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Sumário Evolução histórica do Direito do Consumidor Revolução Industrial (Século XVIII e XIX) Intervenção Estatal O Direito do Consumidor no Brasil Os Fundamentos do Direito do Consumidor Competência Características do CDC 1. Lei Principiológica 2. Norma de Ordem Pública 3. Normas de Interesse social 4. Microssistema Multidisciplinar Princípios do Direito do Consumidor 1. Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor (Art. 4º, I) 2. Princípio da Ação Governamental e da Intervenção do Estado (Art. 4º, II) 3. Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Harmonia, Equilíbrio e Boa-fé (Art. 4º, caput e III) 4. Princípio da Educação e Informação (Art. 4º, IV) 5. Princípio do Controle de qualidade e segurança dos produtos e serviços e Mecanismos de Solução de Conflitos (Art. 4º,IV) 6. Princípio da Coibição e Repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo (Art. 4º,VI) 7. Princípio da Racionalização e melhoria dos serviços públicos (Art. 4º,VII) 8. Princípio do Constante estudo das modificações do mercado de consumo (Art. 4º,VIII) 9. Princípio da Responsabilidade solidária (Art. 7º, parágrafo único; Art. 18; Art. 19; Art. 25, §§ 1º e 2º; Art. 28, § 3º; Art. 34) 10. Princípio da Reparação integral dos danos A Política Nacional das Relações de Consumo Código de Defesa do Consumidor Objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo Princípios da Política Nacional das Relações de Consumo Instrumentos de execução da Política Nacional das Relações de Consumo Estrutura da Política Nacional das Relações de Consumo Instrumentos de execução da Política Nacional das Relações de Consumo Métodos alternativos de solução de conflitos Autotutela Autocomposição Mediação Centros Judiciários de solução consensual de conflitos Arbitragem Direitos básicos do Consumidor Liberdade de escolha e igualdade nas contratações Informação adequada e clara Transparência e boa-fé Proteção contratual Efetiva prevenção e reparação de danos Acesso aos órgãos jurídicos e administrativos Facilitação da defesa dos direitos Adequada e eficaz prestação do serviço público Lei nº 14.181/21 – Novos direitos básicos A Relação Jurídica de Consumo Teorias que definem Consumidor Consumidor equiparado Fornecedor Evolução histórica do Direito do Consumidor Revolução Industrial (Século XVIII e XIX) Migrações do campo para as cidades Aumento no consumo de novos produtos e serviços; Fabricantes passaram a produzir em maior quantidade sem se preocupar com a qualidade; A nova sociedade de consumo substituiu a bilateralidade de produção pela unilateralidade da produção; Desequilíbrio da relação de consumo: havia a concentração de grandes capitais em empresas; Na legislação prevalecia a responsabilidade subjetiva (comprovação do dolo/culpa); Os códigos pressupunham a paridade entre as partes. Intervenção Estatal Surge como meio de equilibrar a relação de consumo; A intervenção ocorre por meio da elaboração de legislação específica. Inicialmente, a legislação era instituída no plano penal punir fraudes, falsificações e publicidade enganosa; New Deal: intervenção estatal para conter a crise de 1929; Em 15/03/1962 o Presidente Kennedy proclamou os direitos do consumidor: o Segurança; o Informação; o Direito de escolha; o Direito de ser ouvido. Resolução nº 39/248 – ONU: reconhece a vulnerabilidade do consumidor. O Direito do Consumidor no Brasil Brasil Império: Ordenações Filipinas – Livro V; ESTADO Legislador Elaboração de leis de tutela do consumidor Administrador Implementação de leis de forma direta ou indireta Juiz Dirimir conflitos de interesses oriundos das relações jurídicas de consumo [S1] Comentário: O fornecedor é o único responsável por ditar a relação de consumo. O consumidor (parte mais fraca) se limitava a aderir o contrato elaborado pelo fornecedor ou adquirir o produto. [S2] Comentário: Impõe aos países signatários a adoção de medidas internas que se destinem à proteção efetiva do consumidor, bem como o dever de prover infraestrutura adequada à sua implementação. Decreto-Lei nº 869 de 1937: torna crime a usura e o abuso de poder econômico; Lei nº 1.521 de 1951: crimes contra a economia popular; Lei nº 4.137 de 1962: repressão do abuso de poder econômico. Proibiu, também a venda casada. Lei delegada nº 4 de 1962: medidas de intervenção do poder público no âmbito econômico para assegurar a distribuição de produtos necessários ao consumo do povo; A proteção ao consumidor era ineficaz, não havendo proteção contra danos em massa. Era dada ao consumidor a responsabilidade de comprovar o dolo ou culpa do fornecedor. Na década de 1970 surgem as primeiras associações de consumo e entidades governamentais voltadas à proteção do consumidor no Brasil; Tendo em vista as consequências trazidas pelo Plano Cruzado, na segunda metade de 1980, as pressões populares acarretaram na promulgação da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/1985), instrumento que defendeu interesses e direitos difusos. Em 1988 a nova Constituição trouxe em seu artigo 5º, XXXII, a obrigação do Estado de promover a defesa do consumidor. Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990: o Consagrou a defesa do consumidor no ordenamento brasileiro; o Anteriormente, as relações de consumo eram reguladas pelo Código Civil de 1916 e por legislação esparsa. Os Fundamentos do Direito do Consumidor CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 5º, XXXII: o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VIII -: responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; Art. 150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. Art. 150. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V – defesa do consumidor. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. II – os direitos dos usuários. Art. 48, ADTC: O Congresso Nacional, dentro de 120 dias da promulgação da Constituição, elaborará Código de Defesa do Consumidor. [S3] Comentário: Empréstimo com juros/agiotagem. Art. 5º: A defesa do consumidor é elevada à categoria de direito fundamental: o Interpretação deve ser a mais benéfica para o consumidor; o Aplicação da eficácia vertical, eficácia horizontal e princípio da vedação do retrocesso; o Cláusula pétrea e direito subjetivo. Competência Competência concorrente (art. 24, V e VIII, CF) Compete à União, Estado e DF legislar sobre produção, consumo e responsabilidade pelo dano ao consumidor; Normas gerais: União; Normas Suplementares: Estados; Os municípios têm autonomia para legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar legislação federal e estadual (art. 30, I e II, CF). Características do CDC O pressuposto do CDC é a vulnerabilidade do consumidor: ♠ Busca garantir a transparência e harmonia das relações de consumo e a igualdade formal-material dos sujeitos da relação jurídica de consumo..: 1. Lei Principiológica Fixa princípios fundamentais de determinada situação ou relação jurídica, aos quais devem se submeter todas as leis, inclusive, as especiais; Atinge toda e qualquer relação jurídica que possa ser caracterizada como de consumo; Às leis principiológicas não se aplica o princípio da especialidade A legislação consumerista prevalece sobre as demais (exceto CF); O caráter principiológico se manifesta quando da concretização dos princípios e garantias constitucionais que são tornados explícitos na lei consumerista. Destacam-se as leis e direitos fundamentais. 2. Norma de Ordem Pública Norma cogente, de observância obrigatória Não pode ser afastada pela vontade dos interessados; São normas indisponíveis; Nas lides, o juiz pode apreciar, reconhecer de ofício; Não há preclusão podem ser conhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição; Não podem ser derrogadas cláusulas abusivas serão anuladas. [S4] Comentário: Vertical: aplicação de direitos entre o particular e o Estado. Horizontal: aplicação de direitos fundamentais à relações particulares. [S5] Comentário: Difere do Código Civil, que pressupõe a igualdade das partes. [S6] Comentário: SÚMULA N. 381 – STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. 3. Normas de Interesse social Referem-se a valores cuja proteção interessa à coletividade como um todo; As decisões em matéria de consumidor repercutem na tutela de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos; Servem a um propósito educativo para a sociedade e como alerta para fornecedores. 4. Microssistema Multidisciplinar Disciplina a relação de consumo em todos os aspectos jurídicos da proteção do consumidor; Caráter interdisciplinar: civil, administrativo, penal, processual... Princípios do Direito do Consumidor ♠ Os princípios consumeristas têm aplicação imediata em defesa do consumidor frente às abusividades dos fornecedores dentro de uma relação de consumo; ♠ Previstos nos artigos 4º e 6º da Lei 8.078/1990; ♠ Alinhados à Declaração de Sófia sobre o Desenvolvimento de Princípios Internacionais de Proteção do Consumidor, realizada na Bulgária em 2012.. 1. Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor (Art. 4º, I) Princípio basilar do Direito do Consumidor; O consumidor é a parte mais frágil da relação jurídica. O fornecedor é considerado mais forte, pois detém o controle sobre os meios de produção; Busca a isonomia garantir a igualdade material ao consumidor; Procura estabelecer a igualdade concreta na relação de consumo, assentando-se na fragilidade daquele que pode ser prejudicado; Dá base para todos os direitos conferidos aos consumidores e obrigações para os fornecedores. A vulnerabilidade se configura pelo simples fato de ser consumidor não importa o grau cultural, econômico, político... Presunção absoluta da vulnerabilidade do consumidor pessoa física; Vulnerabilidade não é sinônimo de hipossuficiência! FINALIDADE Dar efetividade ao conjunto normativo Reequlibrar a relação [S7] Comentário: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; [S8] Comentário: No caso de pessoa jurídica, é necessário comprovar a vulnerabilidade. [S9] Comentário: A hipossuficiência não é prevista expressamente no CDC. A hipossuficiência é a dificuldade do consumidor para produzir no processo a prova do fato favorável ao seu interesse, seja porque não tem conhecimento técnico sobre o produto ou serviço, ou porque não possui recursos financeiros para arcar com a produção dessa prova; A hipossuficiência garante a inversão do ônus da prova a favor do consumidor. Vulnerabilidade Hipossuficiência Conceito de direito material; Abstrata; Inerente ao consumidor; Fragilidade inata do consumidor; Pode ou não conseguir provas para fundamentar a ação. Conceito de direito processual e individual; Concreta; Critério para inversão do ônus da prova; Presunção relativa: nem todo consumidor é hipossuficiente; Não tem como obter provas (desconhecimento técnico ou informacional). Hipervulnerabilidade Vulnerabilidade + Hipossuficiência = Hipervulnerabilidade; É a vulnerabilidade agravada obriga o sistema consumerista a adotar proteção especial de determinados grupos; Não há previsão expressa. 2. Princípio da Ação Governamental e da Intervenção do Estado (Art. 4º, II) Ação governamental para proteger o consumidor: o Iniciativa direta (art. 4º, II, a); o Incentivo à criação e desenvolvimento de associações representativas (art. 4º, II, b); o Presença do Estado no mercado de consumo (art. 4º, II, c); o Garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho (art. 4º, II, d); Meios de intervenção: o Procon Vunerabilidade Técnica, informacional, fática (socioeconômica) e jurídica (científica) Hipervulneráveis idade, condições especiais de saúde, pessoas com deficiência, gestantes, analfabetos [S10] Comentário: A falta de QUALIDADE pode gerar vício; A falta de SEGURANÇA pode gerar defeito. o Associações de defesa do consumidor o Agências reguladoras o Sinmetro, Conmetro, Inmetro... o Direta o Poder de polícia 3. Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Harmonia, Equilíbrio e Boa-fé (Art. 4º, caput e III) Princípio da harmonia das relações de consumo Objetiva a harmonização das relações de consumo através do tratamento diferenciado entre as partes envolvidas e da fixação de parâmetros de ordem prática. Busca compatibilizar: o Interesses dos participantes das relações de consumo; o Proteção do consumidor e necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico. Princípio do Equilíbrio Tutelar a parte mais fraca para materializar a igualdade material; Proteger o equilíbrio econômico das prestações do contrato de consumo. Princípio da Boa-fé objetiva Art. 4º e art. 51, IV: cláusula geral e critério de nulidade de cláusula contratual; Impõe deveres laterais aos negócios jurídicos, ainda que não haja previsão expressa. Com o direito do consumidor, a boa-fé deixa de ser subjetiva e passa a ser objetiva, independente de voluntariedade. Funções Integrativa/criadora de deveres laterais/anexos em todas as relações de consumo estão presentes os deveres anexos, estejam expressos ou não Interpretativa deve ser dado o sentido que mais se aproxima da lealdade e honestidade Controle/limitadora de direitos evitar que a total liberdade contratual gere situações de desequilíbrio. limita o exercício da autonomia da vontade [S11] Comentário: Ex: quando o Estado produz remédio em caso de pandemia. [S12] Comentário: Fiscalização, multa, sanções administrativas. [S13] Comentário: III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; [S14] Comentário: É dever das partes agir conforme certos parâmetros de honestidade, lealdade, colaboração. [S15] Comentário: Baseada na intenção lesiva do sujeito. A boa-fé funciona como um modelo que não depende da verificação da má- fé subjetiva do fornecedor ou consumidor. Não são mais aceitos o dolus bônus e caveat emptor; o Ainda vale o caveat venditor, pois este tem obrigação de explicar e informar. A ausência de boa-fé em uma cláusula contratual a torna nula (art. 51, IV). 4. Princípio da Educação e Informação (Art. 4º, IV) É por meio da informação que se exerce a cidadania; Educação e informação de fornecedores e consumidores quanto aos seus direitos e deveres. A educação é direito básico dos consumidores (art. 6º, III): “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”; Considerando o consumo em massa, a clareza da informação deve englobar todas as pessoas, não somente o homem médio. Ademais, deve estar presente em todas as fases da relação de consumo (pré-contratual, contratual e pós-contratual). É uma das formas de expressão do Princípio da Transparência o Consiste em: Dever do fornecedor de informar; Direito do consumidor de ser informado e obter a informação. o Possui caráter instrumental Educação Formal Inserir temas de direito do consumidor nos currículos escolares Informal Responsabilidade do forncedor. Dever de informar ao cliente sobre o produto Informação Adequada Clara Correta Precisa