Buscar

11 Guarda Compartilhada


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
PSICOLOGIA JURÍDICA 
Aula 11: Formas de guarda e a lei da 
Guarda compartilhada 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
1. Formas de Guarda e a Lei da Guarda Compartilhada. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Código civil de 1916 
• Família somente a constituída pelo casamento. 
• Gerador de vínculo indissolúvel entre os cônjuges. 
As relações sem casamento eram moral, social e civilmente 
reprovadas. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Ocorrendo o desquite, os filhos ficavam com o cônjuge que não 
havia dado causa a separação – considerado inocente. 
A identificação do cônjuge culpado objetivava puni-lo, com a 
ausência do filho. Ou seja, a não convivência dos filhos com um 
dos pais, o considerado culpado, era uma forma de punição ao 
cônjuge que deu causa a separação. 
Os filhos eram entregues como prêmio ao cônjuge inocente, 
punindo desta forma o cônjuge culpado, com a pena da perda 
da guarda da prole. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Quando foi instituido o desquite, o cônjuge culpado não permanecia com os filhos. 
Caso a culpa fosse de ambos, a guarda dos filhos ficava, em regra, com a mãe, se o juiz entendesse não 
haver prejuízo moral para eles. 
Mas, se a única culpada fosse a mãe, os filhos não poderiam ficar com ela. 
A Lei do Divórcio, em seu artigo 10, dispunha que os filhos ficariam em companhia de quem não tivesse 
dado causa à dissolução do vínculo matrimonial, salvo por motivos graves, quando era facultado ao juiz 
decidir diversamente (Art. 13). 
Percebe-se, então, que não eram priorizados os direitos da criança, mas observava-se principalmente a 
conduta dos cônjuges. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Em 1977, foi instituída a Lei 6.515/77 - Lei do Divórcio. 
Essa Lei perpetua e privilegia a ideia do cônjuge inocente - os filhos 
menores ficariam com o cônjuge que não deu causa a separação. 
 
Mas, a própria Lei do Divórcio trazia abrandamentos em seu texto de 
acordo com o artigo 13: 
 “Se houver motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos 
filhos, regular por maneira diferente da estabelecida nos artigos 
anteriores a situação deles com os pais” (BRASIL. LEI DO DIVÓRCIO. 2014). 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
• Há que se falar em culpa em uma separação? 
 
• A preferência da guarda para a mãe (como ocorre até os dias de hoje) 
é saudável? 
 
• Um homem ou uma mulher, por exemplo, que mantenha relações 
extraconjugais é menos merecedor(a) de possuir a guarda dos filhos? 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Guarda 
 
O fim do relacionamento não atinge os direitos e deveres dos pais com relação aos filhos. 
Assim, em caso de ruptura, não pode ser comprometida a convivência dos filhos com ambos os genitores. 
Surge, então, a dificuldade de definir em companhia de quem vão morar os filhos. 
 
Trata-se a guarda de atributo do poder familiar, por meio do qual se permite que o filho fique em seu poder, 
com posse oponível a terceiros e deveres de assistência material, moral, educacional e afetiva. 
 
Nas palavras de Maria Berenice Dias: 
 “De qualquer sorte, com o rompimento da convivência dos pais, há a fragmentação de um dos 
componentes da autoridade parental. Ambos continuam detentores do poder familiar, mas, em regra, o 
filho vive com um, e ao outro é assegurado o direito de visita, que é regulamentado minuciosamente, 
estabelecendo-se dias e horários de forma às vezes bastante rígida”. 
Código civil de 2002 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Guarda 
 
O Código Civil de 2002 trata da guarda dos filhos sob o título da proteção da pessoa dos filhos, no artigo 
1583 e seguintes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A guarda dos filhos é, implicitamente, conjunta, e sofrerá uma individualização quando ocorrer a separação 
dos pais, devendo-se respeitar as vontades dos genitores e dos filhos. 
Código civil de 2002 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
O Código Civil, em seu artigo 1.583, aponta dois tipos de guarda: unilateral e compartilhada. 
 
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua 
(art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e 
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos 
comuns. (Acrescentado pela L-011.698-2008) 
 
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada 
com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: (Redação 
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor 
atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
 
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, 
e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar 
informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou 
indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. (Incluído pela Lei nº 13.058, 
de 2014) 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
O artigo 1.583 do Código Civil de 2002 foi totalmente alterado pela Lei 11.698/2008; essa nova redação 
prevê a possibilidade de os genitores fixarem a guarda unilateral ou compartilhada, vez que a guarda é o 
principal atributo do poder familiar. 
 
