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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Metodologia para Administrar Fluxo de Caixa e Investimentos a Curto, Médio e Longo Prazo SÃO PAULO 2019 N1757D-4 NILTON NOBREGA DE ARAUJO JR DP ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Metodologia para Administrar Fluxo de Caixa e Investimentos a Curto, Médio e Longo Prazo Atividades Prática Supervisionada (APS) apresentada como exigência para a avaliação do 5º semestre, do curso de Administração da Universidade Paulista, sob orientação do professor do semestre. Orientador: Prof. Wagner Ratz SÃO PAULO 2019 INTRODUÇÃO As Atividades Práticas Supervisionadas constituem-se em um meio de instrumento pedagógico para o aprimoramento da aprendizagem, sendo a integração e relacionamento dos conteúdos de disciplinas que compõem os semestres do curso. O presente trabalho, tem como objetivo apresentar a Metodologia para Administrar Fluxo de Caixa e Investimentos a Curto, Médio e Longo Prazo. METODOLOGIA PARA ADMINISTRAR FLUXO DE CAIXA Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 35) “(…) o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo”. O Fluxo de Caixa é indispensável para uma sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Através de sua elaboração é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas. Para se manterem em operação, as empresas devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade em suas operações. A manutenção de saldos de caixa propicia folga financeira imediata à empresa, revelando melhor capacidade de pagamento de suas obrigações. Neste posicionamento, a administração não deve manter suas reservas de caixa em novéis elevados como forma de maximizar a liquidez. Ao contrário, deve buscar um volume mais adequado de caixa sob pena de incorrer em custos de oportunidades crescentes. É indispensável que a empresa avalie criteriosamente o seu ciclo operacional de maneira a sincronizar as características de sua atividade com o desempenho do caixa. Os fluxos de caixa costumam apresentar-se sob diferentes formas: restritos, operacionais e residuais, podendo ainda relacionar o conjunto das atividades financeiras da empresa dentro de um sentido amplo, decorrente das operações. É importante que se avalie também que limitações de caixa não se constituem em característica exclusiva de empresas que convivem com prejuízo. Empresas lucrativas podem também apresentar problemas de caixa como consequência do comportamento de seu ciclo operacional. Por outro lado, problemas de caixa costumam ocorrer, ainda, em lançamentos de novos produtos, fases de expansão da atividade, modernização produtiva, etc. ABRANGÊNCIA DO FLUXO DE CAIXA Foi comentado que o fluxo de caixa descreve as diversas movimentações financeiras da empresa em determinado período de tempo, e sua administração tem por objetivo preservar uma liquidez imediata essencial à manutenção das atividades da empresa. Por não incorporar explicitamente um retorno operacional, seu saldo deve ser o mais baixo possível, o suficiente para cobrir as várias necessidades associadas aos fluxos de recebimentos e pagamentos. Deve-se ter em conta que saldos mais reduzidos de caixa podem provocar, entre outras consequências, perdas de descontos financeiros vantajosos pela incapacidade de efetuar compras a vista junto aos fornecedores. Por outro lado, posições de mais elevada liquidez imediata, ao mesmo tempo em que promovem segurança financeira para a empresa, apura maior custo de oportunidade. Em essência, este é o dilema risco e rentabilidade presente nas finanças das empresas. Ao apurar o saldo líquido destes fluxos monetários, o instrumento do fluxo de caixa permite que se estabeleçam prognósticos com relação a eventuais sobras ou faltas de recursos, em função do nível de caixa desejado pela empresa. O fluxo de caixa não deve ser enfocado como uma preocupação exclusiva da área financeira. Mais efetivamente deve haver comprometimento de todos os setores empresariais com os resultados líquidos de caixa, destacando-se: – A área de produção, ao promover alterações nos prazos de fabricação dos produtos, determina novas alterações nas necessidades de