Ostensiva Lingua portuguesa [S16] Comentário: Dolus bônus é o exagero cometido pelo vendedor ao valorizar o objeto a ser alienado, sendo admissível tais manifestações exageradas, pois um mínimo de diligência pode dissipá- las. dolus bonus é espécie tolerada juridicamente, especialmente no mundo dos negócios [S17] Comentário: Caveat emptor - Risco de quem compra [S18] Comentário: Risco de quem vende 5. Princípio do Controle de qualidade e segurança dos produtos e serviços e Mecanismos de Solução de Conflitos (Art. 4º,IV) Tal princípio surge para verificar a adequação do produto ou serviço às normas de fabricação/prestação. Não deve ser limitado à aplicação das normas, devendo atender à satisfação do consumidor. A qualidade se refere ao desempenho, durabilidade e funcionalidade do produto repercussão econômica; o Trata-se de vício Segurança se refere à vida, à saúde do consumidor atinge o corpo do consumidor; o Trata-se de dano Arts. 8º e 10º do CDC proíbem a exposição de produtos que tragam riscos à saúde e segurança do consumidor e terceiros; Art. 18: prevê a responsabilização solidária dos fornecedores por vícios de qualidade; V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; o O fornecedor deve proporcionar meios de resolução direta com o consumidor. o IMPORTANTE: cláusulas que obriguem a adoção compulsória de arbitragem são nulas de pleno direito (art. 51, VII, CDC). 6. Princípio da Coibição e Repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo (Art. 4º,VI) Coibir concorrência desleal e a utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais que possam causar prejuízo aos consumidores; 7. Princípio da Racionalização e melhoria dos serviços públicos (Art. 4º,VII) O Estado também pode ser fornecedor de produtos e serviços se estiver em uma relação de consumo, aplica-se o CDC. [S19] Comentário: Canais de comunicação entre o vendedor e o consumidor, para evitar levar o litígio aos órgãos de proteção ou ao judiciário. [S20] Comentário: Quando uma marca menor faz uma embalagem muito parecida com a de uma marca famosa para confundir o consumidor, por exemplo 8. Princípio do Constante estudo das modificações do mercado de consumo (Art. 4º,VIII) Procura combater as abusividades que ganham novas características com o desenvolvimento tecnológico e a evolução do mercado de consumo; 9. Princípio da Responsabilidade solidária (Art. 7º, parágrafo único; Art. 18; Art. 19; Art. 25, §§ 1º e 2º; Art. 28, § 3º; Art. 34) Responsabilidade solidária de todos os fornecedores (vendedor e fabricante). 10. Princípio da Reparação integral dos danos Assegura ao consumidor as efetivas prevenção e reparação de todos os danos suportados, sejam materiais ou morais, individuais, coletivos ou difusos; Enunciado nº 550 do CJF/STJ: A quantificação da reparação por danos extrapatrimoniais não deve estar sujeita a tabelamento ou a valores fixos. A Política Nacional das Relações de Consumo Art. 4º, CDC; Código de Defesa do Consumidor Lei de origem constitucional: o O legislador constituinte declarou que a defesa do consumidor é cláusula pétrea; o O art. 170, CF traz a defesa do consumidor. De ordem pública: o Traz valores básicos; o Valores inafastáveis. Possui função social: o As regras do CDC interessam toda sociedade; o No caso concreto, o juiz pode aplicar a norma do CDC de ofício. Base do microssistema: o Existem outras leis que tratam da proteção ao consumidor, mas o CDC é a base incontestável do sistema de defesa; Um todo organizado de normas: o Estabelece conceitos, princípios e objetivos. Objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo Atendimento das necessidades dos consumidores: o O foco da proteção é o consumidor. Respeito à dignidade, saúde e segurança: o Arts. 8 a 17, CDC; o Fato do produto e do serviço; o Vício é diferente de defeito. Proteção dos interesses econômicos do consumidor: o Trata do vício. Melhoria da qualidade de vida do consumidor: o O mercado de consumo deve se estruturar de maneira que melhore a qualidade de vida. Transparência e harmonia nas relações de consumo: o A transparência é requisito de validade. Princípios da Política Nacional das Relações de Consumo Vulnerabilidade Técnica o O produtor detém o monopólio dos meios de produção, portanto, quem sabe produzir e prestar o serviço é o fornecedor, ele tem a técnica. o O consumidor é frágil por não possuir o conhecimento técnico. Jurídica ou Científica o Não saber os termos técnicos do contrato impedia o consumidor de compreendê-lo. Fática ou econômica o Também conhecida como vulnerabilidade socioeconômica o fornecedor aproveita-se de seu monopólio fático/jurídico e de seu poder econômico, ou ainda aproveita-se de seu serviço ser essencial, e impõe sua superioridade à contratação. Informacional o Baseia-se no fato de que atualmente as informações podem ser facilmente manipuladas (fake news). Hipervulnerabilidade Boa-fé Objetiva Lealdade e cooperação entre fornecedor e consumidor; Garantir o