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FACULDADE UNAMA 
DIREITO
DISCIPLINA CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO
	
1ª AVALIAÇÃO
	ALUNO
	 SÍGLIA LIMA MENDES FERRAZ
	MATRÍCULA
	01357430 
	DISCIPLINA
	CIÊNCIA POLITICA E TEORIA DO ESTADO
	DATA DA PROVA
	29/04/2020
	PROFESSOR
	VITOR MONTEIRO SINGUI
	TURMA
	1NNA 
1. “O culturalismo integra-se no historicismo contemporâneo e aplica no estudo do Estado e d Direito, os princípios fundamentais da axiologia, ou seja, da teoria dos valores em função dos graus da evolução social.”
Essa é uma passagem da obra do grande mestre Miguel Reale, num racioncíno que desenvolve a Teoria Tridimensional do Estado e do Direito.
Descreva os aspectos da Teoria Tridimensional do Estado e do Direito: (2,0)
Miguel Reale, com a Teoria da Tridimensionalidade, ou seja, a Teoria que defende a interação entre fato, norma e valor, nos faz perceber que esta transcende a Teoria do jusnaturalismo, uma vez que ele defende a teoria do culturalismo, em que o Direito se compreende lastreado no mundo da cultura, é resultado de uma processualidade histórica. 
Em sua filosofia há dois mundos, o do SER e o do DEVER SER. O do SER é a realidade social tal e qual como ela se apresenta, o do DEVER SER é uma realidade social almejada, o Direito sempre estará atrasado, a sociedade caminha e o Direito vai atrás, buscando contemplar as situações que ainda não foram contempladas pelo legislador, e é justamente nesse espaço que entra sua visão tridimensional de fato, norma e valor, numa dinâmica processual de mútua implicação entre essas três esferas e uma depende da outra. 
Por essa concepção tridimensional do Estado e do Direito, afasta-se o erro do formalismo técnico-jurídico e se compreende o verdadeiro valor da lei e da função de governo. Com efeito, o Estado, na concepção tridimensional, não é somente a organização fática do poder público, nem simplesmente a realização do fim da convivência social, como também não se explica só pela sua função de órgão produtor e mantenedor do ordenamento jurídico. É a reunião harmônica desses três momentos ou fatores, enquanto dialeticamente se compõem na unidade concreta do processo histórico-social. Os três elementos se conjugam e se completam na integração da realidade estatal, e nenhum deles, isoladamente, é bastante em si para explicá-la. Portanto, FATO, VALOR e NORMA são os três elementos (momentos ou fatores) integrantes do Estado como realidade sócio-ética-jurídica, como esclarece o Prof. Miguel Reale: a) o FATO de existir uma relação permanente do Poder, com uma discriminação entre governantes e governados; b) um VALOR ou um complexo de valores, em virtude do qual o Poder se exerce; c) um complexo de NORMAS que expressa a mediação do Poder na atualização dos valores da convivência social.
Sendo assim, é certo que o conhecimento e os estudos estão em constante desenvolvimento e, em determinado momento, poderá surgir nova teoria que explique de maneira mais adequada a relação entre Direito e Estado. Por ora, a teoria tridimensional é a mais completa e, sendo assim, a estrutura do direito, visto como elemento normativo, disciplina os comportamentos individuais e coletivos e, por isso, pressupõe uma situação de fato, referida a determinados valores. A tridimensionalidade demonstra a existência de um vínculo entre a dimensão sociológica (fato), a dimensão axiológica (que valora o ser jurídico), e a dimensão jurídica (norma) presentes no Direito.
Por fim, correlacionando FATO, VALOR e NORMA, esta teoria reúne os elementos essenciais que integram a realidade estatal, em correspondência com o tríplice aspecto da Teoria Geral do Estado: a) o aspecto SOCIOLÓGICO, quando estuda a organização estatal como fato social; b) o aspecto FILOSÓFICO (ou AXIOLÓGICO), quando estuda o Estado como fenômeno político-cultural; c) o aspecto JURÍDICO, quando encara o Estado como órgão central de positivação do Direito. 
2. A Teoria Geral do Estado crresponde à parte geral do Direito Constitucional. Não é uma ramificação, mas o próprio tronco deste eminente ramo do direito público.
A matéria política, sem dúvida, é predominante no tema. Aristóteles, constatando este fato, asseverou: “A política é a Ciência do Estado”.
Porém, é sabido que esta matéria não é exclusivamente política, podendo ser estudada ainda sob a ótica sociológica e a ótica dogmática-jurídica.