caixa. De forma idêntica, os custos de produção têm importantes reflexos sobre o caixa; – As decisões de compras devem ser tomadas de maneira ajustada com a existência de saldos disponíveis de caixa. Em outras palavras, deve haver preocupação com relação a sincronização dos fluxos de caixa, avaliando-se os prazos concedidos para pagamento das compras com aqueles estabelecidos para recebimento das vendas; – Políticas de cobrança mais ágeis e eficientes, ao permitirem colocar recursos financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituem-se em importante reforço de caixa; – A área de vendas, junto com a meta de crescimento da atividade comercial, deve manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativamente o fluxo de caixa. Em outras palavras, é recomendado que toda decisão envolvendo vendas deve ser tomada somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre os resultados de caixa (exemplos: prazo de cobrança, despesas com publicidade e propaganda, etc); – A área financeira deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endividamento, de forma que os desembolsos necessários ocorram concomitantemente à geração de caixa da empresa. Uma adequada administração dos fluxos de caixa pressupõe a obtenção de resultados positivos para a empresa, devendo ser focalizada como um segmento lucrativo para seus negócios. A melhor capacidade de geração de recursos de caixa promove, entre outros benefícios à empresa, menor necessidade de financiamento dos investimentos em giro, reduzindo seus custos financeiros. Dessa forma, o objetivo fundamental para o gerenciamento dos fluxos de caixa é atribuir maior rapidez às entradas de caixa em relação aos desembolsos ou, da mesma forma, otimizar a compatibilizarão entre aposição financeira da empresa e suas obrigações correntes. As principais áreas que podem contribuir para melhor desempenho do fluxo de caixa, acelerando os ingressos ou retardando os desembolsos, insere-se basicamente nas fases do ciclo operacional. É sabido que a extensão do ciclo operacional é o fator determinante das necessidades de recursos do ativo circulante; ele é administrado através de: • negociações com fornecedores e outros credores visando alongar os prazos de pagamento; • medidas mais eficientes de valores a receber, sem prejuízo de vendas futuras, objetivando reduzir o volume de clientes em atraso e inadimplentes; • decisões tomadas na área com intuito de diminuir os estoques e incrementar seu giro; • concessão de descontos financeiros, sempre que economicamente justificados, na expectativa de redução dos prazos de recebimentos das vendas etc. Os sistemas de cobrança, por seu lado, devem ser avaliados com base em sua facilidade de pagamento e rapidez de emissão e entrega das faturas/duplicatas aos clientes. A agilidade do sistema revela-se mais indispensável, ainda, no caso de clientes que pagam somente em determinados(s) dia(s) do mês, ou que apresentam um processo lento de pagamento. De maneira ampla, o fluxo de caixa é um processopelo qual uma empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias atividades desenvolvidas. Neste enfoque, ainda, o fluxo de caixa focaliza a empresa como um todo, tratando das mais diversas entradas e saídas (movimentações financeiras) de caixa refletida por seus negócios. O FLUXO DE CAIXA E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DAS EMPRESAS As altas taxas de inflação e a excessiva interferência da legislação fiscal no principal sistema de informações das empresas, que é a contabilidade, impedia a até poucos anos, que os empresários dessem importância aos dados gerados por esses sistemas. Enquanto os profissionais da área contábil faziam grande esforço para gerar números sem distorções inflacionarias e discutiam o significado de lucro inflacionário, lucro inflacionário realizado, lucro inflacionário diferido, correção monetária pela legislação societária, correção integral e outros temas de difícil entendimento para o empresário, este, sabiamente, refugiava-se em alguns indicadores incompletos, mas confiáveis, como, por exemplo, quantidade de vendas no mês, o estoque e o dinheiro disponível. Estocar mercadorias e adquirir imobilizado