Buscar

curso-80421-aula-01-v1

Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
Tulio Lages
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 1 
51 
Organização Administrativa. 
Introdução ........................................................................................................................ 1!
Análise Estatística ............................................................................................................. 1!
Análise das Questões ........................................................................................................ 2!
Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar .................................................... 10!
Questionário de Revisão .................................................................................................. 15!
Anexo I – Lista de Questões ............................................................................................. 48!
Referências Bibliográficas ................................................................................................ 51!
 
INTRODUÇÃO 
Olá! 
Este relatório aborda o(s) assunto(s) “2 Organizac ̧ão administrativa da União: 
administrac ̧ão direta e indireta.” 
Com base na análise estatística (tópico a seguir), concluímos que o assunto possui 
importância Muito Alta. 
Boa leitura! 
ANÁLISE ESTATÍSTICA 
Assunto % aproximado de cobrança 
Organização 
Administrativa 10,3% 
Tabela 1 
Com base na tabela acima, é possível verificar que, no contexto das provas do CESPE 
para cargos da área policial – área policial, que o assunto “Organização Administrativa” 
possui importância Muito Alta, já que foi cobrado em 10,3% das assertivas. 
... 
É importante destacar que os percentuais de cobrança, para cada tema, podem variar 
bastante. Sendo assim, adotaremos a seguinte classificação quanto à importância dos 
assuntos: 
 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 2 
51 
% de Cobrança 
 
Importância do Assunto 
 
Até 2,9% Baixa a Mediana 
De 3% a 4,9% Média 
De 5% a 9,9% Alta 
10% ou mais Muito Alta 
Tabela 2 
ANÁLISE DAS QUESTÕES 
1.(Cespe/2018/TCE-PB/Auditor) As entidades que integram a administração 
pública indireta incluem as 
a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privada. 
c) autarquias, as fundações e as organizações sociais. 
d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais. 
e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais 
autônomos. 
 
GABARITO: “A” 
A Administração Pública pode ser estuda sob dois aspectos, subjetivo, orgânico ou 
formal e objetivo, funcional ou material. 
Quanto ao aspecto subjetivo, ela é verdadeiramente a estrutura estatal, é o conjunto 
de órgãos que compõem o Estado na busca de sua finalidade. Veja a questão dada 
como correta na prova do TCE-PE, cargo de Analista: em sentido subjetivo, a 
administração pública compreende órgãos e agentes públicos e pessoas jurídicas 
públicas e privadas encarregadas de exercer a função administrativa da atividade 
estatal. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 3 
51 
No sentido objetivo, ela é a própria atividade administrativa, realizada por meio do 
fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção administrativa. 
A questão versa sobre o aspecto subjetivo. 
Na centralização, a Administração Direta realiza suas atividades por meio de seus 
próprios órgãos e agentes. Contudo, ela pode mediante lei realizar uma 
descentralização para criar a Administração Indireta. 
Esta descentralização é denominada descentralização técnica ou funcional e por meio 
dela é que se criam as Autarquias, as Fundações Públicas, as Empresas Públicas e as 
Sociedades de Economia Mista. 
Importante ressaltar que entre a Administração Direta e Indireta não existe hierarquia 
e nem subordinação. A relação entre elas é de vinculação, de tutela, de supervisão 
ministerial a fim de verificar se suas funções institucionais estão sendo cumpridas. 
a) A assertiva traz algumas entidades da Administração Indireta, sendo o gabarito da 
questão. Veja esta outra questão também correta que caiu no TCE-PE, para Analista: 
as autarquias e as fundações públicas incluem-se entre as entidades que integram a 
administração pública indireta. 
Elas aparecem na CF/88, art.37, XIX: 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de 
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste 
último caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação 
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, 
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; 
b) As secretarias estaduais são órgãos da Administração Direta e as fundações 
privadas sequer fazem parte da Administração Pública. É diferente fundação privada, 
como a fundação Ayrton Senna e uma fundação pública de direito privado. 
c) As Organizações Sociais não fazem parte da Administração Pública. Elas compõem 
o denominado “terceiro setor”, são entidades paraestatais. São pessoas jurídicas de 
direito privado que assinam contrato de gestão com a Administração Pública com a 
finalidade de desenvolver serviço público não exclusivo de Estado, recebendo algum 
incentivo para isso. 
d) e e) Os Serviços Sociais Autônomos também não fazem parte da Administração 
Pública, são entidades paraestatais. Eles são enquadrados no terceiro setor. O fato 
deles receberem tributos do Estado por meio da parafiscalidade, eles não fazem parte 
da Administração Pública. 
2.(Cespe/2017/Seres-PE/Agente de Segurança) Pessoa jurídica de direito 
privado, sem fins lucrativos, que tenha sido instituída por iniciativa de particulares e 
que receba delegação do Poder Público mediante contrato de gestão para 
desempenhar serviço público de natureza social denomina-se 
a) organização social. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 4 
51 
b) entidade de apoio. 
c) empresa pública. 
d) organização da sociedade civil de interesse público. 
e) serviço social autônomo. 
 
GABARITO: “A” 
a) As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes 
da Administração Pública, mas que trabalham paralelamente a ela, criadas por 
particulares para a execução de serviço público não exclusivo de Estado. 
O vínculo jurídico é o contrato de gestão. 
Para a consecução de suas atividades, elas podem receber dotações orçamentárias, 
bens públicos mediante permissão e até mesmo servidores. 
Outra observação é que a Administração Pública pode contratá-las para a execução 
do serviço por meio de dispensa de licitação. 
Por fim, é possível a cessão de servidores públicos, contudo, existe a possibilidade da 
OS realizar a contratação de empregado diretamente, eles serão celetistas, não terão 
a necessidade de prestar concurso público, mas o processo seletivo deverá ser 
objetivo e impessoal. 
b) Entidades de apoio são instituídas por servidores, são pessoas jurídicas de direito 
privado não integrantes da Administração Pública, desenvolvendo sérvio público não 
exclusivo de Estado. 
c) Empresa pública é pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração 
Pública Indireta, com capital 100% público para desenvolver atividade econômica ou 
para prestar serviço público, possuindo finalidade lucrativa. 
Sua criação se dá mediante autorização em lei, sendo necessáriolevar à registro o 
decreto de sua criação para que a empresa tenha personalidade jurídica. 
Para se trabalhar em uma empresa pública, é necessário prestar concurso público, 
contudo, essas pessoas são empregados públicos regidos pela CLT. O vínculo jurídico 
que os ligam à Administração é contratual e não legal. Estão sujeitas à licitação. 
Como são pessoas jurídicas de direito privado sujeitas também a normas do Direito 
Público, dizemos que seu regime jurídico é misto. Não confundam os conceitos. A 
personalidade é de direito privado, mas o regime a que ela se sujeita é misto, tanto 
público como privado. 
d) A Oscip é pessoa jurídica de direito privado, não integrante da Administração 
Pública, desenvolvendo serviço público não exclusivo de Estado, sendo seu vínculo 
jurídico o termo de parceria. 
CUIDADO!!!!! Não confundam a organização da sociedade civil de interesse público 
cujo vínculo é o termo de parceria com a organização da sociedade civil, cujo vínculo 
jurídico é o termo de colaboração ou fomento. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 5 
51 
e) Serviço Social Autônomo é pessoa jurídica de direito privado que recebe dotações 
tributárias do Estado para a execução de serviço público não exclusivo. Também não 
faz parte da Administração Pública. 
3.(Cespe/2016/TCE-PR/Analista) Com base em lei específica estadual, foi 
autorizada a instituição da empresa X, pessoa jurídica sob a forma de sociedade 
anônima, com controle acionário pertencente ao ente federativo estadual, para fins 
de exploração de determinada atividade econômica de interesse coletivo. 
Nessa situação hipotética, 
a) a pessoa federativa a que estará vinculada a empresa X será solidariamente 
responsável pela solvência dos débitos dessa empresa. 
b) a empresa X deverá ser constituída como sociedade de economia mista, com 
personalidade jurídica de direito privado, pertencente à administração indireta, à qual 
é delegada a titularidade de atividade típica do Estado. 
c) por se tratar de pessoa jurídica que exercerá atividade econômica, a empresa X 
submeter-se-á ao regime jurídico próprio das empresas privadas, salvo em relação a 
obrigações trabalhistas e tributárias. 
d) a empresa X submeter-se-á ao controle do tribunal de contas no que concerne aos 
bens, valores e dinheiros públicos provenientes diretamente do ente público 
controlador. 
 e) a empresa X não poderá realizar contratações e licitações em regime diverso 
daquele previsto para a administração direta. 
 
