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RADIOLOGIA MÓDULO IV 15 4 EMPREENDEDORISMO O termo ‘Empreendedorismo’ é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship. Embora tenha se popularizado a partir da importação do inglês, sua origem está na língua francesa, entrepreneur, palavra usada no século XII para designar aquele que incentivava brigas. No final do século XVIII, aplicava-se àquela pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Na língua francesa o verbo ‘entreprendre’ significa fazer algo. O que nos leva a crer que a raiz da palavra empreendedor data de mais de 800 anos, ainda com o verbo francês entreprendre, que significa “fazer algo”. Entre os economistas modernos, Joseph Schumpeter foi quem mais versou sobre o tema, que teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Para ele, o empreendedorismo viria ser a “máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir constantemente”. Ele postulava que “sem inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona”. Apesar das várias definições, não há consenso entre os estudiosos que defina o termo de forma definitiva. O conceito pode variar de acordo com quem responde a pergunta acerca dele. Do que se pode apreender, empreendedor é aquele que age, busca o sonho e o concebe. E nisto entra o papel da educação, que é aquele que visa estabelecer a congruência para que este sonho possa ser realizado. Em que pese às várias definições acerca do tema, percebem-se alguns aspectos que são comuns a todas elas, especialmente no que diz respeito ao comportamento empreendedor, tais como: a) iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; b) utilização de recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico; c) saber os riscos calculados e a possibilidade de fracassar. Para Peter Drucker (1987, p. 25 apud SANTOS; MARINHO; MAC-ALLISTER, 2009), os empreendedores são pessoas que inovam. "A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente". Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor haja muitas diferenças e disparidades a respeito das exatas definições, pode-se perceber que há um consenso entre os estudiosos de que o que distingue o empreendedor das outras pessoas é a maneira como ele percebe a mudança e lida com as oportunidades. "Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões", segundo o conceito do teórico L.J. Filion (1911). Com base nesta definição, o diretor da Escola de Administração de Mauá-SP e consultor de empresas, Hazime Sato, afirma que o empreendedor é um agente de mudanças e inovações, que identifica oportunidades e busca MÓDULO IV RADIOLOGIA 16 recursos para transformar conhecimento em riqueza. Assim, segundo ele, o instrumento específico do espírito empreendedor é a inovação, a busca deliberada e organizada de mudanças, as fontes das oportunidades que tais mudanças podem oferecer. O Escritor Fernando Dolabela, 59 anos, é um daqueles que faz questão de demonstrar a paixão que devota ao estudo do empreendedorismo, tema dos nove livros que já escreveu. O primeiro deles, O Segredo de Luiza, de 1999, tornou-se um dos mais vendidos do Brasil na área de negócios. Dois livros seus deram origem a métodos que estão se difundindo pelo Brasil: Pedagogia Empreendedora, de 2003, que inspirou o programa homônimo que já treinou 10 mil professores em 123 escolas, com reflexos no ensino de 300 mil alunos com idade entre 4 e 17 anos; e A Oficina do Empreendedor, de 1999, que gerou o método que já foi apresentado a 3.500 professores de 350 instituições de ensino superior. Curiosamente, o administrador Fernando Dolabela pretende – e de certo modo está conseguindo – mudar um paradigma educacional do qual não tem boas lembranças. “Eu era o pior aluno da classe no melhor colégio de Minas”, diverte-se, ao falar de sua inadaptação às regras da escola. Para Dolabela, o empreendedor é um rebelde, um inconformado – alguém que propõe o novo. Um perfil que ele não vê emergir das escolas e das famílias brasileiras. “A criança e o adulto aprendem uma só coisa: mandar currículo” (DOLABELA, 1999). Para ele, um empreendedor: a) É um sonhador, mas realista; b) Cultiva a imaginação e sabe definir visões do que quer; c) É orientado para resultados, para o futuro; d) Tem a percepção e a capacidade de descobrir nichos; e) Tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos; f) Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização; g) Considera o fracasso um resultado normal, aprende com os próprios erros; h) Traduz seus pensamentos em ações; i) Sabe fixar metas e alcançá-las; j) Tem forte intuição; k) Tem alto comprometimento: acredita no que faz; l) Dedica-se intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar resultados; m) Sabe buscar, utilizar e controlar recursos; n) Aceita o dinheiro como uma medida de seu desempenho; o) Estabelece e cultiva "redes de relações" internas e externas. Deste modo, configura-se que a ação empreendedora começa com um indivíduo que tem motivação para colocar em prática seus conhecimentos e competências. Seu diferencial é sua habilidade de envolver outras pessoas, compor uma equipe de indivíduos com outros conhecimentos e competências que irão tornar