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DIREITOS DO CONSUMIDOR

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DIREITOS DO 
CONSUMIDOR
1
AULA 1
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
2. SISTEMA DE PROTEÇÃO
3. CARACTERÍSTICAS DO CDC
4. DIÁLOGO DAS FONTES
5. CDC E TRATADOS INTERNACIONAIS
2
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Dimensões ou gerações dos direitos humanos
liberdade (e igualdade formal)
igualdade (material)
fraternidade (solidariedade)
patrimônio genético
direito digital
3
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
● Revolução Industrial:
novo modelo de produção – standartização da produção
(produção em série)
● Segunda Guerra Mundial
4
Constitucionalização do direito privado (eficácia horizontal)
Publicização do direito privado
Claudia Lima Marques:
“certos estão aqueles que consideram a Constituição Federal de 1988 como o centro 
irradiador e o marco de reconstrução de um direito privado brasileiro mais social e 
preocupado com os vulneráveis de nossa sociedade, um direito privado solidário. Em 
outras palavras, a Constituição seria a garantia (de existência e de proibição de 
retrocesso) e o limite (limite-guia e limite-função) de um direito privado construído 
sob seu sistema de valores e incluindo a defesa do consumidor como princípio geral”.
5
Constituição Federal
Art. 5º,
“XXXII — o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor”. 
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza- ção do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: (...) 
V — defesa do consumidor”. 
ADCT: “Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da 
promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do 
consumidor”
6
2. SISTEMA DE PROTEÇÃO
Direito fundamental - defesa dos vulneráveis
Proteção maior em razão da vulnerabilidade:
● natural
● social
● técnica
Ações afirmativas do Estado - direito de ser diferente (direito francês)
Lei 8.078/1990 - 
Comissão: Ada Pellegrini Grinover (coordenadora), Daniel Roberto Fink, José Geraldo Brito Filomeno, Kazuo 
Watanabe e Zelmo Denari e, ainda, contou com a colaboração de Antonio Herman de Vasconcellos e 
Benjamin, Eliana Cáceres, Marcelo Gomes Sodré, Mariângela Sarrubo, Nelson Nery Jr. e Régis Rodrigues 
Bonvicino.
 cláusulas gerais
 
7
3. CARACTERÍSTICAS DO CDC
normas de ordem pública e interesse social
microssistema
lei principiológica
8
Normas de ordem pública e interesse social
art. 1º: “O presente código estabelece normas de proteção e defesa do 
consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 
5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de 
suas Disposições Transitórias”. 
normas inderrogáveis
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos
juiz pode reconhecer de ofício 
STJ, Súmula n. 381: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador 
conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas”.(???)
9
Microssistema
CDC - normas de natureza
CIVIL
ADMINISTRATIVA
PENAL 
PROCESSUAL
10
Microssistema
CIVIL - o que é relação de consumo, qual o objeto, quem são as partes, 
responsabilidades (pelo fato e pelo vício), prazos, oferta, publicidade, 
cláusulas abusivas etc.
ADMINISTRATIVA - intervenção do Estado nas relações de consumo.
PENAL - crimes previstos no CDC.
 
PROCESSUAL - processo coletivo.
11
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
TÍTULO I - Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO I - Disposições Gerais (Arts. 1°- 3°)
CAPÍTULO II - Da Política Nacional de Relações de Consumo (Arts. 4º e 5°)
CAPÍTULO III - Dos Direitos Básicos do Consumidor (Arts. 6º e 7°)
CAP. IV- Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos
SEÇÃO I - Da Proteção à Saúde e Segurança (Arts. 8°- 10)
SEÇÃO II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço (Arts. 12–17)
SEÇÃO III-Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço (Arts 18/25)
SEÇÃO IV - Da Decadência e da Prescrição (Arts. 26 – 27)
SEÇÃO V - Da Desconsideração da Personalidade Jurídica (Art. 28)
 
12
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
TÍTULO I - Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO V - Das Práticas Comerciais
SEÇÃO I - Das Disposições Gerais (Art. 29)
SEÇÃO II - Da Oferta (Arts. 30 – 35)
SEÇÃO III - Da Publicidade (Arts. 36 -38)
SEÇÃO IV - Das Práticas Abusivas (Arts. 39-41)
SEÇÃO V - Da Cobrança de Dívidas (Art. 42 e A)
SEÇÃO VI - Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores (Arts. 43/44)
 