significava proteger-se da inflação. A própria administração financeira das empresas foi confundida com administração das disponibilidades, somente. Era muito difícil pensar em investimentos que envolviam o longo prazo, já que o longo prazo da época era de 30 dias. Com a inflação debelada, ela deixou de ser um aspecto relevante. Isto permite o uso da moeda real para a apresentação das contas das empresas. A interferência da legislação fiscal no principal sistema de informações das empresas, a contabilidade, é um problema mundial, que se apresenta de modo mais acentuado no Brasil. As empresas buscam resolver esse problema de várias formas. Algumas mantêm registros paralelos à contabilidade oficial para obter informações gerenciais pelo regime de competência, eliminando parte das distorções causadas pela legislação fiscal. É um trabalho difícil e nem sempre satisfatório, pois de um lado temos o contador e o advogado tributarista trabalhando 365 dias por ano para fazer o planejamento tributário de modo a pagar menos impostos, e, de outro, algumas poucas horas para gerar as informações gerenciais. Outras empresas se voltam quase que exclusivamente para informações de caixa, criando um sistema independente, em que prevalecem critérios distintos dos estabelecidos pela legislação fiscal. O chamado “reprocessamento” dos dados para gerar informações ao Fisco, aos proprietários e administradores, às instituições financeiras, representa alto custo para as empresas. Reduzi-lo é um grande desafio. Se, por um lado, o Real, com a inflação baixa, trouxe facilidades aos empresários, aos contadores, aos financeiros e aos administradores, por outro lado, a abertura da economia brasileira trouxe novos concorrentes, exigindo das empresas competência maior. Além do aumento da concorrência, as altas taxas de juros têm penalizado empresas e pessoas físicas que precisam recorrer a empréstimos e financiamentos. A manutenção das altas taxas de juros levou associações como a FEBRABAN (Federação Nacional dos Bancos) a recomendar à população que não se endividasse com as taxas de juros então vigentes. Embora sensata, a recomendação foi seguida por poucos. Afinal, após muitos anos, estávamos diante de uma situação nova. Haviam caído as limitações de prazo para o crédito. O freio ao excesso de consumo passou a ser somente a taxa de juros alta. Gradativamente, a economia brasileira ficou com um comportamento mais próximo das economias desenvolvidas. Podemos aplicar aqui a maioria dos princípios financeiros utilizados lá fora. É importante conhecer os produtos e serviços do mercado financeiro, saber calcular a taxa efetiva de um empréstimo ou financiamento. Precisamos ter informações confiáveis, de fácil entendimento, que estejam disponíveis em tempo hábil. O feeling do empresário precisa ser completado com o que dizem os números gerados pelos controles. Precisamos acompanhar os acontecimentos no mundo e principalmente no Brasil, avaliando sua influência no segmento no qual está inserida a empresa e transformar essa visão em planejamento dos negócios e financeiros. Já podemos elaborar orçamentos de caixa para, pelo menos, três meses. Isto custa pouco e traz bons benefícios, por permitir visualizar com antecedência as necessidades financeiras. Há muitas empresas obtendo ganhos significativos de produtividade, mas perdendo todo esse ganho ao tomar dinheiro emprestado, a curto prazo, a taxas de 40,0 a 50,0% ao ano. Os “ralos financeiros” precisam ser fechados para que o empresário volte a ganhar dinheiro com seu negócio. https://www.coladaweb.com/matematica/juros-simples-e-juros-compostos Vivemos uma nova realidade, na qual há espaço para o planejamento e controle dos negócios. AS DIFERENÇAS ENTRE REGIME DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA Regime de Competência – Reconhece a receita quando ocorre a venda, com entrega da mercadoria ou prestação do serviço. – Reconhece despesa quando incorrida, independente de ter sido paga ou não. Regime de Caixa – São as datas de recebimentos e pagamentos que determinam os registros. Se uma concessionária de veículos vende um automóvel por R$ 25.000,00, o regime de competência reconhece, hoje, a receita de R$ 