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LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA
LONDRINA
2020
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ROMILTON SILVA REIS
MATRÍCULA: 193402393
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA
Relatório de Estágio elaborado sob a orientação da Profa. Andressa Dias Carvalho, como requisito obrigatório da disciplina de Estágio Supervisionado em Educação de Jovens e Adultos.
LONDRINA
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 03
2 CAPÍTULO I A MODALIDADE DE ENSINO EJA................................................. 06
2.1 O que é o EJA e como essa modalidade de ensino acontece ...........................06
2.2 O analfabetismo no Brasil ...................................................................................07
3 CAPÍTULO II PERFIL DO PROFISSIONAL EJA................................................. 10
3.1 O papel e a importância do Pedagogo ao trabalhar com a modalidade EJA, .................................................................................................................................. 10
3.2 Como trabalhar com os alunos EJA, quais as práticas pedagógicas o professor deve adotar, como deve ser a didática ..................................................................... 11
4 CAPÍTULO III PLANO DE INTERVENÇÃO NA EJA............................................ 13
4.1 Plano de Intervenção (Plano de ação)................................................................ 13
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 15
6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO 
A Prática de Ensino na Escola de 1º Grau caracteriza-se como o exercício da experiência profissional, por meio de uma vivência em ambientes escolares, levando o profissional à interpretação da realidade educacional nas instituições de ensino, possibilitando consolidar os conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso e estabelecer a relação entre teoria e prática. Sendo assim, o estágio supervisionado se torna um componente curricular que proporciona ao aluno a reflexão contextualizada, dando condições para que se torne autor de sua própria prática.
O estágio supervisionado é um a experiencia enriquecedora para a nossa formação acadêmica, fortalecendo os conhecimentos e saberes de futuros educadores. Durante o estágio pudemos vivenciar um pouco da realidade das salas de aula da Educação de Jovens e Adultos – EJA. O presente relatório descreve a trajetória do estágio da Educação de Jovens e Adultos - EJA, uma experiência inovadora e muito instigante, realizando as atividades de observação para compreender a articulação entre a teoria e a prática, objetivando entender como ocorre de fato a EJA no ambiente escolar.
O meu estagio correu no Instituto Municipal de Educação de Arataca – IMEA, situada à Rua Maria Ivany dos Santos, s/n – Bairro: Vila Eglantina. Ter a oportunidade de poder observar e participar das aulas da Educação de Jovens e Adultos foi uma experiência muito interessante, pois nessa modalidade de ensino, a metodologia é diferenciada, são alunos e alunas de diversas faixas etárias que, por motivos particulares de cada um foram impossibilitados de concluir os estudos na idade regular, e que traem uma grande bagagem de experiencias de vida para a sala de aula.
Os funcionários da instituição demonstraram muita dedicação, empatia e atenção, sendo esses princípios fatores para o desenvolvimento da aprendizagem e interesse dos alunos em frequentar o ambiente escolar. A instituição também se atualiza constantemente fazendo cumprir o que está explícito na legislação, compreendendo as dificuldades dos alunos e superando-as na medida do possível.
Conceitualizando o momento do estágio, ser educador da EJA é mais do que ensinar, é saber olhar para cada um que está em busca de conhecimento e poder compreender a especificidade de cada aluno, é ter em mente que cada dia será um desafio a ser cumprido.
A política de educação de jovens e adultos, diante do desafio de resgatar um compromisso histórico da sociedade brasileira e contribuir para a igualdade de oportunidades, inclusão e justiça social, fundamenta sua construção nas exigências legais definidas: A Constituição Federal do Brasil/1988, incorporou como princípio que toda e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF. Art. 205). Retomado pelo Artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96, este princípio abriga o conjunto das pessoas e dos educandos como um universo de referência sem limitações. Assim, a Educação de Jovens e Adultos e Idosos, modalidade estratégica do esforço da Nação em prol de uma igualdade de acesso à educação como bem social, participa deste princípio e sob esta luz deve ser considerada.
Os perfis do aluno da EJA na sua maioria trabalhadores proletariados, desempregados, dona de casa, jovens, idosos, Portadores de deficiências especiais. São alunos com suas diferenças culturais, etnia, religião, crenças.
