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ANATOMIA, FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA DA PELE E ANEXOS CUTÂNEOS

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
AnAtomiA, FisiologiA e BioquímicA 
dA Pele e Anexos cutâneos
Elaboração
Patrícia de Castro Moreira Dias
Izabella Passos de Araújo Martorelli
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 6
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
CONCEITOS ........................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
NOÇÕES DE EMBRIOLOGIA .................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
ESTRUTURA: MACROESTRUTURA E MICROESTRUTURA EPIDERME, DERME 
E HIPODERME ....................................................................................................................... 16
UNIDADE II
ANEXOS CUTÂNEOS ........................................................................................................................... 32
CAPÍTULO 1
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS .................................................................................................... 32
CAPÍTULO 2
GLÂNDULAS SEBÁCEAS ......................................................................................................... 35
CAPÍTULO 3
PELOS .................................................................................................................................. 37
CAPÍTULO 4
UNIDADE III
 BIOQUÍMICA DA PELE ........................................................................................................................ 46
CAPÍTULO 1
CONSTITUINTES ..................................................................................................................... 46
CAPÍTULO 2
SÍNTESES E METABOLISMO ...................................................................................................... 53
CAPÍTULO 3
EQUILÍBRIO AQUOSO E REGULAÇÃO HEMODINÂMICA ........................................................... 55
UNIDADE IV
FISIOLOGIA DA PELE ........................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 1
BARREIRA QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA ............................................................................... 56
CAPÍTULO 2
BARREIRA TÉRMICA ............................................................................................................... 59
CAPÍTULO 3
BARREIRA ELÉTRICA E PENETRAÇÃO CUTÂNEA ........................................................................ 61
PARA (NÃO) FINALIZAR ...................................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 71
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
A pele do homem, que corresponde a 15% de seu peso corporal, é um órgão que reveste e delimita o 
organismo, protegendo-o e interagindo com o meio exterior. É considerado o maior órgão humano, 
sua extensão corresponde a uma área de, aproximadamente, 2m2. Estrutura imprescindível à vida, 
que recobre todo o corpo humano protegendo os tecidos internos contra traumatismos, desidratação 
e contaminação por micro-organismos externos. Constitui, ainda, uma barreira eficiente contra 
agressões externas, de natureza química ou biológica e impede a perda de água e de proteínas para 
o meio externo.
Com característica dinâmica, a pele apresenta alterações constantes, sendo dotada de uma grande 
capacidade renovadora e de certo grau de impermeabilidade. Além de proteção, a pele tem como 
função maior e vital a conservação da homeostasia do organismo, regulando a temperatura corporal 
e participando da excreção e absorção de substâncias. Contendo múltiplas terminações nervosas 
sensitivas, a pele age também como órgão sensorial.
É constituída por uma camada epitelial superficial chamada Epiderme, uma camada vascularizada 
de tecido conjuntivo chamada Derme e uma camada subjacente chamada Hipoderme.
Objetivos
 » Compreender profundamente a constituição da pele e seus anexoscutâneos.
 » Apresentar as principais noções em embriologia.
 » Conhecer a relação entre os constituintes da pele e suas respectivas atividades 
fisiológicas, síntese e metabolismo.
 » Compreender os principais conceitos em absorção e penetração cutânea.
9
UNIDADE ICONCEITOS
CAPÍTULO 1
Noções de embriologia
Introdução
A pele do embrião começa a se formar em torno de 20 a 30 dias de vida embrionária, um período de 
ativa organogênese no desenvolvimento humano. 
A partir de intensa e permanente interação que envolve mecanismos de indução recíproca entre os 
dois folhetos germinativos, surgem camadas celulares morfologicamente diferentes, constituídas 
por tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado (epiderme), tecido conjuntivo não 
modelado (derme) e tecido adiposo (hipoderme).
Do folheto ectodérmico ou ectoderma derivam as estruturas epiteliais (Epiderme, Folículo Piloso, 
Glândulas e Unhas) e neurais (Melanócito). Do folheto mesodérmico ou mesoderma derivam a 
Derme, Vasos Sanguíneos e Hipoderme.
O conhecimento dos estágios pré-natais do desenvolvimento da pele e dos anexos cutâneos, 
principalmente naqueles que ocorrem durante o período embrionário, proporciona uma melhor 
compreensão das relações entre as estruturas cutâneas, o que é fundamental para estudarmos as 
reações bioquímicas que ocorrem e a intensidade da comunicação entre as células. As Figuras 1 e 2 
ilustram estes desenvolvimentos embrionários da pele.
Epiderme
O desenvolvimento da epiderme ocorre em etapas, com consequente aumento da sua espessura 
durante o primeiro e o segundo trimestre da vida intrauterina.
No embrião de 5 a 6 semanas, a epiderme está representada apenas por uma única camada de 
células do ectoderma justapostas. A partir daí, esse epitélio simples ectodérmico prolifera e duplica, 
formando uma camada basal ou estrato germinativo e uma camada superficial de epitélio 
denominado periderma. Ambas as camadas são nucleadas e dividem-se mitoticamente.
10
UNIDADE I │ CONCEITOS
Periderma
As células que formam o periderma são grandes e apresentam microvilosidades em sua superfície, 
aparentemente para aumentar a superfície de troca com o líquido amniótico. Ao fim de 6 meses, a 
periderma se desprende da epiderme propriamente dita. As células do periderma soltas da epiderme 
formam parte de uma substância branca protetora, a vernix caseosa, que cobre e protege a pele fetal. 
Posteriormente, a vernix passa a conter secreções das glândulas sebáceas da pele, o que facilitará o 
nascimento do feto por sua natureza escorregadia.
Camada basal ou estrato germinativo
A camada basal ou estrato germinativo da epiderme produz novas células ricas em glicogênio que 
são deslocadas para as camadas superficiais, formando posteriormente (com 11 a 19 semanas) o 
Estrato Intermediário.
Paralelo à formação do estrato intermediário, as células do estrato germinativo proliferam formando 
cristas epidérmicas que se projetam na derme em desenvolvimento. Essas cristas começam a 
aparecer em embriões de 10 semanas e estão estabelecidas, de modo permanente, por volta da 17ª 
semana. As cristas epidérmicas produzem saliências e depressões nas superfícies palmar e plantar. 
O tipo de padrão que se forma é individual, determinado geneticamente, e constitui a base do exame 
das impressões digitais. 
Estrato intermediário
Formado a partir do estrato germinativo, a adição de células no estrato intermediário é responsável 
pela estratificação da epiderme. Por volta da 16ª semana pode-se verificar o início do processo 
de queratinização nas células do estrato intermediário. Os filamentos de queratina tornam-se 
organizados em feixes bem desenvolvidos nas células intermediárias e ocorre um correspondente 
aumento na junção desmossômica dessas células comparado às células da camada basal e 
periderme. Com 23 semanas, a queratinização está bem estabelecida, assim, a maioria das células 
peridérmicas se desprende e as células queratinizadas do estrato intermediário permanecem abaixo, 
representando o novíssimo estrato córneo formado.
Desse modo, todas as camadas da epiderme adulta estão presentes na época do 
nascimento, graças à transformação do ectoderma da superfície em uma epiderme 
estratificada.
Melanócitos
Os melanócitos originam-se de melanoblastos originários de células indiferenciadas da crista neural 
(células neuroectodérmicas) e migram para epiderme entre o 1o e 2o mês de gestação. A síntese de 
melanina dentro do melanossoma ocorre na região cefálica no final do terceiro trimestre de gestação. 
11
CONCEITOS │ UNIDADE I
Figura 1 – Desenho esquemático representando o desenvolvimento embrionário das células da pele.
Fonte: <http://www.forp.usp.br/mef/embriologia/pele_anexos.htm>. 
Derme
A derme diferencia-se a partir do mesoderma, sendo inicialmente representadas por um tecido 
afibrilar e amorfo constituído por células mesenquimais indiferenciadas imersas em uma matriz 
rica em ácido hialurônico. Por volta da 6ª semana, as células mesenquimais diferenciam-se em 
fibroblastos e, ao mesmo tempo, surgem as primeiras fibras reticulares. Com cerca de 12 semanas, 
feixes de colágeno podem ser identificados. A pele do feto contém uma grande quantidade de 
colágeno tipo III, contrastando com a pele do adulto no qual predomina o colágeno tipo I. Com o 
aumento progressivo de fibras colágenas e a diminuição celular proporcional, a derme adquire, cada 
vez mais, características típicas do tecido conectivo. 
12
UNIDADE I │ CONCEITOS
Tecido Conectivo: os tecidos conjuntivos têm origem mesodérmica. Caracterizam-
se morfologicamente por apresentarem diversos tipos de células imersas em 
grande quantidade de material extracelular, substância amorfa ou matriz, que é 
sintetizado pelas próprias células do tecido. Os diferentes tipos de tecido conjuntivo 
estão amplamente distribuídos pelo corpo, podendo desempenhar funções de 
preenchimento de espaços entre órgãos, função de sustentação, função de defesa 
e função de nutrição.
As fibras de colágeno da região superficial da derme se arranjam em feixes mais finos (tecido 
conjuntivo frouxo – derme papilar) e as regiões média e profunda (tecido conjuntivo fibroso – 
derme reticular). As fibras elásticas surgem na 22ª semana na matriz e vão aumentando, de modo 
que, em torno da 32ª semana, formam uma rede bem desenvolvida na derme reticular e papilar.
Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos da derme aparecem como estruturas simples, derivadas do mesênquima 
(tecido primitivo derivado do mesoderma). Esses vasos simples, semelhantes a pequenos capilares, 
são observados na derme no fim da 5a semana de gestação. Com o crescimento e diferenciação 
das células dérmicas, novos capilares brotam dos vasos simples e mais tarde se diferenciam em 
artérias e veias. No fim do 1o trimestre de gestação, a principal organização vascular da derme 
fetal já está estabelecida.
Hipoderme
No 5o mês de gestação, a hipoderme começa a se formar a partir de células mesenquimais situadas 
ao redor de vasos sanguíneos neoformados. Essas células começam a acumular uma quantidade de 
lipídeos, passam a ter uma morfologia arredondada e núcleo rebatido para a periferia. São chamadas 
adipócitos e vão formar a hipoderme.
Folículos pilosos
Os folículos pilosos são formados a partir de proliferações do estrato germinativo da epiderme 
primitiva. Essas proliferações ou brotamentos denominados germes epiteliais primários formam 
colunas sólidas, inclinadas, de células epiteliais que penetram no mesênquima subjacente em 
direção à gordura subcutânea. A parte mais profunda da coluna epitelial torna-se bulbosa, formando 
o bulbo piloso.
Células epiteliais dispostas no bulbo constituem a matriz germinativa, que, posteriormente, 
produzem o pelo. As células da matriz germinativa na base do folículo proliferam e são empurradas 
para a superfície onde se tornam queratinizadas, formando a haste do pelo. Este cresce, atravessa a 
epiderme e surge na superfície cutânea.
13
CONCEITOS │ UNIDADEI
Os primeiros pelos nascem nas sobrancelhas e no lábio superior no fim da 12ª semana. Chamados 
de pelos de lanugo, os primeiros pelos são finos e difíceis de serem vistos. Os pelos de lanugo cobrem 
todo o corpo na 20ª semana e têm como função contribuir para a aderência da vernix caseosa 
sobre a pele. Esses pelos caem na época do nascimento e são substituídos por pelos mais grossos, 
chamado velos.
A cor dos pelos formados é determinada pelo conteúdo de melanina depositada nas células que 
formam sua haste. Melanoblastos migram para os bulbos pilosos, diferenciam-se em melanócitos, 
sendo a melanina produzida transferida várias semanas antes do nascimento para as células da matriz 
germinativa. O conteúdo relativo de melanina é o fator responsável pelas diferentes cores de pelo.
Glândulas
Os folículos pilosos crescem como colunas sólidas inclinadas, das quais se desenvolvem dois ou três 
brotamentos laterais. O brotamento mais inferior relaciona-se com a origem do músculo eretor do 
pelo, o broto médio diferencia-se em glândulas sebáceas e o brotamento superior, se presente, ou 
involui antes do nascimento ou dá origem à glândula apócrina.
As glândulas sudoríparas apócrinas originam-se do broto superior do folículo piloso, que 
cresce em direção à gordura subcutânea, como um cordão sólido de células. Esse cordão, com 24 
semanas, torna-se espiralado formando a porção glandular secretora. Por serem originários do 
brotamento lateral, seus dutos não se abrem na superfície da pele, mas na parte superior do folículo 
piloso. 
A maioria das glândulas sebáceas origina-se do broto médio do folículo piloso. Suas células se 
preenchem de lipídeos que posteriormente são secretados, indo para a superfície da pele, onde 
se misturam com as células peridérmicas descamadas formando a vernix caseosa. Glândulas 
sebáceas, independentemente dos folículos pilosos, formam-se de modo semelhante, mas a partir 
de brotamentos originários da própria epiderme.
As glândulas sudoríparas écrinas originam-se de brotamentos epiteliais compactos que penetram 
no mesênquima subjacente no 4o mês de idade gestacional. No início, essas glândulas se formam 
na região palmo-plantar e posteriormente se distribuem pela maior parte do corpo, iniciando sua 
função sudorípara logo após o nascimento.
14
UNIDADE I │ CONCEITOS
Figura 2 – Esquema do desenvolvimento da pele e anexos cutâneos.
Observa-se por meio da figura que a pele compõe ao longo de seu desenvolvimento 
duas camadas distintas, epiderme e derme, e que a epiderme deriva do ectoderma, 
e a derme do mesoderma subjacente. 
Observa-se também que os primeiros pelos a nascerem são os pelos do lanugo, 
que são finos e difíceis de serem visualizados, principalmente em fetos jovens. Estes 
pelos serão substituídos por pelos mais grossos ao longo do período perinatal.
 » A pele, maior órgão do corpo, é formada por estruturas ectodérmicas: 
epiderme, folículo piloso, glândulas e unhas; e mesodérmicas: derme, 
vasos sanguíneos e hipoderme.
15
CONCEITOS │ UNIDADE I
 » A pele do embrião começa a se formar entre 20 e 30 dias de 
vida embrionária.
 » Na época do nascimento, todas as camadas da epiderme adulta já estão 
representadas graças à transformação do ectoderma da superfície em 
epiderme estratificada.
 » A derme embrionária deriva do mesoderma e está constituída em um 
primeiro momento por células mesenquimais indiferenciadas que, por 
volta da 6ª semana, se diferencia em fibroblastos.
 » No fim do 1o trimestre de gestação, a principal organização vascular da 
derme fetal já está estabelecida.
 » No 5o mês de gestação, a hipoderme começa a se formar a partir de células 
mesenquimais situadas ao redor de vasos sanguíneos neoformados
 » Os folículos pilosos crescem como colunas sólidas inclinadas, das quais se 
desenvolvem 2 ou 3 brotamentos laterais que serão o músculo eretor do 
pelo e as glândulas sebáceas e apócrinas.
1. Quais são as características de um tecido conectivo?
2. Quais são as estruturas de pele formadas a partir do ectoderma?
3. Quais são as estruturas de pele formadas a partir do mesoderma?
4. De que camada celular é formada a vernix caseosa que cobre e protege a 
pele fetal?
16
CAPÍTULO 2
Estrutura: macroestrutura e 
microestrutura epiderme, derme 
e hipoderme
A pele é constituída basicamente por três camadas interdependentes: a Epiderme, mais externa, 
a Derme, intermediária, e a Hipoderme, mais profunda (Figura 3). As 3 camadas se relacionam 
dos pontos de vista estrutural e funcional e apresentam variações regionais em diferentes áreas do 
corpo. Vamos agora aprender as características e fisiologias básicas de cada uma delas.
Figura 3 – Estrutura básica das camadas da pele. 
 
Camada queratinócita 
Epiderme
Derme
Hipoderme
Fonte: Handbook of Cosmetic Skin Care, 2 Ed. 
Epiderme 
A epiderme é a camada mais superficial da pele, de origem ectodérmica e composta por um epitélio 
estratificado, pavimentoso e queratinizado. A espessura média é de 50 µm, e a densidade celular 
é de aproximadamente 50.000 células nucleadas por mm2 com pequenas variações regionais. As 
regiões palmo-plantares são as mais espessas, enquanto as pálpebras, escroto e pênis apresentam a 
pele mais fina e delicada do corpo. A região posterior do corpo é quase sempre mais espessa que a 
anterior, e as partes laterais, mais espessas que as mediais.
É avascular, ou seja, não contém vasos, e 80% de suas células são Queratinócitos. Além de 
queratinócitos, responsáveis pelo corpo da epiderme e de seus anexos (pelos, unhas e glândulas), 
que compõe o Sistema Queratinocítico, a epiderme é composta também por Melanócitos, 
Células de Langerhans, com função imunológica, e Células de Merkel, integradas ao sistema 
nervoso. A Figura 4 apresenta um esquema da estrutura da epiderme.
17
CONCEITOS │ UNIDADE I
Figura 4 – Esquema da estrutura da epiderme. 
Fonte: <http://www.codexcosmiatria.com.br/site/conheca_sua_pele.php>.
Sistema queratinocítico – queratinócitos
Os queratinócitos, a maior população celular da epiderme, compõem um epitélio estratificado e 
pavimentoso, caracterizado por possuir várias camadas de células dispostas lado a lado que vão se 
achatando na medida em que se tornam mais superficiais (Figura 5). 
A atividade primordial dos queratinócitos é sintetizar proteínas estruturais resistentes, as 
queratinas. Os queratinócitos são caracterizados por sua constante renovação, graças a uma 
atividade mitótica contínua.
O citoesqueleto de todas as células eucarióticas é composto por uma complexa 
rede de proteínas estruturais com diferentes diâmetros de espessura, incluindo 
microfilamentos (6nm), filamentos intermediários (10nm) e microtúbulos (25nm). 
Nos queratinócitos e demais células epiteliais, os filamentos intermediários são 
compostos por queratina. Estas se dispõem em torno do núcleo celular e vão se 
conectando até alcançarem as placas desmossômicas (que unem os queratinócitos) 
e nelas inserissem-se, ajudando a compor o citoesqueleto dessas células. São 
conhecidos mais de 30 tipos de queratina, sendo 20 epidérmicos e 10 do pelo. As 
queratinas epidérmicas são divididas em tipo I (caráter ácido: K9 a K20) e tipo II 
(caráter básico: K1 a K8). 
O alto índice de multiplicação celular dos queratinócitos na sua camada mais profunda, a Camada 
Basal ou Germinativa, fornece as células que, a seguir, vão gradativamente se modificando 
(diferenciação) e migrando para a superfície. A atividade mitótica da epiderme é restrita à camada 
basal ou germinativa, composta por uma ou duas fileiras de células situadas na base da epiderme. 
