Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Boas Práticas de Manipulação em Farmácia Homeopática Luciane Cristina Feltrin de Oliveira Boas Práticas e Hahnemann Problemas com farmacêuticos e médicos da época: Optou por preparar seus próprios medicamentos; Deixou várias instruções sobre o preparo das formas farmacêuticas básicas e medicamentos: Matéria médica e Organon Boas Práticas e as Farmacopéias Jahr – 1ª Farmacopéia Homeopática; Schwabe – 1ª Farmacopéia Alemã Farmacopéias são livros que oficializam, para cada país, as regras e os princípios de preparação, controle e conservação de medicamentos, bem como as monografias das matérias médicas e dos insumos inertes. Boas Práticas e as Farmacopéias Atualmente: Países que possuem farmacopéias: Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos, México, Índia e Brasil. Divergências entre as farmacopéias e o legado deixado por Hahnemann; Necessidade de padronização no preparo de medicamentos homeopáticos. Garantia da Qualidade em Farmácias Homeopáticas Garantir a qualidade do medicamento desde o planejamento inicial do processo até a dispensação ao consumidor; Sistema de Garantia da Qualidade Conjunto de operações sistematizadas que garantem a qualidade dos processos envolvidos na produção e dispensação do medicamento: Garantir que as operações sejam planejadas, especificadas e desenvolvidas e atendam às BPM; Sistema de Garantia da Qualidade Garantir: Que as responsabilidades estejam claramente definidas; Que todo o planejamento seja plenamente executado; Os produtos farmacêuticos não saiam da farmácia sem atestado de conformidade por uma pessoa qualificada; Existam medidas satisfatórias que garantam a armazenagem, distribuição e a comercialização em condições apropriadas dos medicamentos até chegada ao consumidor; Haja sistema de registro que permita a identificação do destino do medicamento, possibilitando sua rastreabilidade para eventuais recolhimentos; Boas Práticas de Manipulação em Homeopatia Condições mínimas para avaliação farmacêutica, produção, conservação, dispensação das preparações magistrais e oficinais, critérios de aquisição de insumos ativos, inertes e materiais de embalagem. Boas Práticas de Manipulação em Homeopatia Organograma: Estrutura organizacional; Recursos humanos Descrição de cargos e competências; Responsabilidades bem definidas; Treinamentos; Estrutura física; Equipamentos, mobiliários, utensílios e materiais; Controle de processo de manipulação; Sistema de garantia da qualidade; Requisitos Básicos para as Boas Práticas de Manipulação em Homeopatia Processos de preparo de medicamentos bem definidos e revisados periodicamente por farmacêuticos; Validação das fases críticas do processo de manipulação; Existência de recursos básicos para que as BPM sejam efetivamente implementadas; Requisitos Básicos para as Boas Práticas de Manipulação em Homeopatia Instruções claras e operadores treinados; Existência de registros do processo de preparo dos medicamentos prontamente rastreáveis e recuperáveis; Existência de um sistema de recolhimento de produtos, se necessário; Análise de reclamações e providências cabíveis; Requisitos Básicos para as Boas Práticas de Manipulação em Homeopatia A farmácia deve ter: Roteiros de trabalho com fluxograma de receituários; Registros de treinamento; Registros de uso e manutenção de equipamentos/utilitários; Procedimentos operacionais padronizados (POP); Relatório de auto-inspeção. Fluxograma de Receituário Receita Recebimento pelo atendente da farmácia (avaliação do receituário) Registro em comanda ou eletronicamente (dados do paciente, prescritor, medicamento) Entrega do orçamento Conferência das matrizes (estoque) Confecção do rótulo Separação das matrizes Pesagem ou separação do insumo inerte Manipulação do medicamento Envase do medicamento Rotulagem Conferência da receita e do rótulo Registro da receita Dispensação do medicamento (atenção farmacêutica) Registros de Treinamento de Pessoal Programa de treinamento Treinamentos iniciais e contínuos; Treinamentos de POP’s, uso de EPI´s, segurança no trabalho e higiene; Registros dos treinamentos: Programa da atividade executada, assinatura do funcionário e responsável