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TRABALHO - EMBARGOS

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FACULDADE DE SÃO SEBASTIÃO 
 
 
 
 
AMANDA NOVAES ROCHA 
CARLOS ALBERTO DE FREITAS FARIA 
ISAAC MAGNO SANTANA 
JAKSON FERNANDO SOUSA OLIVEIRA 
JHULIA TAVARES DOS SANTOS 
SAMUEL SANTOS MOREIRA 
THAINARA DE SOUZA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
 
 
EMBARGOS DE TERCEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO SEBASTIÃO - SÃO PAULO 
2020 
AMANDA NOVAES ROCHA 
CARLOS ALBERTO DE FREITAS FARIA 
ISAAC MAGNO SANTANA 
JAKSON FERNANDO SOUSA OLIVEIRA 
JHULIA TAVARES DOS SANTOS 
SAMUEL SANTOS MOREIRA 
THAINARA DE SOUZA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
 
 
EMBARGOS DE TERCEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho realizado para a disciplina 
de Direito Processual Civil – 
Procedimentos Especiais, ministrada 
pelo professor Diogo Nogueira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO SEBASTIÃO - SÃO PAULO 
2020 
Sumário 
 
Conceito ............................................................................................................ 4 
Fundamentação ................................................................................................ 4 
Prazo ................................................................................................................. 4 
Requisitos específicos de admissibilidade.................................................... 5 
Que possa ocorrer ou ocorra um ato de apreensão judicial ............................... 5 
Que seja interposto, por quem possua a condição de proprietário ou possuidor 5 
Ampliação do conceito de terceiro ..................................................................... 6 
Que a apreensão seja indevida .......................................................................... 7 
Embargos de terceiro do cônjuge ou companheiro. ........................................... 7 
Embargos de terceiro em casos de penhora de bens de sócios ........................ 8 
Embargos de terceiros do adquirente em fraude à execução ............................ 9 
Embargos de terceiro do credor com garantia real não intimado ....................... 9 
Procedimentos ............................................................................................... 10 
Petição Inicial ................................................................................................... 10 
Audiência preliminar ......................................................................................... 11 
Princípio da adstrição, da correlação ou da congruência ................................. 11 
Caução ............................................................................................................. 12 
Dinâmica da ação de embargos de terceiro ..................................................... 12 
Rol taxativo....................................................................................................... 13 
Acordão ........................................................................................................... 13 
 Tribunal de Justiça do Amazonas .............................................................. 13 
 Tribunal de Justiça de São Paulo .............................................................. 17 
Bibliografia ...................................................................................................... 18 
 
Conceito 
 
 
Os embargos de terceiro são conceituados como um instrumento 
processual que objetiva a intervenção de terceiros em um processo judicial, o 
qual já esteja em andamento, quando seus bens sofrem, ou possam vir a sofrer, 
ameaça de constrição. 
Partindo do princípio de que, em uma ação, a execução deva alcançar 
apenas os bens do executado, e que a posse ou os bens de outra pessoa que 
não seja parte do processo não podem sofrer consequências diretas dessa 
execução, utiliza-se a ação de “embargos de terceiro” como meio de defesa. 
 
Fundamentação 
 
Inserido no Código de Processo Civil, Título III – Procedimentos 
Especiais -, o capítulo VII, disciplina sobre a ação de embargos de terceiros. 
Essa ação se regula através dos artigos 674 a 681. 
 
Prazo 
 
Disposto no artigo 675 do CPC “Os embargos podem ser opostos a 
qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em 
julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de 
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa 
particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva 
carta. 
Parágrafo único: Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse 
em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. 
 
 
Requisitos específicos de admissibilidade 
 
Os embargos de terceiros, por formar uma nova ação, deve cumprir todos 
os pressupostos e requisitos comuns, estabelecidos a todos os processos. 
Entretanto, deve cumprir requisitos específicos para que ocorra sua formação 
seja válida. São eles: 
 
Que possa ocorrer ou ocorra um ato de apreensão judicial 
 
Os embargos de terceiros só poderão ser ajuizados como meio de 
exigir a anulação de algum ato constritivo judicial, originada por uma 
decisão em outro processo (de qualquer tipo, como, processo de 
conhecimento, execução, tutela provisória). 
Pode também ser utilizado de forma preventiva, ou seja, não é 
necessário que a apreensão seja consumada. Disposto no artigo 674, do 
CPC. 
Temos como exemplo de ato constritivo judicial, a penhora, 
depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, 
inventário e partilha. 
Se a posse do bem, se perder, devido outro acontecimento, por 
meio de ato particular ou da Fazenda Pública, deverá ser ajuizado ação 
possessória. 
 