As células resultantes da divisão celular são empurradas para as camadas mais superiores e 
sofrem modificações na sua estrutura pela diferenciação celular com alterações morfológicas nessa 
progressão, formando a Camada Espinhosa ou de Malpighi, a Camada Granulosa e a 
Camada Lúcida (exclusiva das regiões palmo-plantares). A partir daí, transformam-se em células 
18
UNIDADE I │ CONCEITOSanucleadas, chamadas corneócitos, sendo então eliminadas para o meio ambiente na camada mais 
externa da epiderme, a Camada Córnea.
Estima-se que as células basais da epiderme sofram uma divisão celular a cada 19 dias e que migrem 
da camada basal à superfície da camada granulosa em aproximadamente 26 a 42 dias. O tempo de 
trânsito por meio da camada córnea seria de 14 dias, logo, o tempo total de renovação epidérmica é 
de 59 a 75 dias.
Os queratinócitos são unidos entre si por desmossomas ou pontes intercelulares. Os queratinócitos 
ainda apresentam um cimento intercelular, o glicocálice, semelhante a um gel, rico em glicoproteínas, 
que ajudam na coesão das células epidérmicas, mas permitem a passagem de algumas substâncias 
hidrossolúveis.
As camadas da epiderme estão dispostas de tal forma que a superfície é relativamente plana, com 
exceção das áreas das grandes pregas cutâneas, onde o relevo apresenta certa sinuosidade. A base 
da epiderme, entretanto, é sinuosa em todas as localizações, formada por cones epidérmicos que 
se projetam na derme e encontram-se intercalados por projeções da derme denominadas papilas. 
Esse arranjo confere grande adesão da epiderme com a derme e fornece maior superfície de contato 
entre elas, permitindo uma troca eficaz entre estes dois componentes, pois a epiderme é avascular, 
e todos os nutrientes necessários à sua proliferação e diferenciação derivam dos capilares dérmicos.
Além de sua função estrutural, os queratinócitos participam ativamente dos 
processos inflamatórios e imunológicos, seja como células-alvo (por exemplo: 
em dermatoses como psoríase, lúpus eritematoso etc.), seja como secretores de 
citocinas, neuropeptídeos e outros mediadores. O queratinócito é capaz de produzir 
substâncias com ação autócrina (agem sobre si mesmas), parácrina (ação sobre 
as células vizinhas) e, em situações muito especiais, endócrinas (ação a distância). 
Fazem parte desse painel de substâncias: mediadores inflamatórios, reguladores 
do crescimento ou da diferenciação celular, neuropeptídeos e neuro-hormônios. O 
conhecimento das substâncias secretadas pelos queratinócitos e seus mecanismos 
de ação determinam o grau de comunicação celular e interatividade entre as células 
da pele, o que será fundamental para o desenvolvimento dos produtos cosméticos.
Figura 5 – Esquema de células dos queratinócitos. 
Fonte: <http://www2.natura.net/web/br/hotsite/chronos/_IMG/_GLOSSARIO/imgGlossarioLetraQ_01.jpg>.
19
CONCEITOS │ UNIDADE I
As camadas da epiderme
Camada basal
 » Camada celular mais profunda da epiderme, tem participação vital na formação 
e manutenção da junção dermoepidérmica. A camada basal tem em média 1 a 
2 camadas de células e origina, em cada divisão, 50% de células-filhas para o 
desenvolvimento da epiderme, por mitoses.
 » As células proliferativas da camada basal têm pouco citoplasma, núcleos grandes, 
vesiculosos e ovais e forma cuboidal ou colunar.
O processo de reparação tecidual e algumas doenças hiperproliferativas (por exemplo: 
psoríase) podem provocar, por meio da produção de diversas citocinas e fatores de 
crescimento, o aumento na velocidade de mitose das células da camada germinativa. 
TGF alfa, EGF e KGF estimulam a mitose, enquanto TGF beta inibe a mitose e promove 
a diferenciação dos queratinócitos, assim como os retinoides e vitamina D3.
Camada espinhosa ou de malpighi
 » Ao deixarem a camada basal rumo à superfície, os queratinócitos sofrem contínuas 
e importantes modificações morfológicas, moleculares e histoquímicas, passando a 
ser poligonais e ricos em desmossomas, sendo denominados células de Malpighi ou 
células espinhosas. 
 » A camada espinhosa tem de cinco a dez camadas de células, maiores que as células 
basais à custa de um citoplasma mais amplo. 
 » Esta camada é chamada assim devido ao aspecto celular periférico que parece emitir 
espinhos identificados como desmossomas, responsáveis pela grande coesão celular 
dos epitélios, resistentes a grandes trações e pressões. Embora os desmossomas 
estejam presentes em toda epiderme, é na camada espinhosa que se mostram mais 
numerosos. 
Camada granulosa
 » A camada granulosa tem de uma a três fileiras de células grandes, maiores que as 
espinhosas, de formato losangular, com maior eixo paralelo à superfície e citoplasma 
repleto de ceratoialina. Acredita-se que esses grânulos estejam envolvidos na 
compactação intracelular e nas ligações cruzadas da queratina. A camada granulosa 
é rica em enzimas lisossômicas que preparam a célula para a perda do núcleo que 
ocorrerá na próxima etapa de maturação do queratinócito.
20
UNIDADE I │ CONCEITOS
Essa camada caracteriza-se por grande atividade metabólica, objetivando a 
síntese dos elementos necessários ao processo final de cornificação (formação 
dos corneócitos), que resultará no surgimento da camada córnea. Os grânulos de 
ceratoialina são constituídos por pró-filagrinas, filamentos de queratina e loricrina. A 
pró-filagrina será convertida em filagrina que promoverá a agregação e compactação 
da queratina nos corneócitos. As proteínas (involucrina, loricrina etc.) do envelope 
celular dos corneócitos (camada proteica densa na parte interna da membrana 
celular) já estão presentes no interior das células granulosas, embora só venham 
a formar o envelope depois de ativadas pelas transglutaminases da membrana 
celular. Finalmente, os grânulos lamelares ou corpos de Odland, contendo em seu 
interior glicoproteínas, ácidos graxos, fofolipídios, glicosilceramidas e colesterol, 
são inicialmente vistos nas células das porções superiores da camada espinhosa, 
mas é na camada granulosa que se apresentam em grande número. O conteúdo 
desses grânulos será liberado no espaço intercelular durante a transição de camada 
granulosa para córnea e seus lipídios transformados em ceramidas (45%), colesterol 
(25%), ácido graxos (15%), esfingosina, e triglicerídeos. Todos estes se depositarão 
em forma de bainha dupla em torno de cada célula, da camada córnea compondo, 
com o sebo, o manto lipídico da pele.
Camada córnea
 » É a mais externa da epiderme, constitui o verdadeiro limite entre o indivíduo e o 
meio ambiente e é uma importante mediadora da função de barreira da pele.
 » Tem espessura variável de acordo com a área anatômica, sendo mais espessa nas 
áreas palmar e plantar do organismo humano.
 » Surge pela ocorrência simultânea e rápida de vários eventos no queratinócito da 
camada granulosa, que se diferencia e dá origem aos corneócitos.
O que acontece na diferenciação dos queratinócitos a corneócitos:
 » Núcleos e organelas são dissolvidos pelas enzimas lisossômicas;
 » Liberação e ativação da filagrina contida nos grânulos de ceratoialina, com 
consequente organização dos filamentos de queratina em feixes paralelos compactos;
 » Citoplasma preenchido por queratina;
 » Liberação do conteúdo dos grânulos lamelares, especialmente colesterol, ceramida 
e ácidos graxos livres, seguido da formação da barreira lipídica extracelular 
hidrofóbica
 » Formação do envelope celular do corneócito; 
21
CONCEITOS │ UNIDADE I
 » Destruição gradativa dos desmossomos, que levará à descamação final das células 
da porção mais externa da camada córnea.
 » Os corneócitos cheios de queratina estão dispostos um por cima dos outros e 
intercalados por substâncias glicolipídicas em um formato semelhante à uma 
parede com tijolos, representados pelos corneócitos, e cimento, representado 
pelos glicolipídios.
 » Os corneócitos são maiores que os queratinócitos basais, de forma que a área 
ocupada por um corneócito corresponde à área ocupada por 25 queratinócitos 
basais. Os corneócitos continuam unidos por desmossomas, que na camada córnea 
são chamados de corneodesmossomas, com exceção dos mais superficiais que, 
assim, descamam.
 » Além da proteção mecânica, a camada córnea previne o trânsito de água e 
substâncias solúveis por meio dos lipídios intercelulares presentes nas suas porções 
médiae baixa, mantendo a homeostasia do indivíduo frente ao ambiente. Apesar de 
serem anucleados, os corneócitos possuem alguma atividade metabólica, não sendo 
completamente inertes, conforme descreveremos na Unidade III.
Figura 6 – Esquema básico das camadas da epiderme. 
Fonte: <http://www.reginaambar.com.br/img/epiderme.jpg>.
Junção dermoepidérmica
Conforme já citado anteriormente, a epiderme e a derme unem-se de maneira sinuosa e 
interpenetrante, isto é, a epiderme penetra na derme por meio de cones interpapilares (cristas 
epidérmicas) e a derme é projetada na epiderme por intermédio das papilas dérmicas. As células 
basais da epiderme repousam sobre uma membrana basal fina e contínua que funciona como 
interface entre a epiderme e a derme e é conhecida como junção dermoepidérmica (Figuras 7 
e 8) que, por sua vez, é uma estrutura complexa. Seus componentes são quase todos de origem 
epidérmica e mede de 0,5 a 1 µm.
