta etapa é preciso tomar as providências estipuladas nas avaliações e relatórios sobre os processos. Se necessário, o gestor deve traçar novos planos para a melhoria do procedimento, visando sempre a correção máxima de falhas e o aprimoramento dos processos da empresa. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 16 Ferramenta 5W2H O 5W2H, basicamente, é um checklist de determinadas atividades que precisam ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa. Ele funciona como um mapeamento destas atividades, onde ficará estabelecido o que será feito, quem fará o quê, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser feita. Em um segundo momento, deverá figurar nesta tabela (sim, você fará isto em uma tabela) como será feita esta atividade e quanto custará aos cofres da empresa tal processo. Esta ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em um meio ágil e competitivo como é o ambiente corporativo, a ausência de dúvidas agiliza e muito as atividades a serem desenvolvidas por colaboradores de setores ou áreas diferentes, afinal, um erro na transmissão de informações pode acarretar diversos prejuízos à sua empresa, por isso é preciso ficar atento à essas questões decisivas. O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos nomes (em inglês) das diretrizes utilizadas neste processo. What – O que será feito (etapas) Why – Por que será feito (justificativa) Where – Onde será feito (local) When – Quando será feito (tempo) Who – Por quem será feito (responsabilidade) How – Como será feito (método) How much – Quanto custará fazer (custo) Análise SWOT Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças em português) é uma técnica de planejamento estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou organizações a identificar forças, fraquezas, oportunidades, e ameaças relacionadas à competição em negócios ou planejamento de projetos. Destina-se a especificar os objetivos de riscos do negócio ou projeto, e identificar os fatores internos e externos que são favoráveis e desfavoráveis para alcançar esses objetivos. Usuários da análise SWOT freqüentemente perguntam e respondem questões para gerar informações significativas para cada categoria, de maneira a tornar a ferramenta útil e identificar sua vantagem competitiva. SWOT tem sido descrita como uma ferramenta de tentativa-e-erro de planejamento estratégico, mas também tem sido criticada por suas limitações INFORMAÇÕES CONTÁBEIS PARA DECISÕES DE INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO O empresário/gestor, independentemente da atividade da empresa decide em torno de dois grandes grupos de decisões: estratégicas e operacionais. Enquanto as decisões estratégicas são decisões de médio e longo prazo e englobam as decisões de investimento, financiamento e distribuição de dividendos, as quais têm que ser consideradas de forma interdependente, as decisões operacionais possuem um foco de curto prazo e fazem parte da gestão corrente da empresa. Esse último conjunto de decisões, as decisões operacionais estão relacionadas com: decisões do ativo circulante, decisões de custo-volume-resultado, decisões do conjunto de produtos e/ou serviços, decisões de fazer/comprar e decisões de preços. As decisões operacionais estão relacionadas com a gestão do ativo circulante e dos débitos a curto prazo. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 17 As decisões de investimento envolvem todo o processo de identificação, avaliação e seleção das alternativas de aplicação de recursos, conforme identificadas nos ativos, enquanto as decisões de financiamento envolvem a definição da natureza dos fundos aplicados, ou seja, a estrutura das fontes de capital procuradas pelas decisões de investimento. As decisões de financiamento podem refletir as taxas de retorno exigidas pelos detentores de capital e as oportunidades de investimento centram-se nos retornos esperados. A inter-relação entre as decisões de financiamento e distribuição de dividendos verifica-se pela opção da empresa em manter um determinado volume de capital próprio financiando os seus investimentos. A decisão de distribuição de dividendos é uma decisão de financiamento mediante capital próprio ao reter dividendos ou de capital de terceiros ao distribuir dividendos. A tarefa essencial é assegurar, através das decisões de investimento, financiamento e distribuição de dividendos, um retorno suficiente tanto em quantidade como em tempo, de modo a remunerar os investidores da empresa. As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintase necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis preparadas segundo esta Estrutura Conceitual. Demonstrações contábeis objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: (a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações; (b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas; (c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; (d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; (e) determinar políticas tributárias; (f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; (g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; (h) regulamentar as atividades das entidades. TÉCNICAS DE CONTROLADORIA E RELATÓRIOS GERENCIAIS COMO AUXILIARES DO PROCESSO DECISÓRIO A controladoria é um conjunto de princípios e técnicas oriundas, principalmente da contabilidade, que controla e modela a estrutura de gestão a fim de dar continuidade a organização e orientá-la para sua eficácia. Possui como missão a geração de informações relevantes para auxílio à tomada de decisão e é vista como uma unidade administrativa que coordena e dissemina a tecnologia de gestão no que tange ao processo de sistemas de informações, e também como órgão integrador e direcionador de esforços dos demais gestores que conduz à otimização do resultado global da organização. CONTABILIDADE GERENCIAL E GESTAO DE CUSTOS Departamento de Administração de Empresas Prof. Me. Rafael Lourenço rafael.fatecpr@gmail.com 18 Dentro da área de controladoria existem diversas ferramentas que podem ser usadas para ajudar no processo de gerenciamento estratégico, de gerenciamento financeiro e de controle de qualidade. Relatórios Gerenciais � Financeiro Os Relatórios Gerenciais financeiros talvez sejam os mais utilizados em empresas em geral, mesmo que com uma nomenclatura diferente, e muito disso se dá ao fato de serem aqueles que abordam fatores como contas a receber, custos, gastos, despesas, investimentos, fluxo de caixa, orçamentos e inadimplência, por exemplo. São os relatórios que mexem com o dinheiro da empresa, por isso, são os mais utilizados. � Satisfação Os relatórios de satisfação podem ser de 2 tipos: satisfação do cliente e satisfação do colaborador. O primeiro caso é um bem mais intuitivo, sendo um relatório elaborado a partir da opinião dos clientes sobre o produto ou serviço que já foi adquirido. No segundo caso, as empresas focam em entender quão satisfeitos estão seus funcionários mediante suas funções, seus benefícios e a política da empresa. � Crescimento Os relatórios de crescimento podem abordar o desenvolvimento de diferentes setores da empresa, ou até mesmo do negócio como um todo. Neste modelo, são contabilizados fatores como o crescimento do número de clientes, do número de vendas, da gama de produtos, do patrimônio da empresa e outros fatores mais. � Controle Já os relatórios voltados para o controle são para questões internas e que não dependem, necessariamente, do bom desempenho da empresa em vendas. Em geral tendem a controlar fatores como o estoque das empresas e o desperdício de insumos. Entretanto, nesta categoria também estão inclusas as metas. É em um Relatório de Controle que aparece o cumprimento, ou não, das metas impostas por parte de cada setor da empresa. � Análise A elaboração do relatório de análise pede que sejam oferecidos mais do que apenas informações e dados. Neste modelo, os dados são usados para embasar uma conclusão, logo, em um relatório de análise, é fundamental expor um resultado extraído a partir das informações e apresentar possíveis soluções para problemas apontados. REFERENCIAS: BERLINER, C. Gerenciamento de custos – Em indústrias avançadas. São Paulo: T. A. Queiroz Editor Fundação Salim Farah Maluf, 1992. BONTEMPO, M. T. Teoria dos jogos aplicada à contabilidade. São Paulo:Cad. Estud, 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cest/n15/n15a03.pdf CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 5°edição São Paulo: Atlas, 2011. HERNANDEZ, O. C. Gestão Estratégica de Custos. 7°edição São Paulo Atlas , 2011. MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 11°edição São Paulo: Atlas, 2005. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanço: abordagem básica e gerencial. 7°edição São Paulo: Atlas, 2010. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial. Um enfoque em sistema de informação contábil. 7°edição São Paulo: Editora Atlas, 2010. SANTI F, A., OLINQUEVITCH, J. L. Análise de balanços para controle gerencial. 5°edição São Paulo: Atlas, 2009. WARREN, Carl.S.; REEVE, James. M.; FESS, Philip. E. Contabilidade Gerencial. 6.ed.São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
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