Que seja interposto, por quem possua a condição de proprietário ou 
possuidor 
 
Possui legitimidade para ajuizar uma ação de embargos de 
terceiros: 
 Aquele que não faz parte do processo que determinou o ato 
constritivo judicial; 
 Conforme o artigo 674, parágrafo 1°, do CPC, ser terceiro 
proprietário, inclusive fiduciário (aquele quem foi transferida a 
propriedade como garantia, em alienação fiduciária), ou 
possuidor. 
Anteriormente, era aplicado a Súmula 621, do STF, onde exigia-se 
o registro do compromisso de compra e venda, mesmo sendo 
comprovada a posse do bem, para poder opor embargos de terceiros. 
Esse entendimento deixou de ser utilizado, e o STJ, emitiu a 
Súmula 84, onde diz que 
“é admissível a oposição de embargos 
de terceiro fundados em alegação de 
posse advinda de contrato de 
compromisso de compra e venda 
desprovido de registro imobiliário.”, 
Ou seja, permite que o compromissário comprador possa opor tal ação 
 
Ampliação do conceito de terceiro 
 
Além do terceiro proprietário, inclusive fiduciário (aquele quem foi 
transferida a propriedade como garantia, em alienação fiduciária), ou 
possuidor, conforme disposto no artigo 674, parágrafo 1°, o Código de 
Processo Civil traz outras hipóteses, que serão considerados terceiro, 
possuindo legitimidade para interpor embargos de terceiros. 
Está previsto no artigo 674, parágrafo 2°, do CPC, que: 
“Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: 
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios 
ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ; 
II - O adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara 
a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; 
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de 
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez 
parte; 
IV - O credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto 
de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais 
dos atos expropriatórios respectivos. ” 
 
Que a apreensão seja indevida 
 
É necessário que a pessoa esteja na posição de terceiro, mas que 
não seja responsável pelo pagamento da dívida. 
Os embargos de terceirotêm por finalidade afastar a apreensão 
judicial indevida – quando recai sobre bem de quem não é parte no 
processo, conforme artigo 674, incisos I, II e III CPC. 
 
Embargos de terceiro do cônjuge ou companheiro. 
 
Independentemente do regime de casamento ou o instituto para 
União Estável o companheiro ou cônjuge responderá pelas dívidas 
adquiridas pelo o outro, desde que tenham sido algo de proveito para 
ambos. 
É importante destacar que a penhora pode recair sobre os bens do 
outro, mesmo que a execução tenha sido preferida apenas contra o 
companheiro ou cônjuge que firmou o título executivo. A jurisprudência 
autoriza ainda a utilização tanto dos embargos a execução como os 
embargos de terceiro, por parte do cônjuge ou companheiro, de acordo 
com o que ele for alegar. 
Pode também propor embargos de terceiro quando desejar liberta-
se da contrição a sua meação ou seus bens próprios que tenham sido 
atingidos conforme o artigo 674, § 2º, inciso I, CPC. 
O ônus será do embargante, já que se presume que as dívidas 
contraídas por um sempre se revertem em proveito do outro, seja qual for 
o regime de bens. 
Por existir uma certa complexidade do assunto, admite-se em 
termos uma certa fungibilidade entre os embargos opostos pelo cônjuge 
ou companheiro, dessa forma o Juiz poderá receber os embargos de 
devedor como embargos de terceiros ou vice-versa. 
Em algum caso pode acontecer de a penhora recair sobre bens 
indivisíveis do casal e que algum dos cônjuges livre-se da meação. 
Assim o bem pode ir a hasta pública inteiro, e o valor adquirido com a 
venda será restituído em dinheiro de acordo com a parte pertencente ao 
cônjuge, correspondendo à sua meação conforme artigo 843 do CPC. 
 
Embargos de terceiro em casos de penhora de bens de sócios 
 
Quando a execução é sobre pessoa jurídica a penhora só poderá 
recair sobre seus próprios bens e não dos sócios desde que verificada as 
hipóteses do art.50 do CC ou art.28 do CDC, o juiz pode considera a 
personalidade jurídica da empresa e estender a responsabilidade 
patrimonial aos bens pessoais dos sócios. 
Os sócios normalmente não poderão se valer dos embargos de 
terceiro, só se valeram dos embargos ou cumprimento de sentença. 
Só poderão se valer dos embargos de terceiro quando o juiz estender a 
responsabilidade patrimonial os bens dos sócios. 
 