Além de ser responsável pela adesão entre a epiderme e a derme, a junção dermoepidérmica 
funciona como suporte para a epiderme, fornecendo ancoragem e adesão às camadas, e sinais para 
22
UNIDADE I │ CONCEITOS
o desenvolvimento e organização do citoesqueleto das células basais da epiderme, além de manter a 
permeabilidade necessária às trocas entre as duas camadas cutâneas (derme e epiderme).
A microscopia eletrônica permitiu observar que a membrana basal é uma estrutura complexa e 
heterogênea, composta por quatro camadas do topo para a profundidade:
 » Membrana plasmática de queratinócitos basais com seus hemidesmossomos;
 » Lâmina lúcida: zona mais clara atravessada por filamentos de ancoragem;
 » Lâmina densa: zona mais densa de, em média, 40 a 70nm de espessura;
 » Sublâmina densa: filamentosa, formada por fibras de ancoragem.
Os hemidesmossomas são importantes estruturas que permitem a adesão entre as células basais da 
epiderme e a membrana basal epitelial (junção dermoepidérmica). 
A lâmina lúcida é composta por diversas glicoproteínas estruturais, como lamininas (5, 6 e 10 em 
especial) e fibronectinas, com grande capacidade para se ligarem entre si, colaborando para a adesão 
entre as membranas das células basais e a lâmina densa, embora seja a estrutura de adesão mais 
frágil da junção dermoepidérmica.
A lâmina densa é formada principalmente por colágeno tipo IV, a proteína estrutural mais 
importante das membranas basais, lamininas, proteoglicans sulfatados e colágeno tipo VII. Por 
sua característica fibrilar, com espessura de 35 a 40, assume função de barreira à passagem de 
macromoléculas.
Os filamentos de ancoragem, responsáveis por unir a derme e a epiderme, originam-se nos 
hemidesmossomas das membranas plasmáticas dos queratinócitos, atravessam a lâmina lúcida e 
inserem-se na lâmina densa. Da lâmina densa partem grossas (20-60 nm) e longas (200-800 nm) 
fibras de ancoragem, constituídas por colágeno tipo VII, que fazem a ligação da base da lâmina 
densa às placas de ancoragem situadas na sublâmina densa. Uma parte das fibras de ancoragem 
curvam-se e se voltam para cima para serem inseridas novamente na lâmina densa como alças.
Figura 7 – Esquema representativo da junção dermoepidérmica, com suas respectivas projeções e depressões.
Fo
Camada queratinócita
Vasos Sanguíneos
Epiderme
Epiderme
nte: Handbook of Cosmetic Skin Care, 2 Ed. 
23
CONCEITOS │ UNIDADE I
Figura 8 – Imagem em microscopia ótica da epiderme, ressaltando a junção dermo-epidérmica. 
Fonte: <http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/dermato/livro11/fig04-10.jpg>.
Os melanócitos
Os melanócitos são células dendríticas, desprovidas de desmossomas, derivadas da crista neural e que 
povoam a epiderme a partir do segundo mês do desenvolvimento fetal. São vistos predominantemente 
na camada basal na proporção de 1 melanócito para 10 queratinócitos basais (Figura 9). 
Os melanócitos não formam desmossomas, nem mecanismo algum especial de adesão com os 
queratinócitos e, em condições basais, não proliferam nem migram.
Os melanócitos são responsáveis pela produção da melanina, pigmento de cor acastanhada, e 
pela transferência da melanina para os queratinócitos por meio de processos dendríticos. Cada 
melanócito se relaciona com, aproximadamente, 36 queratinócitos vizinhos, transferindo melanina 
por intermédio dos seus dendritos, formando assim a unidade epidermomelâmica. A melanina 
agrupa-se em forma de capuz sobre os núcleos dos queratinócitos protegendo o DNA celular da 
ação danosa da radiação solar, difundindo e absorvendo os raios ultravioletas.
A síntese de melanina é feita sob a ação da enzima tirosinse que transforma a tirosina em 
2,4-dihidroxifenilalanina (DOPA) e esta em DOPA-quinona que, após várias transformações, 
origina a melanina. Esse processo ocorre dentro de estruturas chamadas melanossomas, dentro 
dos melanócitos.
As diferenças de cor nas diferentes raças não se devem à quantidade de melanócitos, 
que é a mesma, mas sim ao tamanho, número, distribuição, quantidade de melanina 
e velocidade de degradação dos melanossomas. No entanto, a cor da pele não 
depende apenas da melanina, sendo influenciada também por outros pigmentos, 
como carotenoides amarelos, pigmentos dérmicos como oxiemoglobina, vermelha, 
e a hemoglobina reduzida, vermelho-azulada. A cor da pele é um resultado de 
fenômenos de reflexão da luz sobre a pele, e, portanto, além da presença de maior 
ou menor desses pigmentos, depende de fatores como a espessura da epiderme ou 
do tecido conjuntivo subjacente.
24
UNIDADE I │ CONCEITOS
Células de langerhans
Células dendríticas, originárias da medula óssea, povoam a epiderme a partir do quarto mês da 
vida fetal. Apresentam-se na pele em concentrações semelhantes às dos melanócitos, entre 460 e 
1000/mm2, e compreendem de 3% a 6% das células da epiderme. Distribui-se da camada basal à 
granulosa, tendo preferência pela posição suprabasal, a camada espinhosa. Não estabelece adesão 
por meio de desmossomos com os queratinócitos.
As células de Langerhans são células processadoras, responsáveis pela apresentação de antígenos 
aos linfócitos. No estágio não ativado, têm significativa ação fagocítica, internalizando antígenos 
e processando-os, o que provoca transformações que as fazem perder o potencial fagocítico, mas 
que aumentam sua capacidade apresentadora de antígenos para os linfócitos T, produzindo, desse 
modo, uma resposta imunológica.
Além da epiderme, as células de Langerhans podem ser encontradas em outros epitélios (mucosas), 
órgãos linfoides (baço, timo e linfonodos) e na derme normal (Figura 10).
Células de merckel
As células de Merckel, relacionadas à função sensorial, localizam-se na camada basal epidérmica e na 
bainha dos folículos pilossebáceos, sendo mais numerosas nas regiões palmo-plantares. A membrana 
plasmática das células de Merckel contém desmossomos que se conectam aos queratinócitos. Não se 
sabe, ao certo, se essas células seriam derivadas da crista neural ou de células tronco epiteliais. Elas 
parecem funcionar como mecanorreceptores, já que formam junções sinápticas com axônios 
sensitivos da pele e participam na transmissão da sensação tátil (Figura 10). 
25
CONCEITOS │ UNIDADE I
Figura 9 – Apresentação esquemática dos melanócitos.
Fonte: Handbook of Cosmetic Skin Care, 2 Ed. 
Figura 10 – (A) Esquema representativo dos principais constituintes da pele. 
(B) Imagem em microscopia ótica da epiderme e suas principais camadas.
Fonte: <http://www.uaz.edu.mx/histo/TortorAna/ch05/05_03.jpg>.
Melanócitos são as 
estruturas em vermelho 
entre as células da 
epiderme
A B
26
UNIDADE I │ CONCEITOS
Derme
A derme, camada da pele subjacente à epiderme e dela separada apenas pela membrana basal ou 
junção dermoepidérmica, é a estrutura vascularizada que tem as funções de suporte estrutural e 
funcional da pele. 
É uma camada de tecido conjuntivo, flexível e elástica, formada por fibras colágenas, elásticas e 
uma substância amorfa (chamada substância fundamental) que acomodam vasos,nervos e anexos 
cutâneos. Os fibroblastos, mastócitos e células dendríticas são suas células residentes, enquanto 
linfócitos, plasmócitos e outros elementos celulares do sangue são encontrados em número variável e 
de forma transitória na derme. Sua interação com a epiderme é fundamental para a manutenção dos 
dois tecidos, ambos colaboram na formação da junção dermoepidérmica e dos anexos epidérmicos, 
assim como no processo de reparação da pele.
Fibroblastos
Os fibroblastos são células dispersas no tecido conjuntivo dérmico, em pequena densidade, que 
secretam uma matriz rica em colágeno (Figura 11). Os fibroblastos têm grande ação enzimática, 
sendo o principal responsável pela síntese e degradação das proteínas da derme e de vários fatores 
solúveis que funcionam como mensageiros para a epiderme, vasos e outras células. São células 
muito versáteis e fundamentais para a derme. Por exemplo, quando um tecido é traumatizado, 
fibroblastos próximos à ferida migram para a área lesada e produzem grande quantidade de 
matriz colagenosa.
Figura 11 – Estrutura dos fibroblastos. 
Fonte: <http://bionetic.com.br/media/wysiwyg/fibroblasto.jpg>.
Colágeno
Proteína distribuída amplamente pelos tecidos conjuntivos, corresponde a aproximadamente 75% 
do peso seco da derme e proporciona resistência e elasticidade ao tecido. Sua fibras variam em 
diâmetro entre 2 e 15 µm e apresentam-se em rede ondulada fina na derme papilar ou espessa na 
derme reticular (Figuras 12 e 13). 
Os diversos tipos de colágeno têm em comum o fato de serem compostos por três cadeias 
polipeptídicas que se entrelaçam de modo helicoidal, à semelhança de uma corda, aumentando a 
resistência da molécula à tração.
27
CONCEITOS │ UNIDADE I
No ser humano existem pelo menos 19 tipos de colágeno, designados de I a XIX. 
O colágeno tipo I responde por 80% do colágeno dérmico do adulto, enquanto 
o tipo III, que predomina na vida embrionária, representa 10% do colágeno da 
vida adulta. O tipo IV compõe as membranas basais, inclusive a lâmina densa da 
junção dermoepidérmica. Os tipos V e VI estão presentes na derme em quantidade 
relativamente pequena. O tipo VII é o principal componente das fibras de ancoragem 
da junção dermoepidérmica e o colágeno tipo XVII localiza-se na porção intracelular 
dos hemidesmossomos. 