sua ideia realidade. O empreendedorismo nada mais é do que um sentimento de paixão pela inovação. É enxergar oportunidades naquilo que muitas pessoas não veem, é ter um sonho, saber a sua viabilidade, acreditar que é possível transformar ideias em oportunidades, ousar e fazer RADIOLOGIA MÓDULO IV 17 o uso constante, ou seja, o exercício da criatividade e pensar como retorno em algo benéfico para si e também para sociedade. Isto posto, se conclui, então, que o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem; se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização. O empreendedor é uma pessoa inovadora, que introduz novos produtos, serviços, técnicas de produção e até mesmo novas formas de organização, tomando as decisões que irão nortear o futuro do negócio. Ele assume não apenas os riscos pessoais, mas também aqueles dos investidores e de todos os envolvidos em seu negócio. 4.1 Classificação dos Empreendedores De certa forma, e segundo alguns autores, os empreendedores classificam-se em: a) Empreendedores iniciais: são aqueles cujos empreendimentos têm até 42 meses de vida, três anos e meio, período que a literatura considera capital para a sobrevivência de um empreendimento. Esses empreendedores compõem uma taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), de origem inglesa, Total Entrepeneurial Activity, e subdividem-se em dois tipos: i) Nascentes: aqueles à frente de negócios em implantação – busca de espaço, escolha de setor, estudo de mercado, etc., que, se chegaram a gerar remuneração, o fizeram por menos de três meses; ii) Novos: seus negócios já estão em funcionamento e geraram remuneração por pelo menos em três meses. b) Empreendedores estabelecidos: aqueles à frente de empreendimentos com mais de 42 meses. Com o propósito de estabelecer o perfil das pessoas envolvidas na criação de negócios, os empreendedores identificados na pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) são classificados segundo variáveis demográficas, como gênero, idade, renda familiar e escolaridade. O GEM classifica, ainda, os empreendedores de acordo com a sua motivação para empreender: a) Empreendedores por oportunidade: são motivados pela percepção de um nicho de mercado em potencial. b) Empreendedores por necessidade: são motivados pela falta de alternativa satisfatória de ocupaçãoe renda. 4.3 Circunstâncias que Dão Origem ao Empreendedor Muito se fala que, quando se estuda o surgimento dos empreendedores, pode-se observar que há um mito de que não é possível desenvolver o empreendedorismo; deve-se nascer empreendedor. Muitos estudiosos verificam que isso não é verdade, tomando-se por base uma análise mais criteriosa dos vários empreendimentos existentes, independentemente de sua etapa evolutiva. Assim, verifica-se, a partir dos estudos realizados, que existem várias circunstâncias que dão origem a um empreendimento e ao surgimento de um empreendedor, que podem ou não se relacionar aos traços de MÓDULO IV RADIOLOGIA 18 personalidade, que são: O empreendedor nato – esta figura é a personalização integral do empreendedor que, normalmente, desde cedo, por motivos próprios ou influências familiares, demonstra traços de personalidade comuns do empreendedor. O desenvolvimento de tal vocação tem forte relação com o tipo de autoridade familiar e o ambiente motivacional familiar, tais como escala de valores e percepção de negócios; O herdeiro – pode ou não possuir as características do empreendedor. Se empreendedor por afinidade e vocação, dá continuidade ao empreendimento em que se encontra desde cedo em treinamento, o que é muito comum. Não tendo características empreendedoras, mas “treinado”, por imposição, desde cedo, pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa; O funcionário da empresa – podendo possuir características de empreendedor, sente ao longo da carreira em desequilíbrio e falta de reconhecimento entre suas contribuições e recompensas, ou então falta de interesse em suas ideias ou interferência da burocracia da empresa. Frustrado em suas necessidades de realização pessoal, em algum momento de carreira decide partir para um negócio próprio; Excelentes técnicos – com características de empreendedor, dispõe do conhecimento, de know-how, sobre algum produto ou serviço e, uma vez possuidor de experiência no ramo, decide iniciar um negócio próprio. Vendedores – usualmente, entusiasmado pela dinâmica de suas funções quotidianas, como conhece o mercado e tem experiência do ramo, inicia um negócio próprio em indústria, comércio ou serviços. Opção ao desemprego – uma modalidade de empreendimento arriscada que, por questões circunstanciais, finda por ser adotada. Pode ter dois desdobramentos: 1) com características empreendedoras, há possibilidade de sucesso; e 2) sem características empreendedoras, tem chance de sucesso, dependendo de como a oportunidade é encarada. Desenvolvimento paralelo – o funcionário, como alternativa futura, tendo características empreendedoras, estrutura-se entre amigos ou familiares e desenvolve um negócio derivado de sua experiência ou não, ou associa-se a outro ramo de atividades como sócio capitalista. Aposentadoria – com experiência adquirida, e