bom termo da relação contratual [S21] Comentário: Falha no serviço que causa prejuízo a saúde do consumidor. É acidente de consumo. [S22] Comentário: Um problema na qualidade do produto/serviço que frustra legítima expectativa econômica do consumidor. [S23] Comentário: TODO CONSUMIDOR É VULNERÁVEL Se uma das partes não for vulnerável, não é consumidor, então aplica-se o Código Civil (Código dos iguais). Defesa do Consumidor pelo Estado Art. 5º, XXXII, CF; Iniciativa direta Incentivo à criação e desenvolvimento de associações Presença do Estado no Mercado de consumo Garantia de produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. Confiança (segurança e qualidade) Não é expresso no CDC; Decorre da boa-fé e conecta-se ao princípio da transparência; “Confiança é a credibilidade que o consumidor deposita no produto ou no vínculo contratual como instrumento adequado para alcançar os fins que razoavelmente deles se espera. Prestigia as legítimas expectativas do consumidor no contrato” (CAVALIERI, 2019 p. 67). Harmonização de interesses Art. 4º, III, CDC tem relação com o estado de paz que deve permear a relação de consumo; Baseia-se na boa-fé e no equilíbrio das relações entre fornecedores e consumidores; Art. 170, CF – princípios da ordem econômica. Dimensão coletiva Tudo que trata do consumidor vai além da relação fornecedor-consumidor. Educação e informação Art. 4º, IV, CDC; Educação formal deve ser ensinado o consumo consciente nas escolas e instituições de ensino formal; A educação informal é de responsabilidade dos órgãos governamentais, organizações e associações da sociedade civil e das próprias empresas utilizar-se de cartilhas, revistas, panfletos, ações de marketing consciente, etc. A informação é diferente da educação. Trata-se de uma comunicação geral, sendo dever do fornecedor garantir que a informação seja clara e eficiente para garantir ao consumidor conhecimento sobre o produto ou serviço. Combate ao abuso Art. 4º, VI, CDC; Repressão de abusos no mercado de consumo; O abuso pode ocorrer por meio de concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais de marcas/signos distintivos. Racionalização e melhoria dos serviços públicos Serviços Uti singuli Serviços Uti universi Título singular; Colocados à disposição ou prestados aos consumidores pelo Poder Público ou empresas concessionárias/permissionárias; Remunerados mediante uma tarifa ou preço público; Ex.: água, esgoto, transporte público... Título universal Prestados diretamente pelo Poder Público; Remunerados indiretamente mediante tributos, de forma geral (impostos) ou específica (taxas e contribuições de melhoria); Ex.: educação e saúde públicas... O art. 4, VII do CDC diz respeito aos serviços uti singuli; Por sua vez, o art. 6º do CDC não faz distinção entre os tipos de serviços; Educação financeira e ambiental dos consumidores Lei nº 14.181/2021 A educação financeira foi elevada ao patamar de princípio. Previsão e tratamento do superendividamento Lei nº 14.181/2021 Evitar a exclusão social do consumidor Instrumentos de execução da Política Nacional das Relações de Consumo Art. 5º, CDC; Estrutura da Política Nacional das Relações de Consumo Princípios (incisos do art. 4º) Objetivos (caput do art. 4º) Instrumentos (art. 5º) A Política foi assentada na tutela do consumidor sob tríplice controle: Do Estado Do consumidor Das entidades de defesa do consumidor. Instrumentos de execução da Política Nacional das Relações de Consumo Princípios (incisos do art. 4º) O rol do art. 5º é exemplificativo Responsabilidade do Poder Público Métodos alternativos de solução de conflitos Introduzidos pelo inciso VI, do art. 5º; Os instrumentos devem ser implementados tendo como diretriz o princípio da vulnerabilidade e o equilíbrio das relações de consumo busca-se dirimir as diferenças materiais entre as partes. Os métodos alternativos fundamentam-se na autonomia da vontade, contudo, diante de grande desigualdade entre as partes, é necessária a criação de mecanismos que possam assegurar a defesa do consumidor. Autotutela Sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvidas no conflito em razão do uso da força pela parte vencedora; Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros: I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente; II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor. VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural; VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de conflitos oriundos de superendividamento. Não se limita ao aspecto físico (pode ser afetivo, econômico, religioso) É admitida excepcionalmente. Autocomposição Sacrifício integral ou parcial do interesse das partes envolvidas no conflito, mediante a vontade unilateral ou bilateral dos sujeitos; Não há participação de terceiros; A solução do conflito é determinada pela vontade das partes. Espécies: o Transação: sacrifício recíproco de interesses cada parte abdica parcialmente de sua pretensão