Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdade das Américas Laboratório Integrado de Processos Industriais Turma 9º e 10º Semestre - Engenharia Química Atividade: Bebidas Fermentadas, Água Industrial e Cimento Profº Msc. Éder Baroni da Silveira Caique Robert RA: 011437 Everton Guimarães Machado RA: 027946 Gabriela Penteriche RA: 033158 Ingrid Serrano RA: 013684 Talissa Roque RA: 011312 São Paulo – SP 2020 PERGUNTA: 1. Qual a função de cada um dos seguintes constituintes da cerveja: Água, malte, lúpulo e leveduras. 1.1. Água A água representa cerca de 90% da composição total da massa da cerveja e tem grande influência na qualidade (De Keukelerie, 2000; Dragone et al., 2007; Silva; Faria, 2008; Araújo et al., 2003; Zuppardo, 2010). Existem dois tipos de água utilizados: • Água cervejeira: usada no preparo do malte para a moagem, transferência de produtos em elaboração, rinsagem final na lavagem de garrafas, latas e barris; • Água de serviço: utilizadas em procedimentos, locais e equipamentos que não entram em contato com o produto. Os fatores que devem ser observados para que a água seja utilizada na fabricação são: • Turbidez: Produzida por partículas em suspensão, de natureza orgânica ou inorgânica. Essas partículas podem servir como alimento a micro- organismos e interferir no processo de desinfecção. É possível remover essas partículas através do processo de filtração, pela separação solido- líquido. • pH controlado (5 a 9,5): o pH atua na atividade enzimática; solubilização de componentes adstringentes; coagulação de componentes proteicos do mosto e variação de cor. • Padrões microbiológicos: Como citado acima, a turbidez pode causar problemas na fabricação, então é importante ter um plano de higienização a área fabril que garanta que a água utilizada seja límpida, sem micro- organismos, sem sabor e inodora. (Rosa; Afonso, 2015). 1.2. Malte O malte é resultado da malteação, ou seja, processo artificial e controlado da germinação da cevada, cultivada há cerca de 8 mil anos. A cevada tem muitas características que aprimoram valor à cerveja: contém enzimas, amido, possui uma casca que da proteção ao grão durante a malteação e nos fornece o aroma característico da cerveja (Zuppardo, 2010). Para ser ingrediente na fabricação de cerveja, o grão de cevada deve ser grande, uniforme e claro, sem manchas ou descoloridos. As manchas indicam ataque de micro-organismos, que causam sabor e odor diferente do padrão. Além disso, há uma quantidade mínima de grãos quebrados e sem casca para aumentar o rendimento (Rosa; Afonso, 2015). O processo de malteação acontece em três etapas: • Maceração: Ocorre antes da germinação para fornecer água ao grão. • Germinação: Processo com rigoroso controle de umidade, oxigênio, temperatura, oxigênio e CO2. Acontece com umidade em torno de 45- 50%. • Secagem: Torna o malte estável e armazenável através da desumidificação; Define paladar, cor e aroma padronizados diante do tipo de cerveja que está sendo produzido (Silva; Faria, 2008). Na tabela abaixo podemos ver as denominações de cervejas por região. Tabela 1 - Classificação dos tipos de cervejas Fonte: Revista processos químicos 1.3. Lúpulo Quando citamos lúpulo na formulação e fabricação da cerveja, estamos falando da flor seca da planta fêmea lúpulo, natural em zonas temperadas da Europa, EUA e China. Seu sabor caraterístico é o que causa maior impacto organoléptico total da cerveja, estabilidade do sabor e retenção da espuma. Sua estabilidade depende da variedade, estocagem e utilização (Dragone et al., 2007; Silva; Faria, 2008). 