GABARITO: “D” 
a) A criação de entidades da Administração Indireta pressupõe tão somente 
supervisão ministerial para que seja verificado se elas estão cumprindo suas 
finalidades institucionais, não havendo responsabilidade solidária entre a 
Administração Direta e a Indireta. 
b) Pelas informações trazidas no comando da questão, não podemos afirmar com 
certeza se é uma sociedade de economia mista ou uma empresa pública. 
Primeiro item: autorizada a criação da entidade por meio de lei – tanto a empresa 
como a sociedade atendem ao quesito. 
Segundo item: forma societária é a sociedade anônima – as sociedades de economia 
mista obrigatoriamente devem ser S.A, as empresas públicas podem adotar qualquer 
forma admitida em direito, podendo ser S.A, LTDA etc. 
Terceiro item: controle acionário pertencente ao ente federativo estadual – tanto a 
sociedade de economia mista quanto a empresa pública possuem controle acionário 
do ente que as criaram. A empresa pública terá capital 100% público e na sociedade 
de economia mista, a maior parte do capital deverá estar nas mãos do ente que a 
criou. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 6 
51 
Quarto item: exploração de atividade econômica. Tanto a empresa como sociedade 
podem explorar atividade econômica. Atentem-se que nada impede que elas também 
executem serviço público. 
c) A assertiva vai bem até o “salvo”. De fato, por se tratar de pessoa jurídica que 
exercerá atividade econômica, a empresa X submeter-se-á ao regime jurídico próprio 
das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta 
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. 
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão 
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
d) A assertiva pode ser respondida com o conhecimento do art.70, da CF/88. Verifique 
que qualquer um que receba dinheiro público estará sujeito à fiscalização do Tribunal 
de Contas. 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto 
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens 
e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, 
assuma obrigações de natureza pecuniária. 
e) O inciso III, art.173, da CF/88, determina que as empresas públicas e sociedades 
devem realizar licitação e contratos, seguindo os princípios da Administração Pública. 
Além disso, tais entidades quando desenvolvem atividade econômica concorrerem 
diretamente com a iniciativa privada e precisam de agilidade em suas contratações. 
A Petrobrás concorre diretamente com a Shell, o Banco do Brasil com o Bradesco, 
então, é necessário existir um processo simplificado de licitação. 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta 
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. 
(...) 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, 
observados os princípios da administração pública; 
4.(Cespe/2017/TCE-PE/Analista em Gestão) No que tange a regime jurídico-
administrativo, organização administrativa e teoria do direito administrativo 
brasileiro, julgue o item a seguir. 
As autarquias e as fundações públicas incluem-se entre as entidades que integram a 
administração pública indireta. 
 
GABARITO: CERTO 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 7 
51 
A Administração Direta é formada pelos órgãos dos três Poderes que integram os 
entes políticos (União, Estados, DF e Municípios). 
Por meio de uma técnica administrativa denominada descentralização, a 
Administração Pública cria entidades mediante lei como no caso das autarquias ou 
com autorização em lei, como no caso das empresas públicas e sociedades de 
economia mista. 
A descentralização que cria a Administração Indireta (Autarquias, Fundações Públicas, 
Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas) é conhecida como 
descentralização “técnica”, “funcional” ou “por serviços”. 
Não existe subordinação da Indireta em relação à Direta. A relação entre elas é a de 
vinculação, mas não a de hierarquia. 
5.(Cespe/2017/TCE-PE/Analista em Gestão) Considerando os conceitos da 
administração pública, o direito administrativo brasileiro e o regime jurídico de direito 
público, julgue o seguinte item. 
Em sentido subjetivo, a administração pública compreende órgãose agentes públicos 
e pessoas jurídicas públicas e privadas encarregadas de exercer a função 
administrativa da atividade estatal. 
 
GABARITO: CERTO 
A Administração Pública pode ser estudada sob dois aspectos: sentido objetivo e 
sentido subjetivo. 
No sentido objetivo, a Administração Pública se relaciona às atividades 
desempenhadas pelas pessoas e órgãos integrantes de sua estrutura. 
E quais são estas atividades professor? Fomento, polícia administrativa, serviço 
público e intervenção. 
No sentido subjetivo, a Administração Pública é o conjunto de pessoas e órgãos que 
desempenham a atividade administrativa do Estado. 
6.(Cespe/2017/TCE-PE/Analista em Gestão) No que concerne às regras acerca 
da organização do poder público e à delegação de serviços públicos, julgue o item 
subsequente. 
As organizações da sociedade civil de interesse público têm natureza jurídica de 
autarquias públicas. 
 
GABARITO: ERRADO 
As Oscips são entidades privadas que não integram a Administração Pública. 
São pessoas jurídicas de direito privado que desempenham atividades de natureza 
privada com a ajuda do Estado, havendo vínculo jurídico de termo de parceria entre 
eles. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 8 
51 
7.(Cespe/2017/SEDF/Professor) A respeito dos princípios da administração 
pública e da organização administrativa, julgue o item a seguir. 
Uma autarquia é entidade administrativa personalizada distinta do ente federado que 
a criou e se sujeita a regime jurídico de direito público no que diz respeito a sua 
criação e extinção, bem como aos seus poderes, prerrogativas e restrições. 
 
GABARITO: CERTO 
Curiosidade. Sabem o que significa autarquia? “Autós” significa próprio e, “arquia”, 
direção ou governo. Vejam com o nome já diz muito sobre esta entidade da 
Administração Indireta ; ) 
A autarquia é pessoa jurídica de direito público criada diretamente por meio de lei 
específica, sendo espécie de descentralização técnica para o desempenho de serviço 
público. 
Ela possui a capacidade de auto-organização e de administração própria, não havendo 
subordinação em relação ao ente político que a criou. 
Para trabalhar em uma autarquia como o INSS ou Bacen, é preciso prestar concurso 
público, seus funcionários são servidores estatutários com direito à estabilidade após 
3 anos estágio probatório. 
Estão sujeitas à licitação e ao controle dos Tribunais de Contas. 
8.(Cespe/2017/SEDF/Professor) A respeito dos princípios da administração 
pública e da organização administrativa, julgue o item a seguir. 
Embora sejam entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, as 
empresas públicas, como regra geral, estão obrigadas a licitar antes de celebrar 
contratos destinados à prestação de serviços por terceiros. 
 
GABARITO: CERTO 
A empresa pública é entidade da Administração Pública Indireta cuja criação é 
autorizada em lei, sendo necessário levar o decreto instituidor a registro para que ela 
passe a ter personalidade jurídica. 
Em regra, desenvolvem atividade econômica, mas nada impede que elas prestem 
serviço público. 
Para ingressar em uma empresa pública, é necessário prestar concurso público, mas 
o funcionário será empregado público, regido pela CLT e percebendo salário. O vínculo 
jurídico do empregado com a empresa pública é um contrato de trabalho e não uma 
lei, como ocorre na autarquia ou na Administração Direta. 
Estão sujeitas à lei de licitação, regra geral. 
Perceba que o regime jurídico a que a empresa pública está submetida é misto. Ela 
segue normas do direito privado, mas também normas do direito público. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 9 
51 
O capital social é 100% público, podendo ser unipessoal - empresa pública em que 
100% do capital pertença ao Estado de São Paulo, por exemplo - ou pluripessoal - 
quando o capital pertença a mais de uma pessoa. 
9.(Cespe/2017/SEDF/Analista) A respeito da situação hipotética apresentada e 
de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir. 
A criação de um órgão denominado setor de aquisições na citada prefeitura constitui 
exemplo de desconcentração. 
 