 
 
 
Embargos de terceiros do adquirente em fraude à execução 
 
Se constatada a fraude a alienação terá ineficácia, o credor poderá 
requerer a penhora do bem em mãos do adquirente mesmo a execução 
não sendo contra ele e sim contra o alienante. 
Para se caracterizar como fraude à execução a alienação tem que ocorrer 
depois da citação do devedor. É necessário que se observação a sumula 
nº375 do STJ. 
“Sumula nº 375 STJ: O reconhecimento da fraude à 
execução depende do registro da penhora do bem 
alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente”. 
A sumula 375 STJ consolidou a posição jurisprudencial no sentido 
de ser imprescindível o registro da penhora do bem alienado ou a prova 
de má-fé do terceiro adquirente para o reconhecimento da fraude à 
execução. 
 
Embargos de terceiro do credor com garantia real não intimado 
 
Na fase de execução os credores com garantia real são intimados 
da penhora e da expropriação dos bens gravados, para que assim por 
terem direito a preferência. 
Caberá embargos de terceiro quando não forem intimados da 
alienação judicial com no mínimo dias de antecedência. Desse modo a 
alienação não poderá ser realizada, porém o credor não pode se opor a 
oura que seja designada, assim faz-se necessário da intimação 
antecipada. 
 
 
 
Procedimentos 
 
 
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou 
de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de 
testemunhas. 
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. 
§ 2º O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, o domínio alheio. 
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído 
Nos autos da ação principal. 
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, 
assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a 
indicação do bem para a constrição judicial. 
 
 
Petição Inicial 
 
Inaugura a ação de embargos de terceiro, onde se deve comprovar que o 
autor: (a) é terceiro em relação ao processo no qual a constrição foi aperfeiçoada 
ou se encontra em vias de ser; (b) é proprietário/possuidor ou possuidor da coisa 
injustamente atingida pela constrição, ou que se encontra em vias de ser. A 
comprovação será feita através de prova documental ou prova testemunhal, esta 
que visa suprir a deficiência ou ausência de prova documental. 
 
Dinâmica na primeira fase 
 
Comprovado o preenchimento dos requisitos gerais e dos específicos, o 
magistrado: (a) prolata decisão de natureza interlocutória, determinando a 
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos 
embargos, bem como a manutenção ou a reintegração de posse, se o 
embargante a houver requerido (art. 678); (b) designa dia e hora para a 
realização da audiência preliminar, que não se confunde com a audiência 
disciplinada pelo art. 357. 
 
Audiência preliminar 
 
Na ação de embargos de terceiro, a audiência preliminar é designada para 
a ouvida das testemunhas arroladas pelo autor, objetivando a formação do 
convencimento do magistrado no que se refere à manutenção ou à restituição 
do bem em seu favor. Os embargados devem ser intimados para comparecer ao 
ato, em respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa (inciso LV do 
art. 5º da CF), podendo formular perguntas às testemunhas e contraditá-las, 
alegando impedimento ou suspeição. 
 
Enunciado nº 178 do III FPPC-Rio: O valor da causa nas ações fundadas 
em posse, tais como as ações possessórias, os embargos de terceiro e a 
oposição, deve considerar a expressão econômica da posse, que não 
obrigatoriamente coincide com o valor da propriedade. 
Enunciado nº 186 do III FPPC-Rio: A alusão à “posse” ou a “domínio” nos 
arts. 677, 678 e 681 deve ser interpretada em consonância com o art. 674, caput, 
que, de forma abrangente, admite os embargos de terceiro para afastar 
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre quais 
tenha “direito incompatível com o ato constritivo”. 
 
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou 
a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens 
litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração 
provisória da posse, se o embargante a houver requerido. 
 
Princípio da adstrição, da correlação ou da congruência 
 
Atentos à parte final da norma em comentário, percebemos que a 
manutenção ou a reintegração de posse depende de requerimento expresso por 
parte do embargante, o que significa dizer que a providência não pode ser 
adotada de ofício pelo magistrado. 
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou 
reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, 
ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. 
 
Caução 
 
Caução é gênero, com as espécies da caução real e da caução 
fidejussória, devendo ser proporcional ao valor do(s) bem(ns) atingido(s) pelo ato 
de constrição. 
Enunciado nº 186 do III FPPC-Rio: A alusão à “posse” ou a “domínio” nos 
arts. 677, 678 e 681 deve ser interpretada em consonância com o art. 674, caput, 
que, de forma abrangente, admite os embargos de terceiro para afastar 
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre quais 
tenha “direito incompatível com o ato constritivo”. 
 
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) 
dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum. 
 