1.4. Leveduras A cerveja de alta fermentação é obtida pela ação de leveduras cervejeiras que ficam na superfície do líquido. A cerveja de baixa fermentação é obtida pela ação de leveduras cervejeiras que ficam no fundo (Junior et. al, 2009). A adição de leveduras para fermentação se faz após o resfriamento, elas têm como ações principais de consumir carboidratos fermentáveis, produzir etanol e CO2, como produtos secundários estão os ésteres (acetato de etila, acetato de isoamila, acetato de n-propila), ácidos (acético, propiônico) e álcoois superiores (1-propanol, 2-metil-1-propanol, 2-metil- -1-butanol e 3-metil-1-butanol) (Rosa; Afonso, 2015). Estes dão à cerveja, propriedades organolépticas, por este motivo essa se torna a fase mais importante referente ao paladar da cerveja (Araújo et al., 2003). A seguir a reação de fermentação de carboidratos como a glicose é: • C6H12O6 → 2C2H5OH + 2CO2 A oxidação de álcoois a ácidos acarboxílicos pode ser exemplificada para o caso do etanol: • C2H5OH + O2 → CH3COOH + H2O Durante o processo de fermentação a temperatura deve estar entre 10 e 25°C, somente nessa condição a levedura irá produzir a cerveja com sabor adequado (Rosa; Afonso, 2015). PERGUNTA 2: Os processos utilizados na produção de cerveja são: maturação, fermentação malteação, produção do mosto e resfriamento. 2.1. Qual é a sequência correta dos processos na produção de cerveja Pilsen? Fermentação malteação, Produção do mosto, resfriamento e maturação, moagem, mosturação, filtração, fervura do mosto, clarificação, maturação, fermentação, Resfriamento do mosto e envase. 2.2. Para cada processo, indique as alterações físicas e/ou químicas que ocorrem. • Moagem: O malte é enviado para os moinhos que possuem como função promover um corte na casca e então liberar o amido para o processo, a moagem promove a diminuição do tamanho da partícula do amido, aumentando a velocidade de hidrólise do amido. • Mosturação: A extração por infusão, se realiza em uma caldeira, na qual o malte, após passar pela moagem, é hidratado mediante aspersão de água quente, a temperatura da massa, é crítica para a extração dos açúcares fermentáveis, devendo estar entre 62 e 67°C. As amilases a e ß atuam hidrolisando o amido e a amilopectina para liberar açúcares fermentáveis. • Transformação do amido em monossacarídeos (glicose) pelas enzimas do malte. A temperatura máxima é 72 o C para evitar a inativação (desnaturação) dessas enzimas; • Filtração para separar as cascas do malte e dos adjuntos (tina de clarificação ou filtro prensa) e lavagem da torta (que é o açúcar fermentável). Depois de filtrada, a mostura passa a denominar-se mosto; • Adição do lúpulo: O sabor característico do lúpulo é essencial para o impacto organoléptico total da cerveja, a estabilidade do sabor e a retenção da espuma • Fervura do mosto para dissolução do lúpulo – solubilização de óleos essenciais (aroma) do lúpulo e isomerização dos alfa-hidroxiácidos em isoalfa-hidroxiácidos (a extensão dessa isomerização é responsável pela regulação do amargor da cerveja) – e esterilização; • Resfriamento, feito em trocadores de calor (9 a 15 o C), seguido de aeração (introdução forçada de O2 atmosférico) – condições ideais para a levedura realizar a fermentação. • Fermentação: Os açúcares e carboidratos do malte, na presença de leveduras e/ou bactérias, irão produzir tanto álcool quanto dióxido de carbono. O tempo da fermentação deve ser controlado de acordo com o teor alcoólico desejado. PERGUNTA 3: Em processos industriais químicos, comumente é utilizada água industrial. Esta água requer um certo grau de pureza diferente da alcançada durante o tratamento de água potável. Isso porque alguns sais causam problemas na indústria, tais como depósitos nas tubulações, contaminação de produtos e corrosão. Dado o contexto, responda os itens a seguir. 