pelo treinamento; Avaliação do aproveitamento do treinamento; Registros de Uso e da Manutenção de Equipamentos/Utilitários Formulários de registro de atividades: Próximo dos equipamentos; Deve-se anotar a atividade, data e responsável Área: Laboratório de Homeopatia Equipamento: Balança eletrônica – Modelo 606/B Padrão utilizado: peso de 1g Data Atividade Responsável Resultado 02/02/2010 Calibração Carla Silva Conforme padrão 03/02/2010 Aferição João Lima Conforme padrão 04/02/2010 Calibração Carla Silva Desvio de 0,2% Procedimento Operacional Padrão Ferramenta importante para instruir em detalhes a execução de determinada tarefa: O que fazer? Como fazer? Estrutura de um POP Objetivo; Abrangência; Responsabilidades; Material necessário; Ação; Histórico; Aprovação; PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS Higiene, vestuário e conduta Coleta de isoterápicos Limpeza e sanitização das áreas físicas Manipulação de isoterápicos Limpeza e sanitização de bancadas e equipamentos Formas Farmacêuticas de uso interno Aplicação e manuseio de injetáveis, quando aplicável Formas Farmacêuticas de uso externo Uso, manutenção e verificação de equipamentos Descarte de medicamentos vencidos Recebimento de material Reclamação e devolução Estocagem de material Especificação de materiais Rejeição e devolução de material Controle de qualidade de insumos inertes Etapas do processo de manipulação Controle de qualidade de insumos matérias-primas Preparo dos métodos hahnemanniano, korsakoviano e de fluxo contínuo Auto-inspeção Preparo de escalas decimal, centesimal e cinquenta milesimal Relatório de Auto-Inspeção Garantir que todas as normas e todos os procedimentos estão sendo cumpridos fielmente: Semelhança com as auditorias internas da Norma ISO 9001:2008; Inspeções esporádicas: Emissão de relatório com não conformidades encontradas e ações corretivas e preventivas, assim como seus prazos. Controle de Qualidade em Farmácias Homeopáticas Controle: Dos produtos que entram no laboratório da farmácia: Insumos inertes; Insumos ativos; Embalagens; Dos medicamentos que são produzidos e dispensados pela farmácia; Controle de Qualidade em Farmácias Homeopáticas Dificuldades: Apenas matérias-primas inertes ou ativas e as primeiras diluições permitem controle analítico; Preparações que vão desde o ponderal até ao infinitesimal; Garantia de qualidade obtida apenas pelo controle de qualidade de matérias-primas e pelas BPM; Setor de Qualidade em Farmácias Homeopáticas POP´s: Recebimento de matérias-primas, material de embalagem e insumos inertes; Inspeção de recebimento; Limpeza, higienização e sanitização; Manipulação de medicamentos; Armazenamento e conservação; Documentação; Auto-inspeção A farmácia pode terceirizar algumas análises por meio de contratos de prestação de serviços com instituições capacitadas. Controle de Qualidade de Insumos Inertes Obedece ás normas estabelecidas nas Farmacopéias: Características organolépticas; Solubilidade; pH; Volume; Peso; Ponto de fusão; Densidade; Avaliação do laudo de análise do fornecedor. Importância dos insumos inertes – chegam a fazer parte integral do medicamento homeopático Controle de Qualidade de Insumos Inertes O caso da Água Deve ser purificada, obtida por destilação, bi-destilação ou osmose reversa: Límpida, incolor e inodora; Equipamentos: Destilador (vidro) com serpentina de aço inoxidável que recebe água previamente filtrada através de filtro de carvão e celulose: Periodicamente limpo; Filtros devem ser trocados com periodicidade; Análises microbiológicas e físico-químicas da água (periodicidade de 3 meses); Produção de Água por Osmose Reversa Controle de Qualidadede Insumos Inertes O caso do Álcool Utilização de etanol obtido da fermentação da cana-de-açúcar e cereais; Volátil, inflamável, límpido e incolor, odor característico; Hidratado; Uso de alcoômetro para determinar o teor alcoólico; Controle de Qualidade de Insumos Inertes O caso da Glicerina Glicerina pura, redestilada em alambiques de vidro: Líquido viscoso, incolor, higroscópico de sabor adocicado; Usada para elaboração de tinturas-mães a partir de órgãos e glândulas de animais superiores e bioterápicos. Controle de Qualidade