Os aspectos do aluno trabalhador que chega às vezes tarde na escola, cansado e com sono e querem sair mais cedo, isso quando eles vão à aula. Eles acham que não são capazes de acompanhar os programas ou que o programa não traz a realidade para o seu cotidiano, são vários os motivos para evadirem. O aluno que trabalha defende o prazer de aprender, e lamento faltarem, eles desistem porque precisam trabalhar. O trabalho é mais importante, é uma necessidade para os que precisam, há uma questão difícil de resolver, ou consistir em combinar escola e trabalho. Essa combinação também é problema do ponto de vista do docente, da grade curricular, da própria gestão da escola, causando desconforto para esses jovens e adultos que estudam no horário da noite. O não reconhecimento da heterogeneidade no aluno da EJA contribui para aprofundar as desigualdades educacionais ao invés de combatê-las.
Outra situação, os alunos jovens ás vezes, ultrapassam a idade estabelecida para estudar no diurno, tendo suas trajetórias escolares interrompidas com sucessivas reprovações e que este não parece fazer muita questão de serem aprovados. Eles já foram negados na da escola básica, muitos deles são repetentes desde sua vida infantil, e são levados a estudar a noite por ser problemático no diurno, sente-se fracassados por ter sua permanência na escola com evasão com tanta frequência.
É preciso buscar a reflexão sobre o papel da escola, do professor, dos educando de frente as suas práticas o qual a finalidade real que este pretende atingir, posto que o professor precise antes de qualquer coisa entender sua tarefa social dentro da sala de aula, para poder trabalhar um modelo educacional comprometido de fato com as transformações sociais, que a escola assuma seu papel, e necessário ter a realidade deste aluno. (Parecer CEB 11/2000).
Ainda com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos (Parecer CNE/CEB 11/2000 e Resolução CNE/CEB 1/2000) as funções da EJA correspondem especificamente:
· Reparadora, significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano. 
· Equalizadora, vai dar cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais como donas de casa, migrantes, aposentados e encarcerados. A reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou outras condições adversas, deve ser saudada como reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na aberturados canais de participação. 
· Qualificadora, mais do que uma função permanente da EJA que pode se chamar de qualificadora. Mais do que uma função, ela é o próprio sentido da EJA. Ela tem como base o caráter incompleto do der humano cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou não escolares.
A educação é um procedimento de longo prazo e contínuo, é um conhecimento para a democracia e a cidadania entre outras práticas. Quando a escola perde essa função ela passa a representar a negação de um direito constitucional para o cidadão, decorrentes de um conjunto de dificuldade sociais. As dificuldades são muitos e não únicos da educação, pois o descompromisso é crescente na saúde, moradia, segurança, trabalhos, neste processo, constataram cada vez mais contingentes de sem-teto, sem-emprego, sem-terra, entre outros, não seria fora de propósito acrescentar que neste quadro descrevem que eles também estão ligados à esfera do não acesso à escolarização.
Tão importante quanto o direito à escola é garantir que todos aprendam com uma educação de qualidade. Neste sentido, não são os nossos sistemas educacionais que tem direito a certos tipos de alunos. É o sistema escolar de um país que tem que se ajustar para satisfazer as necessidades de todos os alunos. É necessário tornar a aprendizagem mais significativa para todos, terem propostas alternativas que estejam comprometidas com uma educação de qualidade para esses jovens e adultas. 
2 CAPÍTULO I A MODALIDADE DE ENSINO EJA
2.1 O que é o EJA e como essa modalidade de ensino acontece.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino criada pelo governo federal que passa por todos os níveis da Educação Básica do país e é destinada para jovens, adultos e idosos que abandonaram os estudos ou não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada.