O colágeno é secretado para o espaço extracelular como pró-colágeno, este sofre a 
ação de enzimas que provocam a formação de fibras e estas, por sua vez, unem-se 
para formar os feixes. Do equilíbrio dinâmico da síntese e degradação do colágeno 
depende a normalidade do tecido nas situações fisiológicas e de reparação.
Figura 12 – Esquema representativo de uma fibra de colágeno.
Fonte: <http://news.slnutrition.com/wp-content/uploads/2012/03/colágeno-hidrolizado1.jpg>.
Figura 13 – Imagem em microscopia ótica de uma fibra de colágeno.
Fonte: <http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/tend6.jpg>.
28
UNIDADE I │ CONCEITOS
Fibras elásticas
Na pele, essas fibras formam uma rede que se estende da junção dermoepidérmica ao tecido conectivo 
da hipoderme, estando elas também presentes na parede dos vasos e em torno do folículo piloso. 
Correspondem apenas a 1 a 2% do peso seco da derme e estão entremeadas às fibras colágenas.
A principal fonte de fibras elásticas é o fibroblasto e o principal constituinte das fibras elásticas é 
uma proteína, a elastina.
Substância fundamental
A substância fundamental ou mucopolissacarídeo é constituído por proteoglicans. Os proteoglicans 
caracterizam-se por serem compostos de um eixo proteico ao qual uma ou mais diferentes cadeias 
de carboidratos, os glicosaminoglicans, se ligam. Os principais glicosaminoglicans são o ácido 
hialurônico, sulfato de condroitina e o dermatan sulfato.
A capacidade de ligação dos proteoglicans a múltiplos componentes do meio extracelular promove 
a aderência necessária entre as diversas estruturas da derme, desempenhando papel fundamental 
na organização e viabilidade dos tecidos. 
Embora correspondam apenas a 0,2% do peso seco da derme, são capazes de ligar até mil vezes o seu 
volume em água, influenciando profundamente o conteúdo de água na derme, sua compressibilidade 
e volume.
Derme papilar e derme reticular 
A derme pode ser dividida em 2 partes distintas: derme superficial ou papilar e a derme profunda 
ou reticular.
Na derme superficial ou papilar, há maior número de fibroblastos e de capilares que na derme 
reticular. As fibras de colágeno, constituídas principalmente por colágeno tipo III, são mais finas e 
não se agrupam em feixes como ocorre na derme reticular.
Os feixes de colágeno na derme reticular são formados por colágeno do tipo I, permeados por 
colágeno tipo III. 
Hipoderme
A hipoderme corresponde à região mais profunda da pele, formada por tecido gorduroso. Ela tem 
um importante papel na termorregulação do organismo, reserva de nutrientes e proteção contra 
traumas mecânicos.
29
CONCEITOS │ UNIDADE I
Adipócitos
Principal constituinte da hipoderme, os adipócitos, ou células adiposas, são células grandes e 
arredondadas com citoplasma rico em triglicerídeos e ácidos graxos e com núcleo comprimido 
contra a membrana celular.
Eles ficam dispostos em lóbulos primários e secundários, separados por septos de tecido conjuntivo 
contendo dendrócitos, mastócitos, fibroblastos, partes de glândulas sudoríparas, vasos e nervos.
As Figuras 14 e 15 representam esquematicamente a estrutura completa da pele. 
Pode-se observar uma apresentação esquemática para melhor compreensão e uma 
imagem microscópica para comparação. 
Figura 14 – Apresentação esquemática da estrutura da pele.
30
UNIDADE I │ CONCEITOS
Figura 15 – Imagem em microscopia ótica da estrutura da pele.
Fonte: Handbook of Cosmetic Skin Care, 2 Ed. 
Tabela 1 - A Pele Humana em Números
Superfície 1,8 m2
Espessura Até 9 mm
Peso 9 a 10 kg
Número de células 110 bilhões
Número de glândulas sudoríparas 2 a 2,5 milhões (cerca de 120/cm2)
Número de glândulas sebáceas 250.000 (cerca de 15/cm2)
 » A pele é constituída por 3 camadas interdependentes: Epiderme, Derme 
e Hipoderme.
 » A Epiderme é avascular, ou seja, não possui vasos sanguíneos e é 
constituída por queratinócitos (80% de células da epiderme), melanócitos, 
células de Langerhans e células de Merkel.
 » A Epiderme é composta por um epitélio estratificado, pavimentoso 
e queratinizado, dividido em Camada Basal ou Germinativa, Camada 
Espinhosa ou de Malpighi, Camada Granulosa, Camada Lucida e 
Camada Córnea.
 » Na Camada Basal da epiderme, há um alto grau de multiplicação celular 
fornecendo células que irão se diferenciar e migrar para a superfície.
31
CONCEITOS │ UNIDADE I
 » Os principais componentes da junção dermoepidérmica são: Colágeno IV, 
Lamininas, Fibronectinas e Colágeno VII.
 » A Derme é uma camada de tecido conjuntivo, flexível e elástica, formada 
por fibras colágenas, elásticas e uma substância amorfa chamada 
substância fundamental que acomoda vasos, nervos e anexos cutâneos.
 » A principal estrutura celular da derme são os fibroblastos.
 » Colágeno: proteína distribuída amplamente pelos tecidos conjuntivos, 
corresponde a aproximadamente 75% do peso seco da derme.
 » Os adipócitos são o principal constituinte da Hipoderme.
1. Na epiderme, os grânulos de ceratoialina, importantes para a formação 
de queratina, estão localizados em que camada?
2. Na epiderme, é possível encontrar intensa atividade mitótica em 
que camada?
3. Descreva o que acontece no processo de diferenciação dos queratinócitos 
a corneócitos.
4. Cite as principais características das células da camada córnea da pele.
5. Na pele, as células produtoras de melanina, os melanócitos, estão 
localizados em que camada?
6. Qual a função da junção dermoepidérmica?
7. Qual a principal função das células de Langerhans e das células de Merkel?
8. Qual a principal proteína da derme?
9. Qual a principal função da substância fundamental da derme?
10. Onde se localiza e quala função da hipoderme?
32
UNIDADE IIANEXOS CUTÂNEOS
Os anexos cutâneos são constituídos pelas Glândulas Sudoríparas, Glândulas Sebáceas, Folículo 
Pilossebáceo e Unhas.
Anexos cutâneos são apêndices epiteliais especializados. Derivados da epiderme, 
surgem como invaginações para dentro da derme, a partir da epiderme durante o 
desenvolvimento embrionário.
Desempenham papel importante no equilíbrio do organismo como conservação da 
temperatura corpórea, proteção e produção de sebo que participam da função de 
barreira da pele.
CAPÍTULO 1
Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas são glândulas tubulares com corpo e ducto secretores, originadas por 
invaginação epidérmica e com formações epiteliais diferenciadas. Estão localizadas na derme 
profunda ou na epiderme e podem ser classificadas como écrinas ou apócrinas. 
Écrinas
Nas glândulas sudoríparas écrinas, o corpo (ou porção secretória) está localizado na derme profunda 
e na junção com a hipoderme, conforme pode ser observado na Figura 14 da Unidade I e na Figura 
16. O ducto secretor tem uma porção dérmica e outra epidérmica, desembocando diretamente na 
superfície da pele.
As glândulas sudoríparas écrinas estão distribuídas por toda a pele, com grande densidade nas 
regiões palmo-plantares e axilas. São entre 2 a 4 milhões de glândulas écrinas no corpo humano!
33
ANEXOS CUTÂNEOS │ UNIDADE II
O suor secretado pelas glândulas sudoríparas écrinas é inicialmente semelhante a um ultrafiltrado 
isotônico composto por NaCl, K, HCO3, lactato, ureia, amônia e traços de aminoácidos e proteínas. 
Após reabsorção de NaCl e HCO3 pelas células do ducto, origina-se a secreção hipotônica que 
chegará à superfície e será secretada.
A quantidade de suor écrino secretado é variável, mas a média é de 100 ml/dia em condições 
normais. Durante exercícios intensos ou em dias de muito calor, essa quantidade pode chegar a 1 
ou 2 litros/dia.
A principal função do suor écrino é controlar a temperatura do corpo humano. Quando o suor 
evapora na superfície da pele isso diminui a temperatura da pele e consequentemente diminui a 
temperatura do corpo.
As glândulas écrinas:
 » são encontradas em toda a superfície do corpo, principalmente nas 
regiões palmo-plantares e nas axilas.
 » possuem pouca contribuição para o odor corporal, pois o suor produzido 
é inodoro e estéril, contendo, basicamente, água e cloreto de sódio.
 » são responsáveis pelo controle da temperatura corporal e pelo controle 
autônomo colinérgico.
Apócrinas
As glândulas sudoríparas apócrinas são mais escassas que as glândulas sudoríparas écrinas. São 
encontradas nas axilas, regiões anogenitais, mamilos, conduto auditivo externo, pálpebras e mamas. 
Têm corpo ou porção secretória mais larga e irregular que nas glândulas écrinas. O ducto secretor 
é mais curto e se esvazia no folículo piloso mais próximo, imediatamente sobre a glândula sebácea 
(Figura 14 da Unidade I e Figura 16).
Sua secreção é pouco abundante, de aspecto oleoso e inodoro, mas rica em material orgânico. Esse 
material orgânico sob a ação das bactérias da flora cutânea será decomposto, originando o odor 
característico dessas regiões.