Dinâmica daação de embargos de terceiro 
 
Decorrido o prazo para a apresentação da contestação, o processo pode 
seguir por um dentre dois caminhos: (a) pode ser julgado de modo antecipado, 
quando o embargado for revel, ou quando a causa versar apenas questão de 
direito, ou, sendo de direito e de fato a última parte houver sido esclarecida por 
documentos; (b) pode ser encaminhado à fase de instrução probatória, para 
produção das provas, ato seguido da apresentação das razões finais e da 
prolação da sentença. 
Súmula 303 do STJ: “Em embargos de terceiro, quem deu causa à 
constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios.” 
 
Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente 
poderá alegar que: 
I – o devedor comum é insolvente; 
II – o título é nulo ou não obriga a terceiro; 
III – outra é a coisa dada em garantia. 
 
Rol taxativo 
 
Quando os embargos de terceiro são opostos por credor com garantia real 
(hipoteca, penhor, anticrese etc.), o embargado (exequente do processo de 
execução, por exemplo) só 
pode alegar as matérias dispostas na norma em exame, redigida em numerus 
clausus. 
 
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida 
será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou 
da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante. 
Enunciado nº 186 do III FPPC-Rio: A alusão à “posse” ou a “domínio” nos arts. 
677, 678 e 681 deve ser interpretada em consonância com o art. 674, caput, que, 
de forma abrangente, admite os embargos de terceiro para afastar constrição ou 
ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre quais tenha “direito 
incompatível com o ato constritivo”. 
 
 
Acordão 
 
 Tribunal de Justiça do Amazonas 
 
Embargos de Terceiros n. º 4001500-89.2016.8.04.0000 
Embargante: Betsabá Roque Marinho 
Embargado: Associação dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais da 
Administração da Polícia – Assoapbmam 
 Relatora: Onilza Abreu Gerth – Juíza de Direito Convocada 
 
A primeira ação que deu ensejo ao Embargo de Terceiro foi a Ação 
Rescisória n°4001365-82.2013.8.04.0000 que bloqueou a matrícula n° 9.267 
junto ao Cartório 1° Ofício. 
A embargante bateu às portas do Poder Judiciário com a seguintes 
alegações: foi surpreendida com a constrição judicial, que parte do terreno 
referente a matrícula 9267 adquirida em 1987, tem a devida escritura de compra 
e venda registrada em cartório, assim como o recibo da respectiva compra, ITBI 
devidamente pagos, e IPTU com comprovante dos últimos 4 anos pagos. Nos 
pedidos do Embargos de Terceiro requer a suspensão da medida constritiva na 
matrícula 9267, da mesma maneira que reconheça o domínio e do direito da 
embargante para proceder a averbação de parte do terreno e, portanto, o 
desmembramento, fundamenta seu direito nos arts. 678 a 681, do Código de 
Processo Civil. 
A embargada, por sua vez, se ateve apenas alegações ilegitimidade da 
parte relatou na contestação que a embargante não registrou a escritura de 
compra e venda perante o cartório de imóveis competente, e por este fato jamais 
adquiriu a propriedade do bem e que a embargante só teria mera expectativa de 
direito, se conseguisse provar o exercício da posse. Requereu, ainda, o seu 
afastamento do polo passivo da demanda, bem como que ação seja julgada sem 
resolução de mérito na forma do art. 354 c/com art. 485, inciso I. 
 
VOTO 
 
A Relatora afastou a alegação da embargada de ilegitimidade passiva 
com fulcro no § 4° do art. 677 do Código de Processo Civil, in verbis: 
Art. 677(...) 
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de 
constrição aproveita, assim como o será seu adversário no 
processo principal quando for sua a indicação do bem para 
a constrição judicial. 
 
Assim resta afastada a alegação da ilegitimidade passiva, visto que a 
embargada que se aproveitaria do ato de constrição, também, por ilação, de 
acordo com o § 4° do art. 677 a constrição se deu por requerimento da ora 
embargada. 
Da mesma forma foi arredada menção da ilegitimidade ativa afirmada pela 
embargada, uma vez que a embargante não foi parte da Ação Rescisória e 
sofreu a constrição sobre seu bem, e consequentemente poderá requerer o 
desfazimento ou sua inibição por meio do embargo de terceiro nos moldes do 
art. 677, caput do CPC. 
De mais a mais o argumento de que o embargante não teria legitimidade 
porque possui apenas a mera expectativa de direito, posto que não levou a 
registro o imóvel em cartório competente, não prosperou, a Embargante 
demostrou a posse do bem com a juntada nos autos da Escritura de Compra e 
Venda firmada com Luiz Francisco e sua esposa junto ao cartório de notas, 
recibo e comprovante de pagamento de IPTU em vários exercícios. 
A Relatora fundamentou sua decisão com a afirmação que é sedimentado 
o entendimento do Superior Tribunal de Justiça que não a óbice para a 
proposição da Ação de Embargo de Terceiro decorrente de compromisso de 
compra e venda, ainda que desprovida de registro pode ser usado como 
fundamento para oposição de Embargos de Terceiros. 
 