CAPÍTULO VI - Da Proteção Contratual
SEÇÃO I - Disposições Gerais (Arts. 46-50)
SEÇÃO II- - Das Cláusulas Abusivas (Arts. 51- 53)
SEÇÃO III - Dos Contratos de Adesão (Art. 54)
 
CAPÍTULO VII - Das Sanções Administrativas (Arts. 55- 60)
 
 
13
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8656.htm#art2
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
TÍTULO II - Das Infrações Penais (Arts. 61- 80)
TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I - Disposições Gerais (Arts. 81 -90)
CAPÍTULO II - Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos (Arts.91/100)
CAPÍTULO III - Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços (Arts. 101 e 102)
CAPÍTULO IV - Da Coisa Julgada (Arts. 103 e 104)
TÍTULO IV - Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (Arts. 105 e 106)
 
TÍTULO V - Da Convenção Coletiva de Consumo (Art. 107)
TÍTULO VI - Disposições Finais (Arts. 110 e 119)
14
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
Lei principiológica
Princípios constitucionais:
- dignidade da pessoa humana
- da eficiência
- da isonomia
- da informação
- da atividade econômica
STF, REsp 1.073.595/MG, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 29.4.2011
“a pretensão da seguradora de modificar abruptamente as condições do seguro, 
não renovando o ajuste anterior, ofende os princípios da boa-fé objetiva, da 
cooperação, da confiança e da lealdade que deve orientar a interpretação dos 
contratos que regulam relações de consumo.” 
15
PRINCÍPIOS
protecionismo do consumidor (art. 1º)
vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, inc. I)
hipossuficiência do consumidor (art. 6º, inc. VIII)
boa-fé objetiva (art. 4º, inc. III)
transparência ou da confiança (arts. 4º, caput, e 6º, inc. III). 
informação
função social do contrato
equivalência negocial (art. 6º, inc. II)
reparação integral dos danos (art. 6º, inc. VI)
16
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-2
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-2
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-2
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-3
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-3
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https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-4
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https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-5
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-5
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-5
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-6
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-6https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-6
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https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-7
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https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-8
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https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-9
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-9
https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788530968946/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#sec2-9
Declaração de Sófia sobre o Desenvolvimento de Princípios Internacionais de 
Proteção do Consumidor - 75.º Congresso de Direito Internacional, realizado em Sófia 
(Bulgária), nos dias 26 a 30 de agosto de 2012
a) Princípio da vulnerabilidade – os consumidores são vulneráveis frente aos contratos 
de massa e padronizados, em especial no que concerne à informação e ao poder de 
negociação; 
b) Princípio da proteção mais favorável ao consumidor – é desejável, em Direito 
Internacional Privado, desenvolver standards e aplicar normas que permitam aos 
consumidores beneficiarem-se da proteção mais favorável ao consumidor; 
c)Princípio da justiça contratual – as regras e o regulamento dos contratos de consumo 
devem ser efetivos e assegurar transparência e justiça contratual; 
d) Princípio do crédito responsável – crédito responsável impõe responsabilidade a todos 
os envolvidos no fornecimento de crédito ao consumidor, inclusive fornecedores, corretores, 
agentes e consultores; 
e) Princípio da participação dos grupos e associações de consumidores – grupos e 
associações de consumidores devem participar ativamente na elaboração e na regulação da 
proteção do consumidor”.
(TARTUCE) 17
4. DIÁLOGO DAS FONTES (Cláudia Lima Marques)