3.1. O que são águas duras? Qual o inconveniente das águas duras? 3.2. Diferencie abrandamento de desmineralização. Dureza de uma água se refere à quantidade de bicarbonatos, carbonatos, sulfatos ou cloretos de cálcio e magnésio dissolvidos nela. Ou seja, quanto maior a quantidadedesses sais dissolvidos na água, mais dura ela é considerada. Ao medir a quantidade de sais minerais presentes na água, medimos um parâmetro chamado Sólidos Totais Dissolvidos (TDS – Total Dissolved Solids). Alguns desses sais, como o cálcio (Ca) e magnésio (Mg), por sua etiologia, compõem o chamado teor de Dureza da água. Em outras palavras, água dura é aquela com alta concentração de sais de cálcio e magnésio, que causam uma série de inconvenientes. As complicações na indústria com água dura é causar incrustações, corrosão em tubulações e equipamentos causado pela precipitação dos sais de cálcio e magnésio, principalmente em águas quentes, (Aquecedores e Caldeiras). Por onde a água dura passa, menor se torna a vida útil de equipamentos, tubos e aparelhos. Seus resíduos se solidificam e acabam por desgastá-los. Ao procedimento de remover o teor de dureza da água, por meio da retirada dos íons de cálcio e magnésio, dá-se o nome de abrandamento. Por exemplo, a instalação de um abrandador evita o desgaste e incrustações em tubulações, conexões, caldeiras, vasos e acessórios. A dureza da água pode ter origem natural por contato da água com o solo, onde a presença de dióxido de carbono dissolvido na água provoca a solução de sais pouco solúveis. Em depósitos subterrâneos, a água pode entrar em contato com certos materiais como o calcário (CaCO3) ou a dolomita (CaCO3 . MgCO3). Dessa forma, passa a existir em sua composição uma quantidade excessiva de íons Ca2+ e Mg2+, na forma de bicarbonatos (HCO3 - ), nitratos (NO3 - ), cloretos (Cl- ) e sulfatos (SO4 2- ) o que a torna imprópria para consumo humano. A dureza da água pode também ter origem artificial no decurso do tratamento realizado nas Estações de Tratamento de Água – ETA com o objetivo de ajuste do pH da água destinada ao consumo. A esse tipo de água chamamos água dura. A dureza da água é composta de duas partes, a dureza temporária e a dureza permanente. A dureza temporária é gerada pela presença de carbonatos e bicarbonatos, que podem ser eliminadas por meio de fervura da água. A dureza permanente é devida a cloretos, nitratos e sulfatos, que não são susceptíveis à fervura. À somatória da dureza temporária e permanente dá-se o nome de "Dureza Geral" (ou total) da água. A água dura é um problema para a ação dos sabões, para o cozimento de vegetais e para sua utilização na indústria. Na indústria, esta água é imprópria para o abastecimento de equipamentos geradores de vapores. As caldeiras industriais requerem o uso de água de baixa dureza, pois o cálcio e magnésio possuem características naturais de se agregarem nas paredes das tubulações. Em altas temperaturas cristalizam se, formando incrustações, causando sérios danos às caldeiras. A presença desses cátions dificulta, também, a remoção da sujeira e da gordura pela ação dos sabões. Classificação da água dura Grau de dureza da água CaCO3 (mg/L de Ca+2) CaCO3 (mmol/L de Ca+2)) Macia 0 - 60 0 – 0,6 Média 60 -150 0,6 – 1,5 Dura 150 - 300 1,5 – 3,0 Muito Dura > 300 > 3,0 O abrandamento industrial é um processo que utiliza resinas de troca iônica para reduzir, principalmente, a concentração de íons de cálcio e magnésio, metais alcalino-terrosos que podem causar problemas de incrustações e insolubilidade