O EJA permite que o aluno retorne à sala de aula e conclua os estudos em menos tempo, possibilitando sua certificação de conclusão para conseguir melhores oportunidades no mercado de trabalho.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país. Essa modalidade é destinada a jovens e adultos que não deram continuidade em seus estudos e para aqueles que não tiveram o acesso ao Ensino Fundamental e/ou Médio na idade apropriada.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 1º diz:
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
Os antigos Cursos Supletivos particulares, que até alguns anos eram a única opção para que jovens e adultos cursassem principalmente o Ensino Médio (2º grau na época), perderam espaço, embora algumas Instituições continuem sendo referência.
Porém, algumas dessas Instituições (que se dizem reconhecidas pelo MEC) passaram a oferecer cursos relâmpagos (com o mesmo currículo do EJA), não presencias, ou seja, à distância, com custos elevados. Ao final do prazo “prometido” pela Instituição, o educando presta os “exames”. Não são poucas as denuncias de fraudes e venda de diplomas falsos.
Segundo a LDB, em seu artigo 38º, “os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular”.
No mesmo artigo, é definida a idade mínima para a realização dos exames:
· Maiores de 15 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Fundamental.
· Maiores de 18 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Médio.
· Adolescentes com idades inferiores as estabelecidas acima devem frequentar as escolas regulares.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental foram publicadas em três segmentos e estão disponíveis no site do MEC. Já o currículo para o EJA no Ensino Médio utiliza como referência a Base Nacional Comum, que deve ser complementada por uma parte que atenderá a diversidade dos estudantes.
Muitas vezes as pessoas que se formam nessa modalidade de educação são vítimas de diversas espécies de preconceitos. É importante lembrar que a maioria das pessoas que frequentam a Educação de Jovens e Adultos é comprometida com a aprendizagem, entendem a importância da educação, portanto estão lá por que desejam e/ou precisam.
Geralmente, as pessoas que se formam nessa modalidade de educação, assim como as formadas pelo ensino regular, podem apresentar desempenho satisfatório no mercado de trabalho, assim como na continuidade dos estudos, inclusive no Ensino Superior.
2.2 O analfabetismo no Brasil
Em plena era da globalização e da sociedade da informação, o índice de analfabetismo continua relativamente elevado, sobretudo, em algumas partes do planeta, entre as quais o Brasil. Entretanto, contextualizando os avanços da humanidade, desde o surgimento da escrita, o nível de letramento da população mundial evoluiu muito nos últimos 6.000 anos.
É interessante notar que a humanidade é jovem quando comparada a história geológica da terra e a outras espécies que já passaram por ela.
Os humanos só conquistaram as melhorias mais significativas no seu estilo de vida em época recente, evoluíram rapidamente em um curto espaço de tempo graças a uma de suas maiores descobertas: a escrita.
Assim, para analisar o analfabetismo no Brasil, suas repercussões e desdobramentos, antes, é necessário retroceder além da história da formação da nacionalidade brasileira.
É preciso tentar entender o contexto mais amplo da longa duração braudeliana, adentrar o momento da criação da escrita, estudar sua evolução, passear pela antiguidade e Idade Média, observar as mudanças causadas pela invenção da imprensa e a escolarização da alfabetização na sociedade.
Somente depois poderemos penetrar no universo colonial brasileiro, nas mudanças advindas com a independência do Brasil e a proclamação da República, entendendo finalmente melhor as mazelas contemporâneas em torno do analfabetismo, ainda vergonhosamente presente entre nós.
Até mesmo porque, segundo vários teóricos, ao ser alfabetizada, a criança reproduz toda a história da evolução da escrita em apenas alguns meses.
O processo de alfabetização é por isto mesmo penoso e sofrido, requerendo grande esforço ao reproduzir séculos de evolução em um espaço de tempo muito curto.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um tema que desperta a atenção de muitos estudiosos e educadores, pois trata-se de uma oportunidade de escolarização para a população específica que perdeu a chance de completar sua educação regular na época apropriada, seja por necessidades de ingressar no mercado de trabalho, seja por inadaptação. Voltar às salas de aula significa para esses sujeitos a possibilidade de resgatar um direito fundamental de todo cidadão: o direito pleno à educação.