Direito Alemão - Erik Jayme 
Possibilidade de aplicação (MARQUES apud TARTUCE):
“a) Havendo aplicação simultânea das duas leis, se uma lei servir de base conceitual para a 
outra, estará presente o diálogo sistemático de coerência. Exemplo: os conceitos dos 
contratos de espécie podem ser retirados do Código Civil, mesmo sendo o contrato de 
consumo, caso de uma compra e venda (art. 481 do CC).
b)Se o caso for de aplicação coordenada de duas leis, uma norma pode completar a outra, de 
forma direta (diálogo de complementaridade) ou indireta (diálogo de subsidiariedade). O 
exemplo típico ocorre com os contratos de consumo que também são de adesão. Em 
relação às cláusulas abusivas, pode ser invocada a proteção dos consumidores constante 
do art. 51 do CDC e, ainda, a proteção dos aderentes constante do art. 424 do CC.
c)Os diálogos de influências recíprocas sistemáticas estão presentes quando os conceitos 
estruturais de uma determinada lei sofrem influências da outra. Assim, o conceito de 
consumidor pode sofrer influências do próprio Código Civil. Como afirma a própria Claudia 
Lima Marques, ‘é a influência do sistema especial no geral e do geral no especial, um 
diálogo de doublé sens (diálogo de coordenação e adaptação sistemática)’.” 18
O art. 7º do CDC - adota um modelo aberto de interação legislativa - sistema 
de vasos comunicantes. 
“... a solução alternativa para a resolução de conflito aparente entre normas com 
o objetivo de conformar a aplicação de todos os Diplomas vigentes na busca de 
proteger de maneira mais apropriada o sujeito de direitos” (Fabrício Bolzan)
Diálogo das fontes:
CDC e Código Civil 
CDC e Lei das mensalidades escolares 
CDC e Lei dos consórcios
CDC e Lei dos planos e seguros de assistência à saúde
STJ. Súmula n. 469: “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos 
de plano de saúde”.
STF, Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.591 - incidência do CDC às 
atividades bancárias 
19
“Deve ser utilizada a técnica do ‘diálogo das fontes’ para harmonizar a 
aplicação concomitante de dois diplomas legais ao mesmo negócio 
jurídico; no caso, as normas específicas que regulam os títulos de 
capitalização e o CDC, que assegura aos investidores a transparência e 
as informações necessárias ao perfeito conhecimento do produto” 
STJ – REsp 1.216.673/SP– Quarta Turma – Rel. Min. João Otávio de 
Noronha – DJe 09.06.2011
20
STJ – REsp 1009591/RS – Terceira Turma – Rel. Min. Nancy Andrighi –, j. 
13.04.2010 – DJe 23.08.2010
“Consumidor e civil. Art. 7º do CDC. Aplicação da lei mais favorável. Diálogo de fontes. 
Relativização do princípio da especialidade. Responsabilidade civil. Tabagismo. Relação de 
consumo. Ação indenizatória. Prescrição. Prazo. O mandamento constitucional de proteção 
do consumidor deve ser cumprido por todo o sistema jurídico, em diálogo de fontes, e não 
somente por intermédio do CDC. Assim, e nos termos do art. 7º do CDC, sempre que uma 
lei garantir algum direito para o consumidor, ela poderá se somar ao microssistema do CDC, 
incorporando-se na tutela especial e tendo a mesma preferência no trato da relação de 
consumo. Diante disso, conclui-se pela inaplicabilidade do prazo prescricional do art. 27 do 
CDC à hipótese dos autos, devendo incidir a prescrição vintenária do art. 177 do CC/1916, 
por ser mais favorável ao consumidor. Recente decisão da 2ª Seção, porém, pacificou o 
entendimento quanto à incidência na espécie do prazo prescricional de 5 anos previsto no 
art. 27 do CDC, que deve prevalecer, com a ressalva do entendimento pessoal da Relatora. 
Recursos especiais providos”.
21
TJSP – Apelação cível 407.157.4/8 – Acórdão 2635077, Piracicaba – Quarta 
Câmara de Direito Privado – Rel. Des. Francisco Loureiro – j. 29.05.2008 – DJESP 
20.06.2008
“Responsabilidade civil por vícios de construção. Desconformidade entre o 
projeto e a obra. Paredes de espessura inferior às constantes do projeto, que 
provocam alterações acústicas e de temperatura nas unidades autônomas. 
Responsabilidade da incorporadora e construtora pela correta execução do 
empreendimento. Vinculação da incorporadora e construtora à execução das 
benfeitorias prometidas, que integram o preço. Desvalorização do 
empreendimento. Indenização pelos vícios de construção e pelas 
desconformidades com o projeto original e a oferta aos adquirentes das 
unidades. Inocorrência de prescrição ou decadência da pretensão ou direito à 
