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UNIP – Universidade Paulista Estudo de Caso Nutrição Integrada - DCNT Nome: Vitória Corrêa Souza RA: N131GD-3 Nome: Mattheus Amaro RA: C13FDB-8 Nome: Jéssica Vantini RA: D42925-6 Nome: Mariana Bez RA: D4606J-0 Nome: Vinicius Gato RA: D5044J-2 Campinas, 18 de maio de 2020. Caso Clínico Paciente AVM, sexo feminino, 56anos, professora, natural de São Paulo, divorciada. Portadora de Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 há 4 anos e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) há 3 anos. Apresenta dislipidemia. Nega sinais e sintomas de hipoglicemia. Nega etilismo e tabagismo. PA: 140 x 95 mmHg. Refere ganho ponderal progressivo nos últimos 10 anos. Peso atual: 94 Kg, Peso habitual: 70 Kg, Circunferência abdominal: 115 cm. Estatura: 1,64 m. Relata preferência por alimentos industrializados e alto consumo de carnes bovina e suína, massas em geral, nega alergias ou intolerâncias alimentares, realiza 2 refeições por dia (almoço e jantar). Toma 7 cafezinhos (expressos) diariamente (com adoçante). Dados laboratoriais: - Glicemia de jejum: 179 mg/dL (< 110 mg/dL); - Hemoglobina glicada: 8,5% (4,8 a 7,8%); - Insulina de jejum: 18 mcU/mL (Insulina basal > 12,2 mcU/mL pode ser indicativo de resistência à insulina); - Colesterol total: 217 mg/dL (< 200 mg/dL); - LDL-colesterol: 125 mg/dL (< 100 mg/dL); - HDL-colesterol: 36 mg/dL (> 45 mg/dL); - Trigliceridemia: 283 mg/dL (< 150 mg/dL); - Proteína C reativa (PCR): 2,5 mg/L (Classificada como categoria de risco médio para DCV). Estudo de caso O diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, consequente da falta de produção de insulina, ou da incapacidade do organismo de utilizá-la, levando, consequentemente a uma resistência insulínica. É demonstrada pela presença de hiperglicemia crônica, acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial (MCLELLAN et al, 2007). Essa é uma patologia metabólica, relacionada à redução da secreção pancreática da insulina, ou diminuição da ação da insulina, ou resistência nos órgãos periféricos, o que resulta em hiperglicemia e glicotoxicidade (MARCONDES, 2003). O principal fator que caracteriza o diabetes mellitus no paciente acaba sendo a resistência periférica, que inicialmente é observada no tecido muscular, onde é necessária para permitir a captação da glicose pelo miócito. A resistência pode ser atribuída por fatores genéticos, ou adquiridos, (como a obesidade) e frequentemente está associado a outras condições, como a dislipidemia e aterosclerose (MARCONDES, 2003). A dislipidemia consiste com altos níveis de colesterol, decorrente do aumento de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), baixos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), acompanhado a níveis elevados de triglicérides. Isso é resultado de múltiplos fatores biológicos e ambientais, podendo acarretar em doenças cardiovasculares, consequentemente, possuindo uma maior propensão para doenças macrovasculares (hipertensão arterial) (GRILLO; GORINI, 2007). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui importante fator de risco para complicações cardíacas e cerebrovasculares, sendo considerada um problema de saúde mundial. É uma síndrome poligênica e compreende aspectos genéticos, ambientais (excesso de sódio na alimentação), vasculares (constrição funcional da musculatura lisa), hormonais (associação de hiperinsulinemia e hipertensão arterial), renais e neurais. A obesidade está associada à dislipidemia e intolerância à glicose e estudos epidemiológicos demonstram relação entre a obesidade e hipertensão arterial, relacionada à hiperinsulinemia secundária à resistência insulínica, além de estimulação simpática e retenção de fluidos. (NOBRE et al., 2013) A paciente apresenta diabetes mellitus tipo 2, hipertensão e dislipidemia. Sua avaliação apresenta pressão arterial elevada, o que pode caracterizar uma hipertensão descontrolada, está com 24kg a mais que o peso habitual relatado. Apresenta também circunferência abdominal acima de 80 cm, caracterizada pela International Diabetes Federation como critério obrigatório para diagnostico de síndrome metabólica. (SBD, 2019) Índice de massa corpórea de 34,94 kg/m², classificado como Obesidade grau I. A partir dos dados laboratoriais podemos observar uma glicemia de 179 mg/dL em jejum, com o diagnóstico confirmado da comorbidade DM2 pela paciente, conclui-se que o controle glicêmico não está sendo feito da maneira correta e ela pode apresentar picos hiperglicêmicos constantes considerando que sua HbA1c (hemoglobina glicada), responsável por expressar o controle glicêmico a longo prazo, também está elevada. Seu