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Ana Beatriz Cadioli Ramos DIREITO DO TRABALHO DA MULHER E AS MUDANÇAS DA REFORMA TRABALHISTA Centro Universitário Toledo Araçatuba 2019 Ana Beatriz Cadioli Ramos DIREITO DO TRABALHO DA MULHER E AS MUDANÇAS DA REFORMA TRABALHISTA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito à Banca Examinadora do Centro Universitário Toledo, sob a orientação do Professor Gustavo Henrique Stabile Centro Universitário Toledo Araçatuba 2019 Banca Examinadora Prof. Prof. Prof. Araçatuba, __ de ______ de 2019 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a Deus pela oportunidade concedida de cursar uma faculdade. Agradeço, também, por nunca me desamparar e me servir de apoio principalmente nas dificuldades. Agradeço aos meus pais e ao meu irmão, que nunca mediram esforços para me ajudar e me apoiar durante toda minha vida, especialmente nestes cinco anos. Para eles que sempre fizeram de tudo para que eu desenvolvesse meu aprendizado da melhor forma. Por toda indispensável dedicação, preocupação, amor e carinho. Por serem minha inspiração e estarem ao meu lado nos melhores e nos piores momentos. Por ser a minha base, meu ponto forte. Ao meu orientador e Professor Luiz Gustavo Boiam Pancotti pela paciência, pelo auxílio e todos os ensinamentos durante o desenvolvimento deste trabalho. Por sua amizade, que foi imprescindível nessa faculdade, com quem tive a honra e o privilegio de trabalhar. Por ter me ajudado em momentos que pensei até em desistir. A todos os professores do curso de Direito com quem tive a honra de presenciar suas aulas, seus ensinamentos e suas experiências. Pela amizade, carinho e respeito. Pelo auxilio em momentos difíceis e principalmente, pelas aulas dadas fora de sala. Por fim, agradeço a todos meus amigos por todo o auxílio, paciência, e principalmente, pela amizade e carinho durante esses anos, e que levarei para o resto da vida, em especial o meu namorado e companheiro Mateus Fernandes Ferrari que foi de extrema importância para a conclusão desse trabalho, onde me deu todo apoio para que nunca desistisse dos meus objetivos e alcançasse a todos eles. Que me deu forçar para não desistir e nunca abaixar a cabeça. “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”. Charles Chaplin RESUMO O presente trabalho visa abordar as transformações que houve sobre os direitos e os deveres durante o contexto histórico da mulher, como foi as suas conquistas e como foi o caminho percorrido para buscar os seus direitos. Durante um longo período as mulheres foram discriminadas e desvalorizadas no trabalho, e com a promulgação da Constituição os seus direitos foram garantidos e com o tempo foram ganhando espaço e sendo respeitadas. Com a Consolidação das leis trabalhistas trouxe maiores condições para que o trabalhador para que tenham um trabalho digno. E a principal novidade trazida nesse trabalho é as mudanças que a Reforma trabalhista trouxe e analisar os aspectos positivos e negativos, e as impactos que pode trazer na legislação e no direito trabalhista da mulher. Palavras Chaves: Direito do trabalho; as conquistas da mulher no âmbito do direito trabalhista; a reforma trabalhista. ABSTRACT The paper aims to address the transformations they had about rights and duties during the historical context of women, how their achievements were and how the path taken to seek their rights. Over a long period of time, women were discriminated against and devalued at work, and with a promulgation of the constitution in guarantees and over time were gaining space and being respected. With the Consolidation of Labor Laws, the greatest conditions for the worker must have a decent job. And the novelty brought in at work is like changes that the Labor Reform brought and reformed the positive and negative areas, and the impacts that can bring the legislation and the labor law of women. Keywords: Labor law; the achievements of women in the scope of labor law; the labor reform. SUMARIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10 I AS PRIMEIRAS CONQUISTAS E SEUS AVANÇOS DO DIREITO DA MULHER NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ..................................................................................... 111 1.1 A independência da mulher .............................................................................................. 133 1.2 Constituições Federais ........................................................................................................ 14 1.3 Consolidação da Leis Trabalhistas ..................................................................................... 16 1.4 Princípios ............................................................................................................................ 17 1.4.1 Principio da dignidade da pessoa humana ....................................................................... 20 1.4.2 Principio da Proteção do trabalhador .............................................................................. 21 1.4.3 Princípio do in dubio pro misero ou in dubio pro operario ............................................. 21 1.4.4 Princípio da condiçao mais benefica ............................................................................... 23 1.4.5 Princípio da norma mais favoravel .................................................................................. 23 1.4.6 Princípio da Isonomia ...................................................................................................... 24 II DIREITO DA MULHER NO ÂMBITO TRABALHISTA ............................................ 25 2.1 Da duração e salário da mulher .......................................................................................... 25 2.2 Discriminação com a mulher .............................................................................................. 25 2.3 Condiçoes basicas do trabalho ............................................................................................ 27 2.4 Assedio moral,psicologico e sexual.................................................................................... 28 2.5 Dos períodos de descanso ................................................................................................... 31 2.6 Proteçao da mulher no serviço ........................................................................................... 31 2.7 Licença para aborto natural alem da licença maternidade .................................................. 32 2.8 Igualdade Salarial na CLT .................................................................................................. 33 2.9 A licença na adoção ............................................................................................................ 33 2.10 Licença paternidade .......................................................................................................... 34 2.11 Licença-maternidade para pais adotivos........................................................................... 34 2.12 Adoção por Casal Homoafetivo .......................................................................................37 2.13 Estabilidade da gestante ................................................................................................... 37 2.14 Da aposentadoria .............................................................................................................. 39 III REFORMA TRABALHISTA..................................................................................................41 3.1 Lei 13.467/17 da Reforma trabalhista ................................................................................ 41 3.2 Gravidas e lactantes em atividade insalubre ....................................................................... 41 3.3 Amamentaçao ..................................................................................................................... 45 3.3.1 Intervalo intrajornada para amamentaçao........................................................................ 46 3.4 Licença maternidade ........................................................................................................... 47 3.5 Fim do intervalo feminino antes de horas extras ................................................................ 49 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 49 REFERENCIAS ..................................................................................................................... 