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O PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES
(Fonte: Psicopatologia-Paulo Dalgalarrondo /Compêndio de Psiquiatria- Kaplan e Sadock
Profa. Dra. Teresinha Pavanello Godoy Costa
	 O pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais: as imagens perceptivas e as representações.
 
Os elementos que constituem o pensamento são:
 o conceito;
 o juízo e;
 o raciocínio.
	 Conceito: Forma-se a partir das representações. O conceito é um elemento puramente cognitivo, não tendo qualquer resquício sensorial. O conceito representa o elemento estrutural básico do pensamento.
	 Juízo: Forma-se a partir da relação entre dois conceitos.
	 Raciocínio: Assim como a ligação entre conceitos permite a formação de juízos conduz à formação de novos juízos e, dessa forma, o raciocínio e o próprio pensamento se desenvolve.
Como principal alteração dos elementos constitutivos do pensamento temos o Neologismo que envolve a condensação e a desintegração dos conceitos. 
Podemos distinguir aspectos diferentes durante o processo de pensar:
	 O curso/ fluxo do pensamento: É o modo como o pensamento flui. A sua velocidade e ritmo ao longo do tempo.
	 A forma do pensamento: Corresponde a estrutura básica, a arquitetura do pensamento, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo.
	O conteúdo do pensamento: Corresponde àquilo que dá substância ao pensamento, os seus temas predominantes, o assunto em si. Há tantos conteúdos de pensamento quantos são os temas de interesse do ser humano.
ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE PENSAR:
	As principais alterações do fluxo/estrutura do pensamento são: aceleração, lentificação, bloqueio(interceptação) e o roubo de pensamento.
	As principais alterações da forma/estrutura do pensamento são: 
circunstancialidade, tangencialidade, fuga de idéias, afrouxamento das associações, descarrilhamento do pensamento, a incoerência do pensamento e a desagregação do pensamento.
	 Nos quadros psicóticos mais graves (como a esquizofrenia) de um modo geral, o progredir da desestruturação do pensamento segue a seguinte sequência: afrouxamento das associações, descarrilhamento do pensamento e, finalmente, a desagregação do pensamento.
	
	As alterações de conteúdo do pensamento estão relacionadas principalmente ao juízo da realidade.
Ajuizar quer dizer julgar. Todo juízo implica, certamente, um julgamento, que é em parte subjetivo, individual, e em parte social, produzido historicamente, em consonância com os determinantes socioculturais.
Juízos falsos podem ser produzidos de inúmeras formas, podendo ser patológicos ou não. O erro simples, ou seja, o juízo falso não patológico origina-se da ignorância, do julgar apressado e baseado em premissas falsas.
	O erro é passível de ser corrigido pela experiência, pelas provas e dados que a realidade nos oferece.
	 Os tipos de erros mais comuns, não determinados por transtornos mentais são os preconceitos, as crenças culturalmente sancionadas, as superstições e as chamadas idéias prevalentes.
	Alterações Patológicas do Juízo/ Alterações Patológicas do Pensamento:
	Segundo Jaspers os delírios são juízos patologicamente falseados.Sendo assim o delírio é um erro do ajuizar que tem origem na doença mental
1. O doente apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza absoluta em relação ao delírio.
2. É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva.
3. O delírio é um juízo falso, o seu conteúdo é impossível.
INDICADORES DA GRAVIDADE DO DELÍRIO:
Convicção
 Extensão
Bizarrice
Desorganização
Pressão
Resposta Afetiva
Comportamento Desviante
Segundo sua origem (formação)o delírio pode ser primário ou secundário.
Segundo a estrutura o delírio pode ser simples ou complexo; sistematizado ou não sistematizado.
Quanto ao curso no tempo o delírio pode ser agudo ou crônico.
Quanto a sua relação com o humor do paciente, o delírio pode ser congruente com o humor ou incongruente com o humor
	 Surgimento evolução do delírio: estado pré-delirantes
 Os delírios surgem após um período pré delirante, denominado humor delirante ou trema. 
Nesse período, o paciente experimenta aflição e ansiedade intensas, sente como se algo terrível, pavoroso, estivesse por acontecer, mas ele não sabe exatamente o quê. 	
 Predomina aqui uma grande perplexidade, uma sensação de fim do mundo, de estranheza radical. Este estado pode durar horas ou dias. 
O humor delirante cessa quando o paciente “configura” o delírio, isto é, quando descobre, como se fosse uma revelação inexplicável. 
Curiosamente, após essa revelação do delírio, o paciente muitas vezes se acalma, como se tivesse encontrado uma explicação plausível para aquela perplexidade anteriormente inexplicável.
	Para a formação do delírio podem contribuir diversos fatores e tipos de vivências.
	 Como em relação à maior parte dos sintomas psicóticos, a interação de fatores cerebrais, psicológicos, afetivos, da personalidade pré-mórbida e socioculturais estão presentes.
	Deve-se pensar o delírio como uma construção. Tal construção está inserida em um processo de tentativa de reorganização do funcionamento mental; o esforço que o aparelho psíquico do paciente empreende no sentido de lidar com a desorganização que a doença de fundo produz.
	O delírio nasce de uma multiplicidade de fatores complexos, que envolvem e comprometem o psiquismo todo.
 
Mecanismos formadores de delírio:
- Interpretação
- Intuição
- Imaginação
- Afetividade
- Memória
- Alteração da consciência
- Alterações Sensoperceptivas
Mecanismos de manutenção do delírio:
- A inércia em mudar as próprias idéias
- A pobreza na comunicação interpessoal
- O comportamento agressivo gerando maior rejeição social
- O delírio pode diminuir o respeito e a consideração das demais pessoas pelo doente. 
OS CONTEÚDOS E TIPOS MAIS FREQÜENTES DE DELÍRIOS:
1- Delírio de perseguição(ou persecutório)
2- Delírio de referência(auto-referência)
3- Delírio de grandeza
4- Delírio de influência(controle): roubo, inserção, transmissão de pensamento.
5- Delírio de relação
6- Delírio de reivindicação
7- Delírio de invenção ou descoberta
8- Delírio de reforma(ou salvacionismo)
9- Delírio místico ou religioso
 10- Delírio de ciúmes e delírio de infidelidade
11- Delírio erótico (erotomania)
12- Delírio de ruína (niilista)
13- Delírio de culpa e auto-acusação
14- Delírio de negação de órgãos
15- Delírio hipocondríaco
16- Delírio Cenestopático
17- Delírio de infestação
18- Delírio fantástico
19- Delírio bizarro

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