No Sistema Educacional brasileiro, a EJA passou por diversas fases e também vem enfrentando vários problemas, desde que foi implantada. Muitos políticos acreditavam que a eliminação do analfabetismo se limitava apenas em proporcionar uma educação de qualidade para as crianças, sem dar atenção ao adulto analfabeto, como se este não tivesse mais a chance de voltar às salas de aula e resgatar a educação que deixou para trás por alguns dos motivos expostos acima.
O que configura o aluno do Ensino Noturno é o percurso escolar, muitos alunos dão continuidade aos seus estudos, sem interrupção, mesmo com experiências de fracasso, outros, numa proporção maior, desistem e retornam ao ambiente escolar, para retomar o processo escolar em que, em algum momento foi secundário, o que certamente reflete na interação escolar.
Há aqueles que querem estudar a noite para ter mais tempo para fazer outras coisas, outras vezes o trabalho ou estágio remunerado, vem como consequência da frequência à escolanoturna, motivado pelos pais, para que não fiquem com muito tempo livre e na rua.
Pode-se observar no ensino noturno uma participação bem menor das famílias na vida escolar dos filhos, que, por sua vez, os alunos, evitam ao máximo que isso ocorra, muitas vezes alegam que os pais não podem comparecer porque trabalham, ou precisam cuidar dos irmãos, que não adianta chamar, que eles não veem mesmo, que se chamarem seus pais, eles brigariam e a coisa ficaria feia em suas casas, essas são algumas falas que ouvimos dos próprios alunos. Comumente não entregam bilhetes de convocação, nem boletins escolares, dificultando o contato por telefone, ou seja, não o atualizam. O que acontece é que em sua maioria sentem vergonha, querem se sentir autônomos, adultos e até evitar “regulação” por parte dos pais.
A baixa frequência, principalmente na primeira aula, é outro fator predominante no ensino noturno, são constantes os atrasos em função do trabalho ou desinteresse, alunos querendo entrar no decorrer das aulas, principalmente os mais velhos, alunos demorando a entrar, ou não assistindo aula deliberadamente, muitos dizem ter poucos colegas na sala, ou a aula não é tão importante, o professor não está passando nada, o professor está fazendo recuperação, ou hoje é sexta feira. Preferem ficar entre o grupo de amigos no pátio ou saguão da escola, conversando, namorando, fumando e por vezes até bebendo camufladamente. Nos corredores das salas de aula podemos observar sala semivazias, alguns professores conversando com os alunos, alunos desatentos, ocupando-se com atividades não pertinentes a aula.
3 CAPÍTULO II PERFIL DO PROFISSIONAL DA EJA
3.1 O papel e a importância do Pedagogo ao trabalhar com a modalidade EJA
A EJA vem perdendo alunos em todo o Brasil, por não ser um simples projeto de iniciativa única do nosso país, é resultado de grande pressão interna e externa buscando incessantemente a erradicação do analfabetismo. Podem-se destacar alguns problemas na EJA como professores despreparados, alunos desestimulados, livros de conteúdo questionável, desestruturação familiar, violência e escolas sem a mínima estrutura física. Também podemos destacar como fator inquestionável e determinante para a evasão escolar, a forma como os assuntos são abordados na sala de aula, pois para a maioria dos alunos, não possuem nenhum significado.
A trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil inicia-se bem antes do império, o ensino da mesma começa a se desenvolver no período colonial, momento em que os missionários religiosos exerciam uma ação educativa, com adultos, destinados aos brancos e indígenas, estudos estes que eram baseados no estudo clássico, nas primeiras noções da religião católica.
A educação do Período colonial estava, durante dois séculos, sendo desenvolvida em poder dos jesuítas que estenderam seus domínios por toda a colônia, fundando colégios nos quais era desenvolvida uma educação clássica, humanística e acadêmica. Neste período a educação era considerada tarefa da Igreja e não do Estado. Moura (2004) comenta que,
A educação de adultos teve início com a chegada dos jesuítas em 1549. Essa educação esteve, durante séculos, em poder dos jesuítas que fundaram colégios nos quais era desenvolvida uma educação cujo objetivo inicial era formar uma elite religiosa.
