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Estudo da Natureza Matéria base para especialidade Morcegos Todos já ouvimos estórias assustadoras sobre morcegos: os morcegos se agarram nos seus cabelos, todos os morcegos têm raiva, os morcegos bebem o seu sangue — só para falar de algumas estórias. Está página foi construída para que você conheça os fatos reais sobre os morcegos. Os morcegos são os únicos mamíferos voadores Como os morcegos são capazes de voar, eles foram classificados em uma ordem própria, chamada de Quiróptera. Quiróptera é uma palavra de origem grega (cheiró=mão; pterón=asa). A asa do morcego é muito parecida com a mão humana, porém seus dedos são alongados e existe uma pele que se liga aos dedos, possibilitando ao morcego voar. Quantos tipos de morcegos existem? Existem cerca de mil espécies de morcegos no mundo, sendo que a maioria se encontra nos trópicos. Um morcego pode ser megaquiróptero ou microquiróptero. Os megaquirópteros são grandes e vivem em florestas tropicais úmidas, sendo chamados de raposas voadoras porque se parecem com pequenas raposas. Alimentam-se de frutas ou do néctar de flores, e algumas vezes procuram comida durante o dia, e não durante a noite. Os microquirópteros são morcegos pequenos, como o morcego vermelho, encontrado em todo o mundo; comem principalmente insetos e usam a ecolocação, ou radar, para localizar o alimento. Qual é o maior morcego do mundo? O maior morcego do mundo é, obviamente, um megaquiróptero. Seu nome popular é raposa gigante voadora; é encontrado na Ásia. Pesa mais de 1 kilo e tem cerca de 2 metros de envergadura. Alimenta-se de frutas. Qual é o menor morcego do mundo? O menor morcego do mundo é o morcego focinho-de-porco, encontrado na Tailândia; pesa cerca de 2 gramas e tem uma envergadura de 15 cm. O que os morcegos comem A maioria dos morcegos come insetos. Um morceguinho marrom pode comer mais de 600 insetos do tamanho de um mosquito, em apenas uma hora. Durante uma noite, os morcegos comem o equivalente à metade de seu peso (algo como um homem adulto comer 30 a 40 pizzas grandes!). Pelo mundo afora, os morcegos comem coisas estranhas: alguns comem somente peixes, alguns comem apenas outros morcegos, e alguns, ainda, comem aranhas e escorpiões. Alguns morcegos comem ratos e muitos comem frutas ou bebem néctar. Apenas um tipo de morcego suga sangue: o morcego "vampiro" ou hematófago. É encontrado apenas na América do Sul, América Central e no sul do México. Alguns mitos sobre os morcegos Você sem dúvida deve ter ouvido muitas lendas sobre morcegos. Vamos ver algumas das mais comuns: "Morcegos são cegos": os morcegos não são cegos, alguns deles inclusive têm ótima visão. "Morcegos fazem ninhos nos cabelos das pessoas": morcegos não fazem ninhos como os pássaros; morcegos empoleiram-se. "Morcegos atacam as pessoas": morcegos não atacam as pessoas, eles são animais pequenos e tímidos. Lembre-se, somos muito grandes para um morcego e eles têm medo de nós. "Todos os morcegos têm raiva": este talvez seja o mito mais comum. Todos os morcegos não têm raiva; como qualquer outro mamífero, os morcegos podem contrair raiva; entretanto, a presença de vírus nas populações de morcegos tem uma taxa muito pequena. A melhor prevenção contra a raiva é não tocar em um animal selvagem doente ou machucado, pois ele provavelmente vai morder para se autodefender. Um morcego caído no chão, assim como qualquer outro animal silvestre prostrado é sinal de que deve estar doente. Ajudando os morcegos Ainda existem muitas pessoas no mundo que detestam e querem matar os morcegos. Existem muitas coisas que podemos fazer para ajudar a população de morcegos. Primeiro, explique às pessoas sobre os morcegos. Ensine-as a não ter medo deles e principalmente a não feri-los. Ajude os morcegos e eles também poderão ajudá-lo, comendo os mosquitos de seu quintal e cumprindo outros papéis