GABARITO: CERTO 
Não confunda a descentralização com a desconcentração. 
A descentralização é um movimento horizontal em que a Administração Direta cria a 
Indireta ou delega certas atividades aos particulares, no caso de delegação por 
colaboração. Percebam que a descentralização pressupõe ao menos duas pessoas 
distintas, criando-se entidades, isso é, pessoas com personalidade jurídica própria. 
A desconcentração ocorre dentro de uma mesma pessoa. É um movimento vertical 
em que se criam os órgãos, entes despersonalizados. 
10.(Cespe/2013/DEPEN/Especialista em Assistência Penitenciária) Tendo 
em vista que o Estado desempenha três funções básicas: administrar, legislar e 
julgar, julgue o item seguinte, relativo à função administrativa do Estado e aos atos 
administrativos. 
A função administrativa, ou executiva, é exercida privativamente pelo Poder 
Executivo. 
 
GABARITO: errado. 
O Poder Executivo possui a função típica de administração, mas os demais Poderes 
também exercem essa função, ainda que atipicamente. 
11.(CESPE/2013/TJDFT/AJAJ) No que se refere ao conceito de administração 
pública e à classificação dos órgãos públicos, julgue o item seguinte. 
Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções 
administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes 
incumbidos dessas funções. 
 
GABARITO: certo. 
O sentido orgânico de administração pública refere-se aos órgãos, às pessoas e aos 
agentes, todos aqueles que exercem a atividade administrativa. 
12.(Cespe/2008/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Com a 
Constituição de 1988, o TCU teve a sua jurisdição e competência substancialmente 
ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 10 
51 
das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade 
e à economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de 
receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, 
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a 
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária 
tem o dever de prestar contas ao TCU. 
Internet: <www2.tcu.gov.br> (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem, relativos 
ao enquadramento constitucional do TCU. 
A possibilidade de um tribunal de contas, de natureza político-administrativa, julgar 
as contas de pessoas estranhas ao Estado serve como exemplo do conceito de direito 
administrativo sob um critério meramente subjetivo de administração pública. 
 
GABARITO: errado. 
O critério subjetivo diz respeito às pessoas que executam a atividade. Já o critério 
objetivo, ao próprio objeto, à natureza da atividade exercida. 
Na assertiva, ao falar-se na possibilidade de julgamento de contas por parte de um 
tribunal de contas, aborda-se tanto um critério objetivo (julgamento de contas), 
quanto um subjetivo (tribunal de contas, um órgão político-administrativo). 
13.(CESPE/2002/AGU/Procurador Federal) Com relação a institutos básicos do 
direito administrativo, julgue o item abaixo. 
O Estado e o administrado comparecem, em regra, em posição de igualdadenas 
relações jurídicas entre si. 
 
GABARITO: errado. 
O Estado e o administrado não comparecem, em regra, em posição de igualdade nas 
relações jurídicas entre si: geralmente o Estado fica numa posição superior em relação 
ao particular, em decorrência dos princípios da supremacia do interesse público e da 
indisponibilidade do interesse público. 
 
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR 
1.! Os conceitos de Administração Pública em sentido amplo e estrito, tanto no sentido 
subjetivo quanto no objetivo, bem como a diferença entre eles; 
2.! As características da função administrativa; 
3.! As atividades típicas da função administrativa; 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 11 
51 
4.! O que é um sistema administrativo, quais são as espécies existentes, suas 
principais características e qual deles é o adotado no Brasil por força do previsto no 
art. 5º, inciso XXXV da CF/88. 
5.! As hipóteses em que se faz necessário o esgotamento da via administrativa ou 
pelo menos sua utilização inicial para que seja possível a busca pela tutela do Poder 
Judiciário: CF/88, art. 217, §§ 1º e 2º (Justiça Desportiva); Lei 9.507/97, art. 8º 
(necessidade de prévia recusa de informações para impetração de habeas data); Lei 
11.417/2006, art. 7º, §1º(reclamação em caso de afronta a sumula vinculante); Lei 
12.016/2009, art. 5º, inciso I (mandado de segurança contra ato do qual caiba 
recurso administrativo com efeito suspensivo); e STF - RE 631.240 (necessidade de 
prévio requerimento administrativo como condição para se postular judicialmente a 
concessão de benefício previdenciário). 
6.! Os conceitos de Administração Pública em sentido amplo e estrito, tanto no sentido 
subjetivo quanto no objetivo, bem como a diferença entre eles; 
7.! As características da função administrativa; 
8.! As atividades típicas da função administrativa; 
9.! O que é um sistema administrativo, quais são as espécies existentes, suas 
principais características e qual deles é o adotado no Brasil por força do previsto no 
art. 5º, inciso XXXV da CF/88. 
10.!As hipóteses em que se faz necessário o esgotamento da via administrativa ou 
pelo menos sua utilização inicial para que seja possível a busca pela tutela do Poder 
Judiciário: CF/88, art. 217, §§ 1º e 2º (Justiça Desportiva); Lei 9.507/97, art. 8º 
(necessidade de prévia recusa de informações para impetração de habeas data); Lei 
11.417/2006, art. 7º, §1º(reclamação em caso de afronta a sumula vinculante); Lei 
12.016/2009, art. 5º, inciso I (mandado de segurança contra ato do qual caiba 
recurso administrativo com efeito suspensivo); e STF - RE 631.240 (necessidade de 
prévio requerimento administrativo como condição para se postular judicialmente a 
concessão de benefício previdenciário). 
11.!Os conceitos de órgão e entidade, bem como a diferença entre eles (levar em 
consideração os conceitos doutrinários, bem como o previsto no art. 1º, § 2º, incisos 
I e II da Lei 9.784/1999); 
12.!A diferença entre entidade política e entidade administrativa; 
13.!O conceito de centralização das atividades incumbidas ao Poder Público; 
14.!O conceito de descentralização das atividades incumbidas ao Poder Público; 
15.!A quem pode ser descentralizada a atividade administrativa; 
16.!Os tipos de descentralização e suas características. Especificamente com relação 
à descentralização territorial, levar em consideração a previsão constitucional dos 
Territórios Federais estabelecido no art. 18, § 2º; 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 12 
51 
16.1 Para alunos intermediários e avançados, que já possuem alguma base em 
direito constitucional: forma de criação dos Territórios Federais (CF, art. 
18, § 3º). 
17.!As modalidades de descentralização administrativa e suas diferenças; 
18.!O conceito de desconcentração da atividade administrativa; 
19.!Os tipos de desconcentração; 
20.!As diferenças entre a descentralização e a desconcentração, bem como os pontos 
em comum a tais processos; 
21.!O conceito de Administração Direta, sua composição (inclusive aquela estabelecida 
no art. 4º, inciso I do Decreto Lei 200/1967) e sua relação com o processo de 
centralização, descentralização e desconcentração; 
22.!O conceito de órgãos públicos e as teorias que buscam explicar as relações do 
Estado com seus agentes; 
23.!Órgãos públicos: forma de criação e extinção (levar em consideração as previsões 
da CF, arts. 61, §1º, inciso II, alínea “e” – Poder Executivo; 96, inciso II, alíneas “c” 
e “d” – Poder Judiciário; 127, §2º - Ministério Público; 73, caput – Tribunal de Contas; 
e 51, inciso IV e 52, inciso XIII – Poder Legislativo), a questão de sua capacidade 
processual e classificações doutrinárias; 
24.!O conceito de Administração Indireta, sua composição (levar em consideração o 
previsto no art. 4º do Decreto Lei 200/196714, bem como o estabelecido no art. 6º, 
inciso I e § 1º da Lei 11.107/2005) e sua relação com o processo de centralização, 
descentralização e desconcentração; forma de instituição das entidades (levar em 
consideração a necessidade de lei específica prevista no inciso XIX do art. 37 da CF, 
bem como a iniciativa de lei do Presidente da República constitucionalmente prevista 
no art. 61, §1º, inciso II, alínea “e”, caso as entidades sejam vinculadas ao Poder 
Executivo); 
25.!O motivo por que a Administração Pública descentraliza suas atividades; 
26.!O conceito de supervisão ministerial e as características do controle dela 
decorrente; 
27.!Autarquias: conceito (inclusive levar em consideração o previsto no art. 5º do 
Decreto-lei 200/67), natureza jurídica, forma de criação (levar em consideração a 
necessidade de lei específica prevista no inciso XIX do art. 37 da CF) e extinção, 
regime jurídico e prerrogativas (não se esquecer de levar em consideração o art. 183, 
caput, do Código de Processo Civil e os arts. 100, caput e 150, art. 150, §2º, da 
CF/88), personalidade jurídica, características de seu patrimônio (inclusive levar em 
consideração o previsto no art. 98 do Código Civil), atividades que desenvolve, formas 
em que podem ser classificadas (levar em consideração, inclusive, o entendimento do 
STF com relação à Ordem dos Advogados do Brasil - ADI 3.026/DF), o regime de suas 
contratações, regime de seu pessoal (observar o CF, art. 37, inciso II, bem como 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 13 
51 
levar em consideração a suspensão da nova redação do art. 39, caput, da CF, por 
parte do STF – ADI 2135/DF), forma de nomeação e exoneração de seus dirigentes 
(arts. 52, inciso III, alínea “d” e 84, inciso XXV da CF, bem como o entendimento 
proferido pelo STF sobre a constitucionalidade das normas locais que subordinem a 
nomeação de dirigentes de autarquias ou fundações públicas à prévia aprovação da 
Assembleia Legislativa – ADI 2.225/SC), o foro judicial competente para as causas 
em que seja parte (observar a súmula 97 do STJ, bem como a súmula vinculante 27); 
28.!Fundações Públicas: conceito (tanto os doutrinários, quanto o estabelecido no art. 
5º, IV do Decreto-Lei 200/1967), sua diferença para as fundações privadas, natureza 
jurídica (não deixar de observar o entendimento do STF sobre a possiblidade da 
instituição de fundações públicas de direito público – RE 101.126/RJ), forma de 
criação (levar em consideração o previsto no inciso XIX do art. 37 da CF) e extinção, 
regime jurídico, prerrogativas (observar que, com relação às de direito público, são 
as mesmas das autarquias), personalidade jurídica, características de seu patrimônio, 
atividades quedesenvolve, classificações doutrinárias, o regime de seu pessoal (CF, 
art. 37, inciso II. Além disso, para as fundações públicas de direito público, levar em 
consideração a suspensão da nova redação do art. 39, caput, da CF, por parte do STF 
– ADI 2135/DF. Para as de direito privado, levar em consideração a divergência 
doutrinária), o foro judicial competente para as causas em que seja parte, as 
características do controle exercido pelo Ministério Público. 
29.!Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: conceito; diferenças entre 
empresas públicas e sociedades de economia mista; forma de criação (levar em 
consideração o previsto no inciso XIX do art. 37 da CF) e extinção; forma de criação 
de subsidiárias (levar em consideração o previsto no inciso XX do art. 37 da CF, bem 
como o entendimento do STF sobre a questão da autorização legislativa em “cada 
caso” - ADI 1.649/DF); regime jurídico e prerrogativas; personalidade jurídica; 
características de seu patrimônio e a questão da falência e execução, atividades que 
desenvolvem (não esquecer dos arts. 173, 175 e 177 da CF); classificações 
doutrinárias; a figura do estatuto (CF, art. 173, § 1º); forma jurídica e composição 
do capital; o foro judicial competente para as causas em que seja parte; o regime de 
seu pessoal (CF, art. 37, inciso II); o entendimento do STF sobre a possibilidade de 
o Poder Legislativo aprovar previamente o nome dos dirigentes da estatais como 
condição para que o chefe do Executivo possa nomeá-los (ADI 1642/MG); cabimento 
de mandado de segurança contra ato dos dirigentes das estatais (súmula 333 do STJ); 
foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma empresa estatal 
(CF, art. 109, inciso I; súmulas STF 517 e 556). 
29.1 Para alunos intermediários e avançados, que já possuem alguma base em direito 
constitucional: remédio constitucional mandado de segurança – objeto, autoridade 
coatora, caráter residual (CF, art. 5º, inciso LXIX). 
30.!Conceito de agências executivas; vantagens da qualificação, requisitos para sua 
obtenção e possibilidade de sua perda; 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
==11dbaa==
 