O parágrafo único desse dispositivo, conceitua a guarda unilateral como aquela exercida por um só dos 
genitores, enquanto ao outro será assegurado um regime de visitas de acordo com o melhor interesse do 
filho e seu bem estar. 
 
A guarda compartilhada ou conjunta refere-se a um modelo de guarda em que pais e mães dividem a 
responsabilidade legal sobre os filhos ao mesmo tempo e compartilham as obrigações pelas decisões 
importantes relativas à criança (CZAPSK, 2011, p.1318 - 1.319). 
O juiz pode se recusar a homologar o acordo de guarda, se entender que não foi 
preservado o melhor interesse da criança. “O interesse dos filhos deve primar por cima 
de qualquer outro interesse, ou circunstância, do pai ou da mãe”. Ou então, o interesse 
dos pais não pode ser superior ao interesse dos filhos (GRISARD FILHO, 2002, p. 64). 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Guarda Unilateral - Quando da separação dos pais, há possibilidade de se 
determinar a guarda para somente um dos genitores. 
Historicamente, a mãe assumiu de forma significativa a guarda dos filhos nos 
casos de separação e divórcio, ou seja, os filhos ficavam sob a sua 
responsabilidade. Atualmente, embora exista uma divisão maior dessa 
responsabilidade, ainda verificamos uma grande incidência da guarda unilateral 
atribuída a mãe,quer seja na separação, divórcio ou dissolução da união 
estável. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Maria Berenice Dias, em sua obra, Manual de Direito das Famílias, aborda dois motivos para este fenômeno 
(os filhos permanecerem com a mãe): 
 
Histórico: 
Existe no imaginário social a construção de que somente a mulher é capaz de cuidar adequadamente do 
filho, justificada pela inabilidade masculina nos seguintes aspectos: 
• Incompetência paterna para desempenhar as funções maternas 
• A figura cultural do homem como provedor material e não emocional 
 
Reforçada pela famosa ideia: quem pariu que embale! 
 
Psicológico: 
Impedir que a criança seja usada como arma nos litígios perpetuados entre os genitores; a importância da 
guarda atribuída à genitora quando os filhos encontram-se em tenra idade (restando ao pai o direito de 
visitas e vigilância). 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
A guarda materna foi, durante muito tempo, a regra, mas esta situação vem mudando, dada a participação 
mais efetiva dos pais no processo de educação e formação dos filhos. 
 
 
Desvantagens da guarda unilateral, segundo Maria Berenice Dias: 
 
“A guarda unilateral afasta, sem dúvida, o laço de paternidade da criança com o pai não guardião, pois a 
este é estipulado o dia de visita, sendo que nem sempre esse dia é um bom dia, isso porque é 
previamente marcado, e o guardião normalmente impõe regras”. 
Ex: João e Maria se divorciaram; ficou combinado que Maria ficará com a guarda da 
filha de 5 anos e do filho de 4 anos e o pai tem direito de visitas aos finais de 
semana. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Ou seja, ambos os genitores mantêm o poder familiar, mas as decisões recaem 
sobre o genitor guardião. 
Poder Familiar 
Os pais devem, juntos, desempenhar as obrigações relativas à entidade familiar, como o dever de sustento, 
guarda e educação dos filhos menores, conforme preceitua o artigo 22 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente de 1990, que assim o descreve: 
 
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhe ainda, 
no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais (BRASIL. ESTATUTO DA 
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 2014). 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
A guarda compartilhada foi definitivamente inserida na legislação pátria através da 
lei 11.698/2008 de 13 de junho de 2008, que alterou os artigos 1.583 e 1.584 do 
Código Civil Brasileiro. 
 
Neste tipo de guarda, ambos os pais detêm o poder familiar e a tomada de decisões 
sobre os filhos, independentemente do tempo que passem com cada um dos 
genitores. 
Resumo histórico sobre a guarda compartilhada: 
 
Peres (2002) relata que: 
• A Inglaterra é pioneira nesse sistema, com o primeiro caso sido julgado ainda na década de 1960. Tendo 
por objetivo romper a tendência de deferir a guarda exclusiva para a figura materna, visando ao 
compartilhamento dos direitos e das obrigações com os filhos entre os genitores. 
Fonte: Peres, L. F. L. (2002). Guarda compartilhada. Jus Navigandi, 7(60) - http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3533 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Em 1976, o instituto foi assimilado pelo Direito francês, com o propósito de amenizar os prejuízos que a 
guarda exclusiva acarretava aos filhos de pais separados. 
 