devido à idade precoce com que o mercado marginaliza as pessoas, inicia um negócio próprio, usualmente em comércio ou serviços, se não for oriundo da área de vendas ou produção. O empreendedorismo está, em princípio, atrelado à ideia de negócio, de empresa, mas também pode estar associado a um projeto, uma realização pessoal. Neste sentido, surgem novas formas de empreendedorismo, tais como as descritas a seguir. RADIOLOGIA MÓDULO IV 19 Empreendedorismo de negócios: Diz-se empreendedorismo de negócio o comportamento empreendedor, que está vinculado ao negócio, à empresa, ao empreendimento. É quando se tem uma boa ideia e esta é transformada em algo lucrativo. Tal comportamento deve envolver planejamento, criatividade e inovação. Uma inovação nem sempre é uma criação de um novo produto ou um novo serviço. É possível oferecer ao mercado um mesmo produto ou serviço, porém, de forma mais barata, mais rápida ou de melhor qualidade em relação aos seus concorrentes. Isso é empreendedorismo. Empreendedorismo social: Embora se assemelhe ao empreendedorismo de negócios, o empreendedorismo social tem sua peculiaridade atrelada à missão social, cujo objetivo final não é a geração de lucro, mas o impacto social. Os empreendedores sociais utilizam as mesmas técnicas de planejamento dos empreendedores de negócio, mas são motivados por objetivos sociais, ao invés de benefícios materiais. Para o empreendedor de negócios, o sucesso significa o crescimento da sua empresa (e dos seus lucros), enquanto que para o empreendedor social o sucesso significa a transformação de uma realidade social, a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem naquele local. É importante salientar, entretanto, que o empreendedor social não visa apenas o lucro, posto que ele também gera benefícios para a sociedade. Intraempreendedorismo: O intraempreendedorismo teve início a partir do incentivo das próprias empresas, que sentiram a necessidade de incentivar o empreendedorismo dentro dos seus departamentos. Quando uma pessoa apresenta ideias, soluções, projetos e as põe em prática, ela está demonstrando um comportamento empreendedor dentro da empresa. Isto pode se dar tanto no âmbito público quanto no privado. O funcionário pode apresentar um comportamento empreendedor dentro da organização, independentemente do cargo que ocupa. É cada vez mais comum se ouvir falar em empreendedor e empreendedorismo. O indivíduo capacitado, com coragem de se arriscar, de se libertar dos padrões celetistas tradicionais vem ganhando destaque dentro das organizações. É comum advogar a tese de que um empreendedor é aquela pessoa que se fez sozinha, em meio às adversidades, e que logrou êxito, conquistando sucesso individual, sendo reconhecida e admirada. Entretanto, é importante conceber que ser empreendedor está muito além da simples perspectiva de sucesso exclusivamente individual. MÓDULO IV RADIOLOGIA 20 4.4 Características dos Empreendedores Ser empreendedor se constitui em ser determinado pela autorrealização, pela aspiração de assumir responsabilidades e ser autônomo. Existem pesquisas para identificar características em pessoas de sucesso, e a mais simples de todas é o anseio por concretização. Isso leva as pessoas a confiarem e serem deslumbradas pelo que fazem. Os empreendedores estão sempre aflitos por aprimorar nas capacidades menos desenvolvidas e se aperfeiçoar nas mais fortes. O que diferencia o empreendedor das outras pessoas é o modo como compreende a mudança e lida com as chances, tendo iniciativa para gerar um novo negócio, adotando riscos calculados, criando sempre valor para a sociedade. Alguns autores defendem que há pessoas que já nascem empreendedoras, mesmo que empiricamente. Outras não têm tantos talentos inatos, o que não as impede de aprender e desenvolver esses talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para toda pessoa que almeja implantar e gerir um pequeno negócio. Na realidade, ninguém nasce empreendedor, pois a vida irá transformando o indivíduo, com a participação da família, a vivência com os amigos de escola, de trabalho, o relacionamento com a sociedade, e daí, vai favorecendo o desenvolvimento de algumas características. Traços da personalidade, atitudes e comportamentos contribuem para alcançar o sucesso nos negócios. A preocupação em identificar as características e o perfil dos empreendedores de sucesso é para que possamos aprender e agir, adotando comportamentos e atitudes adequadas. Entretanto, vale dizer que ainda não se pode afirmar que uma pessoa dotada de tais características irá necessariamente alcançar o sucesso como empreendedor. O que se pode dizer é que as pessoas que apresentam essas características e aptidões mais comumente encontradas nos empreendedores, mais chance terá de ser bem-sucedida. Em qualquer empreendimento é necessário ter perseverança, vontade de trabalhar e liderança. Todo empreendedor deve dedicar ao seu negócio tempo e envolvimentopessoal. Desta forma, o perfil do bom empreendedor consiste em possuir características comportamentais que lhe permitam sucesso constante em suas atividades. Elas devem ser mantidas para garantir o equilíbrio e a conservação dos negócios, bem