54 10 INTRODUÇÃO O projeto visa verificar o contexto histórico do Brasil, com relação às mulheres que sempre tiveram o papel de ser do lar, sendo encarregadas pelos trabalhos domésticos, e funções de esposa e mãe, durante um longo período as mulheres tiveram os seus direitos e suas vontades limitadas dentro da sociedade, devendo obediência e subordinação ao seu marido. As grandes e significativas vitórias nesse sentido foram conquistadas pelas mulheres até o presente século, ganhando espaço por pequenas revoltas com o ideal de expressar sua opinião sobre a situação e luta por seus direitos, sendo que agora na sociedade atual elas ganharam seu espaço e valorização, possibilitando a efetivação do princípio da igualdade e dignidade da pessoa humana. Quando elas conseguiram ser colocadas dentro das empresas, as condições de saúde e de segurança já eram complicadas com os homens, com as mulheres eram bem mais precários, visto que durante muito tempo não teve proteção consolidada através da legislação de modo que os preconceitos existentes eram tanto relacionados ao sexo e quanto ao seu físico, sendo que sua mão de obra era desvalorizada. Com o passar dos anos foi evoluindo os direitos da mulheres, elas começaram a ganhar seus espaços e sendo mais valorizadas depois que foi firmado seus direitos na legislação, mas ainda é possível verificar que existem certas discriminações dentro do âmbito do serviço, e com a Reforma Trabalhista poderá trazer algumas mudanças, transformações, modificações ou revogações nesses direitos. 11 I AS PRIMEIRAS CONQUISTAS E SEUS AVANÇOS DO DIREITO DA MULHER NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Por muito tempo a mulher ficou sob a predominância do analfabetismo, visto que por durante um período apenas os homens eram que tinham a obrigação de frequentarem as escolas, e as mulheres desde de muito jovens a sua educação era direcionada aos cuidados domésticos e deveres familiares, ocupando uma posição de submissão matrimonial e social. Podemos dizer que essa evolução pode ser demonstrada em 3 períodos, conforme demonstrado abaixo: A primeira transição entre a proibição e a proteção, época em que a mulher era excluída de qualquer legislação trabalhista. É o período que cronologicamente começa junto com o início da República e vai até a implantação do Estado Novo, pouco antes da promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho. A segunda, da proteção à promoção da igualdade, em que a legislação protegia a mulher trabalhadora, proibindo-a de exercer inúmeras atividades, proibições estas que vão sendo suprimidas com o decorrer do tempo. Delimitamos este período entre a promulgação da CLT até o início dos trabalhos da Constituinte de 1985. Foi um período de intensas mudanças: sociais, econômicas, políticas, todas elas afetando o mercado de trabalho da mulher. E a terceira, que é o direito promocional propriamente dito, que começa com a promulgação da Constituição de 1988 e vai até os dias de hoje. É o tempo do direito promocional propriamente dito, onde se busca promover a igualdade entre os gêneros. Atualmente, pode-se dizer que se vive na fase promocional do direito das mulheres. Há uma busca incessante pela igualdade entre os gêneros. Igualdade esta, que se baseia na busca do tratamento diferenciado apenas naquelas situações em que as diferenças biológicas e de tratamento exigirem, e não nas discriminações arbitrárias infundadas, que todos sabem que ainda existe no mundo do trabalho atual. (CALIL, 2000, p. 4). Com isso podemos verificar que o caminho percorrido pelas mulheres sofreu diversas modificações e transformações dentro da sua história entre uma delas podemos falar sobre a forte influência da igreja no tempo do Brasil colonial, no qual a igreja tinha o pensamento de que a mulheres tinham que ser férteis, e casarem e possuírem a maior quantidade de filhos possíveis, conforme exposto abaixo: Basta ver que no Brasil de 1650 não existiam tabus como o da virgindade obrigatória até o casamento. Quebrado em tempos modernos, esse tabu ainda estava por nascer em 1600, e até o século XVIII era difícil achar alguém que se casasse sem antes ter tido relações sexuais. Mas o motivo era bem diferente do atual. É que, naquela época, ter filhos era muito importante. A mulher precisava 12 provar ao homem que era fértil, engravidando antes do compromisso, uma regra consentida por toda a comunidade inclusive pela Igreja, desde que tudo terminasse em casamento. (ALVES, 2011, p. 13). A sociedade tinha uma visão de que as mulheres de usada como propriedade pelo homem, no Brasil. A ideia que os grandes historiadores antigos tinham sobre a mulher na sociedade colonial, onde o Brasil estava sob domínio português, era que a mulher não era digna de realizar grandes feitos. A instituição da família foi o que motivou o crescimento tanto econômico como social da colônia que viria a se tornar um país independente. No Brasil Imperial podemos falar que teve início no ano de 1822, desde a vinda da Família Real em 1808 para o Brasil até 1822 onde houve intensas transformações políticas tanto no Brasil quanto em Portugal, que acabaram por conduzir as elites brasileiras e o Príncipe D. Pedro I a declararem o Brasil um Império independente. Dom Pedro I, em 1823, estabeleceu os critérios para a convocação da primeira Assembleia Nacional Constituinte do País. E tais critérios revelam as origens de nossa cultura elitista, que exclui a imensa maioria, até os dias de hoje, da possibilidade de decidir sobre o planejamento de nossa sociedade. Na época, quem tivesse rendimentos anuais superiores a 100 mil réis poderia ser eleitor. No entanto, para ser votado, o cidadão teria que demonstrar renda superior a 200 mil réis anuais. A nova Assembleia Nacional Constituinte continuava discriminando as mulheres, os analfabetos, os negros, praças e religiosos. Da mesma forma, o poder econômico continuou sendo abusivo, e os deputados eleitos representavam os interesses dos fazendeiros, da nascente burguesia industrial e financeira, e dos oficiais militares.” . (CARDOSO, Irene, CARDOZO, 2008 pág. 77) Neste período tivemos uma mulher no qual se destacou entre muitos, a que mais contribuiu para a caracterização do império, D. Leopoldina de Habsburgo-Lorena, arquiduquesa austríaca que aos vinte anos partiu da mais ilustre corte europeiapara um país com crenças e costumes, a maioria deles, alheios aos seus, para casar-se com o herdeiro da coroa portuguesa o D. Pedro I. Com a implantação do regime republicano brasileiro veio o Decreto nº 181, de 24 de janeiro de 1890, que manteve o domínio patriarcal, no entanto, de forma mais suave quando dispôs sobre o casamento civil e retirou do marido o direito de impor castigo corpóreo a mulher e os filhos. 13 O Código Civil de 1916 nos trouxe os princípios no qual deixou conservado os poderes do homem como relação a sua superioridade dentro da sua casa e na sua família deixando a mulher com certas limitações. Se for analisar o artigo 242 do Código Civil nos traz possíveis exemplos das limitações que a mulher sofria nos quais os seus atos não poderiam ser concretizados sem o marido aceitar. Art. 242 - A mulher não pode, sem o consentimento do marido: I. Praticar atos que este não poderia sem o consentimento da mulher II. Alienar, ou gravar de ônus real, os imóveis do seu domínio particular, qualquer que seja o regime dos bens. III. Alienar os seus direitos reais sobre imóveis de outrem. IV. Aceitar ou repudiar herança ou legado. V. Aceitar tutela, curatela ou outros múnus públicos. VI. Litigar em juízo civil ou comercial, a não ser nos casos indicados nos arts. 248 e 251 VII. Exercer profissão. VIII. Contrair obrigações, que possam importar em alheação de bens do casal. IX. Aceitar mandato. (lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916, disponível em <https://bit.ly/1U8omAt>) 1.1 A independência da mulher A primeira guerra mundial foi um divisor de agua, pois os homens foram obrigados a lutar na guerra para defender seu país e deste modo a chefia da casa que antes eram dos homens começa a ser das mulheres começando assim a ganhar mais papel na sociedade de prestar servicos na industrial textil que antes elas nao conseguiam pois eram destinadas aos homens, já então como operária, a mulher vai aos poucos adquirindo direitos. Outro ponto importante nas grandes conquistas e mudanças, foi ainda na segunda metade do século XVIII, com a vinda da Revolução Industrial, pois a sociedade estava precisando de mão-de-obra dando abertura para as mulheres dentro das indústrias, sendo o trabalho feminino sendo usado na fiação e tecelagem da lã, com o objetivo de baratear os salários. Mas por sua vez, na Inglaterra e no Brasil esses serviços prestados era visto apenas um renda que complementaria a renda masculina, colocando o trabalho feminino em ordem mais suscetível às teorias que desejavam delimitar os espaços de atuação feminina na família e também na sociedade, criando na mulher um sentimento de culpa, seja por 14 deixar os filhos aos