25.000,00, embora o cliente tenha dado de entrada um carro usado avaliado em R$ 7.000,00 mais R$ 8.000,00 em dinheiro e o restante a ser pago em quatro prestações mensais de R$ 2.500,00: · Regime de competência – receita de R$ 25.000,00; · Regime de caixa – receita de R$ 8.000,00. No lado das despesas, essas diferenças entre caixa e competência também ocorrem. Por exemplo, o 13º salário é pago, geralmente, em novembro e dezembro de cada ano, mas as despesas são reconhecidas (1/12) a cada mês. Portanto, os números de caixa podem ser, e geralmente são, diferentes dos números de competência. MÉTODO DIRETO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA O Método Direto, que também é conhecido como a abordagem das contas T (T Account Approach), consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de uma empresa utilizando as partidas dobradas. A vantagem desse método é que permite gerar informações com base em critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência da legislação fiscal. Fluxo de Caixa Indireto O fluxo de caixa indireto tem uma metodologia diferenciada de avaliar os impactos ocorridos no caixa de uma entidade em determinado período. Segundo este método, parte-se do lucro líquido (como se todas as contas da Demonstração de Resultado do Exercício fossem recebidas e pagas no período). Em seguida, identificam-se na DRE as contas que não tem impacto no caixa e faz-se a exclusão de seu impacto no lucro. Por fim, através das variações das contas do Balanço Patrimonial, são feitos os ajustes finais nas movimentações de caixa. A demonstração do fluxo de caixa modelo indireto, através das variações das contas do Balanço, evidencia as alterações no giro da empresa que podem aumentar ou diminuir o seu caixa, sem apresentar diretamente as saídas e entradas de recursos. MÉTODO DIRETO x MÉTODO INDIRETO Na comparação entre os dois métodos, é importante irmos além dos aspectos técnicos e consideramos a realidade em que vivemos, principalmente a realidade brasileira. Método Indireto – Vantagens 1. Representa baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e o do final do período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade. 2. Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõe a diferença. Método Indireto – Desvantagens 1. O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de competência e só depois convertê-las pararegime de caixa. Se isso for feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente. 2. Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções. Método Direto – Vantagens 1. Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais. 2. Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais rapidamente nas empresas. 3. As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente. Método Direto – Desvantagens 1. O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos. 2. A falta de experiência dos profissionais da área financeira em usar as partidas dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos. Quando falamos em informações para administrar os negócios, pelo menos duas condições devem estar presentes: – Essas informações devem representar 100% das atividades da empresa; e – As informações devem ser geradas por critérios técnicos e não por critérios fiscais, que visam pagar menos tributos. Para a realidade da maioria das empresas brasileiras, o método direto traz mais benefícios, principalmente para a redução dos custos financeiros. A escolha por um dos dois métodos deve ser analisada considerando a realidade de cada empresa. Há segmentos, o da construção civil, por exemplo, em que as vantagens do método direto são ainda maiores, porque os números de competência têm pouco significado para essa atividade. AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PELO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO A avaliação de uma empresa não pode ser feita segundo princípios de uma ciência exata. O peso que os técnicos em avaliação atribuem aos diversos fatores envolvidos no processo de avaliação não é uniforme. Isto se deve a um problema de julgamento pessoal de cada avaliador que é influenciado pela experiência que este especialista acumula, bem como pelos