Assim, descreva os desdobramentos da Teoria Social do Estado, Teoria Política do Estado e da Teoria Jurídica do Estado. (2,0)
Conforme Sahid Maluf, em “Teoria Geral do Estado”, a Teoria Geral do Estado, na sua exata conceituação, compreende um conjunto de ciências aplicadas à compreensão do fenômeno estatal, destacando-se principalmente a Sociologia, a Política e o Direito. Daí o seu desdobramento, geralmente aceito, em Teoria Social do Estado, Teoria Política do Estado e Teoria Jurídica do Estado.
· TEORIA SOCIAL DO ESTADO, quando analisa a gênese e o desenvolvimento do fenômeno estatal, em função dos fatores históricos, sociais e econômicos; 
· TEORIA POLÍTICA DO ESTADO, quando justifica as finalidades do governo em razão dos diversos sistemas de cultura; 
· TEORIA JURÍDICA DO ESTADO, quando estuda a estrutura, a personificação e o ordenamento legal do Estado. 
Uma análise brilhante e objetiva desse tríplice aspecto é apresentada pelo Prof. Miguel Reale, acentuando que a Teoria Geral do Estado pressupõe a Filosofia do Direito e do Estado, mas não se confunde com ela. Focaliza amplamente o Estado nos seus três aspectos — material, formal e teológico — ao mesmo tempo em que analisa o fenômeno do poder como realidade social, política e jurídica. 
Assim não entendem as correntes monistas e estatistas, para as quais a doutrina do Estado se reduz à ordem jurídica simplesmente, já que Estado e Direito se confundem numa só realidade. É uma verdade parcial. Quer quanto ao Direito em particular, quer quanto ao Estado em geral, a teoria tridimensional reúne as verdades parciais numa verdade integral, oferecendo o conceito amplo e exato da Teoria Geral do Estado.
3. “A Nação é um Estado em potência” – Miguel Reale.
Nesta proposição, o excelso professor Miguel Reale propõe um significado diferenciado para os vocábulos “Nação” e “Estado”.
Explicite o fundamento dessa diferenciação. (2,0)
Nação e Estado são duas realidades distintas e inconfundíveis. 
A Nação é uma realidade sociológica; o Estado, uma realidade jurídica. 
O conceito de Nação é essencialmente de ordem subjetiva, enquanto o conceito de Estado é necessariamente objetivo.
Nação é uma entidade de direito natural e histórico. Conceitua-se como um conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de sangue, idioma, religião, cultura e ideais. A Nação é anterior ao Estado. A Nação pode perfeitamente existir sem Estado. 
A distinção entre as duas realidades mais se evidencia quando se tem em vista que várias nações podem reunir-se em um só Estado, assim como também uma só Nação pode dividir-se em vários Estados. 
Considera-se que só a Nação é de direito natural, enquanto o Estado é criação da vontade humana, e levando em conta que o Estado não tem autoridade nem finalidade próprias, mas é uma síntese dos ideais da comunhão que ele representa, preferimos formular o seguinte conceito simples: O Estado é o órgão executor da soberania nacional.
4. “A condição de Estado perfeito pressupõe a presença concomitante de três elementos(...) A ausência ou desfiguração de qualquer desses elementos retira da organização sócio-política a plena qualidade de Estado.”
A afirmação acima faz referência aos elementos constitutivos do Estado. Identifique-os e discorra sobre cada um destes. (2,0)
A condição de Estado perfeito pressupõe a presença concomitante e conjugada desses três elementos, revestidos de características essenciais: população homogênea, território certo e inalienável e governo independente.
População: A população é o primeiro elemento formador do Estado, o que independe de justificação. Sem essa substância humana não há que cogitar da formação ou existência do Estado.
Território:O território é a base física, o âmbito geográfico da nação, onde ocorre a validade da sua ordem jurídica.
Governo: é uma delegação de soberania nacional. É a própria soberania posta em ação.
O Estado é constituído por um conjunto de pessoas (população) fixadas em um determinado espaço geográfico (território), com poder de autodeterminação para produzir e fazer valer o seu direito de modo a concretizar seus objetivos (governo).
5. “A exata compreensão do conceito de soberania é pressuposto necessário para o entendimento do fenômeno estatal, visto que não há Estado perfeito sem soberania”
Acerca do fenômeno da soberania, diversos estudiosos ao longo da história da humanidade tentaram justificar, fundamentar e apontar um “dever ser” para sua aplicação.