como, para a obtenção de novas oportunidades. São elas: a) Iniciativa - são pessoas que não ficam esperando que os outros (o governo, o empregador, o parente, o padrinho) venham resolver seus problemas. Pessoas que começam coisas novas. A iniciativa, enfim, é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a solução; b) Autoconfiança - o empreendedor tem autoconfiança. Se não tivesse, seria difícil tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor; RADIOLOGIA MÓDULO IV 21 c) Aceitação do risco - o empreendedor aceita riscos. Ainda que muitas vezes seja cauteloso e precavido contra o risco, a verdade é que ele o aceita em alguma medida; d) Sem temor do fracasso e da rejeição - o empreendedor fará tudo o que for necessário para não fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante do fracasso. Pessoas com grande amor próprio e medo do fracasso preferem não tentar correr o risco de não acertar - ficam, então, paralisadas; e) Decisão e responsabilidade - o empreendedor não fica esperando que os outros decidam por ele. Ele toma decisões e aceita a responsabilidade que estas acarretam; f) Energia - é necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações, que usualmente exigem intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa reserva de energia, vinda provavelmente de seu entusiasmo e motivação; g) Automotivação e entusiasmo - pessoas empreendedoras são capazes de automotivação relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. Não necessitam de prêmios externos, como compensação financeira. Igualmente, por sua motivação, são capazes de entusiasmarem-se com suas ideias e projetos; h) Controle - o empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e não de forças externas sobre as quais não tem controle. Ele se vê como capaz de controlar a si mesmo e de influenciar o meio, de tal modo que possa atingir seus objetivos; i) Voltado para equipe - o empreendedor em geral não é um fazedor, no sentido obreiro da palavra. Ele cria equipe, delega, acredita nos outros, obtém resultados por meio de outros; j) Otimismo - o empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, acredita na possibilidade de solução dos problemas, acredita no seu potencial de desenvolvimento; e, k) Persistência - o empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente. Observa-se que, além das características, também merecem destaque algumas especificidades atribuídas aos empreendedores, conforme descrito a seguir: a) São visionários: eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e, o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos; b) Sabem tomar decisões: eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator-chave para o seu sucesso; c) São indivíduos que fazem a diferença: os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade; d) Sabem explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os empreendedores, as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificam algo prático para torná-la em oportunidade, por meio de MÓDULO IV RADIOLOGIA 22 dados e informações. O empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta; e) São determinados e dinâmicos: eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de fazer acontecer. Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam certo inconformismo diante da rotina; f) São dedicados: eles se dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio, comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho; g) São otimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantêm cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem como ninguém como fazê- lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso; h) São independentes e constroem o próprio destino: eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em vez de empregados, querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos; i) Ficam ricos: ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios; j) São líderes e formadores de equipes: os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si; k) São bem relacionados: os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe; l) São organizados: os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o melhor desempenho para seu negócio; m) Planejam, planejam, planejam: os empreendedores de sucesso planejam cada passo desde seu rascunho do plano de negócios, até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio, etc., sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem; n) Possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior a sua chance de êxito; o) Assumem riscos calculados: talvez esta seja a característica mais conhecida dos empreendedores; RADIOLOGIA MÓDULO IV 23 p) Criam valor para a sociedade: os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, com geração de empregos, dinamizando a economia, e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas. 4.5 Conhecimentos dos Empreendedores Para operar uma empresa com sucesso, o empreendedor deve possuir alguns conhecimentos diferenciados, de acordo com cada etapa na qual a empresa se encontra. Apesar desta diferenciação, é possível fazer uma descrição dos principais conhecimentos, necessários