Na puberdade, sob a ação dos hormônios andrógenos, tendo a glândula apócrina grande atividade 
da enzima 5 alfa redutase 1, assim como a glândula sebácea, responsável pela síntese de DHT 
(dihidrotestosterona), aumentam de volume e entram em atividade. 
Não há uma função fisiológica para a secreção apócrina em humanos. Em outros mamíferos a 
secreção apócrina produz um odor que está relacionado à atração sexual.
34
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
As glândulas sudoríparas: 
 » são glândulas tubulares com corpo e ducto secretores, classificadas em 
écrinas e apócrinas.
 » As glândulas écrinas são encontradas em toda a superfície do corpo, 
principalmente nas regiões palmo-plantares e nas axilas.
 » O suor produzido pelas glândulas écrinas é inodoro e estéril, contendo, 
basicamente, água e cloreto de sódio.
 » As glândulas apócrinas desembocam no folículo pilossebáceo e produzem 
uma secreção rica em substâncias orgânicas.
1. Qual é a glândula sudorípara que desemboca diretamente na superfície 
da pele?
2. Qual é a principal função do suor produzido pelas glândulas écrinas?
3. Quais são as características da secreção apócrina?
35
CAPÍTULO 2
Glândulas sebáceas
As glândulas sudoríparas sebáceas são glândulas holócrinas, conectadas ao folículo piloso que 
juntos formam a unidade pilossebácea (Figura 16).
Glândulas holócrinas têm como característica serem constituídas por células que se rompem, 
liberando todo o seu conteúdo, tornando-se o produto da secreção. As glândulas sebáceas possuem 
uma camada externa de células basais e várias camadas de células gordurosas, com citoplasma 
claro, os sebócitos que se desintegram no centro glandular, formando o sebo, produto da glândula.
O sebo é constituído principalmente por esqualeno, colesterol, ésteres de colesterol, ésteres graxos e 
triglicerídeos. Os triglicerídeos, ao sofrerem a ação enzimática das bactérias do folículo, dão origem 
aos ácidos graxos livres.
A função principal das glândulas sebáceas é fornecer lubrificação à superfície cutânea.
Essas glândulas são encontradas na maior parte da pele e são, especialmente, numerosas na face, 
no couro cabeludo, ao redor do orifício anal, no nariz e no pavilhão auricular. Seus ductos abrem-se 
nos folículos pilosos, mas eventualmente desembocam livres na pele. 
As glândulas sebáceas estão sob o controle de hormônios andrógenos. Sua atividade está presente 
no nascimento, praticamente desaparece na infância e torna-se plena na puberdade, diminuindo 
gradativamente pelo resto da vida, paralelamente ao que ocorre com os níveis séricos do DHEA 
(andrógeno adrenal).
Figura 16 – Figura ilustrativa das glândulas sudoríparas e sebáceas. 
36
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
As glândulas sudoríparas sebáceas:
 » são glândulas holócrinas, conectadas ao folículo piloso, que juntos 
formam a unidade pilossebácea.
 » são encontradas na maior parte da pele e são, especialmente, numerosas 
na face, no couro cabeludo. 
1. O que é uma glândula holócrina?
2. Qual é a composição da secreção sebácea?
3. Qual é a principal função da secreção sebácea?
37
CAPÍTULO 3
Pelos
Os pelos fazem parte do folículo pilossebáceo que é composto pelo folículo piloso, glândula 
sebácea e músculo eretor do pelo. Em algumas regiões, ainda, as glândulas sudoríparas apócrinas 
desembocam no folículo, fazendo parte da estrutura do folículo pilossebáceo. Apesar da grande 
variedade dos tipos de pelos, tamanho, forma e cor, a estrutura dos folículos pilosos é semelhante.
Folículo pilossebáceo
Os folículos pilossebáceos estão presentes em toda a pele, exceto nas regiões palmo-plantares e 
algumas regiões da genitália. Apresentam algumas variações regionais: no couro cabeludo e púbis, 
os pelos são terminais (grossos) com glândulas sebáceas bem desenvolvidas; na face, predomina o 
pelo tipo velo ou lanugo (finos) com glândulas sebáceas muito desenvolvidas; nas extremidades, o 
predomínio é de pelo tipo velo e de glândulas sebáceas bem pequenas (Figura 17).
Figura 17 – Estrutura do folículo pilossebáceo.
Fonte:
Glândula SebáceaEixo (estrutura) do fio de 
cabelo
Epiderme
Camada queratinócita
Células da matriz do cabelo
Papila dérmica
 Handbook of Cosmetic Skin Care, 2 Ed. 
38
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
Os folículos desenvolvem-se a partir de um germe epitelial primário e são orientados obliquamente 
em relação à superfície da pele, com sua parte mais profunda atingindo a derme.
Os folículos pilosos são divididos, de acordo com suas regiões anatômicas, em 4 (quatro) partes, as 
quais podem ser observadas na Figura 18:
 » Óstio ou Acrotríquio: parte superior, abertura do folículo na pele.
 » Infundíbulo: do óstio até a abertura do ducto da glândula sebácea.
 » Istmo: da glândula sebácea até a região da inserção do músculo eretor do pelo.
 » Bulbo ou Porção Inferior do Folículo:tem forma de saco e é onde, na parte 
inferior, estão as células da matriz responsáveis pelo crescimento do pelo e os 
melanócitos que dão cor ao pelo. O bulbo inferior, com células da matriz, forma 
uma invaginação ao redor da papila dérmica folicular que contém tecido conjuntivo 
ricamente enervado e vascularizado, além de fibroblastos.
Figura 18 – Corte longitudinal do folículo piloso.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-wG19-oR0P3Y/TnfB-YuRsI/AAAAAAAAAEU/HQaiojKaejU/s1600/Fol%25C3%25ADculo+imagem.
jpg>.
A região mais profunda do folículo muda conforme as fases do ciclo do pelo. Essa área é formada por 
uma bainha epitelial com várias camadas, são elas (Figura 19):
 » Bainha do Tecido Conectivo: camada mais externa rica em fibras colágenas 
bem organizadas. É separada da membrana externa do pelo por uma lâmina basal.
 » Membrana Externa do Pelo: estrutura não queratinizada na periferia do 
folículo e contínua à epiderme. Na sua parte inferior, há grandes quantidades de 
glicogênios, sugerindo uma atividade consumidora de energia.
39
ANEXOS CUTÂNEOS │ UNIDADE II
 » Membrana Interna do Pelo: é a primeira estrutura a ser consolidada no folículo 
piloso. Serve, junto à Membrana Externa e a Bainha do Tecido Conectivo, como 
molde para a fibra de cabelo emergente. É constituída pela membrana de Henle 
(externa) e a membrana de Huxley (interna).
Figura 19 – Corte transversal do folículo piloso. 
Fonte: <http://www.clinicaruston.com.br/plasticamasculina/transplante/figuras/foliculares002.jpg>.
Os folículos pilossebáceos, além de produzirem os pelos, são responsáveis por uma função sensorial, 
colaboram com a homeostasia térmica e têm importância estética. Os folículos têm importância 
capital no processo de reparação tecidual, funcionando como reservatório de células-tronco 
epidérmicas e dérmicas.
Estrutura dos pelos
Como vimos, os pelos crescem a partir dos folículos, que são invaginações do epitélio, tendo como 
base uma papila dérmica.
No pelo, identificam-se três camadas concêntricas: a cutícula, o córtex e a medula (Figura 20).
 » Cutícula: é a parte externa do cabelo, formada por lâminas superpostas como 
escamas de peixe ou telha. A cutícula tem importância na integridade da fibra. Ela 
funciona como uma cobertura que lembra escamas de répteis e protege o córtex. 
Quando essa camada é danificada por exposição química ou física, a fibra é mais 
propensa a quebrar. Quando o cabelo emerge da pele, a célula da cutícula adere 
firmemente ao córtex. Apesar de sua baixa elasticidade mecânica, as camadas de 
cutículas superpostas e aderidas firmemente entre si fornecem proteção mecânica 
ao córtex e controlam o conteúdo de água da fibra. As camadas de cutículas têm 
altas quantidades de enxofre e lisina.
40
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
 » Córtex: é composto de pigmentos e é o responsável pela coloração do cabelo. 
Representa a maior parte da fibra capilar. É constituído por um feixe de 400 a 
500 lâminas de queratinas, proteínas ricas em enxofre e cisteína, unidas por uma 
cola biológica. 
 » Medula: parte mais interna da fibra capilar, responsável pela consistência do fio.
Figura 20 – Corte transversal do folículo piloso. 
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-k2cOAjB6oOg/UYBCRaVjAoI/AAAAAAAAAfk/1-oIY_0gFBg/s1600/sgs.png>.
Fases de crescimento dos pelos
O folículo piloso passa, cíclica e permanentemente, por três fases caracterizadas por modificações 
na sua porção inferior, o bulbo, que sofre processo de retração e expansão. O bulbo, por conta 
dessas modificações cíclicas, é considerado a porção transitória do folículo, enquanto que a porção 
superior é permanente. 
As fibras capilares, então, apresentam tamanho e morfologia variáveis, sendo classificadas em pelos 
terminais, velos e intermediários.
As três fases que a fibra capilar passa durante seu crescimento são (Figura 21):
 » Fase Anágena: caracteriza-se por ter o bulbo e a papila foliculares bem 
desenvolvidas. É a fase de crescimento da matriz. Os queratinócitos da matriz 
proliferam rapidamente, com maior taxa de crescimento, quando comparado com 
outras regiões do folículo. A produção celular é de células pluripotentes que vão se 
diferenciar em membrana interna do pelo, cutícula, córtex e medula. O folículo na 
fase anágena está localizado bem profundamente na pele, na derme profunda ou 
na hipoderme. 
