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TRABALHO DE PROCESSO DE CONHECIMENTO II TEMA: DA CONFISSÃO Luccas Fernandes Santos SUMARIO: 1. Introdução 2. Origem Histórica 3. Distinção entre confissão e renuncia ao direito de ação 4. Distinção de confissão e reconhecimento jurídico do pedido 5. Elementos da confissão 6. Requisitos da confissão 1. Introdução: O código de processo civil trás o capitulo XII do livro I da Parte Especial para tratar sobre as provas admitidas no Processo Civil Brasileiro. O mesmo se inicia no artigo 369. “Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.” 2. Origem Histórica: A confissão de que trata ordenamento jurídico brasileiro tem suas raízes no Direito Romano Clássico. Ocorria, a confissão (confessio in iudicio), quando o réu, levado à presença do pretor pelo autor, confessava o pedido, sendo que o processo não chegava a se instaurar para o julgamento da actio pelo judex, valendo a confissão, admitida pelo pretor, como título para ter lugar a execução contra o réu, que condenara a si mesmo : "confessus pro iudicato est, qui quodammodo sua sententia damnatur, assim afirmou Paulo. 3. Distinção de confissão e renúncia ao direito de ação: A renúncia ao direito em que se funda a ação, mencionada no art. 269, V, difere da confissão. É um ato que só pode ser praticado de acordo com a produção processual, ou seja, pelo autor, enquanto qualquer das partes podem confessar, independentemente do pólo processual que assuma. Também é ato de disposição, e por isso vincula o juiz, ou seja, se o autor renuncia ao direito, não cabe ao magistrado desconhecer o ato, pois, representando disposição de direito, a natural consequencia é a homologação pelo juiz. Já a confissão não é ato de disposição, mas declaração de ciencia de que o fato é verídico, e, por isso, não tem efeito vinculante. Além disso, a renúncia, alcança as conseqüências jurídicas do fato, enquanto na confissão há a admissão apenas da veracidade do fato, cabe ao juiz determinar as conseqüências que do fato resultam, podendo, aliás, julgar favoravelmente ao confitente. 4. Distinção de confissão e reconhecimento jurídico do pedido: A confissão não se confunde com o reconhecimento jurídico do pedido, de que fala o art. 269, II, CPC. São as seguintes as principais diferenças : A – Somente a confissão é meio de prova; o reconhecimento jurídico do pedido é uma renúcia à resistência oferecida à pretensão. B – Apenas a confissão pode ser tácita; o reconhecimento do pedido há de ser sempre expresso. Em outras palavras, enquanto o reconhecimento é sempre intencional, por refletir a manifestação volitiva da parte, a confissão pode ser inadvertida, pois nem sempre será produto da vontade do confitente, como na ficta confessio. C – O reconhecimento do pedido é ato exclusivo do réu; já a confissão pode ser feita tanto pelo autor quanto pelo réu. D – Só o reconhecimento jurídico do pedido é causa de extinção do processo ( CPC, art. 269, II); a confissão, como meio de prova, deve ser considerada na oportunidade do proferimento da sentença. E – O objeto da confissão são os fatos; o do reconhecimento, o direito invocado pela parte contrária. F – A confissão nem sempre faz com que o confitente fique vencido na demanda, ao passo que o reconhecimento jurídico do pedido, em regra, conduz a uma solição do conflito em favor da outra parte. 5. Elementos da confissão Podemos identificar na confissão, segundo o magistério de Arruda Alvim, três elementos, que se encontram intimamente interligados, a saber: A – elemento objetivo ( que diz respeito ao seu objeto). B – elemento subjetivo (que diz respeito ao seu sujeito). C – elemento intencional ( que refere-se à intenção). 5.1 . Elemento objetivo O objeto da confissão são os fatos desfavoraveis ao confitente e favoráveis ao adversário. É óbvio que esses fatos devem Ter sido alegados pela parte e ser, além de relevantes, pertinentes à causa. Moacyr Amaral Santos indica as seguintes condições para que o fato possa ser confessado : (7) 1 – Que seja própria e pessoal do confitente; desse modo, se o fato disser respeito à terceiro, o seu reconhecimento pela parte não poderá valer como confissão, mas como testemunho. 