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Disciplina: Estruturas de Aço e Madeira Prof. Valdir Oliveira Junior Critérios de dimensionamento Sistemas Estruturais ➢ As estruturas devem oferecer segurança a todas as ações, por mais desfavoráveis que sejam, ao longo de sua vida útil para o qual foi projetada. ➢ As estruturas não devem atingir um estado limite imediato ou em longo prazo, mesmo em condições precárias de funcionalidade. ➢ Além da previsão de todas as ações, do projeto adequado, é necessário também que a estrutura tenha uma reserva de resistência, garantida por coeficientes de segurança adequados. ➢O Método das Tensões Admissíveis foi o primeiro método a ser utilizado para garantir a segurança. Até meados da década de 1980, o projeto de estruturas metálicas NBR 8800 utilizava o Método das Tensões Admissíveis. Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ Com a revisão da norma de estruturas metálicas em 1986, começou- se a utilizar o Método dos Estados Limites. ➢ A NBR 8681:2003 Ações e Segurança nas Estruturas, define as condições e critérios do Método dos Estados Limites. ➢ Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de seus objetivos. ➢ Eles podem ser divididos em Estados Limites Últimos (ELU) e Estados Limites de Utilização, ou de Serviço (ELS). Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ Quando uma seção da estrutura entra em escoamento, dois fenômenos importantes acontecem: a) o escoamento começa no ponto de maior tensão e depois de se propaga a outros pontos da seção, aumentando sua resistência interna; b) em estruturas hiperestáticas, o escoamento de uma ou mais seções provoca redistribuição dos momentos fletores, aumentando a resistência da estrutura. ➢ Diz-se que uma estrutura é segura quando ela possui condições de suportar todas as ações ao longo de sua vida útil para a qual foi projetada. Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ Por ações entendem-se todas as cargas (G, Q, CV, CE) que provocam tensões na estrutura. ➢ A estrutura atinge seu estado limite último (ELU) quando: ✓ perde a estabilidade; ✓ em um de seus pontos o material atinge a tensão de ruptura; ✓ há uma deformação plástica excessiva. ➢ O conceito de segurança abrange o estado limite ao longo de sua vida útil e às condições de funcionalidade. ➢ Por isso, existem os dois tipos de estados limites: estados limites últimos (ELU) e estados limites de utilização (ELS). Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ O método dos estados limites utilizado para o dimensionamento dos componentes de uma estrutura (barras, elementos e meios de ligação) exige que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a estrutura for submetida a todas as combinações apropriadas de ações. ➢ Quando a estrutura não mais atende aos objetivos para os quais foi projetada, um ou mais estados limites foram excedidos. ➢ Os estados limites últimos estão relacionados com a segurança da estrutura sujeita às combinações mais desfavoráveis de ações previstas em toda a sua vida útil. ➢ Os estados limites de utilização estão relacionados com o desempenho da estrutura sob condições normais de serviço. Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ O princípio fundamental deste método é que a resistência de cálculo (Rd) de cada componente ou conjunto da estrutura deve ser igual ou superior à solicitação de cálculo (Sd). ➢ A resistência de cálculo é determinada para cada estado limite e é igual ao produto de um coeficiente de minoração (ϕ) pela resistência nominal (Rn), ou seja, Rd = ϕ* Rn. Portanto: onde: Sd = solicitação de cálculo Rn = resistência nominal do material ϕ= coeficiente de minoração do material Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ No método dos estados limites, ainda, as ações devem ser majoradas de um coeficiente de majoração das ações (γ) onde: Sd = solicitação de cálculo S = esforço nominal γ = coeficiente de majoração das ações ➢ Devemos seguir as recomendações da norma NBR 8681 () - Ações e Segurança nas Estruturas, combinando as cargas e os coeficientes de majoração especificados para cada uma delas. Métodos dos Estados Limites Sistemas Estruturais ➢ Os Estados Limites de Utilização estão associados às cargas em serviço. ➢ Evita-se, assim, a sensação de insegurança dos usuários de uma obra na presença de deslocamentos ou vibrações excessivas, ou ainda, prejuízo de componentes não estruturais como alvenarias e esquadrias. ➢ No Estado Limite de Utilização, as cargas são combinadas como anteriormente explanado sem, entretanto, majorar seus valores, ou seja, utilizando (γ =1,0). Peças Tracionadas ➢ Peças tracionadas são aquelas sujeitas a solicitações axiais de tração, geralmente denominadas tração simples. ➢ As peças tracionadas podem ser empregadas em estruturas como tirantes, barras tracionadas de treliças, etc. ➢ As peças tracionadas são dimensionadas admitindo-se distribuição uniforme das tensões de tração na seção transversal considerada. ➢ Esta condição é obtida na maioria dos casos na prática, principalmente se a peça não apresentar mudanças bruscas na seção transversal. ➢ Admite-se que a carga de tração axial seja aplicada no centro de gravidade (CG) da seção. Peças Tracionadas ➢No dimensionamento analisam-se primeiramente as condições de resistência e, em seguida, as condições de estabilidade da barra. ➢As seções transversais das barras tracionadas podem ser simples ou compostas como, por exemplo: barras redondas; barras chatas; perfis laminados (L, C, D, I); perfis compostos. ➢As ligações das extremidades das peças tracionadas com outras partes da estrutura são feitas por diversos meios como: soldagem, parafusos e rebites, rosca e porca para barras rosqueadas. Peças Tracionadas Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) ➢A resistência de uma peça submetida a tração axial pode ser determinada pela ruptura da seção líquida (que provoca colapso), ou pelo escoamento generalizado da seção bruta (que provoca deformações excessivas). Peças tracionadas com furos ➢Os furos diminuem a área da seção transversal da peça. ➢Portanto, há um enfraquecimento na peça, que deve ser considerado no dimensionamento. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças tracionadas com furos a)ruptura da seção líquida (condição de resistência): b)escoamento da seção bruta (condição de ductilidade): Onde: Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças tracionadas com extremidades rosqueadas As barras com extremidades rosqueadas, consideradas neste item, são aquelas com diâmetro igual ou superior a 12,5 mm (1/2"). Onde: Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças ligadas com pinos No caso de chapas ligadas por pinos, a resistência é determinada pela ruptura da seção líquida efetiva. Limitação de esbeltez das peças tracionadas O Índice de Esbeltez (λ) é definido como a relação entre o comprimento livre (não contra ventado) (L) e o raio de giração mínimo (rmin ou imin) de sua seção transversal. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Limitação de esbeltez das peças tracionadas ➢ O índice de esbeltez é muito importante no dimensionamento de peças comprimidas, nas quais pode ocorrer o fenômeno da flambagem. ➢ Nas peças tracionadas, o índice de esbeltez não tem importância fundamental, pois o esforço de tração tende a retificar a haste, reduzindo a excentricidade construtiva inicial. ➢ Contudo, as normas fixam valores mínimos de coeficiente de esbeltez, a fim de reduzir efeitos vibratórios provocados por impactos, vento,etc. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Limitação de esbeltez das peças tracionadas ➢O índice de esbeltez de barras tracionadas, excetuando-se tirantes de barras redondas pré-tensionadas, não pode, em princípio, exceder os seguintes limites: Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Diâmetro dos furos Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Diâmetro dos furos ➢ Os furos enfraquecem a seção da peça. ➢O diâmetro total a ser considerado é igual ao diâmetro nominal do conector (d), acrescido de 3,5 mm. ➢ A Norma, o AISC (American Institute Steel Construction) recomenda considerar os furos com diâmetros 1/8" (3,2 mm) maiores que o diâmetro nominal adotado. ➢ Este acréscimo de diâmetro é devido às imperfeições causadas na chapa durante a abertura do furo, especialmente se forem abertos por punção. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Diâmetro dos furos ➢ É erro comum, principalmente para os que vêm o assunto pela primeira vez, pensar na área líquida como a área bruta, subtraída das áreas de todos os furos existentes na ligação. ➢ Isto é incorreto; a área líquida é estudada, pensando-se numa possível seção de ruptura, tendo-se em mente a transmissão de esforços (distribuição de tensões no interior da peça). ➢ Deve ser imaginada como a seção mais provável de ruína. Logo, os furos a serem considerados serão, somente aqueles contidos na seção de ruptura em estudo. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Diâmetro dos furos Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida dos furos ➢ Numa barra com furos, a área líquida (An) é obtida subtraindo-se da área bruta (Ag) as áreas dos furos contidos em uma mesma seção reta da peça. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida dos furos ➢ No caso de furação em zig-zag, é necessário pesquisar diversos percursos para se encontrar o menor valor de seção líquida uma vez que a peça pode romper segundo qualquer um desses percursos. g = espaçamento transversal entre duas filas de furos (gage) s = espaçamento longitudinal entre furos de filas diferentes p= espaçamento entre furos da mesma fila (pitch) Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida dos furos Os segmentos zig-zag são computados com um comprimento reduzido, dado pela seguinte expressão empírica: A área líquida (An) de barras com furos pode ser representada pela equação: onde: b = altura e t = espessura da barra Adotando-se o menor valor obtido nos diversos percursos pesquisados. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida efetiva Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida efetiva Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida efetiva An,ej = Ct x An , onde: An,ej = Seção (Área) líquida efetiva Ct = Coeficiente de tração An = Área líquida da barras Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida efetiva Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Seção Transversal líquida efetiva ➢ No caso de barras tracionadas com ligações soldadas apenas em alguns dos elementos da seção, o coeficiente de redução da área depende da relação entre o comprimento longitudinal das soldas l e a largura b da chapa ligada. Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças Tracionadas Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) Peças Tracionadas Exercícios 1. Calcular a espessura necessária de uma chapa de 100 mm de largura, sujeita a um esforço axial de tração de 100 kN. Resolver o problema utilizando o aço comercial (MR-250). 2. Duas chapas 7/8” x 300 mm são emendadas por traspasse com 8 parafusos de 7/8". Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias para uma carga axial de tração de 300 kN, admitindo-se aço MR 250 (ASTM A36). Peças Tracionadas Exercícios 3. Duas chapas (280 mm x 20 mm) são emendadas por traspasse com furos d = 20 mm, abertos por punção. Calcular o esforço resistente de projeto das chapas, admitindo-se submetidas à tração axial. Dado: Aço MR 250. Aço: MR 250: fyd= 250 MPa fuk = 400 MPa Peças Tracionadas Exercícios 4. Para o perfil [U 381 x 50,4 kg/m ] (15"), em aço MR 250 da figura, calcular o esforço resistente de tração. O diâmetro dos conectores é d = 22 mm. Área da seção transversal do perfil Ag = 64,2 cm². Peças Tracionadas Exercícios 5. Calcular o diâmetro do tirante em aço ASTM A36 (MR 250), capaz de suportar uma carga axial de 150 kN (15 tf), sabendo-se que a transmissão da carga será feita por um sistema de rosca e porca. Admite-se que a carga seja do tipo permanente, com grande variabilidade (γf = 1,4). Peças Tracionadas Exercícios 6. Para a cantoneira [L 178 x 102 x 12,7] (7” x 4” x l/2”) indicada na Figura, determinar: a) a área líquida, sendo os conectores de diâmetro d = 22 mm (7/8"); b) o maior comprimento admissível, para esbeltez máxima λ = 240.
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