Bauserman (2002) destaca que os Estados Unidos foram o país em que o instituto ganhou maior adesão 
e desenvolvimento. Nesse país, a guarda compartilhada é conhecida como joint custody ou shared 
parenting, e divide-se em guarda compartilhada jurídica e guarda compartilhada física. 
• Na primeira, é feita apenas a divisão dos direitos e deveres; 
• Na segunda, além dessa divisão, há também a divisão de domicílio. 
Essa classificação existente nos Estados Unidos traz confusão para o conceito de 
guarda compartilhada que vem sendo utilizado no Brasil, pois muitos profissionais 
posicionam-se contrariamente a esse instituto por entenderem que a alternância 
de lares é prejudicial ao desenvolvimento das crianças. 
Fonte: Bauserman, R. (2002). Child adjustment in joint-custody versus sole-custody 
arrangements: A meta-analytic review. Journal of Family Psychology, 16, 91-102. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
É preciso atentar para as diferenças entre guarda alternada e guarda compartilhada. 
Guarda compartilhada 
não implica alternância 
de lares, e sim uma 
corresponsabilização de 
dever familiar entre os 
pais. 
Guarda alternada 
 implica a possibilidade 
de cada um dos pais 
deter a guarda do filho 
alternadamente, com 
divisões de tempo que 
podem variar de dias a 
anos alternados. 
Devido à divulgação da experiência americana com a guarda compartilhada, muitas pessoas vêm 
entendendo erroneamente o instituto no Brasil, confundindo a guarda compartilhada física americana 
com a guarda compartilhada brasileira. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
O artigo 1583, § 1º é claro ao definir: 
...guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe 
que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns, ou seja, se fala de 
responsabilidade conjunta e exercício de direitos e deveres, e não dois lares. 
Já a guarda alternada envolve alternância de responsabilidade, direitos, 
deveres e lares, ou, como coloca Rosângela Paiva Epagnol: 
"A guarda compartilha de filhos menores, é o instituto que visa a participação 
em nível de igualdade dos genitores nas decisões que se relacionam aos filhos, 
é a contribuição justa dos pais, na educação e formação, saúde moral e 
espiritual dos filhos, até que estes atinjam a capacidade plena, em caso de 
ruptura da sociedade familiar, sem detrimento, ou privilégio de nenhuma das 
partes (...).” 
Fonte: Rosângela Paiva Spagnol (Publicada no Juris Síntese nº 39 - JAN/FEV de 2003) Rosângela Paiva Spagnol Advogada e 
Professora, mestre em Direito Público, e especialista em Processo Civil 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Várias pessoas envolvidas na decisão sobre a guarda de menores, vislumbram um vínculo entre a guarda 
compartilhada e guarda alternada. 
Não se confundir! 
 
Os objetos do instituto jurídico da guarda compartilhada, não nos deixa dúvida que 
dele apenas se busca: 
• O melhor interesse do menor; 
• O direito inegociável à presença compartilhada dos pais. 
Etimologicamente, o termo compartilhar nos traz a ideia de partilhar + com = participar 
conjuntamente, simultaneamente. 
Ideia antagônica à guarda alternada, cujo teor o próprio nome já diz. Diz-se de coisas que se alternam, 
ora uma, ora outra, sucessivamente, em que há revezamento. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Alternância reporta-se ao que ocorre sucessivamente, a intervalos, uma vez sim, outra vez não. Esse 
modelo de guarda não tem sido aceita por nossos tribunais. 
 
Ex: João e Maria se divorciaram; ficou combinado que durante uma semana a filha do casal ficará 
morando com a mãe (e o pai não pode interferir durante esse tempo) e, na semana seguinte, a filha ficará 
vivendo com o pai (que terá a guarda exclusiva nesse período). 
 