ecológicos. O que fazer se aparecer um morcego em sua casa Os morcegos que às vezes aparecem em nossas casas são quase sempre filhotes extraviados ou, acidentalmente, morcegos adultos que entraram voando por uma janela ou porta aberta. O primeiro passo é ficar calmo. Se o morcego estiver voando, ele deve estar procurando uma saída para escapar. Os morcegos não hematófagos não atacam as pessoas. Acenda algumas luzes pela casa, de modo que você possa ver o morcego facilmente e ele também possa enxergar (nenhum morcego é cego). Em seguida, feche as portas que dão para outros cômodos, abra as portas e janelas do cômodo onde o morcego está e, se possível, acenda uma luz fora para que o morcego possa ver facilmente a saída. O morcego tem uma excelente capacidade de se localizar através do som (como se usasse um radar), porém ele também está assustado por estar em uma casa humana. É muito provável que o morcego saia voando pela porta ou janela em poucos minutos. Evite provocá-lo. Se você não sabe distinguir um morcego hematófago dos demais, se de forma geral não tem conhecimento sobre morcegos, é melhor não tentar capturá- lo. Se possível, isole o local onde o morcego se instalou. Afaste pessoas e animais do ambiente. Se o morcego não tocou em ninguém, como geralmente acontece com morcegos que não são "vampiros", não há motivo de preocupação acerca de transmissão de doenças ou vírus. Lembre-se: Deve-se evitar sempre o contato direto com qualquer tipo de morcego, vivo ou morto. Não se deve pegar um morcego sem usar luvas grossas apropriadas. Caso seja necessário, solicite a assistência do Centro de Controle de Zoonoses, ou outro órgão equivalente, de sua região. Os morcegos podem ser benéficos Das cerca de mil espécies de morcego que existem no mundo, 70% se alimentam de insetos. De fato, os morcegos são os mais importantes controladores dos insetos voadores noturnos, incluindo-se os mosquitos e muitas pragas agrícolas. Apenas um morcego é capaz de comer até 600 mosquitos em uma hora, ou seja, 3 mil insetos por noite. Um exemplo: os 20 milhões de morcegos de cauda livre que habitam a Caverna de Bracken, no Texas, protegem os fazendeiros locais comendo 250 toneladas de insetos por noite! Nos trópicos, os morcegos que se alimentam de frutas e néctar desempenham um papel vital na sobrevivência das florestas pluviais. Ao comerem as frutas, os morcegos espalham suas sementes, à medida que voam e fazem a digestão. Os morcegos que se alimentam de néctar polinizam muitas plantas de valor nutritivo ou econômico, tais como as bananeiras, o agave e outras. Em seu ambiente silvestre, muitas plantas que produzem frutos de importância na agricultura, como caju, figo, banana, manga, tâmara,e outras, dependem dos morcegos para polinização e dispersão de suas sementes. Só os morcegos! Os morcegos são os únicos mamíferos que voam. Os cientistas os chamam de "quirópteros", ou seja, os morcegos literalmente voam com as mãos. Os morcegos existem na terra há 50 milhões de anos e hoje existem em todos os continentes, exceto na Antártica. Além de possuírem visão, muitas espécies de morcegos são capazes de voar e pegar insetos na total escuridão, graças a capacidade de emitir e detectar impulsos ultra-sônicos. AMEAÇAS À SOBREVIVÊNCIA DOS MORCEGOS Os morcegos estão desaparecendo em proporções alarmantes. As grandes ameaças ao mundo dos morcegos são o vandalismo e a destruição de seus habitats preferidos devido ao progresso tecnológico. Muitas vezes, a grande causa disso é a ignorância e a falta de compreensão acerca de certos fatores. Por exemplo, a maioria dos morcegos prefere se estabelecer em árvores velhas e mortas. Porém, quando as árvores são abatidas em função do desenvolvimento de uma região, os morcegos podem ser forçados a buscar abrigo em residências humanas. Muitas pessoas desalojam ou erradicam os morcegos encontrados em suas casas. Uma