cuidados de outros ou pelas recriminações sofridas tanto na família quanto na sociedade. Alguns fatores que podemos trazer foi que o Estado não trazia suporte necessário para que as mulheres pudessem ser inseridas no trabalho, conforme demonstrado abaixo: Muitos acreditavam [...] que o trabalho da mulher fora de casa destruiria a família, tornaria os laços familiares mais frouxos e debilitaria a raça, pois as crianças cresceriam mais soltas, sem a constante vigilância das mães. As mulheres deixavam de ser mães dedicadas e esposas carinhosas, se trabalhassem fora do lar; além de que um bom número delas deixaria de se interessar pelo casamento e pela maternidade. (RAGO, 1997, p. 585) Outro ponto que foi marcante é a Revolução Francesa um movimento que começou quando a assembleia nacional no dia 26 de agosto de 1789 trouxe um documento que era uma declaração dos direitos do homem e do cidadão, e com isso trouxe uma mobilização de um grupo de mulheres trazendo um ideal de que queriam uma documentação em nome dos direitos da mulheres e dos cidadãos buscando trazer igualdade entre todos, onde Olympe foi condenada à guilhotina em 1793, dois anos após apresentar sua obra para aprovação do governo francês e Mary morreu após dar luz à segunda filha. E foi através das articulações e combates pela conquista do sufrágio feminino, que a mulher forçou sua participação política e social na velha democracia. Os votos das mulheres eram denegados pois não eram considerados votos racionais. No Brasil essas restrições só foram eliminadas em 1932, quando o voto se tornou irrestrito também às mulheres. Vale lembrar que em 1985 foi decretada uma Emenda Constitucional que faculta o direito ao voto aos analfabetos, permitindo o exercício da democracia a uma parcela significativa de brasileiros em situação de extrema vulnerabilidade. 1.2 Constituições Federais Em 1932 com a chegada do código eleitoral trouxe algumas mudanças nos direitos das mulheres, permitindo que à mulher exercesse o seu direito ao voto, de modo que sua redação considerou como eleitor “o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo.” 15 No artigo 121 da Constituição Federal de 1934, proibia a discriminação do salário das mulheres, como outros direitos por exemplo a vedação do trabalho feminino em locais insalubres, a proteção de descanso antes e após o parto sem trazer prejuízos no salário e a estabilidade da empregada nesse tempo, conforme demonstrado: Art 121 - A lei promoverá o amparo da produção e estabelecerá as condições do trabalho, na cidade e nos campos, tendo em vista a proteção social do trabalhador e os interesses econômicos do País. § 1º - A legislação do trabalho observará os seguintes preceitos, além de outros que colimem melhorar as condições do trabalhador: a) proibição de diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil; b) salário mínimo, capaz de satisfazer, conforme as condições de cada região, às necessidades normais do trabalhador; c) trabalho diário não excedente de oito horas, reduzíveis, mas só prorrogáveis nos casos previstos em lei; d) proibição de trabalho a menores de 14 anos; de trabalho noturno a menores de 16 e em indústrias insalubres, a menores de 18 anos e a mulheres; e) repouso hebdomadário, de preferência aos domingos; f) férias anuais remuneradas; g) indenização ao trabalhador dispensado sem justa causa; h) assistência médica e sanitária ao trabalhador e à gestante, assegurando a esta descanso antes e depois do parto, sem prejuízo do salário e do emprego, e instituição de previdência, mediante contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte; i) regulamentação do exercício de todas as profissões; j) reconhecimento das convenções coletivas de trabalho. (BRASIL, constituição federal de 1934, disponível em < https://bit.ly/2EyYxMJ>) A Constituição Federal de 1934 trouxe também a redução de idade para dezoito anos, bem como o princípio da igualdade, conforme exposto abaixo: Art 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 1) Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza, crenças religiosas ou ideias políticas. (BRASIL, constituição federal de 1934, disponível em <https://bit.ly/1TKnxCq>) Contudo, foi regulado pelo Decreto de nº 7.586, no ano de 1945, quando foi entendido por Vargas quando estava acabando a época da ditadura, que haviam sido elaboradas no momento oportuno para funcionar o sistema que tinha previsto a aprovação da Carta no ano de 1937. Depois de aprovada a Carta, ela trouxe em seu artigo 4º dizendo que se as mulheres não exercessem tarefa que trouxessem dinheiro os seus votos não teriam caráter 16 obrigatório,bem como o seu alistamento, não trazendo nenhuma diferença para ambos os sexos sobre a inscrição no alistamento. A Constituição de 1946 nos trouxe em seu artigo 133, a afirmação que não se poderia afastar o sufrágio feminino, conforme demonstrado abaixo: Art. 131. São eleitores os brasileiros maiores de dezoito anos que se alistarem na forma da lei.” Mas, logo depois, determinava: Art. 133. O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de ambos os sexos, salvo as exceções previstas em lei. (BRASIL, constituição federal de 1946, disponível em ;< https://bit.ly/1Teztg2>) Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, as mulheres foram reconhecidas na legislação como pessoas que possuem responsabilidade e produtivos, não tendo valor discriminatório, o que traz a observação de como é especifico a condição das mulheres: Só um movimento de mulheres conscientes de seus direitos e devidamente mobilizadas para exigir o cumprimento da lei e a punição para aqueles que porventura a transgredirem, é que garantirá a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. (SARDENBERG E COSTA, 1994, p. 109). 1.3 Consolidação da Leis Trabalhistas A Consolidação da Leis Trabalhistas, foi criada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1943 pelo Decreto-Lei nº 5.452, e sancionada entre 1937 e 1945, durante o período do Estado Novo na qual visava como um dos maiores objetivos era estabelecer normas para relações tanto individual como coletiva entre empregado e empregador e garantir maiores condições básicas para os empregados, dando também uma segurança bem maior com relação mulher no serviço. Conforme a juíza do trabalho Flávia Fragale: “A criação dessas normas específicas para a mulher é fruto de um contexto protecionismo que permeou o texto celetista. Esse foi um reflexo das leis que surgiram na Europa na época da Revolução Industrial quando havia muita contratação e exploração da mão de obra feminina, que acabou por inspirar o legislador brasileiro a produzir normas semelhantes, a fim de evitar que os mesmos abusos acontecessem em nosso País”.(FRAGALE, 8 de março de 2013, disponível em < https://bit.ly/2EM9ISc>) https://bit.ly/2EM9ISc 17 Conforme verificado no texto acima a consolidação das leis trabalhistas foi um instrumento constitucional encontrado para regulamentar os direitos e deveres das relações de trabalho, para que fosse evitado os abusos, visto que possuía a Justiça do trabalho sem norma especifica que a regulamentasse. 1.4 Princípios No âmbito trabalhista, segundo o entendimento de Sérgio Pinto Martins é um conjunto formado de princípios e regras que visam assegurar melhores condições de trabalho, inclusive sociais, ao trabalhador, através das medidas de proteção a eles destinadas. (MARTINS, 2007, pág.18) Segundo José Cairo Júnior o direito é constituído por princípios e regras. “Por princípio entende-se tudo aquilo que orienta o operador do Direito na sua atividade interpretativa, além de ser classificado como meio de integração das eventuais lacunas legais” (JÚNIOR, 2017, p. 99), ainda segundo o mesmo autor, o princípio pode ser aproveitado para direcionar o legislador em sua atribuição legislativa, desse modo o princípio é um elemento existente no ordenamento jurídico. “Em alguns casos, o princípio jurídico assume as feições da própria regra jurídica ao estabelecer normas de conduta a serem observadas pelas pessoas (princípio-regra). Nesse caso, em termos comparativo, o princípio seria mais abstrato e genérico do que a regra jurídica e seria considerado como fonte primária do Direito e não como meio de integração das lacunas legais. Desse modo, os princípios jurídicos atuam tanto na origem formal quanto na interpretação, integração e aplicação do direito, circunstância que leva à conclusão de que há uma estreita relação entre os princípios e as fontes materiais do Direito, pois os primeiros derivam da natureza que o Direito ou cada um dos seus ramos possui” (JÚNIOR, 2017, p. 99). Assim poderão ser utilizados em qualquer matéria do Direito, podendo ser chamados de princípios gerais. Sob esse ponto de vista, Bobbio (1997, apud BONAVIDES, 2006, p. 262) leciona que: Os princípios gerais, são, a meu ver, normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, as normas mais gerais. A palavra princípios leva a engano, tanto que é velha questão entre os juristas se os princípios são normas. Para mim, não há dúvida: os princípios gerais são normas como todas as outras... Para sustentar que os princípios gerais são normas, os argumentos são dois, e ambos válidos: antes de mais nada, se são normas aquelas das quais os princípios gerais são extraídos, através de um procedimento de generalização sucessiva, não se vê por que não devem ser normas também eles... Em segundo lugar, a função para a 18 qual são extraídos e empregados é a mesma cumprida por todas as normas, isto é, a função de regular um caso.