No Brasil Colonial, as primeiras iniciativas de ensino realizadas estavam voltadas mais para adolescentes e adultos do que para crianças, devido a predominância na época do proselitismo religioso, ou seja, no período colonial a ideia dos missionários era catequizar e educar e acordo com as normas dos colonizadores portugueses, que necessitavam de mão de obra para a lavoura e atividades extrativistas. Os primeiros professores iniciaram o trabalho educativo com os índios e terminaram com os filhos dos proprietários de terras, preparando-os para assumir a ordem religiosa ou continuar os estudos nas universidades. 
Foi ela, a educação dada pelos jesuítas, transformada em educação de classe, com as características das que tão bem distinguiam a aristocracia rural brasileira que atravessou todo o período colonial e imperial e atingiu o período republicano, sem ter sofrido, em suas bases, qualquer modificação estrutural, mesmo quando a demora social de educação começou a aumentar, atingindo aas camadas mais baixas da população e obrigando a sociedade a ampliar sua oferta escolar (MOURA 2004 p.26).
A história da educação brasileira passou por diversos períodos. Durante essa trajetória, várias mudanças e reformas na educação foram dando a escola um perfil de acordo com a época.
O profissional que trabalha com a Educação de Jovens e Adultos deve ser um profissional que saiba interpretar a vivência de cada aluno e a transforme em conteúdo em sala de aula, em suma, ele deve aproveitar a história de vida, analisa-la e utilizá-la como palavra-chave, fazendo uma ponte entre estas informações.
Ser professor da EJA requer parar a aula em vários momentos para ouvir aquela “estória” ou um “causo” trazido lá do campo por um aluno que se sentiu a vontade em participar da aula com sua história de vida, requer muito mais do que o conhecimento científico que o professor domina, mas se ele não souber aproveitar o que aluno ‘traz’ para a aula, ele não é um bom professor para atuar nesse segmento.
O professor da EJA garimpa alunos; ele é capaz de se preocupar com aquele aluno faltoso, e vai ao outro dia busca-lo, festeja cada conquista do seu aluno. Ele se torna humano.
3.2 Como trabalhar com os alunos EJA, quais as práticas pedagógicas o professor deve adotar, como deve ser a didática?
As turmas de EJA são compostas por alunos entre 18 (dezoito) e acima dos 50 (cinquenta) anos de idade, sendo que todos são trabalhadores durante o dia e as noites dedicam-se ao estudo em busca de um futuro melhor e de concluir o estudo que por muito tempo foi interrompido pelos mais diversos motivos. Logo, percebemos uma das funções da EJA – a função Reparadora.
Os alunos da EJA são alunos que não tiveram a oportunidade de cursar a escolarização básica em idade própria, devido às condições socioeconômicas da família. Desse modo, a turma apresenta um grau elevado de dificuldades com relação aos conteúdos básicos ministrados pelo professor.
A relação entre aluno e professor nesta turma é respeitosa e amigável. Nos momentos de explicações os alunos mostram-se interessados e dispostos, sem contar que o professor está a todo o momento interagindo e esclarecendo as dúvidas que surgem na execução das atividades propostas. Porém, também há situações de descontrações na classe, momentos estes de troca de fatos cotidianos entre o professor e alunos, como por exemplo, relatos de viagem, a rotina de trabalho, doenças na família, entre outros casos. Desse modo, para a instituição a aula e a metodologia aplicada passam a vigorar na tentativa de suprir uma urgente preocupação, ou seja, a permanência do aluno na escola.
O estágio supervisionado nos permitiu a aquisição de experiência do professor regente, buscamos compreender e aprender também com a prática docente do professor regente que foram de grande importância para nosso aprendizado como futuros pedagogos. A prática docente ministrada na EJA é muito desafiadora por se tratar de alunos que durante muitos anos pararam de estudar e agora retomam seus estudos.
Os relatos dados em sala de aula pelos alunos mostram a sua aprendizagem natural, sendo os conhecimentos prévios que contribuem para as aulas se tornarem mais ricas e agradáveis.
