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PLÁGIO, DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E AUTORIA CIENTÍFICA

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PLÁGIO, DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E AUTORIA CIENTÍFICA
MESTRANDAS: Camila Monteiro e Tereza Cristina
INTRODUÇÃO:
 Plágio no Meio Científico
Segundo o guia “Academic good practice – a practical guide” feito em 2019 pela University of Oxford, os alvos de plágio no ambiente científico são:
Artigos, que podem ou não terem sido publicados, em qualquer forma (manuscrito, impresso, ou até mesmo na forma eletrônica) 
De forma intencional ou não intencional.
“Se vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”
(Isaac Newton)
Introdução: O Saber Científico
Iluminação da Humanidade
Construção de vários pesquisadores
Importante referenciar e dar créditos
Evitando o plágio e fortalecendo a cadeia científica
DEFINIÇÃO DO TERMO PLÁGIO
Origem entre os GREGOS: Plágion (oblíquo, atravessado);
Origem entre os ROMANOS: do latim Plagium que significava a ação de roubar pessoas, sequestrá-las para posteriormente vendê-las como escravas.
Assim essa palavra está associada a ato
criminoso, relacionado a roubo, sequestro; modernamente ao roubo e
sequestro de ideias.
O USO DO TERMO
Lei Romana Lex Fabia de Plagiariis
Se operou no significado de “plágio” como apropriação e venda de um homem livre ou de um escravo alheio, registrado pela primeira vez no século II a.C., como plagium, em uma lei romana conhecida como Lex Fabia de Plagiariis, até os dias atuais, em que é caracterizado como um tipo de violação do direito autoral. 
DEFINIÇÃO DO TERMO PLÁGIO
Na área científica: Apossamento de ideias de outrem na forma de conceitos, textos, frases, gráficos, ilustrações, sem que a autora dessas ideias, que tanto as concebeu como posteriormente as publicou, seja citada, como referência;
É a apropriação indevida de ideias e violação de direitos autorais com consequências jurídicas, como apregoado na cartilha do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (2010).
VÁRIAS FORMAS DO PLÁGIO
De acordo com o CNPQ em 2011.
O plágio pode acontecer de várias formas, mas as mais comuns, segundo a mesma cartilha são:
Integral: É a cópia ipsis litteris de um texto ou trabalho científico SEM A MENÇÃO DA OBRA DE ONDE O ESCRITO FOI RETIRADO;
Parcial: É uma combinação de partes de textos de vários autores SEM A CITAÇÃO DOS ARTIGOS QUE FORAM FONTES DE UM TRABALHO;
Conceitual: É o uso da ideia de um autor escrita de forma diferente por uma pessoa SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR E OBRA COMO FONTE DO ARTIGO.
Autoplágio: É a reprodução total ou parcial de textos publicados pelo mesmo autor SEM A DEVIDA MENÇÃO AOS SEUS TRABALHOS ANTERIORES QUE FORAM FONTES PARA O ARTIGO ATUAL
LEGISLAÇÃO
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
O Código Penal Brasileiro - CPB, define e regulamenta o plágio através de seu CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL, que se encerra sob o TÍTULO III -DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
Neste capítulo, através do artigo 184 e §§ 1º a 4º, o código define o que poderá ser uma violação de direito autoral, onde se enquadra o plágio.
Neste artigo estão descritas todos as modalidades em que se caracteriza o plágio como também suas penalidades.
“Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
(Redação dada pela Lei nº10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) “
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
O artigo, nos seus §§ 1º, 2º e 3º diz que o plágio ou a violação do direito autoral só ocorre se a reprodução for sem a expressa autorização do titular ou titulares.
O § 4º trata do que não se aplica, relacionado à exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, nos termos dispostos nos §§ 1º, 2º e 3º, conforme o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, como também propõe a isenção de violação de direitos autorais, no caso de cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
Eis os parágrafos:
“§ 1 o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:   (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003).
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.         
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
§ 3 o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:          (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 (Incluído pela Lei nº 10.695,de 1º.7.2003)
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
§ 4 o O disposto nos §§ 1 o , 2 o e 3 o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.    (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Dentro do parágrafo 4º, temos a Lei nº 9.610-98, também chamada de Lei de regência, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências, sendo ela de muita importância para o tema PLÁGIO.
O que de fato é considerado plágio segundo a legislação?