 ! 14 
51 
31.!Conceito de agências reguladores, sua autonomia (e a questão da teoria da 
captura), atividades desempenhadas, espécies, seu poder normativo, instrumentos 
que conferem autonomia, fenômeno da deslegalização, possibilidade de reapreciação 
de suas decisões pelo ministério supervisor, nomeação de seus dirigentes, 
possibilidade de celebração de contrato de gestão, possibilidade de qualificação como 
agência executiva. 
32.!Diferença entre agências executivas e agências reguladoras. 
 
 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 15 
51 
QUESTIONÁRIO DE REVISÃO 
***Questionário - somente perguntas*** 
1) Quais são as funções típicas e atípicas de cada um dos poderes? 
2) Quem são os sujeitos que desempenham a atividade administrativa do 
Estado? 
3) Qual o conceito de “entidade”? 
4) Qual o conceito de “órgão”? 
5) Qual a diferença entre órgão e entidade? 
6) Qual a diferença entre entidade política e entidade administrativa? 
7) O que é a centralização da atividade administrativa? 
8) O que é a descentralização da atividade administrativa? Quais os tipos de 
descentralização? Quais as suas características? 
9) O que é a desconcentração da atividade administrativa? 
10) O que os processos de descentralização e de desconcentração possuem 
em comum? 
11) O que é o processo de centralização e de concentração? O que possuem 
em comum? 
12) Qual o conceito de Administração Direta? 
13) Qual a composição da Administração Direta? 
14) Quais são as teorias que buscam explicar as relações do Estado com seus 
agentes? O que essas teorias preceituam? Qual é a mais aceita 
atualmente? 
15) Como se dá a criação e a extinção de órgãos da Administração Direta? 
16) Os órgãos públicos possuem capacidade processual? 
17) Como podem ser classificados os órgãos públicos? 
18) Qual o conceito de Administração Indireta? 
19) Qual a composição da Administração Indireta? 
20) A Administração Indireta pode ocorrer apenas no Poder Executivo? 
21) Qual a ideia subjacente à descentralização administrativa? 
22) O que caracteriza a supervisão ministerial sobre as entidades da 
administração indireta? 
23) Quais são os aspectos sobre os quais se distribui a supervisão ministerial? 
24) Qual a diferença entre a tutela ordinária e a extraordinária? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 16 
51 
25) Quais os principais pontos em comum entre as entidades da Administração 
Indireta? 
26) Quais as principais diferenças entre as entidades da Administração 
Indireta? 
27) Qual o conceito de autarquia? 
28) Como se dá a criação e a extinção das autarquias? 
29) Quando ocorre o início da personalidade jurídica das autarquias? 
30) Qual a natureza jurídica das atividades desempenhadas pelas autarquias? 
31) A que regime jurídico se submetem as autarquias? 
32) Quais as principais prerrogativas aplicáveis às autarquias? 
33) Como podem ser classificadas as autarquias? 
34) Qual o entendimento do STF com relação à OAB? Ela integra a 
administração indireta da União? 
35) O que são autarquias de regime especial? 
36) Qual a natureza jurídica do patrimônio das autarquias? 
37) O pessoal das autarquias sujeita ao regime estatutário ou ao contratual 
trabalhista? 
38) Como ocorre a nomeação dos dirigentes das autarquias? 
39) Qual o foro competente para o processamento e julgamento das causas 
que envolvem autarquias? 
40) Por que a doutrina costuma chamar os Territórios Federais de “autarquias 
territoriais”? 
41) Qual o conceito de fundação pública? 
42) Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas, ao contrário das 
privadas, não possuem finalidade lucrativa”. Ela está correta? Comente. 
43) Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas são criadas pelo 
Estado, a partir de patrimônio público, enquanto as privadas são criadas 
por uma pessoa privada, a partir de patrimônio privado”. Ela está correta? 
Comente. 
44) É possível a instituição, pelo poder público, de fundações públicas de 
direito público? Explique. 
45) Qual diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica? 
46) Como se dá a instituição e a extinção das fundações públicas? 
47) Qual o regime jurídico aplicável às fundações públicas? 
48) Qual a natureza dos bens do patrimônio das fundações públicas? 
49) Qual o regime de pessoal a que estão submetidas as fundações públicas? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 17 
51 
50) Como se dá o controle do Ministério Público sobre as fundações públicas? 
51) Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma 
fundação pública? 
52) Qual o conceito de empresa pública? 
53) Qual o conceito de sociedade de economia mista? 
54) Como se dá a instituição e a extinção de empresas estatais? 
55) O que são subsidiárias das empresas estatais? 
56) As subsidiárias fazem parte da Administração Pública? 
57) A criação de subsidiárias de entidades da administração indireta depende 
de autorização em lei? E a participação de tais entidades em empresas 
privadas? A autorização precisa se dar em cada caso? Qual o entendimento 
do STF sobre o assunto? 
58) Quais são as atividades desenvolvidas pelas empresas estatais? 
59) Qual o regime jurídico a que estão submetidas as empresas estatais? Há 
previsão de estatutopara disciplinar o assunto? 
60) Qual a natureza do patrimônio das empresas estatais? 
61) Qual a o regime de pessoal que estão submetidas as empresas estatais? 
62) Explique a questão da falência e da execução das empresas estatais. 
63) Qual a forma jurídica das empresas estatais? 
64) Como é a composição do capital das empresas estatais? 
65) Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma 
empresa estatal? 
66) O que são agências executivas? 
67) É possível a celebração do contrato de gestão previsto na CF e órgãos da 
Administração Direta? 
68) O que são agências reguladoras? 
69) Qual a natureza das atividades realizadas pelas agências reguladoras? 
70) As decisões das agências reguladoras podem ser reapreciadas pelo 
ministério supervisor? 
71) Quais as características do poder normativo das agências reguladoras? 
72) Qual o regime adotado para a direção das Agências Reguladoras: por 
órgãos singulares ou colegiados? 
73) Qual a relação entre a autonomia conferida às agências reguladoras e a 
teoria da captura? Que instrumentos procuram assegurar essa autonomia? 
74) Qual o procedimento de nomeação dos dirigentes das agências 
reguladoras? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 18 
51 
75) É possível a celebração de contrato de gestão entre uma agência 
reguladora e o Poder Público? 
76) As agências reguladoras se submetem aos controles judicial ou 
legislativo? 
77) É possível a desqualificação de uma agência reguladora? 
***Questionário: perguntas com respostas*** 
1) Quais são as funções típicas e atípicas de cada um dos poderes? 
O Poder Legislativo exerce suas funções típicas (legislar e fiscalizar) ao elaborar 
as normas jurídicas (processo legislativo) e ao realizar a fiscalização sobre a 
administração pública de todos os Poderes (controle externo). Exerce sua função 
atípica administrativa, por exemplo, ao executar seu orçamento e nomear seus 
servidores. Exerce sua função atípica de julgamento, por exemplo, quando o 
Senado julga o presidente da República nos crimes de responsabilidade; o Poder 
Executivo exerce sua função típica (função administrativa), por exemplo, ao 
planejar e executar as políticas públicas, bem como ao desempenhar atividades 
de intervenção e fomento. Exerce sua função atípica legislativa ao editar medidas 
provisórias e sua função atípica de julgamento ao decidir, sem jurisdição (sem 
definitividade, já que tais decisões não fazem coisa julgada material nem formal, 
podendo, assim, serem apreciadas pelo Poder Judiciário), o contencioso 
administrativo (litígios de natureza administrativa – por exemplo, litígios de 
natureza tributária entre os contribuintes e o órgãos de administração 
fazendária); por fim, o Poder Judiciário exerce sua função típica (jurisdicional) 
quando diz, em definitivo, o Direito nos casos que lhe são submetidos. Exerce sua 
função atípica administrativa, por exemplo, ao executar seu orçamento e nomear 
seus servidores. Exerce sua função atípica legislativa ao editar resoluções e outras 
normas aplicáveis no âmbito de seu Poder. Em síntese: 
 Funções Típicas Funções Atípicas 
Poder 
Executivo 
Administrar 
(governo + 
mera função 
administrativa) 
Legislar e Julgar 
(sem jurisdição) 
Poder 
Legislativo 
Legislar e 
Fiscalizar 
Administrar e 
Julgar (com 
jurisdição) 
Poder 
Judiciário 
Julgar (com 
jurisdição) 
Administrar e 
Legislar 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 19 
51 
 