para o empreendedor, como descrito a seguir: a) Conhecimento dos aspectos técnicos relacionados com o negócio: é imprescindível que o empreendedor tenha conhecimento a respeito do produto que pretende produzir e/ou a respeito do serviço que pretende prestar. Consequentemente, o empreendedor deve pesquisar objetivamenteinformações, procurando obter o máximo de dados possíveis, para transformar estes dados em novos mercados, técnicas, produtos e serviços. Estes conhecimentos incluem vendas, custos, processos de fabricação, meios de produção, gerenciamento, dentre outros. Caso o empreendedor não tenha estes conhecimentos, deve procurar desenvolvê-los rapidamente ou buscar alguém que os possua; b) Experiência na área comercial: as funções da área comercial dizem respeito ao enfoque empresarial voltado ao atendimento das necessidades do cliente. Incluem distribuição do produto, publicidade, pesquisa de mercado e definição e novos produtos. Esta experiência pode ser adquirida mediante vivência prática ou a partir de informações obtidas em publicações especializadas, em centros de ensino ou mesmo mediante referências de outros empresários; c) Escolaridade: o empreendedor deve possuir um nível de escolaridade mínimo, que lhe permita responder de maneira adequada às exigências impostas por seu negócio, visto que uma elevada escolaridade ou uma baixa escolaridade pode prejudicar o andamento das atividades. Isto significa que, os conhecimentos devem ser buscados e utilizados à medida que cada empreendimento exigir; d) Experiência empresarial: a experiência é um fator diferenciador. O fato de o empreendedor já ter vivenciado algumas experiências na área empresarial, torna-se importante, à medida que estas lhe proporcionam um conhecimento prévio mais profundo e abrangente a respeito do funcionamento de uma empresa, podendo facilitar a resolução de problemas emergentes; e) Formação complementar: relaciona-se com a aquisição de informações ou com o aprimoramento dos conhecimentos que o empreendedor já possui. Este pode partir de um interesse particular ou de uma necessidade gerada pelo próprio negócio. Contudo, há conhecimentos que aparentemente não têm nenhuma relação com a vida da empresa e que podem ter participação decisiva no êxito empresarial. É o caso, por exemplo, do aprendizado de grupos esportivos, associações, agremiações, viagens, dentre outros; f) Conhecimento de gente: esse é outro erro muito comum dos empreendedores – não saber ou não se interessar por gente. Herança da Era Industrial. Para montar MÓDULO IV RADIOLOGIA 24 um empreendimento há alguns anos, era necessário saber fazer alguma coisa. Manusear e manipular eram mais importantes do que comunicar e se relacionar. As habilidades técnicas eram mais importantes do que as habilidades humanas. Hoje, é fundamental conhecer a natureza humana, quer seja para lidar melhor com o cliente, quer seja para preparar uma equipe de trabalho; g) Conhecimento de negócio: esse é um dos principais erros dos novos empreendedores – sair por aí oferecendo um serviço ou um produto a quem se interesse por comprá-los. Poucos conseguem conceber um negócio interessante na forma de produtos e serviços. Poucos focam um público-alvo a quem o negócio deve ser direcionado. Conhecimento de negócio é fundamental para começar a carreira de empreendedor com o pé direito; h) Conhecimento do mercado: o mercado possui suas leis próprias, por meio da dinâmica da oferta e da demanda. O comportamento da oferta e da demanda é, por sua vez, influenciado pelas ações dos agentes econômicos – empresas, famílias, governo, instituições financeiras, etc. Compreender o sistema econômico é uma maneira de fazer com que o novo empreendimento interaja positivamente com as forças econômicas; i) Conhecimentos sobre o mundo: o Planeta Terra virou um mundo pequeno. A globalização uniu os mercados. Se antes era difícil viajar para o exterior, hoje é muito raro algum empreendedor que já não tenha saído do País. É claro que o conhecimento do mundo não se consegue apenas viajando. TVs a cabo, Internet, revistas, etc. ajudam a compreender o mundo. A compreensão do mundo contribui na ampliação da compreensão da humanidade, dos hábitos, dos costumes e ajuda a perceber tendências e oportunidades. 4.6 Habilidades do Empreendedor O sucesso de uma empresa também depende das habilidades do empreendedor, que correspondem às facilidades para utilizar as capacidades. São inúmeras as habilidades necessárias para a operação de uma empresa de pequena dimensão. Algumas mais importantes são: a) Identificação de novas oportunidades: relaciona-se com a habilidade de perceber o que os outros não percebem e de visualizar muito mais longe que os demais. O indivíduo que possui esta habilidade está sempre atento às informações que possam aumentar conhecimento relativo ao seu empreendimento, para que possa criar, implantar e desenvolver novas soluções. O processo de identificação de novas oportunidades depende fortemente da criatividade e da capacidade de pensar inovadoramente; b) Valoração de oportunidades e pensamento criativo: é a habilidade de atribuir valor àquilo que se apresenta como uma oportunidade. A avaliação