colôniade morcegos expulsa de um abrigo tem pequena chance de sobrevivência. Por isso, em algumas regiões, os conservacionistas aconselham a construção de "bat houses" nas imediações, para manter morcegos frugívoros ou insetívoros. Ao mesmo tempo que fazem um benefício para a sobrevivência dos morcegos, as pessoas conseguem manter seu quintal ou sua chácara livres da proliferação excessiva de pragas. Quando é preciso expulsar morcegos Se você encontrou morcegos morando no forro, em fendas de paredes, ou outros locais de sua casa, e precisa desalojá-los, existem procedimentos humanitários e criteriosos para expulsá-los e fazer que não voltem mais. O primeiro passo, é identificar o local por onde os morcegos entram e saem. A melhor hora para procurar os morcegos é ao pôr do sol, quando eles saem do seu descanso diurno. Uma vez localizado o ponto de passagem dos morcegos, coloque tela, ou rede plástica, sobre a abertura e vede todos os lados da tela, exceto a parte de baixo, de tal forma que os morcegos possam sair, mas não entrar de volta. Deixe a tela com essa abertura pelo menos por uma semana, até que todos os morcegos tenham ido embora. O último passo é fechar a abertura, para que os morcegos não passem mais por ela. Antes de iniciar esse procedimento de expulsão, é importante ter certeza de que não existem filhotes dentro. Por não saberem ainda voar, os filhotes ficarão aprisionados e morrerão de fome, causando um sério problema de mau cheiro, além do que seria uma crueldade desnecessária. Caso você tenha dúvidas de como proceder, peça a orientação um especialista ou de um órgão oficial em sua região, que poderá informá-lo sobre a época de procriação dos morcegos e o período mais seguro para evitar a possibilidade de existência de filhotes. Quantas famílias de morcegos ocorrem no Brasil? Emballonuridae - morcegos com sacos nas asas. Família amplamente distribuida nas regiões tropicais e subtropicais do Mundo. Tem a face e os lábios lisos, orelhas unidas no topo da cabeça; muitas espécies têm glândulas na região superior das asas (protopatágio). Sua habilidade de escalar superfícies inclinadas é notável. Costumam habitar fendas de rochas, cavernas, ruínas, casas, árvores e folhagem. Alimentam-se de insetos. Furipteridae - morcegos enfumaçados. Ocorrem apenas na Região Neotropical. Há dois gêneros e duas espécies. São semelhantes aos natalídeos: a base das orelhas cobre parcialmente os olhos, as orelhas são em forma de funil, o polegar é pequeno e às vezes contido na membrana, as pernas são compridas e os pés curtos, a cauda é longa e não perfura o uropatágio, os dedos III e IV do pé são unidos; as fêmeas possuem um par de tetas abdominais. São insetívoros. Molossidae - morcegos de cauda-livre. Cosmopolitas, distribuem-se nas partes mais quentes do Mundo. Há 16 gêneros e 86 espécies. A cauda ultrapassa o uropatágio, razão do apelido da família; a asa é curta e estreita, adaptada para alta manobrabilidade, como nas andorinhas; o pelo é curto e com textura de veludo, sendo que Cheiromeles parece não ter pelos; algumas espécies tem cristas de pelos no topo da cabeça, como em Chaerophon; alguns gêneros, como Tadarida e Nyctinomops, possuem lábios franjados; as orelhas são pequenas. Assim como os vespertilionídeos, costumam habitar cavernas e ambientes similares, também sendo freqüentemente encontrados em forros de telhado. São exclusivamente insetívoros. Moormopidae - morcegos cara-de-fantasma. Há apenas dois gêneros, Moormops e Pteronotus. Esses morcegos estão restritos à Região Neotropical, distribuindo-se do Sul do Arizona ao Brasil. Seus lábios são expandidos e ornamentados com várias dobras, formando um "funil" para a boca. Em algumas espécies, as membranas das asas de encontram nas costas, dando uma aparência "pelada". A cauda está presente em todos os membros da família. Possuem especializações para reduzir o peso