Também é interessante e emocionante perceber a grande garra e força de alguns alunos, pois vem de regiões de zona rural, distantes e mesmo assim são frequentes e participativos, diferentes um pouco dos que moram na zona urbana, que às vezes acabam faltando. Esta garra dos alunos da zona rural é um grande estímulo para o professor e também para os outros colegas que podem espelhar neles a vontade de aprender e obterem maiores conhecimentos.
Dessa forma, não cabe ao professor assumiruma postura de simples transmissor do conteúdo falando que “Eva viu a uva” quando mesmo o aluno da EJA sabe plantar, realizar a colheita e ainda realizar o beneficiamento do produto. A metodologia deve ser muito mais rica, apresentando detalhes, estimulando a criatividade do aluno, somando os saberes.
4 CAPÍTULO III PLANO DE INTERVENÇÃO NA EJA
4.1 Plano de Intervenção (Plano de ação)
Plano de Intervenção / Ação
	Plano de Intervenção / Plano de Ação
Estágio Supervisionado em Educação de Jovens e Adultos – EJA.
	I. Dados de Identificação:
Estagiário (a): ROMILTON SILVA REIS
Matrícula: 193402393
Qual turma destina-se o plano de ação: EJA eixo IV
	II. Conteúdo
· Brasil: conhecendo seus limites e fronteiras
· Posição geográfica
	III. Objetivos
Objetivo geral: 
· Explorar informações geográficas do Brasil, bem como conhecer limites e fronteiras, extensão, o que norteia a possibilidade de conhecer diversos Brasis dentro do mesmo território.
Objetivos específicos: 
· Entender a posição geográfica do Brasil no mundo;
· Compreender os conceitos de limite e fronteira;
· Identificar os países que fazem limite com o Brasil;
· Refletir sobre as vantagens e desvantagens da grande extensão territorial de nosso país.
	Habilidades a serem observadas:
A partir dos conhecimentos dos alunos sobre o Brasil, instigue-os para refletirem sobre a localização geográfica de nosso território, seus limites e fronteiras e também, sobre as vantagens e desvantagens políticas e econômicas de sua grande extensão territorial.
	IV. Desenvolvimento Da atividade proposta do plano de ação: 
Atividade 01 - Compreendendo a localização geográfica do território brasileiro
2. Iniciar a conversa apresentando aos alunos a música "País Tropical" de Jorge Ben Jor, disponível em http://letras.mus.br/jorge-ben-jor/46647/
"Moro num país tropical,
abençoado por Deus
E bonito por natureza,
mas que beleza" [...]
3. Após ouvirem e cantarem a música, faremos algumas questões motivadoras:
 O que significa a frase: "Moro num país tropical"?
4. Em seguida, permitir que os estudantes expressem suas opiniões. A partir da "sementeira de ideias", foi apresentado um mapa do mundo político, e os alunos foram orientados a localizarem o Brasil em relação aos hemisférios (Norte - Sul - Leste e Oeste).
5. Qual é a localização geográfica do território brasileiro?
6. Após responderem corretamente que o Brasil está localizado totalmente no hemisfério Oeste e em grande maioria no hemisfério Sul, (apenas uma porção de aproximadamente 7% do território localiza-se no hemisfério Norte), é necessário explicar a relação entre a localização geográfica de nosso país e a frase "moro num país tropical...", verso que introduz a música que acabaram de ouvir.
7. Posteriormente, orientar aos alunos na utilização do atlas escolar para melhor visualizar os países do mundo. Destacar que cada país é colorido com uma das cores convencionais utilizadas em mapas políticos (amarelo, laranja, lilás, verde e vermelho, em tons suaves). 
2. Orientar para que comparem a área territorial do Brasil com a dos países mais extensos do globo, registrando as seguintes questões.
1. Qual é a posição que o Brasil ocupa entre esses países?
2. Quais são os países mais extensos que o Brasil?
3. Quais são os países da América do Sul que fazem limite com o território brasileiro?
4. Quais são os países da América do Sul que não fazem limite com o território brasileiro?
	V. Recursos didáticos: 
· Globo terrestre
· Planisfério
· Mapa político do Brasil
· Música
· Quadro
	VI. Avaliação: 
Processual e contínua, observando a aprendizagem e participação do aluno na oralidade, nas atividades escritas.