para que se atinja a solução do conflito; Pode ser alcançada com ou sem facilitador; o Renúncia: Ato unilateral titular abdica de um direito, fazendo-o desaparecer com o conflito gerado por sua ofensa; o Submissão: o sujeito se submete á pretensão da parte contrária, ainda que sua resistência tenha sito legítima. Pode ocorrer no âmbito judicial. Mediação Também se funda na vontade das partes; Não existe sacrifício total ou parcial dos interesses das partes; A mediação concentra-se na causa do conflito, não no conflito em si; O mediador não propõe soluções para o conflito, mas conduz as partes a descobrirem sua causa e elaborarem proposta para dirimir as controvérsias; O mediador atua nos casos em que houver vínculo entre as partes. Preferível para solução de conflitos consumeristas, visto que não há sacrifício de interesse do consumidor. Mediação Conciliação Busca a causa do conflito; Sem sacrifício de interesses; Adequada para os casos em que há relacionamento anterior e busca-se preservá-lo de maneira pacífica (ex.: guarda de filhos). Busca respostas para um conflito; Há sacrifício de interesses; Adequada para os casos em que as partes não tem qualquer relação anterior; Centros Judiciários de solução consensual de conflitos Art. 165, caput, CPC Decreto nº 8.573/2015 – sistema alternativo de solução de conflitos de consumo (consumidor.gov.br) Arbitragem Lei 9.307/1996; Forma alternativa de solução de conflitos fundada em dois elementos: o Escolha de um terceiro de confiança pelas partes para solucionar o conflito de interesses o Decisão do terceiro é impositiva deve ser acatada independente da vontade das partes [S24] Comentário: Ex: Legítima defesa – art. 188, I, CC Apreensão do bem com penhor legal (art. 1467, I, CC) Desforço imediato no esbulho (art. 1210, § 1º, CC) [S25] Comentário: Quando um terceiro interfere, é uma CONCILIAÇÃO O conciliador não tem poder para decidir o conflito, apenas auxilia as partes, propondo soluções. Preferencialmente, o conciliador atua em casos em que as parte não possuem vínculo anterior. [S26] Comentário: Princípios das formas consensuais de solução de conflitos -previsto no art. 166, CPC 1-Independência 2-Imparcialidade 3-Autonomia da vontade 4-Confidencialidade 5-Oralidade 6-Informalidade 7-Decisão informada Cláusula contratual que determina a utilização compulsória de arbitragem é NULA – art. 51, VII, CDC. Art. 4º, § 2º, da Lei n. 9.307/1996: nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só é eficaz se o aderente tomar a iniciativa de instituir arbitragem ou concordar expressamente com sua instituição. Direitos básicos do Consumidor Art. 6º, CDC; Proteção à vida, saúde e segurança Teoria da qualidade; Arts. 8 a 17, CDC; Impõe ao fornecedor que os produtos e serviços tenha um padrão mínimo de qualidade, que não prejudique a saúde do consumidor; Decorre dos princípios da confiança e da segurança2. Liberdade de escolha e igualdade nas contratações Art. 6º, II, CDC. direito de livre escolha e igualdade nas contratações Trata de educação, equilíbrio e vulnerabilidade; Educação para o consumo reduz um pouco a vulnerabilidade do consumidor; Igualdade é trazida pela proteção dada na legislação garante ao consumidor a paridade de armas. Informação adequada e clara Art. 6º, III, CDC; Decorre do princípio da transparência; Dizer algo de forma que a pessoa que escuta/lê possa compreender; O consumidor SEMPRE deve ser claramente informado. Transparência e boa-fé Art. 6º, IV, CDC; Combate ao abuso o Assédio de consumo: aquele que faz o consumidor comprar no impulso, sem pensar, algo que talvez ele nem precisasse; o Marketing abusivo arts. 30 a 38 do CDC asseguram a informação correta e transparente na publicidade; Deve estar presente desde a fase pré-contratual e continuar até depois do contrato obrigação do fornecedor [S27] Comentário: Há divergência na doutrina acerca de sua validade, uma vez que alguns doutrinadores compreendem que este dispositivo contraria o art. 51, VII do CDC. Contudo, Nery Júnior compreende que é possível a instituição de cláusula de arbitragem nos contratos de consumo, desde que obedecida a bilateralidade na contratação e forma de manifestação da vontade COMUM ACORDO. O STJ entende que se a cláusula for imposta ao consumidor, como acontece nos contratos de adesão, deve ser aplicado o art. 51, VII do CDC, sendo a cláusula compromissória nula de pleno direito (RECURSO ESPECIAL Nº 1.785.783 – GO; REsp 1169841/RJ, REsp 1.189.050/SP). [S28] Comentário: fornecedor que engana o consumidor para que ele compre logo um produto (diz que a promoção vai acabar logo, não tem outro igual) Proteção contratual Art. 6º, V, CDC procura amparar os consumidores, especialmente nos contratos de adesão, que podem surpreender ao utilizar cláusulas iníquas e abusivas. Garante a revisão do contrato por onerosidade excessiva: o O CDC garante o direito de modificação de cláusulas mesmo que não sejam abusivas; o Só pode ser usada pelo