crítica é essencial para distinguir entre boas oportunidades e a ilusão das outras. Não basta perceber o que os outros não percebem. É necessário atribuir valor àquilo que se apresenta como uma boa oportunidade; c) Comunicação persuasiva: é a habilidade de convencer os outros a respeito da pertinência de uma ideia. A comunicação pode ocorrer de diversas formas como: visual, comunicação não verbal (por meio de gestos, etc.), comunicação oral ou RADIOLOGIA MÓDULO IV 25 escrita. Os empreendedores geralmente começam com apenas uma ideia na cabeça. Para transformar esta ideia em realidade precisam, primeiramente, convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditar e investir em seu novo negócio. Mais tarde, porém, quando estiver à frente de sua empresa, o empreendedor deverá persuadir as pessoas a fazerem o que ele acredita que é importante; d) Negociação: é a habilidade de convencer os outros, por meio da comunicação, a respeito da pertinência de uma ideia. Os empreendedores geralmente começam com apenas uma ideia na cabeça, e para transformá-la em realidade precisam primeiramente convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditarem e investirem em seu novo negócio; e) Aquisição de informações: é a habilidade de coletar, reunir e agrupar informações. A questão da informação revela-se como um fator diferenciador no desempenho geral da empresa. A posse de informações sobre mercados, processos gerenciais e avanços tecnológicos, entre outros, apresenta-se intrinsecamente relacionada com a posição comparativamente mais sólida e saudável que o empreendimento venha a adquirir; f) Resolução de problemas: é a habilidade para utilizar sistematicamente operações mentais, a fim de encontrar respostas para enfrentar os desafios e superar os obstáculos. Há vários processos envolvidos na criação e desenvolvimento de um novo empreendimento, criando um conjunto único de problemas, desafios e crises. Cabe ao empreendedor a tarefa de encontrar o melhor estilo, que lhe proporcione a forma ideal de revolucionar e gerar soluções inovadoras. Observa-se que há uma variada gama de habilidades que possibilitam o empreendedor obter sucesso junto a sua empresa. As citadas acima se constituem num exemplo de classificação comumente utilizado pelos autores, o que não esgota de maneira alguma o assunto. 4.7 Empreendedorismo e Liderança nas Empresas O Brasil se destaca pela quantidade de empreendedores. De forma geral, estas pessoas começam um negócio quando conhecem muito bem um produto, um segmento de mercado ou um determinado setor de empresas; ou ainda porque estão com alguma reserva financeira disponível, porque querem ser seus próprios patrões ou estão tendo dificuldades de voltar ao mercado de trabalho. Entretanto, muitas vezes se esquecem de que terão de ser bons líderes para conseguir fazer o negócio crescer. Caso contrário, correm o risco de ter uma empresa com um só funcionário: o proprietário. Ser líder é diferente de ser administrador, gerente ou chefe. Lideraré lidar com pessoas; administrar é lidar com recursos, papéis, coisas, processos. Um chefe pode ser nomeado numa hierarquia, independentemente de possuir ou não as qualidades necessárias. É possível ser um gerente e não conseguir ser o líder da equipe e pode. Por outro lado, se pode ser o líder da equipe sem ser o chefe. A um bom líder algumas virtudes são necessárias, dentre elas: competência MÓDULO IV RADIOLOGIA 26 (conhecimento, habilidades e atitude/ação), ética (integridade e honestidade), entusiasmo, empatia, autoconfiança, sensibilidade, humildade, imparcialidade, saúde, autoconhecimento, motivação e inteligência acima da média. É fundamental que goste de se relacionar com pessoas, que saiba ouvir e que seja observador. O empreendedor precisa atentar para o fato de que a presença de um líder é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Caso não seja um líder nato, é importante que o empreendedor busque desenvolver habilidades de liderança. É necessário que tenha alguém para conduzir o grupo de onde está até onde precisa estar, para fazer com que a equipe faça voluntariamente o que precisa ser feito, para extrair o melhor de cada colaborador e com isso conseguir obter os resultados positivos. A falta de liderança, muitas vezes, é a razão pela qual os pequenos empresários cometem erros na administração de seus negócios. Dentre eles citam-se: a) Não se conhecem suficientemente para saber as competências que lhes falta para buscar treinamento ou pessoas com tais capacidades; b) Não conhecem o ponto de equilíbrio de seu negócio e gastam mais do que podem; c) Contratam pessoas que não são adequados às funções. Não é proibido contratar amigo ou parente, mas é proibido contratar gente incompetente para a função; d) Adiam decisões que precisam ser tomadas rapidamente; e) Não suprem seus colaboradores e a si mesmos com os treinamentos necessários; f) Não têm uma política de treinamentos; g) Assumem compromissos que não têm capacidade de cumprir; e, h) Esquecem-se de que os clientes são o maior patrimônio das empresas. Todos os colaboradores na organização precisam “servir” o cliente e não “servir” o patrão. Sem clientes o negócio