motivos e objetivos da avaliação para o comprador ou vendedor. A valoração de uma empresa é complexa por envolver em seu corpo um conjunto de bens heterogêneos e destinados a produzir riqueza, dentro das mais diversas conjunturas econômicas e sociais. Dentre as concepções de valor da empresa, destacam-se as seguintes: – Valor Patrimonial: o valor da empresa é determinado pelo somatório dos bens que constituem o patrimônio da empresa. – Valor Econômico: o valor da empresa decorre do potencial de resultados futuros. Ambas as abordagens apresentam fatores embutidos dentro de suas formulações teóricas. Alguns bens que compõem o patrimônio da empresa são de difícil mensuração, principalmente quando considerados isoladamente. É o caso dos bens intangíveis como marcas, patentes, ponto comercial, reputação, organização, etc. Por outro lado, a avaliação econômica dos benefícios futuros que a empresa pode gerar depende de um grande número de fatores que ainda apresentam dificuldades quanto à sua quantificação (risco do negócio, risco financeiro, taxa de capitalização, crescimento da empresa, etc.). O objetivo principal deste modelo é determinar o valor máximo que um potencial comprador poderá pagar pela empresa. São as seguintes premissas básicas do modelo apresentado: 1. a avaliação independe do modo como será feita a aquisição da empresa, bem como a forma de pagamento (financiamento) a ser realizado pelo comprador; 2. a estrutura de capital da empresa não influencia no cálculo do valor máximo a ser pago; Aplicam-se os seguintes passos para a análise do investimento: 1. determinar o capital inicial necessário; 2. determinar lucros e despesas, para composição do fluxo líquido de caixa esperado; 3. determinar a rentabilidade implícita na relação entre investimento e retorno. Com relação à rentabilidade, apresentam-se duas formas para medi-la: 1. calcula-se a taxa de retorno implícita (TIR) do fluxo líquido de caixa, comparando-a com a taxa de retorno exigida (custo de capital); 2. pela comparação do valor presente do fluxo de caixa (usando-se como taxa de desconto a taxa de retorno requerida) com o valor do investimento. ABORDAGEM DO PROJETO TOTAL VERSUS ABORDAGEM DIFERENCIAL Dois métodos comuns para comparar as alternativas de projetos utilizando o VPL são: a abordagem do projeto total e a abordagem diferencial. A abordagem do projeto total calcula o impacto total nos fluxos de caixa para cada alternativa e, então, converte esses fluxos de caixa totais em seus VPs. Essa é a abordagem mais popular e pode ser utilizada para qualquer número de alternativas. A alternativa com o maior VPL dos fluxos de caixa totais é a melhor. A abordagem diferencial calcula as diferenças nos fluxos de caixa entre alternativas e, então, converte essas diferenças em seus VPs. Esse método não pode ser utilizado para comparar mais de duas alternativas. Frequentemente, as duas alternativas em comparação são: aceitar um projeto e rejeitar. Independente da abordagem utilizada, talvez a parte mais difícil de realizar decisões de orçamento de capital seja predizer os fluxos de caixa relevantes. Verifique que os eventos causados ao fluxo de caixa, para dentro ou para fora, poderão ser muito complicados, especialmente quando houver muitas origens de fluxos de caixa. Entretanto, não pode comparar as alternativas se não conhecer seus custos; assim, a primeira etapa para a abordagem de projeto total ou abordagem diferencial é arranjar os fluxos de caixa relevantes por projeto. – Abordagem do projeto total: determine o VPL dos fluxos de caixa para cada projeto individual. Escolha o projeto com o VPL positivo maior (isto é, o maior benefício) ou o VPL negativo menor (isto é, menor custo). – Abordagem diferencial: calcule os fluxos de caixa diferenciais. Em outras palavras, subtraia os fluxos de caixa para o projeto B dos fluxos de caixa para o projeto A para cada ano. Lembre-se de que as entradas de caixa são números positivos, enquanto as saídas são negativas. Em seguida, calcule o VP dos fluxos de caixa diferenciais. Se esse VP for positivo, escolha o projeto A; se for negativo, escolha o projeto B. Esses dois métodos podem ser utilizados intercambiavelmente, desde que haja