(Bobbio, 1997, apud BONAVIDES, 2006, p. 262) Na atualidade os princípios passaram de fontes de agregação para se tornarem força normativa, com a chegada do pós-positivismo foi assegurado aos princípios serem aceitos em nível de igualdade das normas jurídicas, e poderem respaldar direitos e obrigações em vários casos, mesmo que não existir norma legal. Deste modo cabe destacar o entendimento do Celso Antônio Bandeira de Melo: “Princípio, já averbamos alhures, é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo. Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra” (MELO, 1993, disponível em < https://bit.ly/2SVORQb>). É possível verificar que o posicionamento majoritário dos tribunais trabalhistas e boa parte da doutrina é de que a Constituição Federal de 1988 levou os princípios à condição de norma. Cassar partilha da ideia de que a Justiça vai muito mais do positivismo, em que a maioria dos os princípios constitucionais têm poder imperativa. (CASSAR, Volia, 2008, pag. 166). O artigo 8º da CLT faz menção à finalidade dos princípios na ausência de lei trabalhista ou contrato. Portanto, busca usar os princípios, quando não tiver uma norma que não traga uma resolução ao caso concreto. Porém, esse artigo não vai ter aplicação quando houver embate com princípios que se encontram dentro da Constituição Federal, conforme artigo descrito abaixo: Art. 8º- As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os https://bit.ly/2SVORQb https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI246598,31047-A+importancia+dos+principios+no+Direito+do+Trabalho https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI246598,31047-A+importancia+dos+principios+no+Direito+do+Trabalho 19 usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classeou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.(BRASIL, consolidação das leis do Trabalho, 1943, disponível em <https://bit.ly/2TGeNno>) Na visão de Maurício Godinho Delgado, o conceito de princípio representa em âmbito geral, “a noção de proposições fundamentais que se formam na consciência das pessoas e grupos sociais, a partir de certa realidade, e que, após formadas, direcionam-se à compreensão, reprodução ou recriação dessa realidade” (DELGADO, 2017, p. 201), e completa: “A importância dos princípios na Ciência do Direito, entretanto, não tem obviamente o condão de transformá-los em axiomas absolutos e imutáveis. Ao contrário, sua validade se preserva apenas caso considerados em seus limites conceituais e históricos específicos, enquanto sínteses de orientações essenciais assimiladas por ordens jurídicas em determinados períodos históricos. Os princípios jurídicos despontam, assim, como sínteses conceituais de nítida inserção histórica, submetendo-se a uma inevitável dinâmica de superação e eclipsamento, como qualquer outro fenômeno cultural produzido. Em conclusão, para a Ciência do Direito os princípios conceituam-se como proposições fundamentais que informam a compreensão do fenômeno jurídico. São diretrizes centrais que se inferem de um sistema jurídico e que, após inferidas, a ele se reportam, informando-o” (DELGADO, 2017, p. 203-204). Sobre a forma de como é utilizado os princípios dentro do ordenamento jurídico e de como equiponderar na presença de um caso concreto quando há conflitos com outras normas, como por exemplo podemos citar quando dois direitos fundamentais se colidem e caso em que foi argumentado no voto do relator Ministro Celso de Mello na ADI 3540 MC/DF quando rebateu que no caso de colisão entre direitos fundamentais não iria trazer um esvazar de seus conteúdos: “A superação dos antagonismos existentes entre princípios e valores constitucionais há de resultar da utilização de critérios que permitam ao Poder Público (e, portanto, aos magistrados e Tribunais), ponderar e avaliar, hic et nunc, em função de determinado contexto e sob uma perspectiva axiológica concreta, qual deva ser o direito a preponderar no caso, considerada a situação de conflito ocorrente, desde que, no entanto (...), a utilização do método da ponderação de bens e interesses não importe em esvaziamento do conteúdo essencial dos direitos fundamentais" (voto condutor do Min. Celso de Mello na ADInMC 3.540/DF). Incidência da regra da concordância prática do Direito Alemão” (TJ-ES - AC: 35030065508 ES 35030065508, Relator: ARNALDO SANTOS SOUZA, Data de Julgamento: 08/05/2007, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 14/06/2007, disponível em <https://bit.ly/2TFarNa>). https://bit.ly/2TGeNno 20 De modo que um princípio que sobrepesar sobre o outro vai ser o aplicado por conta da prudência feita diante do caso concreto e conforme com o princípio da proporcionalidade. 1.4.1 Princípio da dignidade da pessoa humana A Constituição Da República Federativa do Brasil, garante em seu artigo 1º, o princípio da dignidade humana, assim dispondo: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III- a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. (BRASIL, Constituição Federal de 1988, disponível em < https://bit.ly/1dFiRrW>) Observa-se que, no inciso III do presente artigo, faz-se presente a proteção do Estado à dignidade humana, o que admite uma ampla e diversa interpretação, como demonstrado, anteriormente. Podemos analisar como o legislador pode nos trazer a sua concepção sobre o sentido da dignidade da pessoa humana, dentro da Constituição: Parece clara a opção do legislador Constituinte neste sentido, quando elaborou a regra do § 2º do art. 5º da Constituição da República: “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.” Aparece aí a opção de erigir a dignidade da pessoa humana à condição de princípio fundamental, inserindo-a neste locus, logo no artigo 1o do texto constitucional, outorgando-lhe, assim, precedência em face mesmo de outros princípios constitucionais. (BERNARDO, 2006, p. 15) Martins entende que: A dignidade parte da autonomia ética do ser humano, tendo ela como fundamento da dignidade do homem, ou seja, não podendo ele ser tratado como objeto nem por ele mesmo, e, que o “Homem, e, duma maneira geral, todo o ser racional, existe como um fim em si mesmo, não como meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade. Pelo contrário, em todas as suas ações, tanto nas que 21 se dirigem a ele mesmo como nas que se dirigem a outros seres racionais, ele tem sempre de ser considerado simultaneamente como um fim. Portanto, o valor de todos os objetos que possamos adquirir pelas nossas ações é sempre condicional. Os seres cuja existência depende não em verdade da nossa vontade, mas da natureza, tem, contudo, se são seres irracionais, apenas um valor relativo como meio e por isso se chama coisas, ao passo, que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua natureza os distingue já como fins em si mesmos, quer dizer, como algo que não poder ser empregado como simples meio e que, por conseguinte, limita nessa medida todo o arbítrio. (Martins, 2005, p. 1). No artigo 7º, inciso XXIII nos trouxe também melhores condições para o trabalhador, e por estar em um rol de garantias fundamentais da CF, dependendo do caso concreto poderá se fundamentar também com o princípio da dignidade humana. 1.4.2 Princípio da Proteção do trabalhador Este é um princípio utilizado como instrumento para aplicação das leis dentro do ambito trabalhista. Essa proteção é atribuída para as pessoas que convivem em com a finalidade de garantir uma proteção ao trabalhador, tentando equilibrar o Estado sobre capital e o serviço, gerando um vínculo entre empregado e empregador. O Princípio da Proteção é um intermédio do Estado no que repercute nas relações empregatícias determinando normas de caráter público, impedindo os trabalhadores de demonstrar suas vontades, e o Estado estabelecendo sua autonomia, bem como trazendo uma proteção mínima como por exemplo o contrato de trabalho. O Princípio da Proteção é um dos métodos fundamentais que norteiam o Direito Trabalhista, com a finalidade de equilibrar as relações entre empregado e empregado na relação de serviço, acolhendo o empregador. Objetivando desse modo, diminuir as desigualdades existente nessa relação, o que bem ilustra o artigo 468, caput, da CLT: Art. 468- Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.