nos usos diários da água, formando precipitados de carbonato de cálcio e de magnésio, precipitação química e troca iônica. Normalmente usa-se uma resina catiônica fortemente ácida (SAC) e regenerada com cloreto de sódio (salmoura). Nos casos de níveis altos de água TDS ou alta dureza, a resina SAC às vezes é precedida por uma resina catiônica fracamente ácida (WAC). Nos casos em que a água possui altos níveis de ferro, de cloro ou o amaciamento de alta temperatura é realizado com uma resina SAC macroporosa ou SST. • Abrandamento por precipitação química. • Metodologia: O processo se dá por adição de cal (CaO) e carbonato de sódio (Na2CO3). A cal é utilizada para elevar o pH da água fornecendo a alcalinidade necessária, enquanto o carbonato de sódio pode fornecer a alcalinidade para a reação e também os íons carbonato necessários. • Reações: ✓ CaO + H2O → Ca(OH)2 ✓ Ca(OH)2 + H2CO3 → CaCo3↓ +2H2O ✓ Ca(HCO3)2 + Ca(OH)2 → 2CaCo3↓ + 2H2O ✓ Mg(HCO3)2 + Ca(OH)2 → CaCo3↓ + MgCO3 + 2H2O ✓ MgCO3 + Ca(OH)2 → + Mg(OH)2↓ + CaCO3↓ ✓ MgSO4 + Ca(OH)2 → + Mg(OH)2↓ + CaSO4 ✓ CaSO4 + Na2CO3 → + CaCO3↓ + Na2SO4 • Vantagens: ✓ Geralmente aplicado para águas com dureza elevada; possibilita remover da água contaminantes tais como metais pesados e outros; ✓ Tecnologia bem estabelecida. • Desvantagens: ✓ Utilização de produtos químicos; ✓ Produção de lodo; ✓ Necessidade de ajustes finais, pois a água abrandada ainda possui dureza-cálcio em torno de 30 ppm de CaCO3. • Abrandamento por Troca catiônica: • Metodologia: Consiste em fazer a água atravessar uma resina catiônica que captura os íons Ca2+ e Mg2+, substituindo-os por íons que formarão compostos solúveis e não prejudiciais ao homem, tais como o Na+. As reações seguem abaixo. ✓ R(-SO3Na)2 + Ca2+ → R (-SO3)2Ca + 2Na+ ✓ R(-SO3Na)2 + Mg 2+ → R (-SO3)2Mg + 2Na+ As resinas possuem limites para a troca iônica, ficando saturadas de Ca2+ e Mg2+. Esta saturação recebe o nome de ciclo. Após, completado o ciclo, deve ser feita a regeneração da resina, que acontece com a adição de solução de Cloreto de Sódio (NaCl). As reações seguem abaixo. ✓ R(-SO3)2Ca + 2Na+ → R(-SO3Na)2 + Ca 2+ ✓ R(-SO3)2Mg + 2Na+ → R(-SO3Na)2 + Mg 2+ • Vantagens: ✓ Alta eficiência para remoção dos íons responsáveis pela dureza. Para remoção de Ca2+ a dureza resultante atinge valores menores que 1mg/L de CaCO3; ✓ As resinas podem ser regeneradas; ✓ Não há formação de lodo no processo. ✓ Desvantagens: ✓ Requer um pré tratamento da água; ✓ Ocorre saturação da resina, exigindo a sua regeneração; ✓ Requer o tratamento do efluente da regeneração. ✓ A escolha entre os processos depende das características da água a ser tratada, das necessidades e da disponibilidade de recursos de cada empresa. Já a desmineralização é a remoção de todos os cátions e ânions a partir de uma solução em troca de H+ e OH-, reduzindo o total de sólidos dissolvidos da solução. Isso é necessário para muitos processos sensíveis, como operação de caldeira de alta pressão, farmacêuticas, e produção de eletrônicos. Para a desmineralização é muito usado um equipamento que chama osmose reversa. • O que é osmose reversa A osmose reversa ou inversa é um procedimento inverso ao que ocorre naturalmente entre solutos e solventes. Ou seja, é um processo de separação desses componentes. Ele demanda a aplicação de uma pressão bem maior sobre solvente e soluto, já que a osmose reversa é uma separação não natural. Para isso, são necessários equipamentos e condições adequadas. A osmose reversa cumpre um papel semelhante ao processo de desmineralização, mas é um processo físico de filtração, enquanto as resinas realizam uma função de desmineralização