apenas duas alternativas sob consideração. Se houver apenas uma alternativa, a escolha seria a do projeto total. FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES PARA O VPL No arranjo dos fluxos de caixa relevantes esteja seguro de considerar quatro tipos de entradas e saídas de caixa: • Entradas e saídas de caixa iniciais no tempo zero. • Investimentos em contas a receber e estoques. • Valores residuais futuros. • Fluxo de caixa operacional. Entradas e saídas de caixa iniciais no tempo zero: Esses fluxos de caixa incluem saídas de caixa para compra e instalação de equipamentos e outros itens necessários para o novo projeto, e outras entradas ou saídas de caixa da eliminação de quaisquer itens que sejam repostos. Investimentos em contas a receber e estoques: São saídas de caixa iniciais tanto quanto investimentos em instalações e equipamentos. No modelo VPL, os desembolsos iniciais são entradas no esboço de fluxos de caixa no tempo zero. Contas a receber e estoques, entretanto, geralmente diferem de instalações e equipamentos no final da vida útil do projeto. Investimentos em instalações e equipamentos são, em geral, utilizados durante a vida do projeto, deixando pouco, se algum, valor residual. Em contraste, os investimentos originais inteiros em contas a receber e estoques são, geralmente, recuperados quando o projeto termina. Consequentemente, todos os investimentos iniciais são tipicamente considerados com saídas de caixa no momento zero, e seu valor residual final, se algum, é considerado como entradas de caixa no final da vida útil do projeto. A diferença entre o desembolso inicial para o capital de giro (na maiorparte, contas a receber e estoques) e o VP de sua recuperação é o VP de custo de usar capital de giro no projeto. Valores residuais futuros: Os ativos, além de contas a receber e estoques, podem ter valores residuais relevantes. O valor residual, no fim de um projeto, é um aumento na entrada de caixa no ano do descarte. Os erros em prever valores residuais finais são, geralmente, não-cruciais, porque o VP é, geralmente, pequeno. Fluxos de caixa operacionais: O principal propósito da maioria dos investimentos é afetar as entradas e saídas de caixa operacionais. Muitos desses efeitos são difíceis de mensurar, e três pontos merecem menção especial. Primeiro, usar a análise de custos relevantes, os únicos fluxos de caixa relevantes são aqueles que diferirão entre as alternativas. Frequentemente, os custos indiretos fixos serão os mesmo sob todas as alternativas disponíveis. Se assim for, eles poderão ser seguramente ignorados. Na prática, não é fácil identificar exatamente quais custos diferirão entre as alternativas. Segundo, como mencionado antes, a depreciação e os valores contábeis devem ser ignorados. O custo dos ativos é reconhecido pelo desembolso inicial, não pela depreciação, como calculado sob o regime de competência contábil. Terceiro, uma redução na saída de caixa é tratada da mesma maneira que uma entrada de caixa. Ambas significam aumentos no valor. Investimentos para o curto, médio e longo prazo Uma das regras mais importantes na hora de fazer um investimento é definir qual o tempo previsto para você alcançar determinado objetivo. Em geral, as metas são classificadas como de curto prazo (até um ano), médio prazo (um a quatro anos) ou longo prazo (acima de quatro anos). Ao montar sua cesta de aplicações, é preciso adequar o tipo de produto financeiro ao prazo estabelecido. Para ajudá-lo nessa tarefa, selecionamos os investimentos mais recomendados conforme cada horizonte de tempo. Curto prazo Ao investir com foco no curto prazo, o primeiro passo é refletir sobre a necessidade de liquidez diária. Isso significa que o dinheiro aplicado estará disponível para saque caso você precise usar os recursos. Um exemplo é o colchão de segurança, aquela quantia que vai cobrir emergências e imprevistos, como a perda de um emprego. Para esse objetivo, o ideal é constituir essa reserva com aplicações conservadoras e que possam ser resgatadas a qualquer momento. Poupança Apesar de atualmente render menos na comparação com outros investimentos de renda fixa, a tradicional caderneta tem atributos que a tornam