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Introdução ao Direito do Consumidor

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Sumário 
Evolução histórica do Direito do Consumidor 
Revolução Industrial (Século XVIII e XIX) 
Intervenção Estatal 
O Direito do Consumidor no Brasil 
Os Fundamentos do Direito do Consumidor 
Competência 
Características do CDC 
1. Lei Principiológica 
2. Norma de Ordem Pública 
3. Normas de Interesse social 
4. Microssistema Multidisciplinar 
Princípios do Direito do Consumidor 
1. Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor (Art. 4º, I) 
2. Princípio da Ação Governamental e da Intervenção do 
Estado (Art. 4º, II) 
3. Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Harmonia, 
Equilíbrio e Boa-fé (Art. 4º, caput e III) 
4. Princípio da Educação e Informação (Art. 4º, IV) 
5. Princípio do Controle de qualidade e segurança dos 
produtos e serviços e Mecanismos de Solução de Conflitos 
(Art. 4º,IV) 
6. Princípio da Coibição e Repressão eficientes de todos os 
abusos praticados no mercado de consumo (Art. 4º,VI) 
7. Princípio da Racionalização e melhoria dos serviços públicos 
(Art. 4º,VII) 
8. Princípio do Constante estudo das modificações do 
mercado de consumo (Art. 4º,VIII) 
9. Princípio da Responsabilidade solidária (Art. 7º, parágrafo 
único; Art. 18; Art. 19; Art. 25, §§ 1º e 2º; Art. 28, § 3º; Art. 34) 
10. Princípio da Reparação integral dos danos 
A Política Nacional das Relações de Consumo 
Código de Defesa do Consumidor 
Objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo 
Princípios da Política Nacional das Relações de Consumo 
Instrumentos de execução da Política Nacional das Relações de 
Consumo 
Estrutura da Política Nacional das Relações de Consumo 
Instrumentos de execução da Política Nacional das Relações 
de Consumo 
Métodos alternativos de solução de conflitos 
Autotutela 
Autocomposição 
Mediação 
Centros Judiciários de solução consensual de conflitos 
Arbitragem 
Direitos básicos do Consumidor 
 
Liberdade de escolha e igualdade nas contratações 
Informação adequada e clara 
Transparência e boa-fé 
Proteção contratual 
Efetiva prevenção e reparação de danos 
Acesso aos órgãos jurídicos e administrativos 
Facilitação da defesa dos direitos 
Adequada e eficaz prestação do serviço público 
Lei nº 14.181/21 – Novos direitos básicos 
A Relação Jurídica de Consumo 
 
Teorias que definem Consumidor 
Consumidor equiparado 
Fornecedor 
 
Evolução histórica do Direito do 
Consumidor 
Revolução Industrial (Século XVIII e XIX) 
 Migrações do campo para as cidades  Aumento no consumo de novos 
produtos e serviços; 
 Fabricantes passaram a produzir em maior quantidade sem se preocupar 
com a qualidade; 
 A nova sociedade de consumo substituiu a bilateralidade de produção pela 
unilateralidade da produção; 
 Desequilíbrio da relação de consumo: havia a concentração de grandes 
capitais em empresas; 
 Na legislação prevalecia a responsabilidade subjetiva (comprovação do 
dolo/culpa); 
 Os códigos pressupunham a paridade entre as partes. 
 
Intervenção Estatal 
 Surge como meio de equilibrar a relação de consumo; 
 A intervenção ocorre por meio da elaboração de legislação específica. 
 Inicialmente, a legislação era instituída no plano penal  punir fraudes, 
falsificações e publicidade enganosa; 
 
 
 
 
 
 New Deal: intervenção estatal para conter a crise de 1929; 
 Em 15/03/1962 o Presidente Kennedy proclamou os direitos do consumidor: 
o Segurança; 
o Informação; 
o Direito de escolha; 
o Direito de ser ouvido. 
 Resolução nº 39/248 – ONU: reconhece a vulnerabilidade do consumidor. 
 
O Direito do Consumidor no Brasil 
 Brasil Império: Ordenações Filipinas – Livro V; 
ESTADO 
Legislador Elaboração de leis de tutela do consumidor 
Administrador 
Implementação de leis 
de forma direta ou 
indireta 
Juiz 
Dirimir conflitos de 
interesses oriundos das 
relações jurídicas de 
consumo 
[S1] Comentário: O fornecedor é o 
único responsável por ditar a relação de 
consumo. 
O consumidor (parte mais fraca) se limitava 
a aderir o contrato elaborado pelo 
fornecedor ou adquirir o produto. 
[S2] Comentário: Impõe aos países 
signatários a adoção de medidas internas 
que se destinem à proteção efetiva do 
consumidor, bem como o dever de prover 
infraestrutura adequada à sua 
implementação. 
 Decreto-Lei nº 869 de 1937: torna crime a usura e o abuso de poder 
econômico; 
 Lei nº 1.521 de 1951: crimes contra a economia popular; 
 Lei nº 4.137 de 1962: repressão do abuso de poder econômico. Proibiu, 
também a venda casada. 
 Lei delegada nº 4 de 1962: medidas de intervenção do poder público no 
âmbito econômico para assegurar a distribuição de produtos necessários ao 
consumo do povo; 
 A proteção ao consumidor era ineficaz, não havendo proteção contra danos 
em massa. Era dada ao consumidor a responsabilidade de comprovar o dolo 
ou culpa do fornecedor. 
 Na década de 1970 surgem as primeiras associações de consumo e entidades 
governamentais voltadas à proteção do consumidor no Brasil; 
 Tendo em vista as consequências trazidas pelo Plano Cruzado, na segunda 
metade de 1980, as pressões populares acarretaram na promulgação da Lei 
da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/1985), instrumento que defendeu interesses 
e direitos difusos. 
 Em 1988 a nova Constituição trouxe em seu artigo 5º, XXXII, a obrigação do 
Estado de promover a defesa do consumidor. 
 Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990: 
o Consagrou a defesa do consumidor no ordenamento brasileiro; 
o Anteriormente, as relações de consumo eram reguladas pelo Código 
Civil de 1916 e por legislação esparsa. 
 