de Insumos Inertes O caso da Lactose e da Sacarose Lactose Açúcar do leite; Puro:pós cristalino, leve sabor adocicado, inodoro que absorve odores facilmente; Usado nas triturações, comprimidos, tabletes, pós e glóbulos. Sacarose Pó cristalino, branco, inodoro, com sabor doce característico; Deve ser isento de impurezas; Parte integrante dos glóbulos e microglóbulos inertes. Controle de Qualidade de Insumos Inertes O caso dos Glóbulos e Microglóbulos Grãos esféricos, homogêneos, regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor acentuadamente açucarado; Características: Feitos de açúcares (sacarose, lactose e amido), brancos, odor adequado de açúcar, soltos, homogêneos, sem impurezas ou sujeiras, ter boa porosidade e dissolver facilmente na boca. Controle de Qualidade de Insumos Inertes O caso dos Comprimidos e Tabletes Boa porosidade, compactação e uniformidade no peso: Friabilidade; Dureza; Desintegração,... Controle de Qualidade de Insumos Ativos Triturações e Tinturas-Mães: Acompanhados de certificados de análise; Formas farmacêuticas derivadas: Acompanhadas da respectiva descrição do preparo; Matrizes em estoque devem passar anualmente por análises microbiológicas (amostragem); Controle de Qualidade de Insumos Ativos Matérias-Primas de Origem Vegetal Qualidade das plantas: Cultivo: temperatura, solo, umidade, a idade da planta, o clima, a altitude, presença de agrotóxicos; Coleta: correta identificação, época de coleta, parte da planta a ser colhida, a não coleta depois das chuvas; Extração: planta fresca ou planta seca; Requisitos para aquisição de plantas: certificado de análise, identificação correta, presença de contaminantes e armazenamento adequado Controle de Qualidade de Insumos Ativos Matérias-Primas de Origem Animal Sarcódios: Determinação da espécie correta, o estado e a idade do animal, o órgão correto (se for o caso), condições adequadas de higiene e assepsia; Nosódios: Coleta adequada, órgão ou secreção corretos. Controle de Qualidade de Insumos Ativos Matérias-Primas de Origem Mineral Características bem definidas, obedecendo ao descrito nas matérias médicas: Substâncias naturais:recolhidas preferencialmente no mesmo local; Substâncias purificadas ou extraídas pela indústria farmacêutica; Realização de análises físico-químicas para identificação. Controle de Qualidade de Insumos Ativos Tintura-Mãe Certificado de análise; Rotulagem completa: identificação, prazo de validade, lote; Testes que podem ser realizados nas farmácias: pH, título etanólico, resíduo seco, reações de identificação, índice de refração, cromatografia em papel e em camada delgada e análise capilar. Tintura Mãe Certificado de Análise da TM do Fabricante Certificado de Controle de Qualidade TM Controle de Qualidade de Insumos Ativos Tintura-Mãe Reações de identificação – presença dos principais fármaco das TM: Saponinas – Aesculus, Calendula; Taninos – Hamamelis, Stryphnodendron; Alacalóides – Ipeca, China, Berberis e Hydrastis/; Presença de kits prontos com alguns testes para análise no mercado; Controle de Qualidade de Insumos Ativos Tintura-Mãe Análise capilar (Hugo Platz) Baixo custo, fácil manuseio, reprodutível e confiável Fundamento O líquido é empurrado por capilaridade nas porosidades do papel e ascende evaporando-se, os PA não voláteis fixam-se no papel, formando bandas coloridas por afinidade; Cada TM apresenta seu espectro capilar específico e as fitas de papel conservam as mesmas características por muitos anos. Controle de Qualidade de Insumos Ativos Matrizes Certificado de análise; Rotulagem completa: identificação, prazo de validade, lote; Testes que podem ser realizados nas farmácias: pH, título etanólico; Certificado de Análise de Matriz Estoque de Matrizes A realidade da qualidade dos produtos farmacêuticos assumiu proporções que as exigências estabelecidas por lei tanto para a indústria farmacêutica como para as farmácias de manipulação são muitos semelhantes. Aliado a isso o consumidor está cada vez mais exigente e sabe dos seus direitos e possibilidades. Neste aspecto o farmacêutico como profissional do medicamento deve empenhar-se em aprofundar-se em seus conhecimentos para enfrentar este desafio.
Compartilhar