indenização. Incidência do prazo prescricional de solidez da obra do Código Civil. 
Diálogo das fontes com o Código de Defesa do Consumidor. Ação procedente. 
Recurso improvido”.
22
5. CDC E TRATADOS INTERNACIONAIS
Art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
“As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer 
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando 
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes”.
STJ: A prevalência do Código de Defesa do Consumidor sobre a:
Convenção de Varsóvia
Convenção de Montreal
STF: Ainda não está pacificada a questão. Ex.: Recurso Extraordinário n. 
636.331 e Recurso Extraordinário no Agravo 766.618 - prevalência dos 
tratados.
23
STF – RE 351.750-3/RJ – Primeira Turma – Rel. Min. Carlos Britto – j. 17.03.2009 – 
DJE 25.09.2009, p. 69
“Recurso extraordinário. Danos morais decorrentes de atraso ocorrido em voo internacional. 
Aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Matéria infraconstitucional. Não 
conhecimento. 
1. O princípio da defesa do consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade 
econômica. 
2. Afastam-se as normas especiaisdo Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de 
Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo 
Código de Defesa do Consumidor. 
3. Não cabe discutir, na instância extraordinária, sobre a correta aplicação do Código de 
Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no caso concreto, de específicas normas de 
consumo veiculadas em legislação especial sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa 
indireta à Constituição da República. 
4. Recurso não conhecido.”
24
STJ – AgRg no Ag 1.343.941/RJ – Terceira Turma – Rel. Des. Conv. 
Vasco Della Giustina – j. 18.11.2010 – DJe 25.11.2010
 “Agravo regimental no agravo de instrumento. Transporte aéreo internacional. Atraso de voo. Código 
de Defesa do Consumidor. Convenções internacionais. Responsabilidade objetiva. Riscos inerentes à 
atividade. Fundamento inatacado. Súmula 283 do STF. Quantum indenizatório. Redução. 
Impossibilidade. Dissídio não configurado. 
1. A jurisprudência dominante desta Corte Superior se orienta no sentido de prevalência das normas do 
CDC, em detrimento das Convenções Internacionais, como a Convenção de Montreal, precedida pela 
Convenção de Varsóvia, aos casos de atraso de voo, em transporte aéreo internacional. 
2. O Tribunal de origem fundamentou sua decisão na responsabilidade objetiva da empresa aérea, 
tendo em vista que os riscos são inerentes à própria atividade desenvolvida, não podendo ser 
reconhecido o caso fortuito como causa excludente da responsabilização. Tais argumentos, porém, não 
foram atacados pela agravante, o que atrai, por analogia, a incidência da Súmula 283 do STF. 
3. No que concerne à caracterização do dissenso pretoriano para redução do quantum indenizatório, 
impende ressaltar que as circunstâncias que levam o Tribunal de origem a fixar o valor da indenização 
por danos morais são de caráter personalíssimo e levam em conta questões subjetivas, o que dificulta 
ou mesmo impossibilita a comparação, de forma objetiva, para efeito de configuração da divergência, 
com outras decisões assemelhadas. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento”. 25
STJ – AgRg-REsp 262.687/SP – Quarta Turma – Rel. Min. Fernando 
Gonçalves – j. 15.12.2009 – DJE 22.02.2010
“Agravo regimental. Recurso especial. Extravio de bagagem. Indenização ampla. 
Código de Defesa do Consumidor. 
1. É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que, após a edição do 
Código de Defesa do Consumidor, não mais prevalece a tarifação prevista na 
Convenção de Varsóvia. Incidência do princípio da ampla reparação. 
Precedentes. 
2. Agravo regimental desprovido” .
 
26
AULA 2
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO
Consumidor
Fornecedor
Produtos/serviços
27
Consumidor
❖ Em sentido estrito - teorias:
➢ finalista ou subjetiva
➢ maximalista ou objetiva
➢ finalista temperada ou aprofundada ou atenuada (teoria híbrida, intermediária)
❖ Por equiparação
➢ CDC, art. 2º, parágrafo único
➢ CDC, art. 17
➢ CDC, art. 29
28
Consumidor
STJ, REsp. n. 1358231/SP
STJ, REsp. n. 263229/SP
STJ, REsp. n. 684613/SP
STJ, REsp. n.47628/SC
29
Fornecedor - CDC, art. 3º
HABITUALIDADE
❖ Pessoa física
❖ Pessoa jurídica
❖ Entes despersonalizados 
30

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