Os Fundamentos do Direito do Consumidor 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 5º, XXXII: o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
VIII -: responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
Art. 150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca 
dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 
Art. 150. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: 
V – defesa do consumidor. 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão 
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
II – os direitos dos usuários. 
Art. 48, ADTC: O Congresso Nacional, dentro de 120 dias da promulgação da Constituição, 
elaborará Código de Defesa do Consumidor. 
[S3] Comentário: Empréstimo com 
juros/agiotagem. 
 Art. 5º: A defesa do consumidor é elevada à categoria de direito fundamental: 
o Interpretação deve ser a mais benéfica para o consumidor; 
o Aplicação da eficácia vertical, eficácia horizontal e princípio da vedação 
do retrocesso; 
o Cláusula pétrea e direito subjetivo. 
 
Competência 
 Competência concorrente (art. 24, V e VIII, CF) 
 Compete à União, Estado e DF legislar sobre produção, consumo e 
responsabilidade pelo dano ao consumidor; 
 Normas gerais: União; 
 Normas Suplementares: Estados; 
 Os municípios têm autonomia para legislar sobre assuntos de interesse local 
e suplementar legislação federal e estadual (art. 30, I e II, CF). 
Características do CDC 
O pressuposto do CDC é a vulnerabilidade do consumidor: 
♠ Busca garantir a transparência e harmonia das relações de consumo e a 
igualdade formal-material dos sujeitos da relação jurídica de consumo..: 
1. Lei Principiológica 
 Fixa princípios fundamentais de determinada situação ou relação jurídica, aos 
quais devem se submeter todas as leis, inclusive, as especiais; 
 Atinge toda e qualquer relação jurídica que possa ser caracterizada como de 
consumo; 
 Às leis principiológicas não se aplica o princípio da especialidade
 A 
legislação consumerista prevalece sobre as demais (exceto CF); 
 O caráter principiológico se manifesta quando da concretização dos 
princípios e garantias constitucionais que são tornados explícitos na lei 
consumerista. Destacam-se as leis e direitos fundamentais. 
 
2. Norma de Ordem Pública 
 Norma cogente, de observância obrigatória  Não pode ser afastada pela 
vontade dos interessados; 
 São normas indisponíveis; 
 Nas lides, o juiz pode apreciar, reconhecer de ofício; 
 Não há preclusão  podem ser conhecidas a qualquer tempo e grau de 
jurisdição; 
 Não podem ser derrogadas  cláusulas abusivas serão anuladas. 
 
[S4] Comentário: Vertical: aplicação de 
direitos entre o particular e o Estado. 
Horizontal: aplicação de direitos 
fundamentais à relações particulares. 
[S5] Comentário: Difere do Código 
Civil, que pressupõe a igualdade das partes. 
[S6] Comentário: SÚMULA N. 381 – 
STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao 
julgador conhecer, de ofício, da 
abusividade das cláusulas. 
3. Normas de Interesse social 
 Referem-se a valores cuja proteção interessa à coletividade como um todo; 
 As decisões em matéria de consumidor repercutem na tutela de interesses 
difusos, coletivos ou individuais homogêneos; 
 Servem a um propósito educativo para a sociedade e como alerta para 
fornecedores. 
 
4. Microssistema Multidisciplinar 
 Disciplina a relação de consumo em todos os aspectos jurídicos da proteção 
do consumidor; 
 Caráter interdisciplinar: civil, administrativo, penal, processual... 
Princípios do Direito do Consumidor 
♠ Os princípios consumeristas têm aplicação imediata em defesa do consumidor 
frente às abusividades dos fornecedores dentro de uma relação de consumo; 
♠ Previstos nos artigos 4º e 6º da Lei 8.078/1990; 
♠ Alinhados à Declaração de Sófia sobre o Desenvolvimento de Princípios 
Internacionais de Proteção do Consumidor, realizada na Bulgária em 2012.. 
 
1. Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor (Art. 4º, I) 
 Princípio basilar do Direito do Consumidor; 
 O consumidor é a parte mais frágil da relação jurídica. O fornecedor é 
considerado mais forte, pois detém o controle sobre os meios de produção; 
 Busca a isonomia  garantir a igualdade material ao consumidor; 
 Procura estabelecer a igualdade concreta na relação de consumo, 
assentando-se na fragilidade daquele que pode ser prejudicado; 
 Dá base para todos os direitos conferidos aos consumidores e obrigações 
para os fornecedores. 
 
 
 