está fadado ao fracasso. Assim sendo, para se tornar um bom líder, é preciso procurar estar preparado, ser proativo e ser reflexivo. É importante ainda se autoavaliar, melhorar continuamente e ter entusiasmo e otimismo. Um problema comum é que algumas vezes o empreendedor transfere toda a responsabilidade de liderança para o gerente de sua empresa. Quanto mais delega atribuições, mais o líder penetra na essência de sua função: que não é "fazer", e sim "fazer os outros fazerem". Agora, o empresário não pode ignorar que quando ele delega continua com a responsabilidade pelo êxito ou fracasso do empreendimento. Nesse sentido, é importante que ele acompanhe aqueles que recebem a tarefa, e solicite deles a constante prestação de contas, o controle sobre o uso de todos os recursos, inclusive os recursos humanos. 4.8 O Plano de Negócios Uma vez que se decide pela criação de uma empresa, é importante que se defina por escrito quais as principais variáveis do negócio. Estas deverão compor um documento chamado de Plano de Negócios. Elaborar um plano de negócios é de fundamental RADIOLOGIA MÓDULO IV 27 importância para o empreendedor. Além da busca por recursos, é uma forma de o empreendedor sistematizar as suas ideias, planejar de forma mais eficiente, antes de adentrar num mercado competitivo. Abrir uma empresa não é tão somente cuidar dos procedimentos necessários para a sua legalização. É preciso, antes de tudo, que o empresário tome posse de uma série de conhecimentos fundamentais, tais como: conhecer o ramo de atividade onde vai atuar, o mercado, fazer um planejamento do que vai ser colocado em prática na nova empresa, estabelecer os objetivos que se pretende atingir, entre outros. O Plano de Negócios é um instrumento de trabalho fundamental, que agrega e sistematiza toda a informação prática para a concretização e condução do projeto. Um dos primeiros passos na elaboração de um plano de negócios é fazer um levantamento de dados e informações em uma série de órgãos e entidades (IBGE, sindicatos, associações, Sebrae, cooperativas, empresas já estabelecidas, etc.), para saber como se encontra este mercado, quanto o futuro empresário terá que vender por mês para não vir a fracassar; quanto poderá retirar por mês de pró-labore, sem prejudicar o bom funcionamento da empresa; quais os impostos a pagar e suas alíquotas e quanto guardar de recursos financeiros para fazer frente aos compromissos nos primeiros meses. É o que se pode chamar de planejamento financeiro e da estrutura da nova empresa. Existem muitas atividades a ser exploradas, mas é preciso ficar atento a uma série de fatores que influenciam e limitam a escolha do seu ramo de negócio. Para se abrir uma empresa, deve-se levar em conta que o sucesso de qualquer negócio depende, sobretudo, de um bom planejamento. Embora qualquer negócio ofereça riscos, é preciso prevenir-se contra eles. Numa visão mais ampliada, o plano de negócio tem as seguintes funções: a) Avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional; b) Avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado; c) Facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais. Análise dos riscos: É importante que seja feita uma análise dos riscos acerca de um novo empreendimento. Há que se ter conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliação do grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a decisão do futuro empresário na escolha do negócio que pretende desenvolver. Basicamente, os riscos do negócio referem-se a: a) Sazonalidade - se caracteriza pelo aumento ou redução significativos da demanda pelo produto em determinada época do ano. Os negócios com maior sazonalidade são perigosos e oferecem riscos que obrigam os empreendedores a manobras precisas. Quando em alto grau, é considerada fator negativo na avaliação do negócio; MÓDULO IV RADIOLOGIA 28 b) Efeitos da economia - a análise da situação econômica é questão importante para a avaliação da oportunidade de negócio, já que alguns deles são gravemente afetados, por exemplo, por economias em recessão; c) Controles governamentais - setores submetidos a rigorosos controles do governo, nos quais as regras podem mudar com frequência, oferecem grande grau de risco e são pouco atraentes para pequenos investidores; d) Existência de monopólios - alguns empreendimentos podem enfrentar problemas por atuar em áreas em que haja monopólios formados por "megaorganizações", que dominam o mercado, definindo as regras do jogo comercial. No Brasil, a comercialização de pneus, produtos químicos em geral e tintas são exemplos típicos de segmentos fortemente monopolizados; e) Setores em estagnação ou retração - nestes setores, há uma procura menor que a oferta de bens/serviços, o que torna a disputa mais acirrada. Nas épocas de expansão e prosperidade de negócios, ao contrário, novos consumidores entram no mercado, promovendo a abertura de novas empresas; f) Barreiras à entrada de empresas - referem-se a obstáculos relacionados com: exigência de muito capital para o investimento, alto e complexo conhecimento técnico, dificuldades para obtenção de matéria-prima, exigência de licenças especiais, existência de contratos, patentes