HOMA-IR, calculado por meio da equação (glicemia em mg/dL) x (insulinemia em μU/mL)] / 405, resulta em 7,95, quando o valor ideal segundo a diretriz seria de até 1, além disso seu ponto de corte para adultos para identificação de síndrome metabólica é >2,71. (SBD, 2019) Seus exames também expressam seu nível de colesterol total, que apresenta um valor de 217 mg/dl, acima do limite recomendado pelas referencias de <200 mg/dl, se encontra no limítrofe alto com risco elevado para coronariopatia. LDL-c apresenta valor acima do ideal (<100mg/dl), com risco aumentado para doenças cardiovasculares. HDL-c com valor abaixo do mínimo (40-45mg/dl), o que é considerado fator principal de risco para doenças cardíacas. O triglicerídeos entre o intervalo de 250-500mg/dl está elevado e associado a doença vascular periférica. (WILLIAMSON, 2016) O exame de PCR (proteína C reativa) se encontra com valor elevado, caracterizando risco médio para DCV. Ele demonstra risco de eventos coronarianos e pode ter impacto nas decisões de tratamento, além disso, seu valor elevado pode estar relacionado ao diagnostico de síndrome metabólica. (WILLIAMSON, 2016) Seu diagnostico nutricional é de obesidade grau I segundo IMC, comorbidades como dislipidemia, hipertensão e diabetes mellitus tipo 2 presentes no caso, exames bioquímicos e diagnósticos patológicos demonstram seu enquadre no caso de síndrome metabólica. Ela é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Possui associação com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes . (SBC, 2005) O objetivo da terapia nutricional é de recuperar o estado nutricional, melhorar a qualidade de vida, melhorar morbidades relacionadas à obesidade, estabilizar níveis de glicose sanguínea, pressão arterial,inflamação, PCR, colesterol total e frações, triglicérides, melhorar resistência à insulina e diminuir massa de gordura corporal. A divisão de macronutrientes será estabelecida em: 25% do valor calórico total de proteínas, 30% de lipídeos e 45% de carboidratos. Sendo que menos de 7% do VET em lipídeos saturados, até 10% em poli- insaturados e sódio menor que 2g/dia (SBD, 2015) O cardápio prescrito para a paciente possui 1834 kcal totais, valor estabelecido por meio da equação de Mifflin para obesos (1990). Aumento na quantidade de refeições realizadas, quando observado seus hábitos alimentares, de maneira gradual para que a paciente obtenha melhor adesão sobre a dieta de reeducação prescrita. Inserção de frutas, legumes e oleaginosas para melhora do controle glicêmico, perfil lipídico e estado de inflamação sistêmica. Também controle de sódio para auxilio no caso de HAS. Segue cardápio abaixo: Café da Manhã Alimento Quantidade Ovo 2 unidades Mamão 200g Uva 100g Granola 50g Almoço Alimento Quantidade Arroz Branco 150g Feijão 100g Patinho Moido 100g Cebola 50g Alface 50g Rúcula 65g Tomate 50g Azeite de oliva 5ml Jantar Alimento Quantidade Filé de Frango Grelhado 100g Batata Inglesa 200g Grão de Bico 100gCouve flor 100g Cenoura 50g Beterraba 100g Alface 50g Alho 2 dentes Azeite de oliva 5ml Ceia Alimento Quantidade Castanha do pará 20g Castanha de caju 20g Morango 150g Referências GRILLO, M. F. F; GORINI, M. I. P. C, Caracterização de pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Rev. Bras. enferm. vol. 60 no. Brasilia 1 jan./fev. 2007. MARCONDES, J. A. M., Diabete melito: Fisiopatologia e tratamento. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 5, n. 1, p. 18-26, 2003. MCLELLAN, K. C. P., et al; Diabetes Mellitus do tipo 2, síndrome metabólica e modificação no estilo de vida. Rev. Nutr. Vol. 20 no.5 Campinas Set/out. 2007 NOBRE, Fernando et al; Hipertensão arterial sistêmica primária; Medicina (Ribeirão Preto) 2013;46(3): 256-72. Disponível em: http://revista.fmrp.usp.br/2013/vol46n3/rev_Hipertens%E3o%20arterial%20sist%EAmica%20 prim%E1ria.pdf Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); I Diretriz Brasileira de diagnostico e tratamento da síndrome metabólica; Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abc/v84s1/a01v84s1.pdf Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD); Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015; AC Farmacêutica, 2015. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/publico/images/2015/area-restrita/diretrizes-sbd-2015.pdf Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD); Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020; Clanad Editora Cientifica, 2019 WILLIAMSON, Mary A.; SNYDER, L. Michael; Wallach: Interpretação de exames laboratoriais.; – 10. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. UNIP – Universidade Paulista Estudo de Caso Nutrição Integrada - Obesidade na Adolescência Programa “Hábitos saudáveis, Meninas Saudáveis - Brasil” Nome: Vitória Corrêa Souza RA: N131GD-3 Nome: Mattheus Amaro RA: C13FDB-8 Campinas, 18 de maio de 2020. Resoluções das questões sobre o capítulo 18 – Obesidade na Adolescência Programa “Hábitos saudáveis, Meninas Saudáveis - Brasil” do livro Aquino RC, Phillippi ST. Nutrição Clínica: estudos de caso comentados. São Paulo: Manole, 2ª ed., 2017. 1. Em que consistiu o programa educativo Hábitos Saudáveis, Meninas Saudáveis Brasil (HS-MS- Brasil)? Explique como este ocorreu de forma detalhada. O programa consistiu em um ensaio comunitário randomizado e controlado, de intervenção multidisciplinar com profissionais da nutrição e educação física envolvendo adolescentes do sexo feminino de 10 escolas técnicas publicas do município de São Paulo envolvendo indivíduos do ensino médio. Foram divididos dois grupos, o controle e o intervenção, 111 indivíduos e 135 respectivamente, cada um com 5 instituições de ensino. Os dados foram coletados em três etapas: - momento inicial; - pós intervenção imediato; - um ano após o inicial. A intervenção foi baseada em 10 mensagens chaves incluindo: - Mensagens semanais de nutrição e atividade física; - Livros de nutrição e atividade física; - Seminários interativos; - Workshops de nutrição; - Cartas aos pais; - Mensagens de texto pelo aplicativo WhatsApp; - Diários de alimentação e atividade física; - Aulas de educação física; - Sessões de atividade física durante o intervalo das aulas. O programa foi baseado em um estudo australiano Neat Girls (Lubans et al., 2010), a referencia teórica foi a teoria social cognitiva (TSC) de Bandura et al. (1986), úteis para interpretar os comportamentos alimentares, e os componentes de intervenção foram baseados utilizando estratégias da mudança de comportamento de Abraham e Michie (2008). Seu objetivo foi promover atividades físicas de baixo custo, estilo de vida, abordando nutrição, atividade física e comportamentos sedentários, maios especificamente as atividades sentadas em frente as telas (computador, TV, jogos eletrônicos, etc.) 2. A referência teórica para o desenvolvimento do projeto foi a Teoria Social Cognitiva. De acordo com o capítulo em que a mesma consiste? O TSC significa teoria social cognitiva, é uma teoria comportamental de saúde e foi útil para explicar o porquê as pessoas seguem certas tendências e comportamentos, o que poderia influência-los, ou seja, toda uma interação entre fatores ambientais e pessoais. Basicamente a teoria social cognitiva baseia-se em sete passos para um melhor controle e intervenção em relação à saúde. Essas sendo: Auto eficácia (Confiança do indivíduo para a escolha de alimentos saudáveis e prática de atividades físicas), intenção (Intenção para adotar uma alimentação saudável e prática de atividade física), situação (Relação mental do indivíduo para escolhas alimentares e prática de atividade física perante o ambiente e contexto social em que vive), apoio social (Apoio da família e amigos em relação à prática esportiva e alimentação saudável), estratégias comportamentais (Estratégias utilizadas pelos indivíduos para aquisição de hábitos alimentares saudáveis e prática de exercícios) , expectativas (Sobre as crenças e percepções pessoais do indivíduos em relação aos benefícios cognitivos trazidos pela boa alimentação e atividade física), preditores de expectativas (Grau de importância trazido por cada benefício cognitivo conferido aos comportamentos de saúde). Os temas de abordagem do programa de intervenção foram baseados nos sete escritos de acordo com o TSC. 3. Quais foram as atividades de intervenção utilizadas? As atividades foram mensagens semanais de nutrição e atividade física, livro de nutrição e atividade física, seminários interativos, workshops de nutrição, aulas de educação física, sessões de atividade física durante intervalo da aula, carta aos pais, mensagens sistemáticas e diário alimentar e atividade física. 4. A intervenção educativa com as adolescentes teve um resultado muito positivo. A que você atribui o sucesso da intervenção? A adesão ao plano de reeducação alimentar aplicado, com aumento de frutas, legumes, verduras, redução de gorduras, sódio, frituras e doces; A presença da atividade física como dança, musculação e exercícios aeróbicos com mais freqüência do que no momento pré intervenção; A boa expectativa da amostra com a alimentação saudável e também com a pratica de atividades físicas e um grau de importância sobre a melhora na alimentação caracterizado como elevado; A exposição das adolescentes a diferentes estratégias com abordagem social cognitiva.
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