 
 A vulnerabilidade se configura pelo simples fato de ser consumidor  não 
importa o grau cultural, econômico, político... 
 Presunção absoluta da vulnerabilidade do consumidor pessoa física; 
 Vulnerabilidade não é sinônimo de hipossuficiência! 
FINALIDADE 
Dar efetividade 
ao conjunto 
normativo 
Reequlibrar a 
relação 
[S7] Comentário: I - reconhecimento 
da vulnerabilidade do consumidor no 
mercado de consumo; 
[S8] Comentário: No caso de pessoa 
jurídica, é necessário comprovar a 
vulnerabilidade. 
[S9] Comentário: A hipossuficiência 
não é prevista expressamente no CDC. 
 A hipossuficiência é a dificuldade do consumidor para produzir no processo a 
prova do fato favorável ao seu interesse, seja porque não tem conhecimento 
técnico sobre o produto ou serviço, ou porque não possui recursos 
financeiros para arcar com a produção dessa prova; 
 A hipossuficiência garante a inversão do ônus da prova a favor do 
consumidor. 
Vulnerabilidade Hipossuficiência 
 Conceito de direito material; 
 Abstrata; 
 Inerente ao consumidor; 
 Fragilidade inata do consumidor; 
 Pode ou não conseguir provas para 
fundamentar a ação. 
 Conceito de direito processual e 
individual; 
 Concreta; 
 Critério para inversão do ônus da 
prova; 
 Presunção relativa: nem todo 
consumidor é hipossuficiente; 
 Não tem como obter provas 
(desconhecimento técnico ou 
informacional). 
Hipervulnerabilidade 
 Vulnerabilidade + Hipossuficiência = Hipervulnerabilidade; 
 É a vulnerabilidade agravada  obriga o sistema consumerista a adotar 
proteção especial de determinados grupos; 
 Não há previsão expressa. 
 
 
 
 
 
2. Princípio da Ação Governamental e da Intervenção 
do Estado (Art. 4º, II) 
 Ação governamental para proteger o consumidor: 
o Iniciativa direta (art. 4º, II, a); 
o Incentivo à criação e desenvolvimento de associações representativas 
(art. 4º, II, b); 
o Presença do Estado no mercado de consumo (art. 4º, II, c); 
o Garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de 
qualidade, segurança, durabilidade e desempenho (art. 4º, II, d); 
 Meios de intervenção: 
o Procon 
Vunerabilidade 
Técnica, informacional, 
fática 
(socioeconômica) e 
jurídica (científica) 
Hipervulneráveis 
idade, condições 
especiais de saúde, 
pessoas com 
deficiência, gestantes, 
analfabetos 
[S10] Comentário: A falta de 
QUALIDADE pode gerar vício; 
A falta de SEGURANÇA pode gerar defeito. 
o Associações de defesa do consumidor 
o Agências reguladoras 
o Sinmetro, Conmetro, Inmetro... 
o Direta 
o Poder de polícia 
3. Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, 
Harmonia, Equilíbrio e Boa-fé (Art. 4º, caput e III) 
 
Princípio da harmonia das relações de consumo 
 Objetiva a harmonização das relações de consumo através do tratamento 
diferenciado entre as partes envolvidas e da fixação de parâmetros de ordem 
prática. 
 Busca compatibilizar: 
o Interesses dos participantes das relações de consumo; 
o Proteção do consumidor e necessidade de desenvolvimento 
econômico e tecnológico. 
Princípio do Equilíbrio 
 Tutelar a parte mais fraca para materializar a igualdade material; 
 Proteger o equilíbrio econômico das prestações do contrato de consumo. 
Princípio da Boa-fé objetiva 
 Art. 4º e art. 51, IV: cláusula geral e critério de nulidade de cláusula contratual; 
 Impõe deveres laterais aos negócios jurídicos, ainda que não haja previsão 
expressa. 
 Com o direito do consumidor, a boa-fé deixa de ser subjetiva e passa a ser 
objetiva, independente de voluntariedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Funções 
Integrativa/criadora 
de deveres 
laterais/anexos 
em todas as relações de 
consumo estão presentes 
os deveres anexos, 
estejam expressos ou não 
Interpretativa 
deve ser dado o sentido 
que mais se aproxima da 
lealdade e honestidade 
Controle/limitadora 
de direitos 
evitar que a total liberdade 
contratual gere situações 
de desequilíbrio. limita o 
exercício da autonomia da 
vontade 
[S11] Comentário: Ex: quando o 
Estado produz remédio em caso de 
pandemia. 
[S12] Comentário: Fiscalização, multa, 
sanções administrativas. 
[S13] Comentário: III - harmonização 
dos interesses dos participantes das 
relações de consumo e compatibilização da 
proteção do consumidor com a 
necessidade de desenvolvimento 
econômico e tecnológico, de modo a 
viabilizar os princípios nos quais se funda a 
ordem econômica (art. 170, da 
Constituição Federal), sempre com base na 
boa-fé e equilíbrio nas relações entre 
consumidores e fornecedores; 
[S14] Comentário: É dever das 
partes agir conforme certos 
parâmetros de honestidade, lealdade, 
colaboração. 
 
[S15] Comentário: Baseada na 
intenção lesiva do sujeito. 
 A boa-fé funciona como um modelo que não depende da verificação da má-
fé subjetiva do fornecedor ou consumidor. Não são mais aceitos o dolus 
bônus e caveat emptor; 
o Ainda vale o caveat venditor, pois este tem obrigação de explicar e 
informar. 
 A ausência de boa-fé em uma cláusula contratual a torna nula (art. 51, IV). 
 
4. Princípio da Educação e Informação (Art. 4º, IV) 
 
 É por meio da informação que se exerce a cidadania; 
 Educação e informação de fornecedores e consumidores quanto aos seus 
direitos e deveres. 
 A educação é direito básico dos consumidores (art. 6º, III): “a informação 
adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação 
correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos 
incidentes e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem”; 
 Considerando o consumo em massa, a clareza da informação deve englobar 
todas as pessoas, não somente o homem médio. Ademais, deve estar 
presente em todas as fases da relação de consumo (pré-contratual, 
contratual e pós-contratual). 
 
 
 
 
 
 É uma das formas de expressão do Princípio da Transparência 
o Consiste em: 
 Dever do fornecedor de informar; 
 Direito do consumidor de ser informado e obter a informação. 
o Possui caráter instrumental 
 
 
 
 
Educação 
Formal 
Inserir temas de direito 
do consumidor nos 
currículos escolares 
Informal 
Responsabilidade do 
forncedor. Dever de 
informar ao cliente 
sobre o produto 
Informação 
Adequada Clara Correta Precisa Ostensiva Lingua portuguesa 
[S16] Comentário: Dolus bônus é o 
exagero cometido pelo vendedor ao 
valorizar o objeto a ser alienado, sendo 
admissível tais manifestações exageradas, 
pois um mínimo de diligência pode dissipá-
las. 
dolus bonus é espécie tolerada 
juridicamente, especialmente no mundo 
dos negócios 
[S17] Comentário: Caveat emptor - 
Risco de quem compra 
[S18] Comentário: Risco de quem 
vende 
5. Princípio do Controle de qualidade e segurança dos 
produtos e serviços e Mecanismos de Solução de 
Conflitos (Art. 4º,IV) 
 
 Tal princípio surge para verificar a adequação do produto ou serviço às 
normas de fabricação/prestação. Não deve ser limitado à aplicação das 
normas, devendo atender à satisfação do consumidor. 
 A qualidade se refere ao desempenho, durabilidade e funcionalidade do 
produto  repercussão econômica; 
o Trata-se de vício 
 Segurança se refere à vida, à saúde do consumidor  atinge o corpo do 
consumidor; 
o Trata-se de dano 
 Arts. 8º e 10º do CDC proíbem a exposição de produtos que tragam riscos à 
saúde e segurança do consumidor e terceiros; 
 Art. 18: prevê a responsabilização solidária dos fornecedores por vícios de 
qualidade; 
 V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de 
qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos 
alternativos de solução de conflitos de consumo; 
o O fornecedor deve proporcionar meios de resolução direta com o 
consumidor. 
o IMPORTANTE: cláusulas que obriguem a adoção compulsória de 
arbitragem são nulas de pleno direito (art. 51, VII, CDC). 
6. Princípio da Coibição e Repressão eficientes de 
todos os abusos praticados no mercado de consumo (Art. 
4º,VI) 
 Coibir concorrência desleal e a utilização indevida de inventos e criações 
industriais das marcas e nomes comerciais que possam causar prejuízo aos 
consumidores; 
7. Princípio da Racionalização e melhoria dos serviços 
públicos (Art. 4º,VII) 
 O Estado também pode ser fornecedor de produtos e serviços  se estiver 
em uma relação de consumo, aplica-se o CDC. 
[S19] Comentário: Canais de 
comunicação entre o vendedor e o 
consumidor, para evitar levar o litígio aos 
órgãos de proteção ou ao judiciário. 
[S20] Comentário: Quando uma marca 
menor faz uma embalagem muito parecida 
com a de uma marca famosa para 
confundir o consumidor, por exemplo 
8. Princípio do Constante estudo das modificações do 
mercado de consumo (Art. 4º,VIII) 
 Procura combater as abusividades que ganham novas características com o 
desenvolvimento tecnológico e a evolução do mercado de consumo; 
9. Princípio da Responsabilidade solidária (Art. 7º, parágrafo 
único; Art. 18; Art. 19; Art. 25, §§ 1º e 2º; Art. 28, § 3º; Art. 34) 
 Responsabilidade solidária de todos os fornecedores (vendedor e 
fabricante). 
10. Princípio da Reparação integral dos danos 
 Assegura ao consumidor as efetivas prevenção e reparação de todos os 
danos suportados, sejam materiais ou morais, individuais, coletivos ou 
difusos; 
 Enunciado nº 550 do CJF/STJ: A quantificação da reparação por danos 
extrapatrimoniais não deve estar sujeita a tabelamento ou a valores fixos. 
A Política Nacional das Relações de 
Consumo 
 Art. 4º, CDC; 
 
Código de Defesa do Consumidor 
 Lei de origem constitucional: 
o O legislador constituinte declarou que a defesa do consumidor é 
cláusula pétrea; 
o O art. 170, CF traz a defesa do consumidor. 
 De ordem pública: 
o Traz valores básicos; 
o Valores inafastáveis. 
 Possui função social: 
o As regras do CDC interessam toda sociedade; 
o No caso concreto, o juiz pode aplicar a norma do CDC de ofício. 
 Base do microssistema: 
o Existem outras leis que tratam da proteção ao consumidor, mas o 
CDC é a base incontestável do sistema de defesa; 
 Um todo organizado de normas: 
o Estabelece conceitos, princípios e objetivos. 
Objetivos da Política Nacional das Relações de 
Consumo 
 Atendimento das necessidades dos consumidores: 
o O foco da proteção é o consumidor. 
 Respeito à dignidade, saúde e segurança: 
o Arts. 8 a 17, CDC; 
o Fato do produto e do serviço; 
o Vício é diferente de defeito. 
 Proteção dos interesses econômicos do consumidor: 
o Trata do vício. 
 Melhoria da qualidade de vida do consumidor: 
o O mercado de consumo deve se estruturar de maneira que melhore a 
qualidade de vida. 
 Transparência e harmonia nas relações de consumo: 
o A transparência é requisito de validade. 
Princípios da Política Nacional das Relações de 
Consumo 
 
Vulnerabilidade 
 Técnica 
o O produtor detém o monopólio dos meios de produção, portanto, 
quem sabe produzir e prestar o serviço é o fornecedor, ele tem a 
técnica. 
o O consumidor é frágil por não possuir o conhecimento técnico. 
 Jurídica ou Científica 
o Não saber os termos técnicos do contrato impedia o consumidor de 
compreendê-lo. 
 Fática ou econômica 
o Também conhecida como vulnerabilidade socioeconômica  o 
fornecedor aproveita-se de seu monopólio fático/jurídico e de seu 
poder econômico, ou ainda aproveita-se de seu serviço ser essencial, 
e impõe sua superioridade à contratação. 
 Informacional 
o Baseia-se no fato de que atualmente as informações podem ser 
facilmente manipuladas (fake news). 
 Hipervulnerabilidade 
 
Boa-fé Objetiva 
 Lealdade e cooperação entre fornecedor e consumidor; 
 Garantir o bom termo da relação contratual 
[S21] Comentário: Falha no serviço 
que causa prejuízo a saúde do consumidor. 
É acidente de consumo. 
[S22] Comentário: Um problema na 
qualidade do produto/serviço que frustra 
legítima expectativa econômica do 
consumidor. 
[S23] Comentário: TODO 
CONSUMIDOR É VULNERÁVEL 
 
Se uma das partes não for vulnerável, não 
é consumidor, então aplica-se o Código 
Civil (Código dos iguais). 
 