e marcas que dificultam a legalização da empresa, dentre outros. Passos necessários para a montagem de um plano de negócios: Este é um questionamento comum, especialmente para os empreendedoresem início de suas atividades. Neste sentido, apontam-se alguns caminhos, saber: a) Conhecer o ramo de atividade – é preciso conhecer alguns dados elementares sobre o ramo em que pretende atuar, possibilidades de atuação dentro do segmento (ex., confecção é o ramo: pode-se atuar com jeans, malha, linho... para público infantil, adulto, feminino...); b) Conhecer o mercado consumidor – o estudo do mercado consumidor é um dado importante para o empreendimento, pois abrange as informações necessárias à identificação dos prováveis compradores. O que produzir, de que forma vender, qual o local adequado para a venda, qual a demanda potencial para o produto. Essas são algumas indagações que podem ter respostas mais adequadas quando se conhece o mercado consumidor; c) Conhecer o mercado fornecedor – para iniciar e manter qualquer atividade empresarial, a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor. O conhecimento desse mercado vai se refletir nos resultados pretendidos pela empresa. Mercado fornecedor é aquele que fornece à empresa os equipamentos, máquinas, matéria-prima, mercadorias e outros materiais necessários ao seu funcionamento. d) Conhecer o mercado concorrente – o mercado concorrente é composto pelas pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou RADIOLOGIA MÓDULO IV 29 semelhantes aos que você pretende oferecer. Este mercado deve ser analisado criteriosamente, de maneira que sejam identificados: quem são meus concorrentes, que mercadorias ou serviços oferecem, quais são as vendas efetuadas pelo concorrente, quais os pontos fortes e fracos da minha concorrência, e se seus clientes lhes são fiéis; e) Definir produtos a serem fabricados, mercadorias a serem vendidas ou serviços a serem prestados - é preciso conhecer detalhes do seu produto/serviço. Ofereça produtos e serviços que atendam às necessidades de seu mercado. Defina qual a utilização do seu produto/serviço, qual a embalagem a ser usada, tamanhos oferecidos, cores, sabores, etc.; f) Analisar bem a localização de sua empresa – onde montar o meu negócio? A resposta certa a esta pergunta pode significar a diferença entre o sucesso ou o fracasso de um empreendimento. Tudo é importante para esta escolha e deve ser observado e registrado; g) Conhecer marketing – marketing, como muitos pensam, não é só propaganda. Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa, para que esta atenda desejos e necessidades de seus clientes. As atividades de marketing podem ser classificadas em áreas básicas, que são traduzidas nos 4 Ps do marketing. São eles: Produto, Pontos de Venda, Promoção (Comunicação) e Preço; h) Processo operacional - este item trata do como fazer. Devem ser abordadas tais questões: que trabalho será feito e quais as fases de fabricação/venda/prestação de serviços; quem fará; com que material; com que equipamento; e quando fará. É preciso verificar quem tem conhecimento e experiência no ramo: você? Um futuro sócio? Ou um profissional contratado?; i) Projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços - é prudente que o empreendedor ou empresário considere: a necessidade e a procura do mercado consumidor; os tipos de mercadorias ou serviços a serem colocados no mercado; a disponibilidade de pessoal; a capacidade dos recursos materiais - máquinas, instalações; a disponibilidade de recursos financeiros; a disponibilidade de matéria-prima, mercadorias, embalagens e outros materiais necessários; j) Projeção da necessidade de pessoal – identifique o número de pessoas necessárias para o tipo de trabalho e que qualificação deverão ter, inclusive as do serviço de escritório; k) Análise financeira – é necessário fazer uma estimativa do resultado da empresa, a partir de dados projetados, bem como, uma projeção do capital necessário para começar o negócio, pois terá que fazer investimento em local, equipamentos, materiais e despesas diversas, para instalação e funcionamento inicial da empresa. Isto posto, observamos que o plano de negócio é um instrumento que visa MÓDULO IV RADIOLOGIA 30 estruturar as principais concepções e alternativas para uma análise correta de viabilidade do negócio pretendido, o que proporciona uma avaliação antes de colocar em prática a nova ideia, e reduz, assim, as possibilidades de se desperdiçarem recursos e esforços em um negócio inviável. Além de servir como instrumento de avaliação para solicitação de financiamentos, também serve como meio de planejamento da expansão de uma empresa já existente. A elaboração de um plano de negócios é uma etapa fundamental para o empreendedor que deseja criar uma empresa, não somente pela sua utilidade na busca de recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas ideias e planejar de forma mais eficiente o seu negócio. Um plano de negócios bem feito aumentará muito suas chances de sucesso. RADIOLOGIA MÓDULO IV 31 REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. Como ser empreendedor de sucesso. 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