Buscar

Prova Final -(DISCURSIVA) -Literatura Portuguesa - Uniasselvi

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Considerado um escritor singular e muito criativo, foi através da heteronomia que Fernando Pessoa alcançou o prestígio e o sucesso não só em Portugal, mas em toda a literatura universal.
Através de seus heterônimos, Fernando Pessoa mostrava seu vasto projeto artístico: seus heterônimos tinham biografia, estilo e ideais próprios, eram diferentes uns dos outros. Foram mais de 70 heterônimos criados, alguns desenvolvidos completamente, outros não. Os mais marcantes foram: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.Como ele mesmo, Fernando Pessoa tinha um forte traço nacionalista. Alimentava o gosto pelo épico e fazia retomada às Grandes Navegações, época de grandes conquistas para Portugal que foi apagado com o tempo.
Voltando-se para temas tradicionais, vemos ainda um traço saudosista nele.
Alberto Caeiro
Alberto Caeiro era o mestre de todos os outros heterônimos, além de ser mestre do próprio Fernando Pessoa. Fruto de um local bucólico, Caeiro defende a simplicidade da vida e seus pensamentos são extraídos do contato com a natureza e a vida simples. Ele procurava ver o real e como a realidade se configura de maneira simples. Acreditava que os pensamentos do poeta - as sensações – eram obtidos por meio dos sentidos do ser humano, sem a interferência do pensamento humano. Para ele, as coisas “eram como eram”, não havia necessidade de pensar. Tudo era objetivo.
Ricardo Reis
Ricardo Reis tinha formação em medicina. Exilou-se no Brasil porque não concordava com a Proclamação da República Portuguesa. É uma face de Fernando Pessoa ligada ao clássico, à cultura greco-latina.Ricardo Reis valorizava a vida campestre e a simplicidade das coisas, mas ao contrário de Caeiro, ele não se sente feliz e integrado à natureza, sentindo-se fruto de uma sociedade decadente, que caminha para a destruição. Para Reis, o destino de todos já havia sido traçado e só restava aproveitar a vida ao máximo.
Álvaro de Campo
 Era a face mais ligada ao modernismo e ao futurismo. Álvaro é engenheiro, mas não exerceu a profissão por não gostar de sentir-se preso em escritório.
É um homem voltado para o presente e sua poesia buscava transmitir o espírito do mundo moderno. Teve três fases: decadentista, futurista e pessoal. Na fase decadentista há uma ligação com o simbolismo, um descontentamento, o tédio em relação ao mundo presente; na fase futurista vemos a ligação com o moderno e o tempo presente, que passava por modernização; na fase pessoal, vemos questionamentos sobre si próprio, descontentamentos e certo abatimento.
	2.
	Existem no primeiro período da literatura portuguesa diferentes tipos de cantigas, a saber, as cantigas de gênero satírico, que se compõem de cantigas de escárnio e cantigas de maldizer, e as cantigas de gênero lírico, compostas pelas cantigas de amor e as cantigas de amigo. As cantigas de escárnio apresentam um eu-lírico desejoso de criticar alguém, efetuando uma ridicularização de modo bastante sutil. Já as cantigas de maldizer apresentam um tom de agressividade. Ao mesmo tempo, efetuam uma crítica de modo mais aberto, direto, com o objetivo de difamar abertamente alguém. Certas cantigas de maldizer revelam o nome da pessoa à qual se refere a crítica. Por sua vez, as cantigas de amigo compõem-se de um eu-lírico do sexo feminino, porém sua autoria é de um homem. Estas cantigas manifestam o sofrimento de uma mulher por causa do amor de um homem, que não está presente. Quanto às cantigas de amor, estas são de origem provençal, e manifestam o amor de um homem por causa de uma mulher, que é de classe superior, portanto inalcançável ao homem de classe inferior, eu-lírico destas cantigas. Isto posto, observe o trecho da cantiga que segue, identifique o tipo de cantiga no qual o texto se encaixa e apresente as suas características:
Dona Ouroana, pois já besta havedes
outro conselh'ar havedes mester:
vós sodes mui fraquelinha molher
e já mais cavalgar nom podedes;
mais, cada que quiserdes cavalgar,
mandade sempre a besta chegar
a um carvalho, de que cavalguedes.
FONTE: BRAGA, Teófilo. História da literatura portuguesa – Renascença. Lisboa: INCM, 2005, v. 2, p. 210. ( * Máximo 1000 caracteres )
Resposta Esperada:
Trata-se de uma cantiga de escárnio, pois ela mostra uma crítica individual ou social, sendo esta efetuada de maneira
indireta. O tom dessa cantiga é sarcástico, zombeteiro, e efetuado por meio de uma linguagem ambígua. Esta cantiga
apresenta certo menosprezo, ou desprezo e desdém. O texto da cantiga faz referência direta ao nome de quem é satirizado, desta forma, temos uma questão com duas pontas. Aceitando que a palavra dona compõe parte da sátira a cantiga se direcionaria a uma soldadeira que tentaria se aparentar uma dona. E se compreendermos que Dona Ouroana era pertencente à nobreza cortesã, temos uma sátira que pode ter gerado riso e incômodos na corte castelhana.
.

Continue navegando