Defesa do Consumidor pelo Estado 
 Art. 5º, XXXII, CF; 
 Iniciativa direta 
 Incentivo à criação e desenvolvimento de associações 
 Presença do Estado no Mercado de consumo 
 Garantia de produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, 
segurança, durabilidade e desempenho. 
 
Confiança (segurança e qualidade) 
 Não é expresso no CDC; 
 Decorre da boa-fé e conecta-se ao princípio da transparência; 
 “Confiança é a credibilidade que o consumidor deposita no produto ou no 
vínculo contratual como instrumento adequado para alcançar os fins que 
razoavelmente deles se espera. Prestigia as legítimas expectativas do 
consumidor no contrato” (CAVALIERI, 2019 p. 67). 
 
Harmonização de interesses 
 Art. 4º, III, CDC  tem relação com o estado de paz que deve permear a 
relação de consumo; 
 Baseia-se na boa-fé e no equilíbrio das relações entre fornecedores e 
consumidores; 
 Art. 170, CF – princípios da ordem econômica. 
 
Dimensão coletiva 
 Tudo que trata do consumidor vai além da relação fornecedor-consumidor. 
 
Educação e informação 
 Art. 4º, IV, CDC; 
 Educação formal  deve ser ensinado o consumo consciente nas escolas e 
instituições de ensino formal; 
 A educação informal é de responsabilidade dos órgãos governamentais, 
organizações e associações da sociedade civil e das próprias empresas  
utilizar-se de cartilhas, revistas, panfletos, ações de marketing consciente, etc. 
 A informação é diferente
da educação. Trata-se de uma comunicação geral, 
sendo dever do fornecedor garantir que a informação seja clara e eficiente 
para garantir ao consumidor conhecimento sobre o produto ou serviço. 
 
Combate ao abuso 
 Art. 4º, VI, CDC; 
 Repressão de abusos no mercado de consumo; 
 O abuso pode ocorrer por meio de concorrência desleal e utilização indevida 
de inventos e criações industriais de marcas/signos distintivos. 
 
Racionalização e melhoria dos serviços públicos 
Serviços Uti singuli Serviços Uti universi 
 Título singular; 
 Colocados à disposição ou prestados 
aos consumidores pelo Poder Público 
ou empresas 
concessionárias/permissionárias; 
 Remunerados mediante uma tarifa ou 
preço público; 
 Ex.: água, esgoto, transporte público... 
 Título universal 
 Prestados diretamente pelo Poder 
Público; 
 Remunerados indiretamente mediante 
tributos, de forma geral (impostos) ou 
específica (taxas e contribuições de 
melhoria); 
 Ex.: educação e saúde públicas... 
 
 
 O art. 4, VII do CDC diz respeito aos serviços uti singuli; 
 Por sua vez, o art. 6º do CDC não faz distinção entre os tipos de serviços; 
 
Educação financeira e ambiental dos consumidores 
 Lei nº 14.181/2021 
 A educação financeira foi elevada ao patamar de princípio. 
 
Previsão e tratamento do superendividamento 
 Lei nº 14.181/2021 
 Evitar a exclusão social do consumidor 
Instrumentos de execução da Política 
Nacional das Relações de Consumo 
 Art. 5º, CDC; 
Estrutura da Política Nacional das Relações de 
Consumo 
 Princípios (incisos do art. 4º) 
 Objetivos (caput do art. 4º) 
 Instrumentos (art. 5º) 
A Política foi assentada na tutela do consumidor sob tríplice controle: 
 Do Estado 
 Do consumidor 
 Das entidades de defesa do consumidor. 
 
 
 
 
Instrumentos de execução da Política Nacional das 
Relações de Consumo 
 
 
 
 
 Princípios (incisos do art. 4º) 
 
 
 
 
 O rol do art. 5º é exemplificativo 
 Responsabilidade do Poder Público 
 
Métodos alternativos de solução de conflitos 
 
 Introduzidos pelo inciso VI, do art. 5º; 
 Os instrumentos devem ser implementados tendo como diretriz o princípio 
da vulnerabilidade e o equilíbrio das relações de consumo  busca-se dirimir 
as diferenças materiais entre as partes. 
 Os métodos alternativos fundamentam-se na autonomia da vontade, 
contudo, diante de grande desigualdade entre as partes, é necessária a 
criação de mecanismos que possam assegurar a defesa do consumidor. 
 