 » A duração da fase anágena no couro cabeludo é de 2 a 6 anos, na perna é de 19 a 26 
semanas, no braço é de 6 a 12 semanas, no lábio superior é de 4 a 14 semanas e nas 
axilas é de 12 meses.
41
ANEXOS CUTÂNEOS │ UNIDADE II
Em condições normais encontramos de 85% a 90% dos pelos na fase anágena.
 » Fase Catágena: no fim da fase anágena, o folículo sofre uma série de alterações 
morfológicas e moleculares, aparentemente sinalizadas pela papila, associadas com 
a morte celular programada ou apoptose. Os pelos ficam mais finos e os melanócitos 
da matriz interrompem a produção de melanina, reabsorvendo seus dendritos e 
evoluindo para apoptose. Os queratinócitos interrompem suas mitoses provocando 
a retração da porção inferior do folículo até o nível da inserção do músculo eretor. A 
fase catágena dura em média 2 semanas e abrange menos que 1% dos pelos.
 » Fase Télógena: é a fase de repouso do pelo. O cabelo está mais fino e claro. Em 
um determinado momento, as células da papila, bastante diminuídas de volume, 
parecem emitir sinais que fazem aumentar a atividade mitótica novamente, 
fazendo surgir um novo contingente celular responsável pela expansão do bulbo e o 
estabelecimento de uma nova fase anágena. A fase telógena dura em média 3 meses 
e abrange 13% dos pelos.
Figura 21 – Fases de crescimento do pelo. 
Fonte: Hand
Fase Anágena Fase Catágena Fase Telógena Início da Nnova Ffase 
Anágena
book of Cosmetic Skin Care, 2 Ed. 
Durante a gravidez, um maior número de pelos é mantido em fase anágena, e 3 
(três) meses após o parto, 30% entram em fase de repouso, determinando uma 
queda intensa no período, mas corrigida espontaneamente.
No couro cabeludo do ser humano existem, em média, 100 mil folículos pilosos que 
crescem, em média, 0,3 mm por dia. Desses, 13% entram em repouso diariamente 
(fase telógena), o que corresponde a uma queda média diária de 100 fios.
42
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
 » Os folículos pilossebáceos estão presentes em toda a pele, exceto nas 
regiões palmo-plantares e em algumas regiões da genitália.
 » Os folículos pilossebáceos são orientados obliquamente em relação à 
superfície da pele, com sua parte mais profunda atingindo a derme.
 » No pelo, identificam-se três camadas concêntricas: a cutícula, o córtex e 
a medula.
 » O folículo piloso passa, cíclica e permanentemente, por três fases: 
anágena, catágena e telógena.
1. Quais são as 4 (quatro) partes que compõe o folículo piloso?
2. Descreva as três camadas da fibra capilar: cutícula, córtex e medula.
3. Descreva a fase anágena. Qual é a fase do crescimento do pelo, que é 
caracterizada pela morte celular?
4. Qual é o percentual, em média, de pelos na fase telógena?
43
CAPÍTULO 4
Unhas
A unha é uma placa córnea semirrígida que cobre o dorso da ponta dos dedos. Também chamada de 
placa ungueal ou lâmina ungueal é o produto permanente da matriz ungueal (Figura 22). 
Figura 22 – Formação da matriz ungueal. 
Fonte: <http://www.forp.usp.br/mef/embriologia/Fotos/anexos/fig04.jpg>.
Função
A principal função do aparelho ungueal é a proteção da extremidade distal dos dedos de traumatismos 
e muito particularmente preservar o tato dos dedos. Outras funções são de defesa, apreensão de 
pequenos objetos, adorno, além de revelar algumas doenças sistêmicas.
Estrutura
O aparelho ungueal é composto pela Matriz Ungueal, Dobras Ungueais, Leito Ungueal e 
Lâmina ou Placa Ungueal (Figura 23).
 » Matriz Ungueal: é a estrutura reprodutiva que origina a lâmina ungueal. Ela 
se estende por, aproximadamente, 6 mm abaixo da dobra proximal, e sua porção 
distal é visível como uma lúnula branca, semicircular, que émais desenvolvida 
nos polegares. A matriz divide-se em proximal e distal. A região proximal forma a 
camada superficial da unha, enquanto a região distal forma os dois terços inferiores 
da placa ungueal.
 » Dobras Ungueais: a dobra ungueal proximal está aderida à lâmina ungueal pela 
cutícula e é contínua lateralmente formando as dobras ungueais laterais, uma em 
cada lado da unha. A cutícula, essa membrana fina que margeia toda a lâmina 
ungueal, exceto na borda livre distal, não deve ser removida, pois funciona como 
barreira para a entrada de substâncias e micro-organismos na matriz ungueal.
44
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
 » Leito Ungueal: o leito ungueal localiza-se entre a lúnula (matriz visível) e o hiponíquio 
(sulco ungueal distal), compreendendo os tecidos moles embaixo da lâmina ungueal. 
Está fortemente aderido à lâmina ungueal e é altamente vascularizado. Na margem 
distal do leito ungueal está a região de mais aderência do leito ungueal com a lâmina 
ungueal chamada faixa onicodérmica. Representa a primeira e maior barreira à 
passagem de materiais e organismos sob a lâmina ungueal.
 » Lâmina ou Placa Ungueal: a lâmina ungueal é uma estrutura retangular 
queratinizada plana, ligeiramente convexa. A margem da lâmina ungueal 
que ultrapassa a união com a epiderme do dorso da falange distal é a chamada 
borda livre.
Figura 23 – Estrutura da Unha. 
Fonte: < http://manicureepedicurealetheacristo.weebly.com/uploads/1/4/3/3/14336890/401415_orig.gif>. 
Composição química
A lâmina ungueal é um anexo cutâneo rico em queratina, que difere da pele porque não descama 
e do pelo por não ter atividade cíclica. Sua flexibilidade deve-se à presença de fosfolipídios e, por 
outro lado, sua dureza deve-se ao alto teor de enxofre e queratina.
O enxofre presente na lâmina ungueal está disponível na forma do aminoácido cisteína. Consideram-
se 3,2% de enxofre a concentração normal na unha, o que equivale a 12% de cisteína. A pouca 
quantidade de água, de 7% a 12%, também contribui para a dureza da lâmina ungueal.
Os lipídios são encontrados na forma de colesterol e ajudam a manter a coesão e elasticidade 
normal da lâmina. Os lipídios totais correspondem a 0,1 a 1% da composição da lâmina ungueal e 
contribuem com a flexibilidade e o brilho das unhas.
45
ANEXOS CUTÂNEOS │ UNIDADE II
Tabela 2 - Velocidade de Crescimento de Pelos e Unhas
Pelos da Cabeça 0,35 mm/dia
Pelos da Face 2,1 – 3,5 mm/semana
Sobrancelhas 0,16 mm/dia
Pelos Axilares 0,3 mm/dia
Pelos dos Braços 1,5 mm/semana
Pelos das Coxas 0,2 mm/dia
Unha dos Quiradáctilos (dedos das mãos) 0,086 mm/dia
Unha do Polegar 0,095 mm/dia
Unha dos Pododáctilos (dedos dos pés) 0,004 mm/dia
Unha do Hálux (dedão do pé) 0,006 mm/dia
 » A unha, ou placa ungueal, é uma placa córnea semirrígida que cobre o 
dorso da ponta dos dedos.
 » A lâmina ungueal é um anexo cutâneo rico em queratina, sua flexibilidade 
deve-se à presença de fosfolipídios e, por outro lado, sua dureza deve-se 
ao alto teor de enxofre e queratina.
 » O aparelho ungueal é composto pela Lâmina ou Placa Ungueal, Matriz 
Ungueal, Leito Ungueal e Dobras Ungueais.
1. Qual é a principal função do aparelho ungueal?
2. Descreva a matriz ungueal.
3. Qual é a composição química da unha?
46
UNIDADE III BIOQUÍMICA DA PELE
CAPÍTULO 1
Constituintes
Como observado nas unidades anteriores, a constituição anatômica da pele pode ser dividida em 
3 camadas: epiderme, derme e hipoderme, as quais encontram-se inter-relacionadas estrutural e 
funcionalmente. Esse órgão é responsável por uma infinidade de funções vitais, além de funcionar 
como barreiras mecânica e química. Apesar de ser constituída basicamente de água, lipídeos, 
proteínas, carboidratos e alguns oligoelementos, é responsável pela produção de diversas substâncias, 
principalmente hormônios, com uma interação complexa e dinâmica entre os receptores das 
estruturas epidérmicas e dérmicas.
Lipídeos
Estas substâncias são moléculas orgânicas insolúveis em água, que podem aparecer ligadas 
covalentemente ou não a outras classes de biomoléculas, produzindo substâncias como: lipoproteínas, 
fosfolipídeos, glicolipídeos etc. Na maioria dos casos, os lipídeos podem ser classificados em 
simples e complexos, sendo que os complexos são aqueles compostos por ácidos graxos e passíveis 
de serem saponificáveis e os simples não contêm ácidos graxos, e consequentemente não podem ser 
saponificáveis. Apesar de os lipídeos simples ocorrerem em quantidades bem menores do que os 
lipídeos complexos, nas células e nos tecidos, muitas substâncias desta classe possuem atividades 
biológicas importantes, como, por exemplo, as vitaminas e os hormônios (Tabela 3). Pode-se dividir 
esta classe de substâncias em terpenos e esteroides (Figura 24).