através de afinidade química. Ela retém aproximadamente 98% dos sais minerais da água, quando funcionando bem. Sua maior vantagem é que, justamente por ser um processo físico, também retém quase todas as bactérias, sendo melhor em sistemas que demandam grande atenção ao controle microbiológico. • A aplicação da osmose reversa em empresas e indústrias Como ela possui uma finalidade semelhante ao processo de desmineralização, pode ser usada nas mesmas ocasiões: na indústria farmacêutica, de cosméticos, hemodiálise, autoclaves e outros. A osmose reversa demanda um investimento inicial superior ao dos desmineralizadores químicos. No entanto, esse investimento se paga em médio prazo, já que o custo da sua manutenção é ínfimo, se comparado ao das resinas. É importante frisar, no entanto, que nem toda a águaque chega até a osmose reversa sai do sistema própria para produção, pois o meio mais concentrado dessa solução possui alta concentração de sais minerais. Além disso esses sais minerais são descartados por meio de rejeitos, que compõem aproximadamente 30% da água que abastece o equipamento. Antigamente, era muito comum que esses rejeitos fossem descartados. PERGUNTA 4: Dois métodos ainda são utilizados para fabricação do cimento, processo seco e processo úmido, sendo o último o menos utilizado. Em ambos os métodos as matérias primas são extraídas das jazidas e britadas para adquirirem dimensões trabalháveis. Os dois métodos originam um produto intermediário, o clínquer. Independente do processo de fabricação, o cimento final é idêntico nos dois casos. a) Quais as diferenças existentes entre o processo seco e o processo úmido? Explique o motivo do processo seco ser o mais utilizado. https://grupohidrica.com.br/agua-desmineralizada/ https://grupohidrica.com.br/agua-desmineralizada/ O processo de fabricação de cimento implementado na maioria das indústrias brasileiras é conhecido como processo via seca que é constituído, resumidamente, das seguintes etapas: 1ª Etapa: Moagem e homogeneização das matérias primas (obtenção da farinha crua); 2ª Etapa: Clinquerização da farinha crua em fornos rotativos (produção do clínquer) e posterior resfriamento do clínquer; 3ª Etapa: Moagem do clínquer para adição do gesso e outros aditivos como escória e pozolanas, para obtenção do cimento; 4ª Etapa: Ensacamento e expedição do produto final. As matérias primas, calcário e argila, são moídas em britadeiras, e posteriormente homogeneizadas por aeração até a obtenção de um pó fino conhecido como farinha crua. Em seguida, a farinha crua é introduzida em um forno rotativo, onde é aquecido até uma temperatura de 1500°C e posteriormente resfriado por rajadas de ar. O clínquer é o resultado da reação, sob alta temperatura, da mistura das matérias primas moídas. O clínquer obtido é misturado com gesso (gipsita) e outras adições como calcário, pozolana ou escória, dando origem aos diversos tipos e cimento existentes. Esse processo exige um alto consumo de energia, seja na forma de energia térmica (calor), por meio de combustíveis utilizados para aquecer os fornos rotativos para a produção de clínquer, seja na forma de energia elétrica, consumida em todo o processo industrial para movimentar máquinas, fazer girar os fornos rotativos e os moinhos. A maior parte desse consumo, porém, é referente ao gasto de energia térmica durante a queima dos combustíveis. No processo úmido, as matérias primas são homogeneizadas com a adição de água na primeira etapa. Isso acarreta uma utilização maior de energia, uma vez que na etapa de aquecimento a matéria prima fica sujeita a secagem térmica. O processo úmido é caracterizado pela