2) Quem são os sujeitos que desempenham a atividade administrativa do 
Estado? 
Órgãos públicos, entidades públicas e agentes públicos. 
3) Qual o conceito de “entidade”? 
“Unidade de atuação dotada de personalidade jurídica”, nos termos do art. 
1º, § 2º, inciso II da Lei 9.784/1999. 
Uma entidade é uma pessoa jurídica, pública ou privada, abrangendo tanto as 
entidades políticas (que possuem autonomia política - capacidade de legislar e se 
auto-organizar – ou seja, são as pessoas políticas: União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios), como as entidades administrativas (que não possuem autonomia 
política mas, somente, autonomia administrativa - ou seja, não podem legislar, 
limitando-se a executar as leis editadas pelas pessoas políticas. São entidades 
administrativas: as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista). 
4) Qual o conceito de “órgão”? 
“Unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e 
da estrutura da Administração indireta”, nos termos do art. 1º, § 2º, inciso I 
da Lei 9.784/1999. 
O órgão não possui personalidade jurídica própria – é um elemento 
despersonalizado. São “centros de competência” constituídos na estrutura 
interna de determinada entidade política ou administrativa (ex: Ministérios do 
Poder Executivo Federal, Secretarias de Estado, departamentos ou seções de 
empresas públicas etc.). 
5) Qual a diferença entre órgão e entidade? 
Basicamente, a entidade possui personalidade jurídica própria, enquanto que o 
órgão não (é um elemento despersonalizado). 
6) Qual a diferença entre entidade política e entidade administrativa? 
Basicamente, a entidade política possui autonomia política (capacidade de 
legislar, de inovar no direito, de se auto-organizar) e autonomia administrativa 
(capacidade de gerir seus próprios negócios), enquanto que a entidade 
administrativa possui somente autonomia administrativa. 
7) O que é a centralização da atividade administrativa? 
Centralização é o desempenho direto, por parte do Estado, das tarefas a ele 
incumbidas, por intermédio de órgãos e agentes administrativos que compõem 
sua estrutura. 
8) O que é a descentralização da atividade administrativa? Quais os tipos de 
descentralização? Quais as suas características? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 20 
51 
Descentralização é o desempenho indireto de tarefas incumbidas ao Poder Público, 
por intermédio de outras pessoas físicas ou jurídicas, sem relação de hierarquia 
ou subordinação entre o Estado e a entidade descentralizada. 
A descentralização pode ser política ou administrativa. 
Na descentralização política, há criação de uma entidade política para o exercício 
de competências próprias. Ex: Estados e Municípios, que são entidades políticas 
dotadas de competência legislativa própria conferida pela CF. 
Na descentralização administrativa, o poder central transfere parcela de suas 
atribuições a outra entidade – a chamada “entidade descentralizada”. 
A descentralização administrativa pode ser classificada em três modalidades: 
a)! Descentralização por serviços, funcional, técnica ou por outorga; 
b)! Descentralização por colaboração ou delegação; 
c)! Descentralização territorial ou geográfica. 
A descentralização por serviços se verifica quando uma entidade política (União, 
Estados, DF e Municípios), mediante lei (em sentido formal), cria uma nova pessoa 
jurídica (de direito público ou privado) e a ela atribui a titularidade e a execução 
de determinado serviço público, o que lhe confere independência em relação à 
pessoa que a criou (o que não impede o exercício do controle de caráter finalístico 
por parte da entidade descentralizadora, com o objetivo de garantir que a 
entidade descentralizada não se desvie dos fins para os quais foi instituída. Tal 
controle é chamado de “tutela”.) 
A lei de criação da entidade descentralizada pode efetivamente criá-la ou 
simplesmente autorizar a sua criação e, como há transferência da titularidade do 
serviço, o ente descentralizador perde a disponibilidade sobre tal serviço, só 
podendoretomá-lo mediante nova lei, razão pela qual o prazo da outorga 
geralmente é indeterminado. 
Embora seja necessária lei para a criação da entidade, a definição de seu campo 
atuação pode ser feita por meio de instrumentos normativos infralegais. 
A descentralização por serviços é a que ocorre na criação das entidades da 
administração indireta: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia 
mista, fundações públicas e consórcios públicos criados por entes federativos para 
a gestão associada de serviços públicos. 
Por sua vez, a descentralização por colaboração ocorre quando, por meio de 
contrato ou ato unilateral - não é necessária a edição de lei formal – o Estado 
transfere apenas a execução de determinado serviço público a uma pessoa 
jurídica de direito privado, previamente existente, conservando o Poder Público a 
titularidade do serviço – o que lhe possibilita exercitar um controle mais amplo e 
rígido que na descentralização por serviço, bem como dispor do serviço de acordo 
com o interesse público, podendo alterar unilateralmente as condições de sua 
execução, aplicar sanções ou retomar a execução do serviço antes do prazo 
estabelecido. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 21 
51 
A descentralização por colaboração é a que ocorre nas concessões, permissões ou 
autorizações de serviços públicos. 
Por último, a descentralização territorial ocorre quando uma entidade local, 
geograficamente delimitada, dotada de personalidade jurídica própria, de direito 
público, possui capacidade administrativa genérica (ou seja, não regida pelo 
princípio da especialidade, como ocorre no caso das entidades da Administração 
Indireta) para exercer a totalidade ou a maior parte dos encargos públicos de 
interesse da coletividade – funções que normalmente são exercidas pelos 
Municípios, como distribuição de água, luz, gás, poder de polícia, proteção à 
saúde, educação. 
A descentralização territorial também compreende o exercício da capacidade 
legislativa, porém sem autonomia, porque subordinada às normas emanadas pelo 
poder central. 
A descentralização territorial é a que ocorre nos Estados unitários, como França e 
Portugal, constituídos por Departamentos, Regiões, Comunas etc. No Brasil, pode 
ocorrer atualmente na hipótese de vir a ser criado algum Território Federal, nos 
termos da CF, art. 18, § 2º: 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação 
em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei 
complementar. 
Aprofundando um pouco o assunto, insta lembrar que os territórios, embora 
possuam personalidade jurídica própria, não são dotados de autonomia política – 
não são entes federados, na verdade eles integram a União. 
A despeito de atualmente não existirem territórios no Brasil, é perfeitamente 
possível que sejam criados novos territórios, sendo necessário, para tanto, 
aprovação da população diretamente interessada mediante plebiscito, e do 
Congresso Nacional, mediante lei complementar, constante CF, art. 18, § 3º: 
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através 
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
9) O que é a desconcentração da atividade administrativa? 
É uma técnica administrativa de distribuição interna de atribuições, na qual a 
entidade (seja ela política ou administrativa) se desmembra em órgãos para 
melhorar sua organização estrutural com vistas a aprimorar o desempenho. Ela 
pode se dar em razão da matéria (ex: Ministério da Saúde, da Educação etc.), do 
grau ou da hierarquia (ex: ministérios, secretarias, superintendências, delegacias 
etc.) ou pelo critério territorial (ex: Superintendência da Receita Federal em São 
Paulo, no Rio Grande do Sul etc.). 
A atividade administrativa continua sendo exercida pela mesma pessoa jurídica, 
já que o órgão resultante da desconcentração é desprovido de personalidade 
jurídica própria (assim como qualquer órgão). Além disso, esse órgão resultante 
da desconcentração se subordina aos órgãos de maior hierarquia na estrutura 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 22 
51 
organizacional. Por isso se diz que na desconcentração há relação de hierarquia 
entre os órgãos resultantes. 
10) O que os processos de descentralização e de desconcentração possuem 
em comum? 
Ambos possuem fisionomia ampliativa, pois importam na repartição de 
atribuições. 
11) O que é o processo de centralização e de concentração? O que possuem 
em comum? 
A centralização ocorre quando o Estado retoma a execução direta do serviço, 
depois de ter transferido sua execução a outra pessoa. Por sua vez, na 
concentração, dois ou mais órgãos internos são agrupados em apenas um, que 
passa a ter natureza de órgão concentrador. 
Os processos de centralização e de concentração possuem em comum a fisionomia 
restritiva, pois importam na agregação de atribuições no Estado. 
12) Qual o conceito de Administração Direta? 
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, 
Estados, DF e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício 
de atividades administrativas, de forma centralizada (princípio da centralização). 
13) Qual a composição da Administração Direta? 
Nos termos do art. 4º, inciso I do Decreto Lei 200/1967, a Administração Direta 
Federal é composta pelos “serviços integrados na estrutura administrativa 
da Presidência da República e dos Ministérios”. 
Esse conceito legal leva em conta somente o Poder Executivo, mas é importante 
destacar que compõem, ainda, a Administração Direta da União os órgãos dos 
demais Poderes e do Ministério Público pertencentes à esfera federal. 