Lei de regência
Art. 1º regula o direito autoral, sob o art. 3º define como bem móvel, o art. 5º tece todas as considerações sobre esse direito nos incisos I a XVI; através do art. 7º em seus incisos essa lei define o que são obras intelectuais e todos os seus tipos.
No seu Capítulo II em que compreende os artigos de 11 a 17, ela define quem é o autor das obras intelectuais, e no seu título III ela dispõe sobre os direitos morais do autor, englobando os artigos 22 a 27. Perante seu artigo 33, fica explícito que: “Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor”. Nos seus artigos 101 a 110 a lei de regência trata das sanções legais para os transgressores dessas premissas.
E ainda vale lembrar que a denúncia de plágio é feita mediante uma Queixa-Crime, ou seja, uma petição é endereçada ao juiz da Vara competente com exposição de motivos e documentos comprobatórios.
CASOS FAMOSOS DE PLÁGIO
Em 2013 a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, expulsou alunos que estavam sendo investigados por suspeita de cola. 
Depois da investigação, constatou-se o esquema de cola e a instituição optou pela expulsão de 60 dos 125 alunos.
A Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, realizava um estudo que investigava se uma substância isoladada jararaca seria útil contra o vírus da dengue.
 O principal autor da pesquisa, foi acusado de copiar imagens de trabalhos de 2003 e 2006 sem dar crédito aos autores, que eram da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
O pesquisador teve um artigo anulado por uma revista científica internacional porque teria copiado na íntegra partes de trabalhos já publicados. Ele teria ainda pego partes de um livro sobre entomologia da editora internacional Springer. 
Em 97 um estudante de 15 anos venceu um concurso de redações promovido pelo jornal The Guardian. Quando o jornal publicou a redação do jovem, descobriram que ela havia sido copiada, palavra por palavra, de uma coluna da revista The Economist. Ele devolveu o prêmio de 200 libras que havia recebido, e justificou o plágio dizendo que não sabia que a The Economist era uma revista muito lida. 
Em 2013, um advogado que entregou sua dissertação de mestrado, foi obrigado a pagar uma indenização de 15 mil reais a uma ex aluna da PUC do Rio Grande do Sul. Um professor da banca reconheceu na tese do advogado, trechos do trabalho de conclusão de curso feito pela aluna em 2007. 
Gabriel Chalita (PMDB - SP) apresentou a mesma tese para concluir dois mestrados. Ele virou mestre em ciências sociais em 1994 pela PUC - SP. Para obter o título de mestre em direito, em 1997, ele apresentou um trabalho que era 75% reprodução do primeiro. 
AUTOPLÁGIO
O ex presidente húngaro, Pál Schmitt, renunciou ao cargo em 2012 quando foi acusado de copiar 180 das 215 páginas de sua tese de mestrado, apresentado em 1992. As 180 páginas copiadas eram de um autor francês que Pál traduziu. 
Na Alemanha, em 2013, a então Ministra da Educação Annette Schavan, renunciou ao cargo depois de ter perdido o título de doutora pela Universidade Heinrich Heine, sob a acusação de ter copiado sua dissertação. 
ANÁLISE DE CASO
HOUVE PLÁGIO?
AUTORIA CIENTÍFICA?
QUEM DEVERIA GANHAR OS CRÉDITOS?
O QUE VOCÊ FARIA HOJE?
OBRIGADA!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Renata Ferreira. Estudo diacrônico da mudança semântica da palavra “plágio”. Revista da Anpoll, v. 1, n. 39, p. 128-140, 2015.
“Academic good practice – a practical guide”, University of Oxford, pag.6(https://www.ox.ac.uk/students/academic/guidance/skills/plagiarism?wssl=1 -acesso em: 22/04/2020, 11:00 a.m.)
Site: Pensador (https://www.pensador.com> frases de Isaac Newton – acesso em 22/04/2020, 11:20 a.m.)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. (2011). Ética e integridade na prática científica: relatório da comissão de integridade de pesquisa do CNPq. Acesso em 22 de abril de 2020
NERY, G., BRAGAGLIA, A. P., CLEMENTE, F., & BARBOSA, S. (2010). Nem tudo que parece é: entenda o que é plágio. Rio de Janeiro
(https://fatosdesconhecidos.ig.com.br/8-casos-de-pessoas-que-acabaram-com-suas-vidas-por-colar-e-plagiar/- acesso em 23/04/2020, 15:22)
(https://hridiomas,com.br acesso em 20/04/2020 10:00 a.m.)
Código Penal Brasileiro acesso Google em 23/04/20

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