	VII. Bibliografia: 
http://letras.mus.br/jorge-ben-jor/46647/
Livro didático do aluno
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os adultos que voltam aos estudos no EJA buscam, em sua maioria, a certificação do ensino médio para ingresso, ou obter uma situação mais favorável no mundo do trabalho. E também têm intenção de ingressar na universidade pública. Ideologicamente, está presa a ideia de que estudando os resultados empregatícios serão melhores. E no EJA, também estão jovens que se recusam ao ensino normal por conta do tempo reduzido e das avaliações mais flexíveis. E por último, no EJA estão os alunos problemas, os portadores de algumas necessidades especiais e os que cumprem medidas socioeducativas.
A EJA, portanto, é um espaço onde transitam seres humanos que atestam no presente, todos os erros e omissões do passado de um Estado que, composto por uma elite irresponsável, pressionado por exigências de interesses econômicos internacionais e nacionais, vítima da própria falta de visão de seus integrantes, e de todos esses fatores unidos.
Infelizmente, o que percebo entre o público do EJA, é o mesmo entendimento. Entendo que o ponto principal seria o aumento de verbas para essa modalidade de ensino para que se possa investir em treinamento de professores, instalações específicas para esse publica, ou no mínimo mais adequadas. Considerando que uma educação transformadora está fora de questão, entendo que uma reforma na grade curricular com a introdução mais acentuada de estudos sobre sistemas de informação e informática se faz necessárias.
Também é necessário o foco naqueles que pretendem prosseguir os seus estudos, e para tanto, considerar as disciplinas sob um ângulo de ingresso nesse ensino. Considerando o pouco tempo de estudo para a formação do ensino médio, é necessária uma formatação desse estudo que atenda ambas as demandas. Notadamente porque para o público do EJA, o tempo é um fator importantíssimo.
Há alguns anos, o perfil e as características dos alunos do ensino noturno se caracterizavam como aluno trabalhador da zona rural. Atualmente, o ensino fundamental noturno atende alunos com um perfil diferenciado. Verifica-se que o critério de idade não nos permite mais caracterizar esses alunos, visto que há uma diferença com relação à expectativa de escolarização, bem como às diferenças de inserção na vida social, de vivências diferenciadas do mundo do trabalho, das responsabilidades familiares.
Esse perfil diverso dos atuais alunos do turno noturno envolve conhecer esses segmentos em sua complexidade, o quanto esses alunos, em situação de exclusão social, possuem características distintas, expressas, por exemplo, nas categorias: de gênero, de religiosidade, de etnia, de origem rural/urbana, de portadores de necessidades especiais, hábitos, atitudes, ritmos de socialização e aprendizagem – inclusive em relação à leitura e à escrita.
Acreditando-se na concepção de que ensinar não é transferir conhecimento e na critica aos processos pedagógicos que deixam o professor na posição de transmissor desse conhecimento, a chamada educação bancária, propõe-se uma mudança da relação professor-aluno, onde o educador adote uma relação horizontal, de igualdade, favorecendo o diálogo entre sua visão de mundo e a do aluno, problematizando a realidade e se problematizando, considerando que, nessa troca, pautado no princípio do diálogo, é que se efetiva o conhecimento, caracterizando o processo educativo como a reflexão sobre os conhecimentos que circulam e que estão em constante transformação, onde tantos os professores quanto seus alunos estejam permanentemente em processos de aprendizagem.
6 REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel. Formação de educadores de jovens e adultos. Belo Horizonte: Secretaria da Educação, 2006.
BEZERRA, Maria Alice de Souza. et. al. O Ensino de Geografia na Educação para Jovens e Adultos (EJA): a perspectiva dos estudantes de três escolas municipais do oeste baiano. Disponível em
http://www.ceped.ueg.br/anais/ivedipe/pdfs/geografia/co/204-446-1-SM.pdf 
Acessado em 13/05/2020
BOURDIEU, P. Passeron, J.C. A reprodução. Elementos para uma teoria do sistema de ensino. 2.ed. trad, Reynaldo Bairão. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982. 
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