Nas esferas estadual, distrital e municipal, deve ser observado a simetria com a 
esfera federal, lembrando, por outro lado, que nos Municípios não há Poder 
Judiciário nem Ministério Público próprio. 
14) Quais são as teorias que buscam explicar as relações do Estado com seus 
agentes? O que essas teorias preceituam? Qual é a mais aceita 
atualmente? 
Teoria do mandato, teoria da representação e teoria do órgão. 
Na teoria do mandato, entendeu-se que os agentes eram mandatários do Estado, 
mas a ideia não vingou porque não explicava como o Estado poderia outorgar o 
mandato, já que não possui vontade própria. 
Na teoria da representação, entendia-se que os agentes eram representantes 
do Estado, sendo equiparados à figura do tutor ou curador das pessoas incapazes. 
A teoria foi criticada justamente por equiparar o Estado ao incapaz que, ao 
contrário daquele, não possui capacidade para designar representante para si 
mesmo, bem como porque, da mesma forma que a teoria do mandato, permitia 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 23 
51 
ao mandatário ou ao representante ultrapassar os poderes da representação sem 
que o Estado respondesse por esses atos perante terceiros prejudicados. 
Na teoria do órgão, que é a mais aceita atualmente, presume-se que a pessoa 
jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos que a compõem. Estes, por 
sua vez, são compostos de agentes. Desse modo, quando os agentes agem, é 
como se o próprio Estado o fizesse. 
Nessa teoria, há substituição da ideia de representação pela de imputação, pois 
ao invés de considerar que o Estado outorga a responsabilidade ao agente, 
passou-se a considerar que os atos praticados por seus órgãos, por meio da 
manifestação de vontade de seus agentes, sãoimputados ao Estado. 
15) Como se dá a criação e a extinção de órgãos da Administração Direta? 
Por meio de lei em sentido formal. 
No âmbito do Poder Executivo, a iniciativa de lei cabe ao chefe desse Poder, 
consoante CF, art. 61, §1º, inciso II, alínea “e”: 
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
(...) 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, 
observado o disposto no art. 84, VI; 
No âmbito do Poder Judiciário, a iniciativa de lei cabe ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça, conforme o caso, nos 
termos da CF, art. 96, inciso II, alíneas “c” e “d”: 
Art. 96. Compete privativamente: 
(...) 
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de 
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 
169: 
(...) 
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
O Ministério Público possui a competência para dar início ao processo legislativo 
referente à própria organização administrativa, em razão, respectivamente, do 
previsto na CF, art. 127, §2º: 
2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, 
podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a 
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por 
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e 
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.” 
O Tribunal de Contas também possui a competência para dar início ao processo 
legislativo referente a sua organização administrativa, em razão do disposto na 
CF, art. 73, caput: 
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem 
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 24 
51 
território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 
96. 
No âmbito do Poder Legislativo, o autor José dos Santos Carvalho Filho entende 
que a criação e a extinção de seus órgãos, bem como as normas sobre sua 
organização e funcionamento não dependem de lei, mas tão somente de atos 
administrativos praticados pelas respectivas Casas (CF, art. 51, IV e art. 52, XIII). 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
(...) 
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, 
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
(...) 
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, 
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
Entretanto, para fins de prova, é recomendável que seja adotado a regra geral de 
que os órgãos públicos necessitam de lei para serem criados. Somente se o 
examinador abordar de forma expressa o caso especifico do Poder Legislativo, 
recomendamos ao candidato que considere o entendimento de José dos Santos 
Carvalho Filho. 
16) Os órgãos públicos possuem capacidade processual? 
Em regra, não, porque não possuem personalidade jurídica – a capacidade, em 
regra, é da própria entidade a quem pertencem. 
Exceções: 
a) a jurisprudência reconhece a capacidade processual de certos órgãos públicos 
autônomos e independentes para a impetração de mandado de segurança na 
defesa de suas prerrogativas e competências (só neste tipo de caso), quando 
violadas por ato de outro órgão. 
b) o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 82, inciso III, dispõe que 
são legitimados para promover a liquidação e execução de indenização “as 
entidades e órgãos da administração pública, direta ou indireta, ainda que sem 
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e 
direitos protegidos por este Código”. 
17) Como podem ser classificados os órgãos públicos? 
Quanto à estrutura: 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 25 
51 
a)! Órgãos simples ou unitários: são aqueles que não possuem subdivisões 
em sua estrutura interna (não há outros órgãos abaixo dele), desempenhando 
suas atribuições de forma concentrada. 
b)! Órgãos compostos: reúnem em sua estrutura diversos órgãos menores, 
subordinados hierarquicamente, como resultado da desconcentração. 
CUIDADO! Os órgãos simples podem ser compostos por mais de um agente! 
Quanto à atuação funcional: 
a)! Órgãos singulares ou unipessoais: são aqueles cujas decisões dependem 
da atuação isolada de um único agente, seu chefe e representante. Ex: 
Presidência da República, cujas decisões são tomadas pelo Presidente. 
b)! Órgãos colegiados ou pluripessoais: são aqueles cuja atuação e decisões 
são tomadas pela manifestação conjunta de seus membros. Ex: Congresso 
Nacional, Supremo Tribunal Federal. 
CUIDADO! Os órgãos singulares podem ser compostos por mais de uma agente, 
embora suas decisões sejam tomadas apenas por seu chefe! 
Quanto à posição estatal 
a)! Órgãos independentes: são aqueles previstos diretamente na Constituição 
Federal, representando os três Poderes, nas esferas federal, estadual e municipal, 
não sendo subordinados hierarquicamente a agentes políticos. Exemplo: 
Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e 
demais tribunais, bem como seus simétricos nas demais esferas da Federação. 
Incluem-se ainda o Ministério Público da União e o do Estado e os Tribunais de 
Contas da União, dos Estados e dos Municípios. 
b)! Órgãos autônomos: são aqueles que se situam na cúpula da 
Administração, logo abaixo dos órgãos independentes, auxiliando-os diretamente. 
Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, mas não 
independência. Caracterizam-se como órgãos diretivos. Ex: os Ministérios, as 
Secretarias de Estado etc. 
c)! Órgãos superiores: possuem atribuições de direção, controle e decisão, 
mas sempre estão sujeitos ao controle hierárquico de uma instância mais alta. 
Não têm nenhuma autonomia, seja administrativa seja financeira. Exemplo: 
Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes. 
d)! Órgãos subalternos: são todos aqueles que exercem atribuições de mera 
execução, com reduzido poder decisório, estando sempre subordinados a vários 
níveis hierárquicos superiores. Exemplo: seções de expediente, de pessoal, de 
material etc. 
Órgãos burocráticos: aqueles que estão a cargo de uma só pessoa física ou de 
várias pessoas ordenadas numa estrutura hierárquica vertical (ex: uma Diretoria, 
em que existe um diretor e várias pessoas a ele ligadas). Fazem contraponto aos 
órgãos colegiados, que são formados por várias pessoas físicas ordenadas 
horizontalmente, ou seja, em uma relação de coordenação, e não de hierarquia. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 26 
51 
Órgãos ativos, consultivos ou de controle: possuem como função primordial, 
respectivamente, o desenvolvimento de uma administração ativa, de uma 
atividade consultiva ou de controle sobre outros órgãos. 
18) Qual o conceito de Administração Indireta? 
Conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, 
vinculadas à Administração Direta, têm a competência para o exercício de 
atividades administrativas, de forma descentralizada. 
19) Qual acomposição da Administração Indireta? 
De acordo com Hely Lopes Meireles, a administração indireta é constituída dos 
serviços atribuídos a pessoas jurídicas diversas da União, de direito público ou de 
direito privado, vinculadas a um órgão da Administração Direta, mas 
administrativa e financeiramente autônomas. 
Nos termos do art. 4º do Decreto Lei 200/196714, a Administração Indireta 
compreende as seguintes categorias de entidades, todas dotadas de 
personalidade jurídica própria: 
- Autarquias. 
- Empresas Públicas. 
- Sociedades de Economia Mista. 
- Fundações Públicas. 
A Administração Indireta contempla, ainda, os consórcios públicos de direito 
público, constituídos sob a forma de associações públicas, conforme art. 6º, inciso 
I e § 1º da Lei 11.107/2005: 
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a 
vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; 
(...) 
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra 
a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
20) A Administração Indireta pode ocorrer apenas no Poder Executivo? 
Não, embora seja mais comum entidades descentralizadas vinculadas ao Poder 