Súmula 84. É admissível a oposição de embargos de 
terceiro fundados em alegação de posse advinda do 
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que 
desprovido do registro 
 
 
ASSIM DECIDIU A RELATORA: 
 
Conquanto o documento careça de registro, o que se percebe, pela 
análise das provas estampadas nos autos dos embargos, o Embargante possui 
Escritura Pública de Compra e Venda, recibo e comprovantes de pagamento de 
IPTU, sendo a parte quem produziu a melhor prova. Com efeito, não há nos 
Autos nenhum documento demonstrando que o domínio ou a posse do bem 
pertence ao Embargado, no que tange à matrícula n. º 9.267, junto ao Cartório 
do 1.º Ofício de Registro de Imóveis. Desta forma, o Embargante se desincumbiu 
do ônus que lhe incumbia e o Embargado deixou de demonstrar os fatos 
impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do Embargante, porquanto este 
juntou Escritura de Compra e Venda e o Embargado, por sua vez, se limitou a 
fazer declarações desprovidas de qualquer substrato probatório. 
Nessa linha, reconheceu a escritura como documento hábil de 
demonstração do efetivo exercício da posse, sem outra posse que lhe contradiga 
como melhor posse, e a inexistência de qualquer indício de má-fé do 
embargante. 
O parecer ministerial exercido pelo Excelentíssimo Procurador de Justiça 
corrobora com a linha de pensamento da Excelentíssima Relatora. 
“Com estes fundamentos apresentado, em consonância com o Parecer 
Ministerial, DOU PROVIMENTO ao recurso para desconstituição da penhora 
sobre o imóvel do Embargante, no que tange à matrícula n. º 9.267, junto ao 
Cartório do 1.º Ofício de Registro de Imóveis, nos termos constantes da Inicial. ” 
“Custas processuais, recursais e honorários de sucumbência pelo 
Embargante, suspensa a exigibilidade, por litigar sob o pálio da justiça gratuita. 
” 
“É como voto. ” 
 
 
 
 
 Tribunal de Justiça de São Paulo 
 
 
APELAÇÃO - EMBARGOS DE TERCEIRO: Nº 0000541-62.2012.8.26.0309 
APELANTE: MARCELO ORRU 
APELADOS: ESPÓLIO DE JOSÉ ANTÔNIO ORSINI, SORAYA SAVINI ORSINI 
E SIMONE ORSINI MOREIRA 
JUIZ: HENRIQUE NADER 
 
Trata-se de embargos de terceiro interpostos em relação ao arresto de 
bens determinado nos autos de ação de dissolução de sociedade, alegando o 
autor que adquiriu o imóvel antes da efetivação do arresto, sendo adquirente de 
boa-fé, inexistindo fraude ou irregularidade quando da aquisição do bem. 
 
Inicialmente, o embargado José Antônio Orsini ingressou com ação de 
dissolução de sociedade e apuração de haveres contra seus sócios e a empresa 
TODIBO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS. No curso desta ação faleceu o 
autor, passando a figurar no processo o Espólio. 
 
Em 31/01/2002, houve uma decisão judicial que julgou o processo extinto 
em relação à ré TODIBO, porém em 31/10/2008foi decidido como equivocada a 
anterior exclusão da empresa, sendo reintroduzida no polo passivo da lide, e em 
2009 averbado o arresto. 
 
Ocorre que, um dos lotes da referida empresa havia sido alienado para 
terceiro em 12/06/2007, período em que a empresa TODIBO não constava como 
ré no processo. 
Expostos elementos probatórios que permitem concluir que o negócio 
antecedeu a constrição do bem, portanto a boa-fé do adquirente, foi julgada a 
ação procedente. 
 
 
 
Bibliografia 
 
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm - 
Acesso em 11/05/2020 
 
 Gonçalves, Marcus Vinicius Rios 
Direito processual civil esquematizado® / Marcus Vinicius Rios 
Gonçalves. – 8.ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção 
esquematizado® /coordenador Pedro Lenza) 
 
 Montenegro Filho, Misael - Novo Código de Processo Civil Comentado – 
3. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2018

Outros materiais