(BRASIL, consolidação das leis do trabalho,1943, disponível em <https://bit.ly/2HsHZnX>). A Proteção possui três diferentes regras, nas quais são a regra da aplicação da norma mais favorável, a regra da condição mais benéfica e o critério in dubio pro operário. https://bit.ly/2HsHZnX 22 1.4.3 Princípio do in dubio pro misero ou in dubio pro operário Tal princípio assim é denominado em virtude da existência de mais de um sentido que a lei trata em que a interpretação jurídica de tal lei implica emdivergência razoável na sua aplicação. Assim, cabe ao juiz, quando se deparar com a pluriexistência de sentidos da norma, interpretar a norma em favor da parte mais fraca na relação jurídica trabalhista, isto é, o empregado. O mesmo é a interpretação quanto ao processo trabalhista, em que a desigualdade de fato depreende-se na defesa processual do empregado, muitas vezes suprida pelo desnível econômico que o mesmo não possui, consolidando, assim, o ponto importante da atividade judicial, que consiste não na elaboração do silogismo que é a sentença, mas na fixação das premissas que irão presidir àquela (MANUS, 2007, p. 54). Valentin Carrion, tem como entendimento que “o princípio in dubio pro misero não tem existência; o que pode existir é proteção aos hipossuficientes que a própria norma estabelece. Buscando o ônus da prova; de quem o tinha, e não provou, será derrotado quando proferida a sentença.” (CARRION, Valentin, 1993, p. 626). Algumas jurisprudências acompanham esse entendimento positivista: PRINCÍPIO IN DUBIO PRO MISERO. APLICABILIDADE. Não se aplica o princípio "in dubio pro misero" na valoração da matéria fática, se o empregado não se desincumbe do ônus que lhe compete, a teor do art. 818, da CLT. No magistério de Manoel Antônio Teixeira Filho, referido princípio tem aplicação apenas "em matéria de interpretação de norma legal, seja substancial ou processual, deve o Juiz decidir sempre que houver dúvida em prol do empregado, porque essa atitude estará perfeitamente cônsona com o caráter punitivo que anima tais normas, notadamente as primeiras." (TRT 3 Reg., RO, processo de nº 9987/01, 5ª Turma, Relator Emerson José Alves Lage, Publicado em 15/09/2001, disponível em <https://bit.ly/2NNCS6i>) PROVA PRINCÍPIO "IN DUBIO PRO MISERO" INAPLICABILIDADE: Em se tratando de prova, não há falar em aplicação do princípio in dubio pro operário, mesmo porque, no processo, as partes ficam em situação de igualdade jurídica formal. (TRT 3ª Região, Oitava Turma, Processo n. 01663-2005-053-03- 00-3, RO, Publicado em 19/08/2006, Relator José Marlon de Freitas, disponível em <https://bit.ly/2NNCS6i>). JUSTIÇA DO TRABALHO. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DO TRABALHADOR. ÔNUS DA PROVA. INAPLICABILIDADE. Na Justiça do Trabalho, o princípio da proteção ao trabalhador está restrito à interpretação das normas legais, não se aplicando, quanto à distribuição do ônus da prova, o preceito dubio pro misero, sob pena de afronta ao dever de imparcialidade do juiz. (TRT 15ª Reg., nº 01027-2006-086-15-00-8, RO, 2ª câmara, Relator. Eduardo Benedito De Oliveira Zanella, Publicado em 31/08/2007, disponível em <https://bit.ly/2NNCS6i>). 23 Alfredo J. Ruprecht tem o entendimento de proteção na utilização deste princípio, dizendo que “O princípio só será aplicado quando intercede de dúvidas sobre os alcances da prova; de modo que não pode ter prosseguimento quando tem insuficiência de provas ou faltar. Nestes casos, o princípio não será utilizado.” (RUPRECHT, Alfredo, 1995, p. 18) A aplicação do princípio foge ao campo doutrinário e tem sido aplicado em diversos tribunais, inclusive tornando-se jurisprudência iterativa e notória do Tribunal Superior do Trabalho: ÔNUS DA PROVA. REGRA INTERPRETATIVA. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO OPERARIO. O chamado “empate” de prova quando as testemunhas arroladas pelas partes confirmam, cada qual, o fato objeto da prova, leva o julgador à busca de meios que auxiliem na obtenção da verdade. Para a análise e valoração da prova, acata-se no processo trabalhista o princípio in dubio pro operario, quando notória a inferioridade do empregado perante o empregador, quer seja pela diversidade de situação econômica, quer seja pela desigualdade resultante da subordinação. (TRT da 3ª Região, 4° Turma., RO, processo de nº 3.772/94, Relª. Juíza Deoclécia Amorelli Dias, disponível em <https://bit.ly/2NNCS6i>) Deste jeito, é possível perceber que é utilizado o princípio no caso de interpretação da norma mais favorável, ainda que tenha divergência na doutrina, se for falar na prática, já se trata de um tema consistente. 1.4.4 Princípio da condição mais benéfica Este princípio determina que se caso tiver uma alteração do contrato que traga um desfavorecimento ao empregado, não possuirá efeitos, de modo que se for favorável terá validade, tem as mesmas características da norma mais favorável. Porem só será aplicado nos casos referentes as clausulas de contrato ou se for ocasionado por costume. 1.4.5 Princípio da Norma mais favorável 24 O princípio da norma mais favorável, é um dos mais fundamentais dentro do âmbito trabalhista, determinando que caso houver pluralidade de normas, deverá aplicar no caso concreto aquela que mais favorecer o empregado. Neste sentido, “independentemente da sua colocação na escala hierárquica das normas jurídicas, aplica-se, em cada caso, a que for mais favorável ao trabalhador” (SÜSSEKIND, Arnaldo;et al, 1997, p. 134). 1.4.6 Princípio da Isonomia No Brasil, o princípio foi incorporado pela primeira vez na Constituição Brasileira de 1934, no artigo 113, inciso I: Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza, crenças religiosas ou idéias políticas. A igualdade perante a lei é premissa para a afirmação da igualdade perante o juiz: da norma inscrita no art 5º, caput, da Constituição, brota o princípio da igualdade processual. “As partes e os procuradores devem merecer tratamento igual, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões”. (PELLEGRINI, 2004, p.53). A igualdade em forma de tratamento, “corresponde à igualdade nas oportunidades que serão oferecidas às partes no referente à prática dos atos processuais, encontrando certas restrições em alguns casos legais, não sendo, portanto, absoluto”. (DA SILVA, 1997, p.35). 25 II DIREITO DA MULHER NO ÂMBITO TRABALHISTA 2.1 Da duração e salário da mulher No que tange a jornada de trabalho conforme estabelece conforme estabelece o artigo 7º, XIII da Constituição Federal, é de oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais. No entanto o artigo 58 da CLT nos trouxe que “a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite”. Após a revogação do artigo 376 da CLT que conforme demonstrado abaixo limitava as horas extraordinárias: “Poderá ela fazer horas extraordinárias com as condições iguais a realizada pelos homens, devendo ser remunerado com adicional de 50%, conforme XVI do art.7 da CF remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal”( Brasil, consolidação das leis trabalhistas, disponível em < https://bit.ly/1KAUQ6Y>). Acerca do aspecto salarial, o artigo 377 da CLT, expressa que “a adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres é considerada de ordem pública, não justificando em hipótese alguma, a redução de salário.” As delegacias Regionais do Trabalho e Emprego poderão em alguns casos aplicar multas caso verificado que a trabalhadora teve sua remuneração reduzida ou diminuída com relação ao outro trabalhador se verificado que o motivo que foi ocasionado tem relação ao seu gênero. 2.2 Discriminação contra as mulheres Doutrinariamente podemos dizer que discriminação é a conduta pela qual se nega a uma ou várias pessoas tratamento compatível com o padrão jurídico assentado para a situação concreta por ela vivenciada. (DELGADO, Mauricio Godinho.2000, p. 108-117). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10724198/artigo-376-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 https://bit.ly/1KAUQ6Y 26 A discriminação é considerada como toda diferenciação ou distinção realizada pelo legislador, por qualquer outra autoridade pública ou por particulares, que se mostre contrária à ética elementar ou a um processo normal de análise intelectual, ou seja, que não tenha uma justificação razoável. (NIETZSCHE, Friedrich, 2011, p. 182). E no entendimento de Ermida Uriate, “discriminar significa distinguir, excluir com o fim de anular ou restringir o gozo e o exercício em igualdade de condições de direitos e liberdades fundamentais”. (URIATE, Oscar Ermida, 2011, pag. 14). No que se refere a discriminação da mulher temos diversas discriminações implícitas de legisladores que terminam por criar numa lei que deveria ser protetiva, conforme verificado abaixo a convenção nº 111, de 1958 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) nos traz o que se compreende por discriminação: Art.1º:a) Toda distinção, exclusão ou referência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião, política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão. b) Qualquer outra distinção; exclusão ou preferência que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou tratamento em matéria de emprego ou profissão, que poderá ser especificada pelo Membro interessado depois de consultadas as organizações representativas de empregadores e trabalhadores. 2. As distinções, exclusões ou preferências fundadas em qualificações exigidas para um determinado emprego não são consideradas como discriminação [...]. (OIT, 1958, disponível em < https://bit.ly/2IEXAqg>). Conforme CALIL: A discriminação ao trabalho da mulher é uma realidade no dia-a-dia da mulher que trabalha: se não uma realidade presente, há, pelo menos, a ameaça constante da discriminação. Seu combate se faz com uma legislação trabalhista eficaz e, acima de tudo, com educação formal, para que assim haja o devido respeito às diferenças. (CALIL, 2007, p.116). A Lei 9.029 de 1995 determina regras quanto à vedação de quesito de atestados de gravidez e esterilização, bem como outras práticas discriminatórias para fins admissionais ou de continuação da relação jurídica de trabalho. Caso o empregador, ou seu preposto, descumpra essas vedações e realize o rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, conforme o artigo 4 da Lei nº 9.029/95, a empregada pode escolher entre: I - a readmissão com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente, acrescida s dos juros legais; http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/127425/lei-9029-95 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/127425/lei-9029-95 27 II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais. (Lei Nº 9.029, DE 13 DE ABRIL DE 1995, disponível em < https://bit.ly/2b3I1YZ>) Com fundamento no art. 7º, XXXI, da CF, bem como nos artigos 1º e 4º, da Lei nº 9.029/95, que veda as discriminações dentro da relação jurídica de trabalho, nos casos que foram analisados e constatado a dispensa por motivo discriminatório empregado poderá ser recolocado em seu serviço, com o recebimento dos salários e benefícios do tempo longe das atividades laborais, sem impedimento de fazer o direito de ter indenização por danos morais. 2.3 CONDICOES BASICAS DO TRABALHO Por condições de trabalho, podemos esclarecer que será qualquer tipo de efeito negativa que um trabalhador pode sofrer por causa de algo que possa acontecer em seu ambiente laboral, podendo abranger quesitos ambientais. No âmbito técnico, pode haver máquinas nas quais colocaram os empregados em situação de perigo. Assim, deve haver uma fiscalização por parte do empregador para que tenha o controle firme e comum para assegurar a segurança quando for manusear essas máquinas. O ambiente de trabalho poderá ser verificado de várias maneiras, um dos pontos mais importantes é analisar a segurança e a saúde no trabalho, visando sempre o bem-estar dos trabalhadores para que possa cumprir com suas atividades laborais. Conforme traz o artigo 389 da CLT, exigem-se algumas condições básicas que a empresa deve fornecer ao empregado: Art. 389 - Toda empresa é obrigada: I - a prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente; II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico; III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences; https://bit.ly/2b3I1YZ 28 IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho. § 1º - Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. § 2º - A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais.(BRASIL, consolidação das leis trabalhistas,1943, disponível em < https://bit.ly/1KAUQ6Y>) Fica a cargo do empregador apresentar ambiente de trabalho propicio e de total condições para o empregado ter suas necessidades básicas dos trabalhadores. Mas as reclamações que chegam à Justiça do Trabalho entregam que vários patrões ainda não cumprem as determinações. 2.4 O assédio moral, psicológico e sexual Assediar significa expor alguém a uma situação constrangedora e alongado durante o tempo de trabalho. A vítima é isolada e passa a ser menosprezada. Com as mulheres, não é diferente. Por serem do sexo feminino, o assédio é mais comum. Homens querem exercer o controle sobre elas, intimidando-as, proibindo a fala, controlando cada passo que é dado por elas no âmbito do trabalho. Vale lembrar que quem é testemunha de cenas de humilhação não devem temer. Devem apoiar a vítima, ser solidário, porque qualquer um pode ser a próxima vítima de um assedio. Essa atividade proibida ocorre tanto nas empresas públicas quando nas privadas. O que ocorre é um comportamento desumano de longa duração entre colegas e principalmente entre chefes e subordinados. Outra forma de assedio que podemos citar é o sexual. Infelizmente consideramos uma situação mais grave que a acima citada. Ocorre por meio de cantadas e insinuações com o intuito de obter algum tipo de vantagem sexual. Atitude essa que pode ser simples como um gesto ou mais crítica como palavras grotescas. Muitos casos vêm em forma de coação, onde prometem uma situação melhor caso a mulher ceda. https://bit.ly/1KAUQ6Y 29 Claramente, podemos definir como um abuso de poder."DANO MORAL. ASSEDIO SEXUAL. CONVITE REJEITADO SEGUIDO DE DESPEDIDA. Comprovado nos autos o assédio sexual por testemunha conduzida pela reclamante sem contraprova que pudesse ter produzido a reclamada, ter sido convidada para sair à noite, no posto de trabalho, por preposto da empresa,responsável por conduzi-la ao local em que prestaria seus serviços e fiscalizar-lhe as tarefas realizadas, sob alegação de que se recusando seria dispensada, tendo se negado e, no dia seguinte, após esse preposto ter brigado com a autora, sido dispensada pelo supervisor. Faz jus à indenização por danos morais em razão do assédio perpetrado por superior hierárquico, constrangendo a autora porque detinha o poder de manter íntegro o pacto laboral, o poder de lhe possibilitar prosseguir trabalhando e percebendo salários, dos quais necessitava para fazer frente às suas despesas. Recurso provido.”(Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO : RECORD 1715200504702005 SP 01715-2005-047-02-00-5, 2010, disponível em < https://bit.ly/2J09k6Q>). Um grande avanço na legislação foi o artigo citado acima, já que anteriormente esse delito era colocado apenas como um crime de constrangimento ilegal. Introduzida no Código Penal, a Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001, tipifica o crime de assédio sexual, dando a seguinte redação ao art. 216-A: Artigo 216-A: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição se superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício, emprego, cargo ou função. A pena prevista é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos(BRASIL, código penal brasileiro, Decreto Lei 2848,1940, disponível em <https://bit.ly/2yXmcTH>) Outra forma de assedio é o tipo psicológico. É uma forma de violência, porém não se trata de algo físico, mas sim de um comportamento agressivo psicológico. Podemos definir esse tipo de assedio como bullying. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. DEVER DE REPARAR. Assédio moral, “bullying” ou terror psicológico, no âmbito do contrato de emprego consiste na conduta abusiva do empregador ao exercer o seu poder diretivo ou disciplinar, atentando contra a dignidade ou integridade física ou psíquica de um empregado, ameaçando o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho, expondo o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras. Assim, estará configurado pela repetição de condutas tendentes a expor a vítima a situações incômodas ou humilhantes, com a finalidade específica de ocasionar um dano psíquico e social à vítima, marginalizando a em seu ambiente de trabalho. Todavia, para se imputar ao empregador o dever de reparar o dano sofrido pelo empregado (que se caracteriza pelo próprio evento), a conduta culposa ou dolosa deve ser comprovada, de forma insofismável, pelo empregado. (Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA: RO 0000181-48.2014.5.03.0051 0000181-48.2014.5.03.0051, 2014, disponível em < https://bit.ly/2EXqxd4>). https://bit.ly/2yXmcTH https://bit.ly/2EXqxd4 30 Bullying é um comportamento agressivo, persistente, ofensivo, que intima a sua vítima com abuso de poder, que o faça se sentir culpado, ameaçado. Temos como exemplos de assédios psicológicos a ridicularizarão da vítima, envergonha-la em público, gritar com o trabalhador. RECURSO DE REVISTA. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO. RIGOR EXCESSIVO DO SUPERIOR HIERÁRQUICO. DANO MORAL. TRANSPORTE DE VALORES. INDENIZAÇÃO. Trata-se de hipótese na qual o Tribunal de origem, valorando fatos e provas, firmou convicção acerca da caracterização da responsabilidade civil subjetiva capaz de ensejar a reparação por danos, porquanto comprovado o assédio moral, consubstanciado no rigor excessivo do seu superior hierárquico; bem como o abalo moral, decorrente da imposição de realizar transporte de numerário, função para a qual o reclamante não foi contratado e treinado, sem oferecer a devida segurança, expondo-o a risco de vida. A argumentação da reclamada de que não restaram configurados o assédio moral, o ato ilícito e o nexo causal remete à revisão do acervo fático-probatório, procedimento vedado nesta fase recursal de natureza extraordinária pela Súmula nº 126 do TST. A propósito, esta Corte Superior vem firmando o entendimento de que a conduta do empregador de exigir do empregado o transporte de numerário, atividade para a qual não foi contratado e treinado, com a indevida exposição à situação de risco, enseja o pagamento de indenização por dano moral. Recurso de revista de que não se conhece, no particular. MULTA PREVISTA NO ART. 475-J DOCÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INAPLICABILIDADE NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. Consoante entendimento sedimentado pela Subseção I Especializada em Dissídios Individuais desta Corte Superior, a multa prevista no art.475-J do CPC, que se refere ao cumprimento da sentença civil, não é aplicável ao processo do trabalho, haja vista a incompatibilidade com as disposições dos arts.769 e 889 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido, nesse particular. (Tribunal Superior do Trabalho TST - RECURSO DE REVISTA: RR 1000-43.2010.5.03.0077, 16 de setembro de 2015, disponível em < https://bit.ly/2SUa90t>). A vítima de assedio muitas vezes acaba passando por tratamentos psicológicos porque não conseguem superar o que ocorreu. Não conseguem esquecer. Não quer dizer que sejam pessoas frágeis ou fracas. Muitas vezes ela possui características ameaçadoras ao poder do agressor. Portanto, temos em conclusão a esse tópico que qualquer forma de assédio, seja ele contra mulher, contra homens, tem que ser denunciado. Não devemos nos calar a respeito disso. Como já diz na Constituição Federal, todos são similares perante a lei. Devemos respeitar os princípios existentes em nossa legislação superior. Devemos respeitar o próximo. 2.5 Dos períodos de descanso http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966771/artigo-475j-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966771/artigo-475j-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653444/artigo-769-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10640446/artigo-889-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://bit.ly/2SUa90t 31 O período de descanso nada mais é que um lapso temporal de tempo para que o empregador tenha um descanso da atividade laboral e seja qual for o trabalho sendo de forma sucessiva, se tiver a duração que seja superior a seis horas, é indispensável que seja atribuído no mínimo uma hora de intervalo, salvo se tiver em contrário ao disposto no acordo escrito ou contrato coletivo, e não poderá exceder de duas horas. O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências. Em relação aos períodos de descanso, a CLT nos traz os seguintes artigos: Art. 382 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho, haverá um intervalo de 11(onze) horas consecutivas, no mínimo, destinado ao repouso. Art. 383 - Durante a jornada de trabalho, será concedido à empregada um período para refeição e repouso não inferior a 1 (uma) hora nem superior a 2 (duas) horas salvo a hipótese prevista no art. 71, § 3º. Art. 385 - O descanso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidirá no todoou em parte com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa de serviço, a juízo da autoridade competente, na forma das disposições gerais, caso em que recairá em outro dia. Parágrafo único - Observar-se-ão, igualmente, os preceitos da legislação geral sobre a proibição de trabalho nos feriados civis e religiosos. Art. 386 - Havendo trabalho aos domingos, será organizada uma escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical. (BRASIL, consolidação das leis trabalhistas,1943, disponível em < https://bit.ly/1KAUQ6Y>) Conforme disposto acima é um direito do empregador estabelece em normas na qual o empregador devera cumprir e atender as necessidades do empregado. 2.6 Proteção da mulher no serviço Mais uma proteção ao trabalho da mulher está prevista no artigo 390 da CLT que nos traz a proibição para contratação de mulheres no que tange "serviço que demande o emprego de força muscular superior 20 quilos para o trabalho contínuo". 32 Art. 390- Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional. Parágrafo único não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos Aos homens, nos termos do artigo 198 da CLT, existe a possibilidade de impor o levantamento de peso de até 60 quilos. Art 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher. Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.( LEI Nº 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977, disponível em < https://bit.ly/2EX4oLK>). A delimitação de empenho físico no decorrer da jornada de serviço tem por fim afastar que os trabalhadores sejam prejudicados por infortúnio ou obtenham doença durante o trabalho. Ainda no que se refere à proteção, um fato similar é o da vedação de revista íntima nas trabalhadoras 2.7 Licença para aborto natural além da licença-maternidade: Conforme artigo 395 da CLT as mulheres que sofrerem aborto espontâneo ou de forma acidental, garante a elas pelo menos duas semanas de repouso remunerado, se comprovado por atestado que não foi criminoso, lhe dando a garantia de retornar a função depois do tempo de afastamento (BRASIL, consolidação das leis trabalhistas, 1943, disponível em < https://bit.ly/2HmARgj>). Em síntese, se aborto não é criminoso, a empregada tem o direito de duas semanas de descanso, quem faz o pagamento deste período é a Previdência Social, “trata-se, portanto, da interrupção do contrato de trabalho, pois conta-se o tempo de serviço para todos os efeitos. Se o aborto for, porém, criminoso, haverá a suspensão do contrato de trabalho, pois nenhum efeito gerará para a empregada” (MARTINS, 2013, p. 365). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art198. https://bit.ly/2EX4oLK 33 2.8 Igualdade salarial na CLT No Brasil, as mulheres recebem em média de 30% a menos que os homens, mesmo que façam as mesmas atividades pertencente aquele cargo, possuam mesma qualificação profissional de igual maneira a experiência, o que não ampara o diferencial. Para que ocorra a equiparação salarial, a CLT adotou medidas para fortalecer o direito da mulher, com a finalidade de vedar os casos de discriminação e aumentar a entrada do público feminino ao mercado de trabalho. Sobre a igualdade salarial, o artigo 377 da CLT afirma: que a adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres é considerada de ordem pública, não justificando em hipótese alguma, a redução de salário. 2.9 A licença na adoção É o entendimento da Constituição Federal: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, constituição da república federativa do brasil de 1988, disponível em <https://bit.ly/1bIJ9XW>) A CLT nos traz nos seguintes artigos: Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 (…) §5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença- maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregados ou empregada. Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. Art. 392-B.Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença- maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de 34 falecimento do filho ou de seu abandono. (BRASIL, consolidação das leis do trabalho,1943, disponível em < https://bit.ly/1KAUQ6Y>) Conforme verificado nos artigos acima citados na constituição o Estado tem o dever de garantir os direitos básicos para as crianças e os adolescentes, na CLT resguarda os direitos dos empregados de ter uma licença para durante um período para salvaguardar as crianças. 