atrativa, como segurança, liquidez diária e, principalmente, isenção de Imposto de Renda (IR). Mas atenção: antes de um mês, os recursos investidos não rendem nada, porque a rentabilidade da poupança é mensal – a aplicação só vai dar algum retorno quando o depósito fizer o chamado “aniversário”. Aqui explicamos se vale a pena investir na poupança. Fica a dica: a aplicação a seguir é uma opção bem melhor que a poupança. https://verios.com.br/blog/quanto-voce-perde-deixando-seu-dinheiro-na-poupanca/ https://verios.com.br/blog/quanto-voce-perde-deixando-seu-dinheiro-na-poupanca/ Tesouro Selic Seguro, prático e com liquidez diária, o Tesouro Selic é uma boa opção para o investidor que está construindo uma reserva de emergência. Além de render mais que a poupança, o papel tem a garantia do Tesouro Nacional, considerado o melhor credor da economia. Em outras palavras, você só deixaria de receber o dinheiro aplicado caso o país vá à falência, cenário praticamente impossível. Parte da família de títulos públicos oferecidos na plataforma do Tesouro Direto, o Tesouro Selic segue a taxa básica de juros da economia (Selic) e, consequentemente, acompanha o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), referencial das aplicações conservadoras. Caso você não precise sacar os recursos antes do vencimento, é possível buscar aplicações de até dois anos. Ao descartar a necessidade de liquidez, dá para conseguir uma rentabilidade mais interessante. Mas um cuidado fundamental é atrelar o prazo do ativo com a data em que você vai ter de usar o dinheiro. Além do Tesouro Selic, outros investimentos conservadores podem ser levados em conta: Certificado de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de renda fixa emitidos por bancos que representam a dívida da instituição financeira com investidores. O principal risco é de crédito, ou seja, o risco de o banco quebrar. Uma das vantagens é a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por CFP e por instituição financeira. Vale lembrar que, assim como os títulos públicos, os CDBs têm cobrança de IR sobre os rendimentos, conforme o prazo do investimento – a alíquota vai de 22,5% (aplicação até seis meses) a 15% (aplicação acima de dois anos). Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA) Assim como os CDBs, as letras de crédito são papéis de renda fixa emitidos por bancos — de pequeno, médio e grande porte — cuja garantia é dada justamente por empréstimos concedidos a projetos imobiliários ou agrícolas. LCI e LCA também contam com proteção do FGC, nos mesmos moldes da cobertura oferecida à https://verios.com.br/blog/tesouro-selic-lft/ https://verios.com.br/blog/cdb-o-que-e-e-como-funciona/ https://verios.com.br/blog/lci-e-lca-o-que-sao-e-como-funcionam/ poupança e aos CDBs. A principal vantagem desses papéis é a isenção de Imposto de Renda. Fique atento porque essas aplicações não têm liquidez alta. No mínimo, seu dinheiro fica bloqueado por 90 dias. Médio prazo Para planos de médio prazo (entre um e quatro anos), como realizar uma grande viagem, dar entrada em um imóvel próprio ou fazer pós-graduação ou MBA, o leque de alternativas de investimentos é mais amplo. Como o horizonte de tempo é maior, o investidor pode acrescentar doses moderadas de risco à cesta de aplicações, diversificando os ativos. Tesouro IPCA+ Os papéis indexados à inflação oferecem rendimento real, ou seja, o ganho acima da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE. Ou seja, pagam, além da variação do IPCA no período, uma taxa de retorno definida no momento da aplicação. O ideal é manter o dinheiro aplicado até o vencimento, pois a rentabilidade pode ser diferente da contratada se você resgatar os recursos antes do prazo. Tesouro Prefixado A rentabilidade do título é definida no momento da compra. Por isso, caso você carregue a aplicação até o vencimento, receberá o percentual acertado antecipadamente. Para não ter problemas, a recomendação é manter o dinheiro investido pelo prazo do título. Fundos multimercados Esse tipo de fundo ajuda a diversificar a carteira de investimentos, adicionando um pouco mais de risco. Isso porque os gestores têm liberdade para operar diferentes ativos, entre