2 – Que seja favorável à parte que o envoca e desfavorável ao confitente, a siguinificar com isso que a confissão prejudicará, apenas, o confitente e não os terceiros ou os compartes (no caso de litisconsórtes – CPC, art. 350), pois os litisconsórtes são considerados, em suas relações com a parte contrária, como litigantes distintos, motivo por que, em princípio, os atos e omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros ( CPC, art. 48). 3 – Que o fato seja suscetível de renúncia. A confissão só é possível se os fatos se referirem à direito a que o confitente poderia renunciar ou sobre ele transigir, porquanto a confissão incidente em direitos indisponíveis é ineficaz ( CPC, art. 351). 4 – Que o fato seja de tal natureza que a sua prova não exija forma especial. Em determinados casos a lei exige que a prova do fato ou do ato seja especial, como acontece com os pactos antenupciais : o art. 134, I, CC, afirma ser da substância do ato a escritura pública. Vale Lembrar a regra escrita no art. 366 do CPC, segundo aqual, quando a lei impuser, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, poderá suprir-lhe a falta. 5.2 . Elemento subjetivo O ponto de referência aqui não é o fato confessado, mas a pessoa do confitente, de quem se requer possuir capacidade e legitimação. Capacidade, porque se há de verificar se ele é capaz; sendo incapaz, a doutrina divide-se quanto a possibilidade de haver confissão. Embora a confissão constitua ato da própria parte, a lei consente que seja efetuada por intermédio de mandatário, desde que dotada de poderes específicos para isso ( CPC, art. 349, § único). Também o advogado poderá confessar em nome de seu constituinte, bastando que da procuração conste o necessário poder ( CPC, art. 38). 5.3 . Elemento intencional O elemento intencional é aquele leva a parte a confessar, ou seja, a consciência do que faz, livre de pretensões ilegítimas e de equívoco tipificável como vício ( de ato jurídico). Entretanto, se houver confissão maculada pelo erro, pela coação ou pelo dolo, esta poderá ser anulada (art. 352, I), enqunto pendente o processo, ou, se transitada em julgado a sentença de mérito, nela fundada, poderá ensejar direito à ação rescisória (arts. 352, II e 485, VIII). Vem afirmando a doutrina, de maneira praticamente pacífica, que a confissão pressupõe a vontade de o confitente reconhecer como veradeiros os fatos contrários ao seu interesse e favoráveis ao advers´rio, de tal arte que nesse ato volitivo se assentaria o animus confitendi. 6. Requisitos da confissão Os requisitos da confissão nada mais seriam do que os elementos da confissão, porém tratados de maneira mais sucinta e objetiva) Como a confissão importa verdadeira renúncia de direitos (os possíveis direitos envolvidos na relação litigiosa), só as pessoas maiores e capazes podem confessar. E, assim mesmo, apenas quando a causa versar sobre direitos disponíveis ou quando o ato não for daqueles cuja eficácia jurídica reclama forma solene. Destarte, podem-se arrolar os seguintes requisitos para a eficácia da confissão, segundo Humberto Theodoro Júnior(8) I – capacidade plena do confitente; os representantes legais de incapazes nunca podem confessar por eles; II – inexigibilidade de forma especial para a validade do ato jurídico confessado (não se pode confessar um casamento sem demonstrar que ele se realizou com as solenidades legais; ou a aquisição da propriedade imobiliária sem a transcrição no Registro de Imóveis); III – disponibilidadedo direito relacionado com o fato confessado. A confissão pode ser judicial ou extrajudicial. 7. Bibliografia: 1. Introdução 2. Origem Historica 3. Distinção entre confissão e renuncia ao direito de ação 4. Distinção de confissão e reconhecimento jurídico do pedido 5. Elementos da confissão 6. Requisitos da confissão . .
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