2.10 Licença paternidade: Se diferencia da licença maternidade, ela não fica a cargo da Previdência Social, é custeada pelo empregador. Hoje, ela também pode ser estendida graças ao Programa Empresa Cidadã, que permite a ampliação em 15 dias a licença dos pais trabalhadores nas instituições que aderiram ao programa, totalizando 20. A licença paternidade deu um benefício ao pai da criança sendo que ele poderá tirar licença para que possa cuidar do filho, sendo é válida tanto para o pai casado, como para o solteiro, sendo que deve ser gozada no decorrer da primeira semana após o parto e de acordo com a Constituição, também é aplicável ao: doméstico (art. 7º, parágrafo único); servidor público civil (art. 39, § 3º); servidor militar (art. 42, § 1º). E nos traz no seu artigo 7º, XIX C.C artigo 10º, § 1º do ADCT o seguinte: Art. 10 - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o artigo 7º, I, da Constituição: [...] § 1º - Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da constituição, o prazo da licença paternidade a que se refere o inciso é de 5 dias. Na lei 13.257/2016 o que foi trazido de novo é que foi prorrogado por 15 dias a duração da devida licença, além dos 5 (cinco) dias estabelecidos no § 1º do ADCT. 2.11 Licença-maternidade para pais adotivos https://bit.ly/1KAUQ6Y 35 Foi aprovada uma lei no ano de 2013, na qual assegura de mesmo modo a licença- maternidade de prazo de 120 dias ao homem que adota uma criança. É autorizado que o pai que se tiver contribuído para a previdência possa ter as garantias da licença de acordo com a lei que passar a ter validade em 2014. Já foi muito discutido se a mãe adotiva teria o direito a maternidade. Se analisarmos o artigo. 6º da Constituição Federal: “são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção a maternidade e à infância ...”; e do art. 227 §6º da mesma Constituição: “os filhos, havidosou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. Não teria proposito para a diferenciação entre mãe biológica e mãe adotiva, dando-lhe os direitos apenas a mãe biológica. Por este motivo, foi criada em 2002 a lei 10.421, colocando fim as divergências. Atualmente, a mãe adotiva possui o direito a licença maternidade equiparado de 120 dias na situação de adotar uma criança de até 1 ano de idade; se a criança tiver 1 ano e no máximo 4 anos a licença será de 60 dias e o filho adotado tiver de 4 anos até 8 anos a licença será de 30 dias. Além disso tem direito a salário-maternidade, assegurado pelo artigo 71 A da Lei 8.212/90. No caso de estabilidade, na qual é concedida à gestante, não será aplicado neste caso de mãe adotiva. O Dr. Fábio Bertachini Talhari, esclarece ainda que: “ainda que o bem tutelado seja a maternidade, o TST tem entendimento de que não há igualdade de condições da mãe adotiva com a mãe biológica para o deferimento da licença-maternidade.” (TALHARI, 2006, disponível em < https://bit.ly/2EwfOov>) Conforme foi dissertado no livro de Amauri Mascaro Nascimento: “A proporcionalidade cria uma duração desigual entre o direito da mãe natural e da mãe adotante ou guardiã. A desigualdade tem levado alguns doutrinadores a concluir pela inconstitucionalidade da lei nos casos de desproporção, que consideram atritar-se com o art. 5º, caput, da Constituição, ao declarar que todos são iguais perante a lei. (Nascimento, Amauri Mascaro, 26 de abril de 2006, disponível em < https://bit.ly/2EwfOov>) 36 Conforme em 1990 foi sancionado uma lei 8.212 no que ficou disposto em seu artigo: “Art.208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença- paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.” No final será que o pai adotivo, tem o direito de licença mesmo que que seja regido pela CLT, como já foi exposto, não há nem na CLT, nas leis ou na CF, alguma disposição expressa que de esse benefício da licença a pais adotivos. Na Constituição é assegurado que não possua diferenciação entre filhos adotivos e biológicos (art. 227 §6º da CF), ademais, por ser um assunto onde há várias discussões, foi proposto em nossa casa legislativa a PEC 494/06, para tentar selar a discussão e ter uma posição definida sobre o tema. O projeto nos traz, os incisos constitucionais com as seguintes redações: “XVIII – licença à gestante, com duração de cento e vinte dias e, nos termos da lei, licença-maternidade, com duração mínima de trinta e máxima de cento e vinte dias, à mulher que for concedida adoção de criança, sem prejuízo do emprego e do salário das beneficiárias de qualquer das licenças. XIX – licença-paternidade, inclusive em caso de adoção, nos termos fixados em lei.” (PEC 494,2006, disponível em < https://bit.ly/2XDCLPb>) Se for aprovado o projeto pelo congresso nacional, sem modificações, os pais adotivos vão ter iguais direitos dos pais biológicos, assegurando, que a mãe adotiva tenha a estabilidade, que no momento era um direito atribuído somente as gestantes. De tal forma se for verificar a licença paternidade quanto a maternidade é vista no momento atual como um benefício maior aos filhos do que aos pais. Os psicólogos através de estudos nos trazem a importância do primeiro contato entre pais e filhos, podendo tanto ser recém-nascido quanto adotado, para formação psicológica da criança e com isso assegura que permitir que os pais tenho um espaço tempo maior de convivência, é melhor para a criança. 2.12 Adoção por Casal Homoafetivo https://bit.ly/2XDCLPb 37 O casal homoafetivo deve possuir os mesmos direitos de um casal composto por homem e mulher, uma vez que na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Dessa forma, eles devem possuir também o direito de adotar uma criança, pois um casal homoafetivo possui a mesma capacidade de criar, e educar uma criança. Segundo Bachur e Manso (2011, p. 345), “Para receber o salário maternidade e a licença à maternidade, no caso de adoção por casal homoafetivo, sendo ambas mulheres, receberá o benefício aquela que figurar como mãe nos documentos da guarda. Se as duas figurarem como mãe, ambas receberão o benefício” (Bachur e Manso,2011, p. 345). Deverá observar a mesma forma que se aplica na família monoparental, quando se tratar de união homoafetiva entre homens. Há algum tempo atrás, a imprensa noticiou que Caixa Econômica Federal já esta concedendo 6 (seis) meses de licença aos seus funcionários homens solteiros ou companheiros do mesmo sexo (união homoafetiva) na adoção de criança. Segundo o noticiário, de acordo com a idade da criança o prazo da licença seria de: - 180 (cento e oitenta) dias, para a adoção de bebês com até 1 (um) ano de idade. – 120 (cento e vinte) dias, para criança de até 4 (quatro) anos de idade. – 75 (setenta e cinco) dias, para criança entre 4 (quatro) a 8 (oito) anos.” (BACHUR; MANSO, 2011, p. 165) 2.13 Estabilidade da gestante Podemos dizer que com base no direito estabelecido na Constituição federal, está o da Dignidade da Pessoa Humana, onde entende-se que todos os brasileiros e estrangeiros devem viver com condições mínimas de dignidade. De forma que a mulher durante sua gestação, tem alguns direitos de seus direitos protegidos pela Constituição Federal pelo princípios e garantias fundamentais, que protege tanto o filho quanto a mãe. É de se prever que em muitos lugares, que ao constatar que a mulher está grávida e terá que tirar um tempo para se dedicar aos filhos traz a impressão de que o trabalho poderá ser prejudicado. Conforme Sergio Pinto Martins diz o seguinte a respeito desse tema: quanto a garantia de emprego, justifica-se essa discriminação no período em que a empregada esteja 38 grávida, ou no período pós-parto, pois não iria encontrar outro serviço no referido lapso temporal”. (MARTINS, 2009, p.87) Conforme dispõe o art. 10º, II, b, dos Atos de Disposições Transitórias: Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (BRASIL, constituição da república federativa do brasil de 1988, disponível em <https://bit.ly/1bIJ9XW>) A posição que predomina dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é a teoria da responsabilidade objetiva, uma vez que o STF, bem como o TST concordam com esta teoria, quando eles declaram que apenas que comprovada a veracidade da no tempo em que a trabalhadora foi dispensada, não sera necessária a conferir se naquele período que foi afastada pelo empregador, como podemos verificar abaixo. Neste sentido, segue a Súmula 244 do TST: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT) (Resolução 185 de 2012, disponível em < https://bit.ly/1vp8UUe>). De forma que se for comprovado que quando foi dispensada do serviço ela já estava em período gestacional, não é de relevância se o empregador tinha ciência no momento. Conforme demonstrado abaixo está uma parte de um julgado de 2013 na qual o TST teve o seguinte entendimento: GRAVIDEZ DURANTE AVISO PRÉVIO GERA O DIREITO A ESTABILIDADE (...) A concepção ocorrida durante o curso do aviso prévio, ainda que indenizado, garante à trabalhadora a estabilidade provisória no emprego. Assim, se
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