Executivo, não há empecilho para que haja entidades da administração indireta 
vinculadas a órgãos dos demais poderes. 
21) Qual a ideia subjacente à descentralização administrativa? 
Busca pela eficiência no desempenho das atividades estatais, notadamente em 
razão da autonomia administrativa, gerencial e financeira, bem como da 
disponibilidade de pessoal especializado com que contam as entidades da 
Administração Indireta. 
22) O que caracteriza a supervisão ministerial sobre as entidades da 
administração indireta? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 27 
51 
Supervisão ministerial, ou tutela administrativa, é o controle finalístico, sem 
subordinação, realizado pela administração direta sobre a indireta, caracterizando 
um vínculo que tem por objetivos principais a verificação dos resultados 
alcançados pelas entidades descentralizadas, a harmonização de suas atividades 
com a política e a programação do Governo, a eficiência de sua gestão e a 
manutenção de sua autonomia administrativa, operacional e financeira. 
23) Quais são os aspectos sobre os quais se distribui a supervisão 
ministerial? 
Controle político, pelo qual os dirigentes das entidades da administração indireta 
são escolhidos e nomeados pela autoridade competente da administração direta, 
razão por que exercem eles função de confiança. 
Controle institucional, que obriga a entidade a caminhar sempre no sentido dos 
fins para os quais foi criada. 
Controle administrativo, que permite a fiscalização dos agentes e das rotinas 
administrativas da entidade. 
Controle financeiro, pelo qual são fiscalizados os setores financeiro e contábil da 
entidade. 
24) Qual a diferença entre a tutela ordinária e a extraordinária? 
A tutela ordinária ocorre quando o controle sobre a entidade se dá nos estritos 
limites da lei. Logo, a tutela ordinária depende de lei para ser exercida. 
Por sua vez, a tutela extraordinária ocorre quando não há disposição legal para 
instrumentalização do controle, sendo possível somente em circunstâncias 
excepcionais de descalabro administrativo ou distorções de comportamento da 
autarquia, para coibir desmandos sérios. 
25) Quais os principais pontos em comum entre as entidades da 
Administração Indireta? 
As autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia 
mista apresentam três pontos em comum: necessidade de lei específica para 
serem criadas, personalidade jurídica própria e patrimônio próprio. 
Além disso, se submetem ao princípio da especialização (devem ser instituídas 
para servir a uma finalidade específica). 
26) Quais as principais diferenças entre as entidades da Administração 
Indireta? 
Finalidade para as quais são criadas: as autarquias são indicadas para o 
desempenho de atividades típicas de Estado; as fundações públicas, para o 
desempenho de atividades de utilidade pública; e as empresas públicas e 
sociedades de economia mista, para a exploração de atividades econômicas. 
Natureza jurídica das entidades: as autarquias são pessoas jurídicas de direito 
público; as empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 28 
51 
jurídicas de direito privado; já as fundações podem ser tanto de direito público 
quanto de direito privado. 
Criação e instituição das entidades: nos termos do inciso XIX do art. 37 da 
CF, a criação de autarquias (por serem pessoas de direito público) se dá mediante 
lei específica, diferentemente do que ocorre para as sociedades de economia mista 
e empresas públicas (por serem pessoas de direito privado), que necessitam de 
uma lei que autorize a sua instituição, senão vejamos: 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de 
sua atuação; 
Assim, enquanto que para as autarquias a lei específica já as institui diretamente, 
para as sociedades de economia mista e empresas públicas a lei específica tem o 
papel de autorizar sua instituição, devendo ainda outras providências serem 
tomadas para a criação da personalidade jurídica, notadamente o registro no 
órgão competente. 
Já com relação às fundações, se forem de direito público, sua criação e instituição 
obedece à mesma regra das autarquias (lei específica, somente); se forem de 
direito privado, às mesmas regras das sociedades de economia mista e empresas 
públicas (lei específica autorizadora + registro no órgão competente). 
Como na maioria das vezes as entidades a serem criadas comporão a 
Administração Indireta do Poder Executivo, a lei específica de sua instituição ou 
autorização de sua instituição será de iniciativa privativa do chefe do Poder 
Executivo, em razão do disposto na CF, art. 61, §1º, inciso II, alínea “e”: 
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
(...) 
II - disponham sobre: 
(...) 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, 
observado o disposto no art. 84, VI; 
Entretanto, se a entidade a ser criada ou extinta excepcionalmente se vincular ao 
Poder Legislativo ou Judiciário, a iniciativa da lei específica será do respectivo 
chefe de Poder. 
27) Qual o conceito de autarquia? 
Autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade 
de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, 
mediante controle administrativo exercido nos termos da lei (Di Pietro). 
Já o Decreto-Lei 200/1967, em seu o art. 5º, conceitua autarquia nos seguintes 
termos: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, 
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 29 
51 
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, 
gestão administrativa e financeira descentralizada. 
28) Como se dá a criação e a extinção das autarquias? 
A criação de autarquias depende apenas da edição de uma lei específica, 
consoante a CF, art. 37, inciso XIX: 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendoà lei complementar, neste último caso, definir as áreas de 
sua atuação; 
A extinção depende também apenas da edição de uma lei específica, em razão do 
princípio da simetria das formas jurídicas. 
29) Quando ocorre o início da personalidade jurídica das autarquias? 
A partir da entrada em vigor da lei específica que cria a autarquia, salvo se esta 
lei criar outras exigências ou condições. Assim, a partir da entrada em vigor da 
lei específica de criação, as autarquias adquirem personalidade jurídica própria e 
tornam-se capazes de contrair direitos e obrigações. 
A lei de criação e extinção das autarquias deve ser da iniciativa privativa do chefe 
do Poder Executivo (CF, art. 61, §1º, “e”). 
Logicamente, se a entidade a ser criada ou extinta se vincular ao Poder Legislativo 
ou Judiciário, a iniciativa da lei será do respectivo chefe de Poder. 
30) Qual a natureza jurídica das atividades desempenhadas pelas 
autarquias? 
Como regra, atividades próprias e típicas de Estado, sem caráter econômico. 
31) A que regime jurídico se submetem as autarquias? 
Ao regime jurídico de direito público, em razão de possuírem personalidade de 
direito público. As autarquias possuem as prerrogativas e sujeições características 
do regime jurídico-administrativo, inerentes às pessoas jurídicas de direito público 
de natureza política (União, Estados, DF e Municípios). 
Em regra, os atos que praticam são atos administrativos, contando, portanto, com 
todos os seus atributos - presunção de legitimidade ou veracidade, 
imperatividade, exigibilidade ou coercibilidade e autoexecutoriedade. 
*regime de contratação 
Ainda, as autarquias devem realizar licitação pública para realizarem suas 
contratações, ressalvados os casos especificados na legislação, consoante art. 37, 
inciso XXI da CF: 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 30 
51 
Além disso, os contratos celebrados pelas autarquias também são, em regra, 
contratos administrativos (alguns poucos podem ser de natureza eminentemente 
privada), sujeitos ao mesmo regime jurídico aplicável aos contratos celebrados 
pelos órgãos da administração direta. 
32) Quais as principais prerrogativas aplicáveis às autarquias? 
a)! Prazos processuais em dobro, conforme art. 183, caput, do Código de 
Processo Civil: 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em 
dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal. 
b)! Prescrição quinquenal, pela qual as dívidas e direitos em favor de terceiros 
contra a autarquia prescrevem em cinco anos; 
c)! Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade de seus bens; 
d)! Regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de 
condenações judiciais, conforme art. 100, caput, da CF/88: 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, 
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão 
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à 
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas 
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim 
e)! Possibilidade de inscrição de seus créditos em dívida ativa e a sua 
respectiva cobrança por meio de execução fiscal (Lei 6.830/1980); 
f)! Imunidade tributária sobre o patrimônio, renda ou serviços vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, consoante CF, art. 150, §2º: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
(...) 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
Pelo teor do dispositivo, esclarecemos que essa imunidade tributária não alcança 
os bens ou serviços com destinação diversa das finalidades da autarquia, estando 
sujeitos, portanto, à incidência de impostos; 
g)! Não sujeição à falência, sendo o ente federado que a criou 
subsidiariamente responsável pela insolvência da autarquia. 
33) Como podem ser classificadas as autarquias? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PC-DF (Escrivão) - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1170346
05142971159 - Káritha Karolyne Brasil Moraes
 