das asas, permitindo um vôo mais rápido e com maior manobrabilidade. Costumam utilizar cavernas como refúgios, às vezes formando colônias muito numerosas. São insetívoros. Natalidae - morcegos com orelha de funil. Distribuem-se em toda a Região Neotropical, sendo endêmicos da mesma. Há apenas um gênero, Natalus, e cinco espécies. Possuem corpo esguio, topo da cabeça alto em relação ao focinho, rabo comprido e totalmente contido no uropatágio, orelha em forma de funil, olhos pequenos e os machos têm o "órgão natalídeo" na face (com função glandular e sensorial). Comem insetos. Noctilionidae - morcegos-pescadores (devido ao hábito alimentar) ou morcegos-buldogue (devido à aparência). Possui apenas um único gênero com duas espécies: Noctilio leporinus (grande) e Noctilio albiventris (pequeno). São restritos aos Neotrópicos; distribuem-se do Sul do México ao Norte da Argentina. Os lábios superiores de dividem em uma dobra vertical, formando um "lábio leporino". As patas traseiras de N. leporinus são muito desenvolvidas, especialização que o ajuda nas "pescarias", já que ele costuma capturar peixes cravando suas garras neles. Ambas as espécies comem insetos, sendo que apenas N. leporinus inclui o hábito piscívoro. A ecolocalização é muito apurada em ambas as espécies. Apenas outros dois gêneros de morcegos consomem peixes, Myotis (M. vivesi e M. adversus) e Megaderma. Utlizam como refúgios cavernas, ocos de árvores e às vezes construções humanas. Phyllostomidae - os morcegos com folha nasal (do grego: phyllo = folha + stoma = boca). É uma família exclusiva das Américas, representando a maioria das espécies do Brasil. Possui 48 gêneros e 142 espécies. Sua característica mais evidente é a presença de um apêndice carnoso na extremidade do focinho, chamado "folha nasal", que ajuda a focalizar os ultrassons emitidos pelas narinas (sistema de ecolocalização). Nela encontram-se todos os tipos de hábitos alimentares de morcegos, inclusive os mutualismos com plantas. Dentre as suas particularidades, pode-se citar a visão bem desenvolvida. Inclui os morcegos-vampiros (subfamília Desmodontinae). Thyropteridae - morcegos com ventosas. Família exclusivamente neotropical. Há apenas um gênero, Thyroptera, com duas espécies. A característica mais marcante da família é a presença de ventosas nas mãos e pés, que são utilizadas para adesão à superfícies dos abrigos, normalmente folhas novas de Heliconia enroladas em funil. Assim como nos furipterídeos, os dedos III e IV do pé são unidos; orelhas em forma de funil e trago presente. Comem insetos. Vespertilionidae - morcegos vespertinos. É a maior e mais cosmopolita família de morcegos, ocorrendo em toda a área de distribuição da ordem. Tem 42 gêneros e 355 espécies, o que a torna a família mais diversificada de morcegos. Têm cauda longa que se extende até o limite do uropatágio, formando um V; não possuem folha nasal ou estruturas faciais complexas; as orelhas são pequenas; alguns gêneros têm narinas tubulares; a coloração varia muito entre as espécies. Costumam refugiar-se em cavernas ou estruturas humanas similares, sendo uma das principais famílias a ocuparem forros de telhado no sudeste do Brasil e em vários locais do Mundo. Podem formar desde grupos pequenos até colônias com milhares de indivíduos. Em geral são insetívoros, mas Myotis vivesi consome também peixes e Antrozous palidus inclui lagartos em sua dieta. Morcegos Fitófagos do Brasil Morcegos Fitófagos do Brasil Morcegos fitófagos e ocasionalmente fitófagos no Br asil Existem muitas espécies de morcegos, mas nosso objetivo não é de mostrar todas as espécies e sim de incentivar a pesquisa. Por isso, pesquisem e verão que os morcegos tem mais medo de nós do que nós deles. Fonte bibliográfica Morcegos urbanos nas escolas RS Morcegos fitfagos do Brasil. Imagens retiradas da internet.
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