consumidor; o É possível pedir a rescisão do contrato ou pedir pelo reequilíbrio da prestação. Efetiva prevenção e reparação de danos Art. 6º, VI, CDC estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor de produtos e serviços com base nos princípios da prevenção, da informação e da segurança; Reparação de danos patrimoniais e morais; Danos podem ser individuais ou coletivos; O dever de prevenção recai sobre o fornecedor e sobre o Estado. O primeiro deve informar sobre riscos normais e previsíveis, já o segundo deve fiscalizar o que é oferecido ao consumidor; Adoção da teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica se quem causou o dano foi a pessoa jurídica, é seu patrimônio que deve arcar com isso (se pessoa jurídica não tiver dinheiro, vai para o patrimônio da pessoa física que a administra). Acesso aos órgãos jurídicos e administrativos Art. 6º, VII, CDC; Garante o acesso aos órgãos judiciários e administrativos para prevenção ou reparação de danos patrimoniais ou morais, individuais, coletivos ou difusos; Facilitação da defesa dos direitos Art. 6º, VIII, CDC; Decorre do reconhecimento da hipossuficiência fática e técnica, algumas vezes econômica, do consumidor; Inversão do ônus da prova: o Não é automática e nem obrigatória precisa de verossimilhança ou hipossuficiência; o Ocorre a critério do juiz (inversão ope judicis) o Em alguns casos o ônus é dado ao fornecedor por força da lei (inversão ope legis), caso dos art.s 12, § 3º, 14, § 3º e 38 do CDC A inversão é regra de instrução [S29] Comentário: HIPÓTESES: 1 - modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais é caracterizada pela existência de cláusulas abusivas contemporâneas à formação do contrato. 2 – Onerosidade excessiva: situação imprevista que gerou vantagem excessiva para uma das partes, podendo ser invocada por qualquer um dos contraentes. [S30] Comentário: Pode ser desconsiderada a personalidade quando ela for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados ao consumidor Adequada e eficaz prestação do serviço público Art. 6º, X, CDC; Alcança o Poder Público, suas empresas, concessionárias e permissionárias; O serviço público é sujeito ao princípio da continuidade o Art. 22, CDC: deve fornecer serviços adequados, suficientes, eficientes, seguros e, quanto aos serviços essenciais, devem ser contínuos; o Os serviços prestados mediante pagamento de tarifa ou preço público estão sujeitos ao CDC; o Serviços ofertados a título universal (saúde, educação...) não estão sujeitos ao CDC. A estes impõe-se os princípios da eficiência, adequação e continuidade. Lei nº 14.181/21 – Novos direitos básicos Garantia de práticas de crédito responsável, educação financeira e previsão de tratamento de situações de superendividamento, preservando o mínimo existencial; Preservação do mínimo existencial na repactuação de dívidas e na concessão de crédito o É o padrão básico que a pessoa precisa para sobreviver com dignidade o As relações de consumo não podem ir além da dignidade da pessoa humana Informação do preço por unidade de medida A Relação Jurídica de Consumo Art. 2º e 3º, CDC; Aplicação do Código de Defesa do Consumidor Art. 2º: consumidor é toda pessoa física que adquire ou utiliza produto/serviço como destinatário final. Leigo Leigo Profissional Profissional Direito Civil Direito Empresarial Direito do Consumidor [S31] Comentário: consumidor pessoa física, que não tem como pagar as dívidas vencidas e vincendas sem comprometer o mínimo existencial. Nesse conceito não estão inclusas as dividas assumidas frente ao fisco, oriundas de delitos e de alimentos. Porém o plano de pagamento não pode prejudicar o mínimo existencial. [S32] Comentário: Exemplo: Salgadinho com 100g deve informar por quanto sai o quilo. Insumidor é aquele que adquire um produto para coloca-lo no processo produtivo de outro produto. Consumidor é conceito relacional a pessoa é considerada consumidora em relação a um determinado fornecedor. Pessoa jurídica também pode ser consumidor. O consumidor equiparado também é sujeito da relação de consumo. proteção da coletividade pelo CDC. Teorias que definem Consumidor A conceituação dos sujeitos da relação de consumo está prevista nos artigos 2º, 17 e 29 do CDC. Existem vários posicionamentos acerca de quem seria o “destinatário final” e qual o alcance da proteção CDC. Para solucionar a questão, surgem três teorias: finalista, finalista mitigada e maximalista. Teoria Finalista Destinatário final destinatário fático e econômico Pessoa que retira o produto ou serviço da cadeia de produção o produto deve ser consumido em proveito próprio, não sendo utilizado para produção de outro bem ou serviço. Fundamenta-se na vulnerabilidade presumida entre desiguais Crítica: deixa desprotegidas aquelas pessoas que embora utilizem o produto para fornecer outro bem/serviço, encontram-se em grande vulnerabilidade perante o fornecedor primário. Teoria Finalista Mitigada Aprimoramento da