 ! 31 
51 
Quanto à capacidade administrativa: 
a) geográfica ou territorial, que conta com capacidade administrativa genérica 
(ex: Territórios Federais); 
b) de serviço ou institucional, que conta com capacidade administrativa específica, 
ou seja, limitada a determinado serviço que lhe é atribuído por lei (ex: todas as 
demais autarquias). 
Quanto à estrutura: 
a) fundacionais: corresponde à figura da fundação de direito público, ou seja, 
pessoa jurídica dotada de patrimônio vinculado a um fim que irá beneficiar 
pessoas indeterminadas, que não a integram como membros ou sócios (exemplo: 
Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo) 
b) corporativas ou associativas: constituída por sujeitos unidos (ainda que 
compulsoriamente) para a consecução de um fim de interesse público, mas que 
diz respeito aos próprios associados, como ocorre com as entidades de fiscalização 
do exercício de profissões regulamentadas (CREA, CFC, CONFEA etc.). 
Quanto ao nível federativo: federais, estaduais, distritais e municipais, 
conforme instituídas pela União, pelos Estados, pelo DF e pelos Municípios, 
respectivamente, não sendo admissíveis autarquias interestaduais ou 
intermunicipais, ou seja, vinculadas simultaneamente a mais de uma entidade 
política, em razão de a gestão associada de serviços públicos dever ser promovida 
pela celebração de convênios ou por meio de consórcios públicos, nos termos do 
art. 241 da CF: 
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão 
por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os 
entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem 
como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens 
essenciais à continuidade dos serviços transferidos. 
34) Qual o entendimento do STF com relação à OAB? Ela integra a 
administração indireta da União? 
O STF (ADI 3.026/DF) entende que a OAB é um serviço independente não 
integrante da Administração Pública. Uma entidade ímpar, sui generis, que possui 
algumas características típicas de uma autarquia (personalidade jurídica de direito 
público, desempenho de atividade típica de Estado - fiscalização do exercício da 
advocacia, exercendo poder de polícia e poder disciplinar) mas que não se 
confunde com um conselho fiscalizador de profissão regulamentada. 
35) O que são autarquias de regime especial? 
São autarquias dotadas de independência ainda maior que as demais autarquias, 
em razão de a lei ter-lhes conferido prerrogativas específicas e não aplicáveis às 
autarquias em geral, como, por exemplo, o mandato fixo e a estabilidade relativa 
de seus dirigentes. 
36) Qual a natureza jurídica do patrimônio das autarquias? 
Tulio Lages
Aula 01
Passo Estratégico de

Continue navegando