papéis de renda fixa, ações de empresas, moedas, derivativos e investimentos no exterior. Lembre-se de observar o tipo de https://verios.com.br/blog/derivativos-entenda-o-que-sao-esses-ativos/ estratégia adotada na gestão da carteira. Da mesma forma que CDBs e títulos públicos, os fundos multimercados têm incidência de IR de acordo com o prazo do investimento, e você paga o imposto no resgate do dinheiro aplicado. Longo prazo Metas de longo prazo, como formar uma reserva para a aposentadoria ou educação dos filhos, permitem que a cesta de aplicações seja mais diversificada. Como os objetivos estão distantes, é possível equilibrar a carteira entre investimentos conservadores e ativos de maior risco. Ao mesmo tempo em que busca retornos mais polpudos, você não pode se esquecer de proteger o dinheiro contra a inflação. Alguns investimentos podem ser considerados na formação do patrimônio com foco nesse horizonte mais longo: Tesouro IPCA O papel traz justamente a proteção do investimento perante ainflação no período, garantindo a chamada rentabilidade real. Na plataforma do Tesouro Direto há opções de títulos com prazos de vencimento que vão de 2024 a 2050, ou seja, para todos os gostos. Ações Investir em ações é uma boa maneira de diversificar a carteira. Mas por ser uma aplicação de maior risco, é fundamental conhecer melhor o mercado de renda variável antes de mergulhar com muita sede ao pote. Confira três formas de montar uma carteira com papéis de empresas listadas na bolsa: 1. Por conta própria: selecionar ação por ação pode ser uma boa opção caso você conheça em profundidade a empresa, o histórico dela, como tem sido o desempenho do setor no qual ela atua, entre outros fatores. https://verios.com.br/blog/fundos-multimercados-o-que-sao-e-como-funcionam/ https://verios.com.br/blog/acoes-o-que-sao-e-como-funcionam/ 2. Fundos de ações: investir por meio de fundos de ações tem a vantagem de contar com gestores que sempre estarão atrás de boas oportunidades. Mesmo assim, o trabalho pode custar caro, afinal as taxas de administração e de performance não costumam ser lá muito baixas. 3. Exchange Traded Fund (ETFs): os ETFs são carteiras referenciadas em índices, cujas cotas são negociadas na bolsa. Na prática, esse tipo de fundo replica o índice de maneira quase automática, com a vantagem de ter um custo bem menor e contar com uma diversificação maior de papéis. https://verios.com.br/blog/etfs-o-que-sao-e-como-funcionam/ CONCLUSÃO A condição para que a empresa viva e ganhe dinheiro é ter recebimentos operacionais que superem os pagamentos operacionais. O Administrador se depara com o dilema do Risco e Rentabilidade, se por um lado ela precisa manter uma liquidez imediata essencial a manutenção das atividades, por outro lado, ele pode incorrer em riscos de custos de oportunidade, então o grande desafio para os administradores é buscar um volume adequado de caixa para empresa, de forma a incorrer o mínimo possível em riscos. A Demonstração de Fluxo de Caixa é uma importante ferramenta que auxilia na tomada de decisões e pode facilitar o trabalho dos administradores através das análises de fluxos passados e previsão de fluxos futuros. Em verdade, a atividade financeira de uma empresa requer acompanhamento permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu desempenho, bem como proceder aos ajustes e correções necessários. O objetivo básico da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa suficientes de modo a respeitar os vários compromissos assumidos e promover a maximização de seus lucros. REFERÊNCIAS: ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração de capital de giro. São Paulo: Atlas, 1997. CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa: uma ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999. HORNGREN, Charles T.; SUNDEM, Gary L.; STRATTON, Willian O.; Contabilidade Gerencial. São Paulo: Prentice Hall, 2004. IUDÍCIBUS, Sérgio et al. Manual de contabilidade das sociedades por ações. São Paulo: Atlas, 1980. NEIVA, Raimundo Alelaf. Valor de mercado da empresa. São Paulo: Atlas, 1999. https://verios.com.br/blog https://verios.com.br/blog
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