Demonstre, fundamentadamente, pelo menos três grande correntes teóricas que abordam a soberania. (2,0)
TEORIA DA SOBERANIA POPULAR A teoria da soberania popular teve como precursores Altuzio, Marsilio de Padua, Francisco de Vitoria, Soto, Molina, Mariana, Suarez e outros teólogos e canonistas da chamada Escola Espanhola. Reformulando a doutrina do direito divino sobrenatural, criaram eles o que denominaram teoria do direito divino providencial: o poder público vem de Deus, sua causa eficiente, que infunde a inclusão social do homem e a consequente necessidade de governo na ordem temporal. Mas os reis não recebem o poder por ato de manifestação sobrenatural da vontade de Deus, senão por uma determinação providencial da onipotência divina. O poder civil corresponde com a vontade de Deus, mas promana da vontade popular — omnis potestas a Deo per populum libere consentientem —, conforme com a doutrinação do Apóstolo São Paulo e de São Tomás de Aquino. Sustentou Suarez a limitação da autoridade e o direito de resistência do povo, fundamentos do ideal democrático. E Molina, embora reconhecendo o poder real como soberania constituída, ressaltou a existência de um poder maior, exercido pelo povo, que denominou soberania constituinte.
TEORIA DA SOBERANIA NACIONAL A teoria da soberania nacional ganhou corpo com as ideias político-filosóficas que fomentaram o liberalismo e inspiraram a Revolução Francesa: ao símbolo da Coroa opuseram os revolucionários liberais o símbolo da Nação. Como frisou Renard, a Coroa não pertence ao Rei; o Rei é que pertence à Coroa. Esta é um princípio, é uma tradição, de que o Rei é depositário, não proprietário. A este entendimento, aliás, se deveu a convivência entre a Coroa e o Parlamento, em alguns Estados liberais. Pertence a Teoria da Soberania Nacional à Escola Clássica Francesa, da qual foi Rousseau o mais destacado expoente. Desenvolveram-na Esmein, Hauriou, Paul Duez, Villey, Berthélemy e outros, sustentando que a nação é a fonte única do poder de soberania. O órgão governamental só o exerce legitimamente mediante o consentimento nacional. Esta teoria é radicalmente nacionalista: a soberania é originária da nação, no sentido estrito de população nacional (ou povo nacional), não do povo em sentido amplo. Exercem os direitos de soberania apenas os nacionais ou nacionalizados, no gozo dos direitos de cidadania, na forma da lei. Não há que confundir com a “teoria da soberania popular”, que amplia o exercício do poder soberano aos alienígenas residentes no país. A soberania, no conceito da Escola Clássica, é UNA, INDIVISÍVEL, INALIENÁVEL e IMPRESCRITÍVEL. UNA porque não pode existir mais de uma autoridade soberana em um mesmo território. Se repartida, haveria mais de uma soberania, quando é inadmissível a coexistência de poderes iguais na mesma área de validez das normas jurídicas. INDIVISÍVEL é a soberania, segundo a mesma linha de raciocínio que justifica a sua unidade. O poder soberano delega atribuições, reparte competências, mas não divide a soberania. Nem mesmo a clássica divisão do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário importa em divisão da soberania. Pelos três órgãos formalmente distintos se manifesta o poder uno e indivisível, sendo que cada um deles exerce a totalidade do poder soberano na esfera da sua competência. INALIENÁVEL é a soberania, por sua própria natureza. A vontade é personalíssima: não se aliena, não se transfere a outrem. O corpo social é uma entidade coletiva dotada de vontade própria, constituída pela soma das vontades individuais. Os delegados e representantes eleitos hão de exercer o poder de soberania segundo a vontade do corpo social consubstanciada na Constituição e nas Leis. IMPRESCRITÍVEL é ainda a soberania no sentido de que não pode sofrer limitação no tempo. Uma nação, ao se organizar em Estado soberano, o faz em caráter definitivo e eterno. Não se concebe soberania temporária, ou seja, por tempo determinado. A esta teoria daremos maior desenvoltura no capítulo do Contrato Social de Rousseau.
TEORIA DA SOBERANIA DO ESTADO A teoria da soberania do Estado pertence às escolas alemã e austríaca, as quais divergem fundamentalmente da Escola Clássica Francesa. Seu expoente máximo, Jellinek, parte do princípio de que a soberania é a capacidade de autodeterminação do Estado por direito próprio e exclusivo. Desenvolve esse autor o pensamento filosófico de Von Ihering, segundo o qual a soberania é, em síntese, apenas uma qualidade do poder do Estado, ou seja, uma qualidade do Estado perfeito. O Estado é anterior ao direito e sua fonte única. O direito é feito pelo Estado e para o Estado; não o Estado para o direito. A soberania é um poder jurídico, um poder de direito, e, assim como todo e qualquer direito, ela tem a sua fonte e a sua justificativa na vontade do próprio Estado. Dentro dessa linha de pensamento se desenvolvem as inúmeras teorias estadísticas, que serviram de fomento doutrinário aos Estados totalitários de após guerra.

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