Autotutela 
 Sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvidas no conflito em 
razão do uso da força pela parte vencedora; 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento 
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a 
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem 
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes 
princípios: 
 Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o 
poder público com os seguintes instrumentos, entre outros: 
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente; 
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do 
Ministério Público; 
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores 
vítimas de infrações penais de consumo; 
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a 
solução de litígios de consumo; 
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa 
do Consumidor. 
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do 
superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural; 
VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de conflitos oriundos de 
superendividamento. 
 Não se limita ao aspecto físico (pode ser afetivo, econômico, religioso) 
 É admitida excepcionalmente. 
Autocomposição 
 Sacrifício integral ou parcial do interesse das partes envolvidas no conflito, 
mediante a vontade unilateral ou bilateral dos sujeitos; 
 Não há participação de terceiros; 
 A solução do conflito é determinada pela vontade das partes. 
 Espécies: 
o Transação: sacrifício recíproco de interesses  cada parte abdica 
parcialmente de sua pretensão para que se atinja a solução do 
conflito; Pode ser alcançada com ou sem facilitador; 
o Renúncia: Ato unilateral  titular abdica de um direito, fazendo-o 
desaparecer com o conflito gerado por sua ofensa; 
o Submissão: o sujeito se submete á pretensão da parte contrária, ainda 
que sua resistência tenha sito legítima. 
 Pode ocorrer no âmbito judicial. 
Mediação 
 Também se funda na vontade das partes; 
 Não existe sacrifício total ou parcial dos interesses das partes; 
 A mediação concentra-se na causa do conflito, não no conflito em si; 
 O mediador não propõe soluções para o conflito, mas conduz as partes a 
descobrirem sua causa e elaborarem proposta para dirimir as controvérsias; 
 O mediador atua nos casos em que houver vínculo entre as partes. 
 Preferível para solução de conflitos consumeristas, visto que não há sacrifício 
de interesse do consumidor. 
Mediação Conciliação 
 Busca a causa do conflito; 
 Sem sacrifício de interesses; 
 Adequada para os casos em que há 
relacionamento anterior e busca-se 
preservá-lo de maneira pacífica (ex.: 
guarda de filhos). 
 Busca respostas para um conflito; 
 Há sacrifício de interesses; 
 Adequada para os casos em que as 
partes não tem qualquer relação 
anterior; 
 
Centros Judiciários de solução consensual de conflitos 
 Art. 165, caput, CPC 
 Decreto nº 8.573/2015 – sistema alternativo de solução de conflitos de 
consumo (consumidor.gov.br) 
Arbitragem 
 Lei 9.307/1996; 
 Forma alternativa de solução de conflitos fundada em dois elementos: 
o Escolha de um terceiro de confiança pelas partes para solucionar o 
conflito de interesses 
o Decisão do terceiro é impositiva  deve ser acatada independente da 
vontade das partes 
[S24] Comentário: Ex: 
Legítima defesa – art. 188, I, CC 
Apreensão do bem com penhor legal (art. 
1467, I, CC) 
Desforço imediato no esbulho (art. 1210, § 
1º, CC) 
[S25] Comentário: Quando um 
terceiro interfere, é uma CONCILIAÇÃO 
O conciliador não tem poder para decidir o 
conflito, apenas auxilia as partes, propondo 
soluções. 
Preferencialmente, o conciliador atua em 
casos em que as parte não possuem 
vínculo anterior. 
[S26] Comentário: Princípios das 
formas consensuais de solução de conflitos 
-previsto no art. 166, CPC 
 
1-Independência 
2-Imparcialidade 
3-Autonomia da vontade 
4-Confidencialidade 
5-Oralidade 
6-Informalidade 
7-Decisão informada 
 Cláusula contratual que determina a utilização compulsória de arbitragem é 
NULA – art. 51, VII, CDC. 
 Art. 4º, § 2º, da Lei n. 9.307/1996: nos contratos de adesão, a cláusula 
compromissória só é eficaz se o aderente tomar a iniciativa de instituir 
arbitragem ou concordar expressamente com sua instituição. 
Direitos básicos do Consumidor 
 Art. 6º, CDC; 
Proteção à vida, saúde e segurança 
 Teoria da qualidade; 
 Arts. 8 a 17, CDC; 
 Impõe ao fornecedor que os produtos e serviços tenha um padrão mínimo 
de qualidade, que não prejudique a saúde do consumidor; 
 Decorre dos princípios da confiança e da segurança2. 
 
Liberdade de escolha e igualdade nas contratações 
 Art. 6º, II, CDC.  direito de livre escolha e igualdade nas contratações 
 Trata de educação, equilíbrio e vulnerabilidade; 
 Educação para o consumo  reduz um pouco a vulnerabilidade do 
consumidor; 
 Igualdade é trazida pela proteção dada na legislação  garante ao 
consumidor a paridade de armas. 
Informação adequada e clara 
 Art. 6º, III, CDC; 
 Decorre do princípio da transparência; 
 Dizer algo de forma que a pessoa que escuta/lê possa compreender; 
 O consumidor SEMPRE
deve ser claramente informado. 
Transparência e boa-fé 
 Art. 6º, IV, CDC; 
 Combate ao abuso 
o Assédio de consumo: aquele que faz o consumidor comprar no 
impulso, sem pensar, algo que talvez ele nem precisasse; 
o Marketing abusivo  arts. 30 a 38 do CDC asseguram a informação 
correta e transparente na publicidade; 
 Deve estar presente desde a fase pré-contratual e continuar até depois do 
contrato  obrigação do fornecedor 
[S27] Comentário: Há divergência na 
doutrina acerca de sua validade, uma vez 
que alguns doutrinadores compreendem 
que este dispositivo contraria o art. 51, VII 
do CDC. 
Contudo, Nery Júnior compreende que é 
possível a instituição de cláusula de 
arbitragem nos contratos de consumo, 
desde que obedecida a bilateralidade na 
contratação e forma de manifestação da 
vontade  COMUM ACORDO. 
 
