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NOME: FRANCISCO NICÁCIO DO NASCIMENTO MATRÍCULA: 201708322205 DISCIPLINA: PRÁTICA SIMULADA IV PROFESSOR(A): Petrucia Danielle AVALIAÇÃO – 01 CASO: Fernando e Lara se conheceram em 31/12/2011 e, em 02/05/2014, celebraram seu casamento civil pelo regime de comunhão parcial de bens. Em 09/07/2014, Ronaldo e Luciano celebraram contrato escrito de compra e venda de bem móvel obrigando-se Ronaldo a entregar o bem em 10/07/2014 e Luciano a pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em 12/07/2014. O contrato foi assinado pelos seguintes sujeitos: Ronaldo, Luciano, duas testemunhas (Flávia e Vanessa) e Fernando, uma vez que do contrato constou cláusula com a seguinte redação: “pela presente cláusula, fica estabelecida fiança, com renúncia expressa ao benefício de ordem, a qual tem como afiançado o Sr. Luciano e, como fiador, o Sr. Fernando, brasileiro, casado pelo regime de comunhão parcial de bens, economista, portador da identidade X, do CPF-MF Y, residente e domiciliado no endereço Z”. No dia 10/07/2014, Ronaldo entregou o bem móvel, enquanto Luciano deixou de realizar o pagamento em 12/07/2014. Em 15/07/2014, Ronaldo iniciou execução de título extrajudicial apenas em face do fiador, Fernando, distribuída automaticamente ao juízo da MM. 2ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. O executado é citado para realizar o pagamento em 03 dias. Fernando apresentou embargos, os quais são rejeitados liminarmente, porquanto manifestamente improcedentes. Não foi interposto recurso contra a decisão dos embargos. A execução prosseguiu, vindo o juiz a determinar, em 08/11/2014, a penhora de bens, a serem escolhidos pelo Oficial de Justiça, para que, uma vez penhorados e avaliados, sejam vendidos em hasta pública, a ser realizada em 01/03/2015. Em 11/12/2014, foi penhorado o único apartamento no qual Fernando e Lara residem — avaliado, naquela data, em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) —, bem imóvel esse adquirido exclusivamente por Lara em 01/03/2000. Na mesma data da penhora, Fernando e Lara foram intimados, por Oficial de Justiça, sobre a penhora do bem e sobre a data fixada para a expropriação (01/03/2015). Em 12/12/2014, Lara compareceu ao seu Escritório de Advocacia, solicitando aconselhamento jurídico. Na qualidade de advogado (a) de Lara, elabore a peça processual cabível para a defesa dos interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. Boa Avaliação! PEÇA ABAIXO! - - - - - - EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEIL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. AÇÃO DE EMBARGO DE TERCEIRO DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA AO PROCESSO Nº. ...... (NOVO CPC, ART. 676) LARA(“Embargante”), nacionalidade, casada, profissão, RG nº......, inscrita no MF sob CPF nº......, residente e domiciliado no endereço Z com endereço eletrônico@......, Telefone /WhatsApp......, ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V c/c art. 287, caput, um e outro do NCPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, com suporte no art. 674 e segs. do novo CPC, ajuizar presente EMBARGOS DE TERCEIRO ( com pedido de medida cautelar em caráter liminar ) em face de RONALDO(“Embargado”), nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº......, inscrito no MF sob o CPF nº......, residente e domiciliado na Rua ......, nº ......, Cidade ......, no Estado ......, – CEP......, com endereço eletrônico@......, Telefone c/ WhatsApp......, em razão das justificativas de ordem fática e direito, abaixo delineadas. CONSIDERAÇÕES INICIAIS I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA A assistência Judiciária Gratuita está prevista no artigo 5o, inciso LXXIV da Constituição Federal, que atribui ao Estado a obrigação de garantir que a pessoa com poucos recursos financeiros tenha acesso a justiça, sem ter que arcar com o custo. A gratuidade de Justiça está regulamentada nos artigos 98 a 102 do NCPC, que revogou algumas disposições da Lei 1.060/50. Conforme o artigo 98, a parte que comprovar que não tem condições de arcar com as taxas e custas exigidas para a tramitação de um processo judicial, seja pessoa física ou jurídica, pode ter o benefício concedido por meio da decisão de magistrado, mesmo que tenha advogado particular. O benefício pode ser solicitado em qualquer fase do processo. A isenção deste benefício alcança as taxas ou custas processuais necessárias. Código de Processo Civil. Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. (.....) Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. (.......) (.......) § 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. § 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça. (.....) A AUTORA vem respeitosamente, pedir a V.Exa. a concessão desse benefício, pois ela se declara pobre na forma da lei e que no caso de pagamento destas custas, terá afetada a condição ideal para o seu sustento e de sua família, cabendo assim, usar desse meio legal e justo para pleitear seu direito junto a esse juízo. II - DA TEMPESTIVIDADE Código de processo civil Art. 675 – Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Constata-se que a presente ação tem por fundamento desconstituir ato constritivo judicial (penhora), decorrente de ação de execução por título extrajudicial. Na ação supracitada, a fase processual que ora se apresenta é a intimados, por Oficial de Justiça, sobre a penhora do bem e sobre a data fixada para a expropriação do imóvel, que será em 01/03/2015 (primeiro de março de dois mil e quinze). Portanto, à luz do que preceitua o art. 675, caput, do CPC 2015, não existiu, ainda, “arrematação”, “adjudicação” ou “remição” do imóvel em apreço. Também por este prisma é o entendimento de Humberto Theodoro Júnior, que perfilha ele pensar, ao asseverar que: Dispõe o art. 675 do NCPC sobre a oportunidade de que dispõe o terceiro para fazer uso dos embargos, tratando separadamente as hipóteses de atos derivados do processo de conhecimento e de atos próprios do processo de execução: (a) se a constrição ocorre no curso de processo de conhecimento, o terceiro pode opor embargos enquanto não ocorrer o trânsito emjulgado da sentença; (b) se a moléstia aos bens do estranho se dá na fase de cumprimento de sentença ou em processo de execução, a oportunidade dos embargos vai até cinco dias depois da arrematação, adjudicação ou alienação por iniciativa particular, mas nunca após a assinatura da respectiva carta. O trânsito em julgado é apontado pelo art. 675 do NCPC apenas como marco temporal, já que para o estranho à relação processual não se forma a res iudicata. Assim, mesmo depois de ultrapassado o dies ad quem assinalado na lei, ao terceiro sempre estará facultado o uso das vias ordinárias para reivindicar o bem constrito judicialmente. Apenas não poderá se valer da via especial dos embargos disciplinados pelo art. 674. Por isso, está assente na doutrina o entendimento de que nenhum terceiro está jungido à obrigação ou ônus de usar dos embargos. Trata- se de simples faculdade que a lei lhe confere, cuja não utilização em nada afeta o direito material do interessado [ ... ] III - DA TUTELA CAUTELAR COM PEDIDO LIMINAR A EMBARGANTE adquiriu o imóvel - que fora penhorado - anteriormente ao seu casamento, esse bem foi comprado exclusivamente por Lara em 01/03/2000, apesar de ser usado atualmente como moradia pelo casal, ele porém, não se comunica com bens do casal, que possam ser penhoráveis, já que ela só conheceu o sr. Fernando(polo passivo na execução extrajudicial) em 31/12/2011, vindo, em 02/05/2014, celebrar seu casamento civil pelo regime de comunhão parcial de bens e, de acordo com os arts. 1658 e 1659 do CC e art. 5º da lei 8.009/90, dispõem, que nesse regime os bens adquiridos por algum dos cônjuges antes do casamento não configura com bem do casal, fato pelo qual é ilegítima a penhora do imóvel pertencente exclusivamente a EMBARGANTE e ela não figura como parte no processo nº......., não há do que se falar em penhora de seus bens, por isso, fundamentada nos artigos citados, expressa o seguinte: Lei nº 8.009 de 29 de março de 1990 Dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I – Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; Sendo assim, não cabe penhora desse imóvel, ele não figura entre os bens do executado, não sendo capaz de satisfazer o resultado da execução do processo em tela; motivo pelo qual a proprietária alega - através de provas documentais - a ilegitimidade do ato processual e pede sua nulidade. A EMBARGANTE, de acordo com art. 1659 inciso I do CC, não pode ter seus bens particulares constritos, apesar de ser casada com o Réu do processo originário, no regime de comunhão parcial de bens. A medida cautelar com pedido liminar, solicitada pela EMBARGANTE, se baseia também no que dispõe, além do art. 1659, I do CC e do art. 5º da lei 8.009/90, nas disposições dos demais artigos do NCPC, citados aqui abaixo: Código de Processo Civil. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. (......) https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108914/Lei-n-8.009-de-29-de-Marco-de-1990#art-5 Código de Processo Civil. Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. § 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 Código de Processo Civil. Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. A AUTORA sofreu penhora indevida de seu bem imóvel conforme o art. 5ª da lei 8009/90 e os art. 1658 e 1659, I do CC, por isso, requer a manutenção da sua posse em definitivo para que não tenha seu direito violado e venha sofrer com o Periculum In Mora e o Fumus Boni Iuris. III.1 - Periculum In Mora Traduz-se, literalmente, como “perigo na demora”. Para o direito brasileiro, é o receio que a demora da decisão judicial cause um dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado. Isso frustraria por completo a apreciação ou execução da ação principal. Portanto, juntamente com o fumus boni iuris, o periculum in mora é requisito indispensável para a proposição de medidas com caráter urgente (medidas cautelares, antecipação de tutela). A configuração do periculum in mora exige a demonstração de existência ou da possibilidade de ocorrer um dano jurídico ao direito da parte de obter uma tutela jurisdicional eficaz na ação principal. Caso que se observa no direito da https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/Lei-n-13.105-de-16-de-Marco-de-2015#art-678 AUTORA, pois o seu imóvel foi adquirido exclusivamente por ela bem antes do seu elance matrimonial, fato que ilegítima o bem a penhora. III.2 - Fumus Boni Iuris Traduz-se, literalmente, como “fumaça do bom direito”. É um sinal ou indício de que o direito pleiteado de fato existe. Não há, portanto, a necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera suposição de verossimilhança. Esse conceito ganha sentido especial nas medidas de caráter urgente, juntamente com o periculum in mora. Fonte: STF (Glossário Jurídico). III - DOS FATOS A EMBARGANTE relatou que ela e Fernando se conheceram em 31/12/2011 e, em 02/05/2014, celebraram seu casamento civil pelo regime de comunhão parcial de bens. Em 09/07/2014, o sr. Ronaldo(embargado) e o sr. Luciano celebraram contrato escrito de compra e venda de bem móvel obrigando-se Ronaldo a entregar o bem em 10/07/2014 e Luciano a pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em 12/07/2014. O contrato foi assinado pelos seguintes sujeitos: Ronaldo(embargado), Luciano, duas testemunhas (Flávia e Vanessa) e Fernando(esposo da embargante), uma vez que do contrato constou cláusula com a seguinte redação: “pela presente cláusula, fica estabelecida fiança, com renúncia expressa ao benefício de ordem, a qual tem como afiançado o Sr. Luciano e, como fiador, o Sr. Fernando, brasileiro, casado pelo regime de comunhão parcial de bens, economista,portador da identidade X, do CPF-MF Y, residente e domiciliado no endereço Z”. No dia 10/07/2014, Ronaldo(embargado) entregou o bem móvel, enquanto Luciano deixou de realizar o pagamento em 12/07/2014. Em 15/07/2014, Ronaldo(embargado) iniciou execução de título extrajudicial apenas em face do fiador, o sr. Fernando(esposo da embargante), distribuída automaticamente ao juízo da MM. 2ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. O executado é citado para realizar o pagamento em 03 dias. Fernando apresentou embargos, os quais foram rejeitados liminarmente, porquanto manifestamente improcedentes. Porém, não foi interposto recurso contra a decisão dos embargos. A execução prosseguiu, vindo o juiz a determinar, em 08/11/2014, a penhora de bens, a serem escolhidos pelo Oficial de Justiça, para que, uma vez penhorados e avaliados, sejam vendidos em hasta pública, a ser realizada em 01/03/2015. Contudo, em 11/12/2014, foi penhorado o único apartamento no qual Fernando e Lara(embargante) residem — avaliado, naquela data, em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) —, bem imóvel esse adquirido exclusivamente por Lara em 01/03/2000, bem antes do seu casamento civil com Fernando. Na mesma data da penhora, Fernando e Lara foram intimados, por Oficial de Justiça, sobre a penhora do bem e sobre a data fixada para a expropriação (01/03/2015). Em 12/12/2014, Lara(embargante) constitui um patrono para impetrar ação de EMBARGOS DE TERCEIRO em desfavor do sr. Ronaldo(embargado), o que se propõe respeitosamente mediante este juízo. IV - NO MÉRITO IV1 – Da legitimidade passiva e legitimidade ativa No Código, a legitimidade para a propositura da ação de embargos de terceiro é regulada pelo art. 674 do CPC/15. Os embargos são de terceiro. Deve-se então partir inicialmente desta ideia básica, legitimado ativo é aquele que não é parte no processo no qual praticado (ou em que se encontra em vias de praticar) o ato de constrição. Sendo que esse terceiro pode ser, mas não apenas, o proprietário, inclusive o proprietário fiduciário, ou o possuidor do bem. A ação de execução em mira (Proc. nº. ......), ora por dependência, tem como partes nos Embargos de Terceiro o sr. RONALDO(Embargado) figurando no polo passivo e, no polo ativo do mesmo, singularmente a senhora , LARA(Embargante). Destarte, a EMBARGANTE não é parte na relação processual acima citada no processo nº......, porém, teve seu bem indicado para penhora pelo juízo, através do Oficial de Justiça, este escolheu equivocadamente, o imóvel pertencente a EMBARGANTE, esse apresentava, nesse processo, ilegitimidade para penhora. Ademais, conforme adiante se comprovará, mediante a documentos anexos, que a EMBARGANTE é possuidora ativa do imóvel constrito pela penhora. Nesse contexto, aquela é parte legitima para defender a posse do bem em espécie, pois define o novo CPC/2015 que: Código de processo civil Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1º - Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. À guisa de corroboração, necessário se faz trazer à baila o entendimento do eminente professor Alexandre Câmara: Também se considera legitimado a recorrer o terceiro prejudicado. Trata-se da afirmação de que terceiros, afetados por decisões judiciais, podem recorrer. O recurso de terceiro é uma modalidade de intervenção voluntária de terceiro (já́ que através de seu recurso um terceiro ingressa voluntariamente em um processo de que não participava). Em abono dessa disposição doutrinária, mister se faz trazer à colação a judiciosa ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. NULIDADES AFASTADAS. AUTO DE PENHORA JUNTADO NOS AUTOS DA EXECUÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DO PROMITENTE COMPRADOR. ART. 674, §1º DO NCPC. SÚMULA Nº 84 DO STJ. IMPENHORABILIDADE DA PEQUENA https://www.peticoesonline.com.br/modelo-peticao/modelo-de-contrato-de-compra-e-venda-simples-de-imovel-parcelado https://www.peticoesonline.com.br/modelo-recurso-apelacao-civel-novo-cpc-pn808 http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Jurisprudencia/Sumulas http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Jurisprudencia/Sumulas PROPRIEDADE RURAL. REQUISITOS DEMONSTRADOS. SENTENÇA MANTIDA. Considerando que o auto de penhora se encontra colacionado nos autos da execução correlata aos presentes embargos de terceiro, não há por que se falar em nulidade, decorrente da ausência de condição específica da ação incidental. São cabíveis embargos de terceiro com fundamento