simplicidade da instalação e da operação de moinhos e fornos, além disso consegue-se uma excelente mistura e produz pouca sujeira necessitando de sistemas bem primitivos de despoeiramento. O processo seco acaba sendo mais vantajoso pela economia energética que proporciona, um forno de via úmida consome cerca de 1250 kcal por Kg de clínquer contra 750 kcal de um forno de via seca. b) Quais propriedades do cimento são alteradas ao adicionar os aditivos: Gesso, Fíler calcário, Pozolana, Escória de alto-forno. A adição dos aditivos influencia em algumas características do cimento, como a hidratação, resistências do cimento, melhora no acabamento, entre outros. • Gesso: A gipsita, sulfato de cálcio di-hidratado, é comumente chamada de gesso. É adicionada na moagem final do cimento, com a finalidade de regular o tempo de pega, permitindo com que o cimento permaneça trabalhável por pelo menos uma hora e trinta minutos. • Fíler calcário: A adição de calcário finamente moído é efetuada para diminuir a porcentagem de vazios, melhorar a trabalhabilidade, o acabamento e pode até elevar a resistência inicial do cimento. • Pozolana: A pozolana é a cinza resultante da combustão do carvão mineral utilizado em usinas termoelétricas. A adição de pozolana propicia ao cimento maior resistência a meios agressivos como esgotos, água do mar, solos sulfurosos e a agregados reativos. Diminui também o calor de hidratação, permeabilidade, segregação de agregados e proporciona maior trabalhabilidade e estabilidade de volume, tornando o cimento pozolânico adequado a aplicações que exijam baixo calor de hidratação, como concretagens de grandes volumes. • Escória de alto-forno: A escória de alto-forno, é subproduto da produção de ferro em alto-forno, obtida sob forma granulada por resfriamento brusco. A aplicação na produção do concreto pode reduzir aproximadamente 5% da emissão de CO2 gastos na produção de cimento. Além de representar vantagens ao meio ambiente por ser um resíduo a escória apresenta baixo custo e oferece vantagens técnicas como elevada resistência mecânica, durabilidade em meios agressivos e baixo calor de hidratação. Os diferentes tipos e teores de adições usados na moagem do clínquer permitem que se obtenham cimentos de características diversas, possibilitando ao construtor conseguir sempre um cimento mais adequado ao concreto e argamassa a que se destina. c) Apresente um esquema de produção por via seca do cimento (o esquema deve ser desenvolvido por vocês). Em cada etapa do processo, identifique os fenômenos químicas e/ou físicos. • Processo de Fabricação 1. Extração do calcário e argila, exploração de pedreiras quando se trata de rochas e xistos; por escavação, técnica usual de movimentação de terras, pode ser mecânica ou com explosivos; 2. Britagem das matérias primas, propósito de reduzir o material à condição de grãos de tamanho conveniente; 3. Homogeneização dos materiais argilosos e calcários através de aeração para obtenção da farinha crua; 4. Aquecimento no forno rotativo, ocorre reações químicas através da energia térmica com formação do clínquer; 5. Moagem do clínquer para obtenção da granulometria adequada; 6. Adição dos aditivos para o cimento ficar com melhores características (maior resistência, durabilidade, acabamento, etc); 7. Armazenamento, em silos ou ensacados; 8. Expedição, em sacos de cimento para distribuidores ou a granel para concreteiras. • Propriedades Físico-químicas Produtos derivados de cimento possuem alta resistência à compressão e baixa resistência à tração. Por este motivo são adicionadas armaduras em concretos e argamassas quando existe necessidade de fins estruturais. ✓ pH em Solução Aquosa: 12 ≤ pH ≤ 14 ✓ Ponto de Ebulição: Não Aplicável ✓ Ponto de Fusão: Não Aplicável ✓ Massa Específica Absoluta: 2,8 ≤ γr ≤ 3,2 g/cm³ a 20°C ✓ Limite Elástico: Frágil ✓ Tensão de Compressão: Alta ✓ Tensão de Ruptura por Tração: Baixa ✓ Pressão de vapor (mm Hg): Não Aplicável ✓ Solubilidade em água: até 1,5g/l a 20°C ✓ Densidade relativa do vapor a 20°C: Não Aplicável ✓ Massa Específica Aparente: 0,9 a 1,2 g/cm³ a 20°C ✓ Temperatura de auto-ignição: Não Aplicável ✓ Limite de explosividade, % vol no ar: Nenhum ✓ Taxa de Evaporação: Não Aplicável 5. REFERÊNCIAS ROSA, Natasha Aguiar; AFONSO, Júlio Carlos. A química da cerveja. Revista Química Nova. São Paulo, v. 37, p. 98-105, 2015. JUNIOR, Amaro AD; VIEIRA, Antonia G.; FERREIRA, Taciano P. Processo de produção de cerveja. Revista Processos Químicos, v. 3, n. 6, p. 61-71, 2009. http://www.ufjf.br/quimica/files/2015/10/LABORAT%C3%93RIO-DE- QU%C3%8DMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-%C3%81GUA-DURA- 1.pdf Análise Volumétrica Volumetria de Complexação. UTFPR Departamento Acadêmico de Química e Biologia https://www.purolite.com/pt/application/softening-demineralization-industrial https://grupohidrica.com.br/osmose-reversa-3/ http://kurita.com.br/index.php/artigos-tecnicos/abrandamento/ Impacto daProspecção Geológica na Otimização do Processo de Produção de Cimento Portland na Fábrica de Cimento Votoran, Votarantim, SP. – Hélio Shimada – Universidade de São Paulo- Instituto de Geociências, São Paulo, 1999. http://www.ufjf.br/quimica/files/2015/10/LABORAT%C3%93RIO-DE-QU%C3%8DMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-%C3%81GUA-DURA-1.pdf http://www.ufjf.br/quimica/files/2015/10/LABORAT%C3%93RIO-DE-QU%C3%8DMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-%C3%81GUA-DURA-1.pdf http://www.ufjf.br/quimica/files/2015/10/LABORAT%C3%93RIO-DE-QU%C3%8DMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-%C3%81GUA-DURA-1.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/UTFPR https://www.purolite.com/pt/application/softening-demineralization-industrial https://grupohidrica.com.br/osmose-reversa-3/ http://kurita.com.br/index.php/artigos-tecnicos/abrandamento/ Gestão da Energia na Produção de Cimento Portland com Uso de Mineralizadores e Combustíveis Alternativos. – Lucas Tosta, Ana Carla de Souza, Rogério José da Silva – XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Foz do Iguaçu, Parana, 2007. Avaliação do impacto do uso de fíler calcário como substituição ao cimento no comportamento reológico e retração de microconcretos. - Varhen Garcia, Christian Mario - Escola Politécnica – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Influência da basicidade da escória de alto forno como adição ao concreto. 2011. 99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) - KELES, K. C. – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011. P e q engenharia jr: produção de cerveja: etapas, características e a química da cerveja: https://peqengenhariajr.com.br/processo-de-producao- de-cerveja/ Acessado em 29/04/20 Química e sociedade: A química da Cerveja - http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc37_2/05-QS-155-12.pdf Acessado em 29/04/2020 Lanalitica Consultoria e Treinamentos: Processo de Fabricação da Cerveja - https://ianalitica.com.br/processo-de-fabricacao-da-cerveja/ >Acessado em 29/04/2020 https://peqengenhariajr.com.br/processo-de-producao-de-cerveja/ https://peqengenhariajr.com.br/processo-de-producao-de-cerveja/ http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc37_2/05-QS-155-12.pdf https://ianalitica.com.br/processo-de-fabricacao-da-cerveja/
Compartilhar