O STJ entende que se a cláusula for 
imposta ao consumidor, como acontece 
nos contratos de adesão, deve ser aplicado 
o art. 51, VII do CDC, sendo a cláusula 
compromissória nula de pleno direito 
(RECURSO ESPECIAL Nº 1.785.783 – 
GO; REsp 1169841/RJ, 
REsp 1.189.050/SP). 
[S28] Comentário: fornecedor que 
engana o consumidor para que ele 
compre logo um produto (diz que a 
promoção vai acabar logo, não tem outro 
igual) 
 
Proteção contratual 
 Art. 6º, V, CDC  procura amparar os consumidores, especialmente nos 
contratos de adesão, que podem surpreender ao utilizar cláusulas iníquas e 
abusivas. 
 Garante a revisão do contrato por onerosidade excessiva: 
o O CDC garante o direito de modificação de cláusulas mesmo que não 
sejam abusivas; 
o Só pode ser usada pelo consumidor; 
o É possível pedir a rescisão do contrato ou pedir pelo reequilíbrio da 
prestação. 
Efetiva prevenção e reparação de danos 
 Art. 6º, VI, CDC  estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor de 
produtos e serviços com base nos princípios da prevenção, da informação e 
da segurança; 
 Reparação de danos patrimoniais e morais; 
 Danos podem ser individuais ou coletivos; 
 O dever de prevenção recai sobre o fornecedor e sobre o Estado. O 
primeiro deve informar sobre riscos normais e previsíveis, já o segundo deve 
fiscalizar o que é oferecido ao consumidor; 
 Adoção da teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica  se 
quem causou o dano foi a pessoa jurídica, é seu patrimônio que deve arcar 
com isso (se pessoa jurídica não tiver dinheiro, vai para o patrimônio da 
pessoa física que a administra). 
Acesso aos órgãos jurídicos e administrativos 
 Art. 6º, VII, CDC; 
 Garante o acesso aos órgãos judiciários e administrativos para prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais ou morais, individuais, coletivos ou difusos; 
 
Facilitação da defesa dos direitos 
 Art. 6º, VIII, CDC; 
 Decorre do reconhecimento da hipossuficiência fática e técnica, algumas 
vezes econômica, do consumidor; 
 Inversão do ônus da prova: 
o Não é automática e nem obrigatória precisa de verossimilhança ou 
hipossuficiência; 
o Ocorre a critério do juiz (inversão ope judicis) 
o Em alguns casos o ônus é dado ao fornecedor por força da lei 
(inversão ope legis), caso dos art.s 12, § 3º, 14, § 3º e 38 do CDC 
 A inversão é regra de instrução 
 
[S29] Comentário: HIPÓTESES: 
1 - modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações 
desproporcionais  é caracterizada pela 
existência de cláusulas abusivas 
contemporâneas à formação do contrato. 
 
2 – Onerosidade excessiva: situação 
imprevista que gerou vantagem excessiva 
para uma das partes, podendo ser 
invocada por qualquer um dos 
contraentes. 
[S30] Comentário: Pode ser 
desconsiderada a personalidade quando 
ela for obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados ao consumidor 
Adequada e eficaz prestação do serviço público 
 Art. 6º, X, CDC; 
 Alcança o Poder Público, suas empresas, concessionárias e permissionárias; 
 O serviço público é sujeito ao princípio da continuidade 
o Art. 22, CDC: deve fornecer serviços adequados, suficientes, 
eficientes, seguros e, quanto aos serviços essenciais, devem ser 
contínuos; 
o Os serviços prestados mediante pagamento de tarifa ou preço 
público estão sujeitos ao CDC; 
o Serviços ofertados a título universal (saúde, educação...) não estão 
sujeitos ao CDC. A estes impõe-se os princípios da eficiência, 
adequação e continuidade. 
Lei nº 14.181/21 – Novos direitos básicos 
 Garantia de práticas de crédito responsável, educação financeira e previsão 
de tratamento de situações de superendividamento, preservando o mínimo 
existencial; 
 Preservação do mínimo existencial na repactuação de dívidas e na concessão 
de crédito 
o É o padrão básico que a pessoa precisa para sobreviver com 
dignidade 
o As relações de consumo não podem ir além da dignidade da pessoa 
humana 
 Informação do preço por unidade de medida 
A Relação Jurídica de Consumo 
 Art. 2º e 3º, CDC; 
Aplicação do Código de Defesa do Consumidor 
 
 
 
 
 
 
 
 Art. 2º: consumidor é toda pessoa física que adquire ou utiliza 
produto/serviço como destinatário final. 
Leigo Leigo Profissional Profissional 
Direito Civil Direito Empresarial 
Direito do Consumidor 
[S31] Comentário: consumidor pessoa 
física, que não tem como pagar as dívidas 
vencidas e vincendas sem comprometer o 
mínimo existencial. 
Nesse conceito não estão inclusas as 
dividas assumidas frente ao fisco, oriundas 
de delitos e de alimentos. Porém o plano 
de pagamento não pode prejudicar o 
mínimo existencial. 
[S32] Comentário: Exemplo: 
Salgadinho com 100g deve informar por 
quanto sai o quilo. 
 Insumidor é aquele que adquire um produto para coloca-lo no processo 
produtivo de outro produto. 
 Consumidor é conceito relacional  a pessoa é considerada consumidora 
em relação a um determinado fornecedor. 
 Pessoa jurídica também pode ser consumidor. 
 O consumidor equiparado também é sujeito da relação de consumo.  
proteção da coletividade pelo CDC. 
Teorias que definem Consumidor 
 
 A conceituação dos sujeitos da relação de consumo está prevista nos artigos 
2º, 17 e 29 do CDC. 
 Existem vários posicionamentos acerca de quem seria o “destinatário final” e 
qual o alcance da proteção CDC. Para solucionar a questão, surgem três 
teorias: finalista, finalista mitigada e maximalista. 
Teoria Finalista 
 Destinatário final  destinatário fático e econômico 
 Pessoa que retira o produto ou serviço da cadeia de produção  o produto 
deve ser consumido em proveito próprio, não sendo utilizado para produção 
de outro bem ou serviço. 
 Fundamenta-se na vulnerabilidade presumida entre desiguais 
 Crítica: deixa desprotegidas aquelas pessoas que embora utilizem o produto 
para fornecer outro bem/serviço, encontram-se em grande vulnerabilidade 
perante o fornecedor primário. 
 