Villeneuve (1994) explica que a autoridade parental exercida em conjunto significa que todas decisões 
importantes que se refere as crianças, devem ser tomadas por ambos os pais: 
• De ordem médica; 
• Escolar; 
• A respeito de viagens; 
• Religião.AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
A autora reconhece, ainda, que o dever de visita constituía uma 
limitação oficial ao relacionamento do pai que não possuía a guarda 
dos filhos. A guarda conjunta pode permitir ao pai que não convive 
com os filhos reforçar os sentimentos de responsabilidade junto a 
seus descentes. Além de resguardar o melhor interesse da criança de 
ser educado por pai e mãe. 
A guarda compartilhada não implica alternância de lares, e sim uma corresponsabilização do dever familiar 
entre os pais. Obviamente, nada impede que a criança ou adolescente resida em dois lares, em um regime que 
lembre o da guarda alternada. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 
2008). 
 
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, 
de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
 
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de 
tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
 
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a 
sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo 
descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os 
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores 
declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda 
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação 
técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o 
pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou 
compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação dada pela 
Lei nº 13.058, de 2014) 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda 
a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de 
parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos 
genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos 
reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) 
Ex: João e Maria se divorciaram; ficou combinado que a filha do casal ficará 
morando com a mãe; apesar disso, tanto Maria como João terão a guarda 
compartilhada (conjunta) da criança, de forma que ela irá conviver 
constantemente com ambos e as decisões sobre ela serão tomadas em conjunto 
pelos pais. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Caso não tenha havido acordo, qual é a espécie de guarda que o juiz deverá preferencialmente 
determinar? Essa foi uma das alterações impostas pela Lei nº 13.058/2014. 
 
Com a novidade legislativa, a situação agora passa a ser a seguinte: 
 
Regra: quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, o juiz irá aplicar a guarda 
compartilhada. 
 
Exceções: 
Não será aplicada a guarda compartilhada se: 
a) Um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar; 
b) Um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Além de fixar a guarda compartilhada como prioridade, a lei também trouxe algumas regras para disciplinar 
essa espécie de guarda. Vejamos: 
 
Tempo de convivência 
Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a 
mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos (§ 2º do art. 1.583). 
 
Orientação técnico-profissional 
Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o 
juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-
profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com 
a mãe (§ 3º do art. 1.584 do CC). 
Regras sobre a guarda compartilhada trazidas pela lei 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Com a ajuda de psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais, o juiz já deverá estabelecer as 
atribuições que caberão a cada um dos pais e o tempo de convivência com o filho. 
Ex: João irá buscar o filho no colégio todos os dias às 12h; no período da tarde, a criança continuará na 
companhia do pai e às 18h, ele deverá deixá-lo na casa da mãe. 
E se os pais morarem em cidades diferentes? 
 
A Lei estabeleceu que a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender 
aos interesses dos filhos (§ 3º do art. 1.584). 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Tanto na guarda compartilhada como na guarda unilateral, tanto o pai como a mãe possuem o direito de 
acompanhar e fiscalizar a educação e saúde de seus filhos. 
 
Pensando nisso, e a fim de evitar qualquer embaraço, a Lei nº 13.058/2014 acrescentou o § 6º ao art. 
1.584 do CC, com a seguinte redação: 
 
§ 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos 
genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos 
reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. 
 
Essa regra vale mesmo que o pai (ou a mãe) que esteja requerendo a informação não detenha a guarda do 
filho. 
Dever de os estabelecimentos públicos e privados prestarem informações aos pais 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
Esse estabelecimento de ensino poderá ser multado na forma do § 6º do art. 1.584 do CC. O mesmo vale 
para um hospital, por exemplo. 
 
Essa multa deve ser cobrada na via judicial (Justiça Estadual / Vara de Família), devendo o pai (ou a mãe) 
comprovar que fez a solicitação não atendida. 
 
Descumprimento das regras 
A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou 
compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (§ 4º do art. 1.584). 
Ex: João e Maria divorciaram-se e a mãe ficou com a guarda exclusiva da criança; determinado dia, João 
foi até o colégio de sua filha para ter acesso às notas do boletim escolar, tendo a escola negado acesso 
afirmando que somente a mãe poderia obtê-lo. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
A guarda pode ser deferida para outra pessoa que não seja o pai ou a mãe? 
 
SIM. Se o juiz verificar que o filho não deve ou não pode permanecer sob a 
guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade 
coma natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e 
as relações de afinidade e afetividade (§ 5º do art. 1.584). 
 
O exemplo mais comum dessa situação é a guarda atribuída aos avós. 
AULA 11: FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Psicologia jurídica 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
Formas de Guarda e a Lei da Guarda 
Compartilhada. 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.