teoria finalista. Pode englobar tanto o destinatário fático quanto o econômico. Destinatário final pode não ser o destinatário econômico, desde que seja comprovada a vulnerabilidade entre desiguais. A vulnerabilidade é elemento essencial da relação de consumo. Adotada pelo STJ. Teoria Maximalista O destinatário final é o fático, portanto considera que este é qualquer pessoa que adquira um produto ou serviço no mercado de consumo, independente de como isso será usado posteriormente. Aplica o CDC a todas as relações do mercado de consumo. Para ela todos que adquirem um produto/serviço são consumidores. Não se preocupa se a relação é entre iguais e desiguais. Não considera a vulnerabilidade das pessoas. É incompatível com os princípios e objetivos do CDC. [S33] Comentário: Consumidor por equiparação ou bystander são aqueles que, embora não façam parte diretamente de uma relação de consumo, sofrem os efeitos lesivos da falha na prestação de serviço. [S34] Comentário: Quem retira o produto/serviço do mercado para si [S35] Comentário: Sempre será destinatário fático Consumidor equiparado Coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que interferiram na relação de consumo. Vítimas de acidente de consumo (bystander). o Acidente de consumo: quando os danos causados são consequência de defeito, insuficiência ou inadequação de informações sobre a utilização e risco do produto. o Hipótese de responsabilidade por fato do produto vale para todas as vítimas do evento, ainda que não sejam parte do contrato de consumo. Pessoas, determinadas ou não, expostas às práticas comerciais de ofertas, contratos de adesão, publicidade, cobrança de dívidas, bancos de dados (vulnerabilidade). Fornecedor Art. 3º, CDC. Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou serviços. o Produto: é necessário desenvolver atividades tipicamente profissionais, com certa habitualidade. É qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. Produto gratuito: todo produto entre fornecedor e consumidor faz parte da relação de consumo. Cartão de crédito: envio de cartão (só gera anuidade se desbloquear) pelo banco gera relação de consumo O produto gratuito gera responsabilidade do fornecedor. o Serviço: remuneração é o único elemento caracterizador. Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes de relação trabalhista. Não existe serviço gratuito. O serviço PRECISA ser remunerado. A remuneração pode ser direta ou indireta. Serviço bancário: há relação de consumo. Usa o CDC. o Há solidariedade de toda a cadeia de fornecimento quanto à reparação de danos que infrinjam as normas consumeristas. o Marca e principio da confiança. Fornecedor equiparado [S36] Comentário: EX: condomínio e massa falida [S37] Comentário: Ao acidentado, é dado o direito de ingressar com ação pleiteando reparação moral e material, no prazo de cinco anos contados do conhecimento do dano. a responsabilidade civil do fornecedor no caso de acidente de consumo independe de culpa (art. 12, CDC) e atinge subsidiariamente o comerciante do produto, que poderá ser acionado caso o fornecedor não possa ser encontrado, o produto não esteja identificado ou o defeito decorra da má conservação do produto. [S38] Comentário: Ex: explosão no shopping: cliente que estava comprando e/ou passeando indenização nos termos do CDC, por acidente de consumo. No caso de uma funcionária afetada pelo acidente, também pedirá indenização nos termos do CDC. Para identificar a jurisdição competente para julgar um acidente de consumo no ambiente de trabalho é preciso saber a procedência do produto cuja utilização causou danos à saúde do trabalhador. Se o mesmo foi fabricado pelo próprio empregador, considerando a relação de emprego existente entre as partes, a competência é da Justiça Trabalhista. Caso o produto tenha como fornecedor um terceiro, deve-se aplicar o Código do Consumidor, atribuindo a competência à Justiça Comum. [S39] Comentário: O Estado não pode ser considerado um consumidor frente ao fornecedor, pois ele não entra como vulnerável em uma relação de consumo. [S40] Comentário: - Remunerado diretamente pelo consumidor - Serviço não oneroso para o consumidor, mas remunerado indiretamente - Serviço totalmente gratuito Sujeito terceiro à relação de consumo porém que serviu como intermediário ou auxiliar na relação principal se coloca na frente do consumidor como se fornecedor fosse. Exemplo: empresas que mantêm e administram bancos de dados dos consumidores. Consumo compartilhado “Sharing economy” – “as pessoas alugam, usam, trocam, doam, emprestam e compartilham bens, serviços, recursos ou commodities, de propriedade sua, geralmente com a ajuda de aplicativos e tecnologia online” (Cláudia Lima Marques). Relação P2P – relação porta a porta (computador) o Gatekeeper – guardião de acesso – plataforma intermediária (shopee, mercado livre, airbnb) o Gatekeeper atrai a confiança do consumidor
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