Teoria Finalista Mitigada 
 Aprimoramento da teoria finalista. 
 Pode englobar tanto o destinatário fático quanto o econômico. 
 Destinatário final pode não ser o destinatário econômico, desde que seja 
comprovada a vulnerabilidade entre desiguais. 
 A vulnerabilidade é elemento essencial da relação de consumo. 
 Adotada pelo STJ. 
 
Teoria Maximalista 
 O destinatário final é o fático, portanto considera que este é qualquer 
pessoa que adquira um produto ou serviço no mercado de consumo, 
independente de como isso será usado posteriormente. 
 Aplica o CDC a todas as relações do mercado de consumo. 
 Para ela todos que adquirem um produto/serviço são consumidores. 
 Não se preocupa se a relação é entre iguais e desiguais. 
 Não considera a vulnerabilidade das pessoas. 
 É incompatível com os princípios e objetivos do CDC. 
 
[S33] Comentário: Consumidor por 
equiparação ou bystander são aqueles que, 
embora não façam parte diretamente de 
uma relação de consumo, sofrem os efeitos 
lesivos da falha na prestação de serviço. 
[S34] Comentário: Quem retira o 
produto/serviço do mercado para si 
[S35] Comentário: Sempre será 
destinatário fático 
Consumidor equiparado 
 Coletividade
de pessoas, ainda que indetermináveis, que interferiram na 
relação de consumo. 
 Vítimas de acidente de consumo (bystander). 
o Acidente de consumo: quando os danos causados são consequência 
de defeito, insuficiência ou inadequação de informações sobre a 
utilização e risco do produto. 
o Hipótese de responsabilidade por fato do produto  vale para todas 
as vítimas do evento, ainda que não sejam parte do contrato de 
consumo. 
 Pessoas, determinadas ou não, expostas às práticas comerciais de ofertas, 
contratos de adesão, publicidade, cobrança de dívidas, bancos de dados 
(vulnerabilidade). 
Fornecedor 
 Art. 3º, CDC. 
 Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou serviços. 
o Produto: é necessário desenvolver atividades tipicamente 
profissionais, com certa habitualidade. 
 É qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
 Produto gratuito: todo produto entre fornecedor e 
consumidor faz parte da relação de consumo. 
 Cartão de crédito: envio de cartão (só gera anuidade se 
desbloquear) pelo banco  gera relação de consumo 
 O produto gratuito gera responsabilidade do fornecedor. 
o Serviço: remuneração é o único elemento caracterizador. 
 Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, 
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes de 
relação trabalhista. 
 Não existe serviço gratuito. O serviço PRECISA ser 
remunerado. 
 A remuneração pode ser direta ou indireta. 
 Serviço bancário: há relação de consumo. Usa o CDC. 
o Há solidariedade de toda a cadeia de fornecimento quanto à 
reparação de danos que infrinjam as normas consumeristas. 
o Marca e principio da confiança. 
 
Fornecedor equiparado 
[S36] Comentário: EX: condomínio e 
massa falida 
[S37] Comentário: Ao acidentado, é 
dado o direito de ingressar com ação 
pleiteando reparação moral e material, no 
prazo de cinco anos contados do 
conhecimento do dano. 
a responsabilidade civil do fornecedor no 
caso de acidente de consumo independe 
de culpa (art. 12, CDC) e atinge 
subsidiariamente o comerciante do 
produto, que poderá ser acionado caso o 
fornecedor não possa ser encontrado, o 
produto não esteja identificado ou o 
defeito decorra da má conservação do 
produto. 
[S38] Comentário: Ex: explosão no 
shopping: cliente que estava comprando 
e/ou passeando  indenização nos termos 
do CDC, por acidente de consumo. 
 
No caso de uma funcionária afetada pelo 
acidente, também pedirá indenização nos 
termos do CDC. Para identificar a jurisdição 
competente para julgar um acidente de 
consumo no ambiente de trabalho é 
preciso saber a procedência do produto 
cuja utilização causou danos à saúde do 
trabalhador. Se o mesmo foi fabricado pelo 
próprio empregador, considerando a 
relação de emprego existente entre as 
partes, a competência é da Justiça 
Trabalhista. Caso o produto tenha como 
fornecedor um terceiro, deve-se aplicar o 
Código do Consumidor, atribuindo a 
competência à Justiça Comum. 
[S39] Comentário: O Estado não pode 
ser considerado um consumidor frente ao 
fornecedor, pois ele não entra como 
vulnerável em uma relação de consumo. 
[S40] Comentário: - Remunerado 
diretamente pelo consumidor 
- Serviço não oneroso para o consumidor, 
mas remunerado indiretamente 
- Serviço totalmente gratuito 
 Sujeito terceiro à relação de consumo porém que serviu como intermediário 
ou auxiliar na relação principal  se coloca na frente do consumidor como se 
fornecedor fosse. 
 Exemplo: empresas que mantêm e administram bancos de dados dos 
consumidores. 
 
Consumo compartilhado 
 “Sharing economy” – “as pessoas alugam, usam, trocam, doam, emprestam e 
compartilham bens, serviços, recursos ou commodities, de propriedade sua, 
geralmente com a ajuda de aplicativos e tecnologia online” (Cláudia Lima 
Marques). 
 Relação P2P – relação porta a porta (computador) 
o Gatekeeper – guardião de acesso – plataforma intermediária (shopee, 
mercado livre, airbnb) 
o Gatekeeper atrai a confiança do consumidor

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