em promessa de compra e venda, a teor do entendimento sumulado pelo E. STJ (Súmula nº 84: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro). Demonstrados os requisitos legais para vedar a constrição à pequena propriedade rural: Área qualificada como pequena, nos termos legais; e propriedade seja trabalhada pela família, para garantir a subsistência, de rigor a procedência dos Embargos de Terceiro opostos. Recurso Improvido [...] Endossam este raciocínio as lições de Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery, quando assim lecionam: "Natureza dos embargos. Trata-se de ação de conhecimento, constitutiva negativa, de procedimento especial sumário, cuja finalidade é livrar o bem ou direito de posse ou propriedade de terceiro da constrição judicial que lhe foi injustamente imposta em processo de que não faz parte. O embargante pretende ou obter a liberação (manutenção ou reintegração de posse), ou evitar a alienação de bem ou direito indevidamente constrito ou ameaçado de o ser... IV.2 - Ilegalidade da penhora O presente Embargo tem por objetivo excluir a constrição do bem cogitado. A Embargante, pois, apresenta-se como possuidora direta. Não é parte do processo executivo, contudo sofreu turbação por ato judicial (penhora). Antes de tudo, sopesemos o caso em vertente não representa fraude à execução. O bem fora adquirido pela embargante, em data anterior a seu elance matrimonial cível e bem antes à propositura da ação executiva, antes de ser firmado o negócio jurídico pelas partes envolvidas no processo nº......., que originou a execução extrajudicial. No art. 674 NCPC. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua, ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de EMBARGOS DE TERCEIRO. Na linha de entendimento descrita no art. 674, do Estatuto de Ritos, se o bem penhorado é de terceiro (aqui a Embargante), assiste-lhe o direito de pleitear a prestação jurisdicional, de sorte a desconstituir a constrição. Para isso, traz à colação prova da posse e/ou propriedade do bem, art. 677 do NCPC. Nesse compasso, demonstrado com esta peça vestibular,por meio de inúmeros documentos, que a EMBARGANTE detém a posse direta do imóvel, muito antes do aviamento da ação executiva, como também do tempo que pudesse configurar bem passivo de penhora. Desse modo, é possuidora legítima e de boa-fé. A EMBARGANTE, de acordo com art. 1659 inciso I do CC, não pode ter seus bens particulares constritos, apesar de ser casada com o Réu do processo originário, no regime de comunhão parcial de bens. Se baseando também no que dispõe, além do art.1.659, I do CC e do art. 5º da lei 8.009/90, nas disposições dos demais artigos do NCPC, citados aqui abaixo: Código de Processo Civil. Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ; Código de Processo Civil. Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. § 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 Código de Processo Civil. Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. Com esse enfoque, é altamente ilustrativo evidenciar as seguintes notas de jurisprudência: EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO DE CONTRATO DE LOCAÇÃO EM FACE DO FIADOR. PENHORA SOBRE FRAÇÃO DO IMÓVEL OBJETO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA FIRMADO ENTRE IRMÃOS. Inocorrência de fraude à execução. Súmula nº 375, STJ. Ausência de registro prévio da penhora ou de citação. Presunção de boa-fé do adquirente. Imóvel vendido antes do ajuizamento da ação de execução e da constituição do crédito. Insolvência do devedor ao tempo da alienação não comprovada. Embargos de terceiro julgados procedentes para manter a embargante na posse do bem e declarar insubsistente a penhora. Sentença mantida. Recurso desprovido [ ... ] AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS EM AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS EM FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PRETENSÃO DE SUSPENSÃO DO FEITO AO ARGUMENTO DE QUE É O VERDADEIRO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL E QUE HOUVE OFENSA AO ART. 5º, LV, DA CR/88, JÁ QUE NÃO COMPÔS A LIDE PRINCIPAL E QUE ESTÁ NA IMINÊNCIA DE PERDER SEU BEM IMÓVEL. Decisão agravada que indeferiu a liminar sob o fundamento de que o demandante não apresentou o competente registro do imóvel, não prestou caução e não comprovou o pagamento das cotas condominiais. Inconformismo do embargante que pretende a reforma do decisim. Oposição de embargos de terceiros instruída por https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/Lei-n-13.105-de-16-de-Marco-de-2015#art-678 https://www.peticoesonline.com.br/acao-cobranca-novo-cpc compromisso de compra e venda desprovido de registro. Cabimento. Súmula nº 84/STJ ("é admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro"). Com efeito, o STJ no RESP nº 1.345.331/RS, submetido à sistemática do art. 543-c do CPC/73, sedimentou entendimento segundo o qual a responsabilidade pelas despesas de condomínio pode recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o promissário comprador e que, somente havendo a comprovação de que o promissário comprador se imitiu na posse do imóvel e que o condomínio teve ciência inequívoca da transação, seria possível afastar a legitimidade passiva do promitente vendedor. Ausência dos requisitos do art. 300 do CPC/2015. In casu, observa-se que o embargante é o possuidor do imóvel desde 27.06.2000, sendo certo que desde 2010 quando ajuizada a ação de cobrança as cotas condominiais não haviam sido adimplidas, inexistindo nestes autos comprovação da quitação da obrigação do condômino, conforme exige o art. 1.315 do Código Civil. Ademais, o embargante não prestou caução determinada pelo parágrafo único do art. 678 do NCPC. Por fim, a alegação de ciência inequívoca do condomínio sobre a imissão da posse pelo promitente comprador não lhe beneficia, pois demonstra na verdade que tem ele a obrigação de arcar o débito. Distorção da tese. Venire contra factum proprium. Recurso desprovido [ ... ] APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. NULIDADES AFASTADAS. AUTO DE PENHORA JUNTADO NOS AUTOS DA EXECUÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DO PROMITENTE COMPRADOR. ART. 674, §1º DO NCPC. SÚMULA Nº 84 DO STJ. IMPENHORABILIDADE DA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL. REQUISITOS DEMONSTRADOS. SENTENÇA MANTIDA. Considerando que o auto de penhora se encontra colacionado nos autos da execução correlata aos presentes embargos de terceiro, não há por que se falar em nulidade, decorrente da ausência de condição específica da ação incidental. São cabíveis embargos de terceiro com fundamento em promessa de compra e venda, a teor do entendimento sumulado pelo E. STJ (Súmula nº 84: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro). Demonstrados os requisitos legais para vedar a constrição à pequena propriedade rural: Área qualificada como pequena, nos termos legais; e propriedade seja trabalhada pela família, para garantir a subsistência, de rigor a https://www.peticoesonline.com.br/modelo-embargos-execucao-novo-cpc-pn527 procedência dos Embargos de Terceiro opostos. Recurso Improvido [...] Tal fato, por si só, torna admissível a oposição de Embargos de Terceiro, fundados em alegação de posse advinda de compra em data anterior ao casamento, não tendo do que se falar em bem do casal, já que celebraram seu casamento civil pelo regime de comunhão parcial de bens. Eles se conheceram em 31/12/2011 e, em 02/05/2014 se casaram, porém o bem em questão foi adquirido em 01/03/2000, bem antes do seu casamento civil. Nesse contexto, mormente em face da posse legítima - do imóvel penhorado - pela Embargante e, mais, face à constrição, ocorrida indevidamente após à aquisição do imóvel, a penhora deverá ser desconstituída judicialmente, por sentença meritória. Conclui-se que, a penhora do bem causará um imenso dano a EMBARGANTE, pois essa o adquiriu para seu uso e já o detém de forma contínua, sendo assim, a sua turbação gerará grave dano ao seu animus de obter de forma definitiva para usufruto familiar; o imóvel servira como bem de primeira necessidade o que dispõe o art. 6º da CRFB sobre o direito social a moradia, como também, o direito à propriedade assegurado no art. 5º, inciso XXII da mesma CRFB. O Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 estabelece que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” Dentro deste Artigo, o Inciso XXII determina: “XXII – é garantido o direito de propriedade” O bem imóvel estando cumprindo a sua função social, está assegurado ao seu possuidor ativo, legítimo a sua permanência para uso conforme o que dispõe o CC. CC - Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Institui o Código Civil. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91577/CC-Lei-n-10.406-de-10-de-Janeiro-de-2002#art-1228 § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. IV.3 – Substituição do bem penhorado. Observando os fatos, identificamos que figura no polo passivo da ação de EXECUÇÃO o sr. FERNANDO(esposo da embargante), no processo nº....... O REQUERIDO nesse processo, segundo o que foi apurado consultando os fatos, não dispõe de outros bens móveis ou imóveis penhoráveis, que possam substituir o bem constrito, assim, respeitosamente, estamos relatando esse fato a este juízo, caso busque a substituição, o que garante a verdade do art. 844 do NCPC. Diante de tudo que foi exposto, esperamos que prospere este Embargo, sendo deferidos todos os pedidos, conforme o que assegura a verdade da lei. V – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) A distribuição do presente embargo, por dependência no processo nº .......; b) A Expedição de mandado liminar para manutenção da posse e a suspensão das medidas constritivas que recaem sobre o bem da EMBARGANTE, conforme já demonstrado e por força do art. 678 do NCPC; c) A citação do EMBARGADO, pessoalmente ou na pessoa do seu procurador caso tenha, conforme o art. 677 § 3º do NCPC para que, querendo, apresente contestação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de caracterização de revelia e verificação de seus efeitos art. 679 do NCPC; d) A confirmação da liminar no sentido de manter a EMBARGANTE definitivamente na posse do bem, cancelando-se a penhora realizada; e) No caso da não confirmação da liminar, no mérito, após conhecer os detalhes, acolher o pedido para a manutenção da EMBARGADA, na posse do seu imóvel, ficando extinta a penhora, de acordo com o art. 677 do NCPC; f) Julgar totalmente procedente a condenação do EMBARGADO ao pagamento das custas processuais e honorários de sucumbências, como também as demais despesas do processo, conforme art. 82, § 2º e 85 do NCPC; g) A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente a produção de provas, conforme art. 677 do NCPC, documental (em anexo), o art. 450 do NCPC, testemunhal (rol); h) Que seja reconhecida a legitimidade processual da EMBARGANTE, de acordo com o art. 674 do NCPC; i) A ilegalidade da penhora, pelo fato do bem não figurar legitimamente no processo, pois os bens impenhoráveis são aqueles que não estão sujeitos à constrição judicial e, por causa disso, não estão sujeitos à execução. A impenhorabilidade está prevista no artigos 832 e 833 do Novo CPC; j) A juntada do recolhimento de custas, conforme artigo 84 NCPC. VI - DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), conforme dispõe a verdade do art. 291 do NCPC. Nestes termos. Pede deferimento. Local e data Advogado OAB/UF ROL DE TESTEMUNHAS: 1 - Nome............, endereço......., CPF......., Telefone/WhatsApp......; 2 - Nome............, endereço......., CPF......., Telefone/WhatsApp......; 3 - Nome............, endereço......., CPF......., Telefone/WhatsApp....... Recibo de entrega Trabalho entregue com sucesso. Código do recibo: 14248095 Trabalho entregue: AV 1 Trabalho entregue: 27/04/2021 10:14 Observações: Arquivo enviado: AV 1 PROVA PRÁTICA SIMULADA IV.pdf Recibo de entrega Trabalho entregue com sucesso. Código do recibo: 14251101 Trabalho entregue: AV 1 Trabalho entregue: 27/04/2021 16:04 Observações: Professora, fiz o reenvio, pois havia digitado um inciso incor reto na qualificação. Arquivo enviado: AV 1 PROVA PRÁTICA SIMULADA IV.pdf
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