Tabela 3 – Principais lipídeos simples 
TERPENOS ESTEROIDES
ESQUALENO COLESTEROL
ß-CAROTENO HORMÔNIOS SEXUAIS
VITAMINA E HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS
VITAMINA K ÁCIDOS BILIARES
COENZIMA Q10
47
Figura 24 – Estrutura química do esqualeno (A) e do colesterol (B). 
Glicerídeos
Estas substâncias lipídicas complexas são as mais abundantes e os principais componentes nas 
células vegetais e animais. Sofrem hidrólise dando origem a glicerina e ácidos graxos livres e 
apresentam-se sempre em número par de átomos de carbonos, sendo os mais predominantes os de 
16 a 18 átomos (Figura 25). 
Figura 25 – Estrutura química básica dos glicerídeos. 
Fosfoglicerídeos
Os fosfoglicerídeos constituem a segunda classe mais importante de lipídeos complexos, 
e são componentes importantes das membranas celulares. Neste grupo, destacam-se a 
fosfotidiletanolamina (cefalina) e a fosfatidilcolina (lecitina) _(Figura 26).
48
UNIDADE II │ ANEXOS CUTÂNEOS
Figura 26 – Estrutura química da fosfatidilcolina (lecitina). 
Esfingolipídeos
Constituem-se em importantes componentes da membrana celular, tanto vegetal como animal, 
principalmente no cérebro e tecido nervoso. A principal diferença entre os esfingolipídeos e os 
fosfoglicerídeos é que os primeiros não contêm glicerol, e sim a esfingosina, um aminoálcool alifático 
de cadeia longa (Figura 27).
Figura 27 – Estrutura química de um esfingolipídeo
Ceras
As ceras são, geralmente, encontradas na pele como revestimentos protetores, são estéres sólidos de 
ácidos graxos com álcoois graxos monoinsaturados de cadeia longa, ou ainda esteróis.
Proteínas
As proteínas são consideradas substâncias fundamentais para o funcionamento das células. São 
responsáveis pelo armazenamento de nutrientes, agem como catalizadoras, veículos de transporte, 
hormônios, toxinas e agentes protetores. Constituem cerca de 30% do peso total da pele e, entre 
elas, destacam-se as proteínas fibrosas ou de suporte, como o colágeno, a elastina e a queratina.
Colágeno
O colágeno é uma estrutura proteica que constitui os tecidos conjuntivos. Sabe-se que sua sequência 
de aminoácidos, apesar de não ser totalmente esclarecida, é constituída de glicina (35%), de alanina 
(11%), de prolina (12%) e de hidroxiprolina (91%), sendo que os dois últimos são característicos 
49
BIOQUÍMICA DA PELE │ UNIDADE III
das fibras colágenas. Essas fibras estão ordenadas de maneiras diferentes, dependendo da função 
biológica do tecido conjuntivo, e sua estrutura corresponde a um arranjo de hélices de cadeias 
polipeptídicas unidas por ligação hidrogênio, como se fosse uma corda. Existem ainda subunidades 
estruturais denominadas tropocolágenos, produzidos pelos fibroblastos. Essas cadeias polipeptídicas 
do tropocolágeno são ligadas por resíduos de desidrolisinanorleucina, as quais são produzidas por 
uma reação enzimática entre dois resíduos de lisina de subunidades adjacentes de tropocolágeno, 
por meio de ligações covalentes (Figura 28).
Figura 28 – Esquema de uma estrutura tridimensional de colágeno. 
Fonte: <https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTdAMmU5nl-9ioFXVSGn0FDjW4hMG6JpQ19OFp1I5Gfhwk9U
XXS>.
Elastina
Outra proteína considerada fibrosa e elástica é a elastina. Apesarde sua estrutura não estar 
completamente definida, sabe-se que a elastina difere-se do colágeno por ter entre 1/3 a 1/4 a 
menos da quantidade de aminoácidos em relação ao colágeno. Possui ainda 1/10 da quantidade de 
hidroxiprolina, uma quantidade realtivamente grande de valina e um aminoácido conhecido como 
desmosina. Sabe-se ainda que as cadeias polipeptídicas deste aminoácido (desmosina) são unidas 
por meio de ligações covalentes entre os resíduos de desmosina e isodesmosina (Figura 29).
50
UNIDADE III │ BIOQUÍMICA DA PELE
Figura 29 – Imagem ilustrativa de uma fibra de elastina e estrutura química da desmosina e isodesmosina.
Fontes:< https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSf0wwKfOJ4-j1aurwhj3BnSdijlMrqbAUmlcJ3lFL_jTNN5pBZvg> e 
<http://www2.natura.net/web/br/hotsite/chronos/_IMG/_GLOSSARIO/imgGlossarioLetraE_02.jpg>.
Queratina
A queratina é uma proteína considerada secundária, fibrosa, muito elástica e flexível. Estas 
características estão relacionadas à sua estrutura tridimensional, que lhe confere elasticidade, 
impermeabilidade à água e resistência (Figura 30). 
Podem existir 2 tipos de queratina, uma tridimensional de alfa-hélice, denominada alfa-queratina; 
e outra na forma de folhas beta-pregueadas, denominada beta-queratina. A de maior importância é 
a alfa-queratina constituída por 15 aminoácidos, entre eles a cisteína, enrolados entre si como uma 
hélice, formando uma estrutura tridimensional. Os aminoácidos estão ligados entre si por meio 
de ligações covalentes, pontes de hidrogênio e ligações bissulfitos ou dissulfeto (S-S). Entre essas 
ligações, as pontes dissulfeto são as que dão maior resistência à estrutura queratínica e confere 
maior dureza à queratina. 
Figura 30 – Figura ilustrativa da estrutura da queratina. 
Fonte: <https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTV06_dm4NU_5rYCZqwvxlc1ynuA-f7G-
7d69gtYToP8QCVGS3Z>.
51
BIOQUÍMICA DA PELE │ UNIDADE III
Carboidratos
Os carboidratos são quimicamente definidos como polihidroxialdeídos. Na realidade, são açúcares 
ou sacarídeos e podem ser classificados como monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. 
Basicamente, funcionam como reserva energética para as células e tecidos. Como constituintes da pele, 
aqueles de maior interesse são os polissacarídeos, também conhecidos como homopolissacarídeos, 
por apresentarem uma unidade monomérica ou heteropolissacarídeos, que contém duas ou 
mais unidades monoméricas diferentes. São exemplos clássicos de homopolissacarídeos o amido 
e o glicogênio. 
Entre os monossacarídeos, a glicose está presente na pele, porém em concentrações muito inferiores 
ao sangue. Sua metabolização ocorre nas células da pele da mesma forma que no sangue, sendo 
fosforilada à glicose-6-fosfato e utilizada na síntese de glicogênio de mucopolissacarídeos, como o 
ácido hialurônico. O principal metabólito cutâneo da glicose, porém, é o ácido láctico.
Acredita-se que a pele de um homem saudável com cerca de 70 Kg seja capaz de sintetizar cerca de 
17 Kg de ácido láctico por dia. A produção diária desse ácido está relacionada à excreção de suor e 
ao crescimento capital.
O mucopolissacarídeo encontrado em maior quantidade na pele é o ácido hialurônico, que é um 
dissacarídeo, constituído pelo ácido D-glucurônico e N-acetil-D-glucosamina (Figura 31). Este 
ácido é um importante constituinte dos envoltórios celulares (glicocálix) e da substância amorfa 
extracelular presente nos tecidos conjuntivos dos vertebrados.
Figura 31 – Estrutura química representativa do ácido hialurônico, representando as unidades D-glucurônica e 
N-acetil-D-glucosamina.
Fonte: <http://blog.medico.imestetico.es/wp-content/uploads/2012/06/acido-hialuronico.jpg>.
Outro mucopolissacarídeo de destaque é a condroitina, a qual é composta pelo ácido D-glucurônico 
e N-acetil-D-galactosamina, com estrutura similar ao ácido hialurônico. Sua estrutura mais 
importante, porém, é a derivada de ácido sulfúrico, condroitina-4-sulfato, constituinte dos 
envoltórios celulares dos tecidos conjuntivos (Figura 32).
52
UNIDADE III │ BIOQUÍMICA DA PELE
Figura 32 – Estrutura química representativa do ácido hialurônico, representando as unidades D-glucurônica e 
N-acetil-D-galactosamina.
Fonte: <http://www.scielo.br/img/revistas/qn/v30n2/13f1.gif>. 
Minerais
A presença de minerais e o equilíbrio dos sais minerais sobre a pele têm sido alvo de estudos 
contraditórios. Sabe-se que, em relação aos outros órgãos, a pele apresenta a maior concentração de 
íons cloreto e de sódio, já no interior das células ocorre uma maior presença de potássio e magnésio.
Acredita-se, ainda, que uma maior irritabilidade cutânea esteja relacionada a uma elevação nos 
níveis de cloreto de sódio, em especial do sódio presente na pele. Já outros pesquisadores afirmam 
que esta irritabilidade possa estar relacionada à diminuição da presença de cálcio na pele, que 
aumenta com a idade.
Na realidade, pode-se afirmar que a irritabilidade cutânea depende de um aumento da relação 
cálcio/potássio.
Segundo alguns pesquisadores, o teor de magnésio encontra-se constantemente diminuído tanto 
nas neurodermites disseminadas atópicas quanto nas neurodermites localizadas; o teor de potássio 
na pele encontra-se aumentado nas inflamações agudas e diminuído nas inflamações crônicas; e 
o cálcio pode depositar-se sobre a pele causando calcinose cutânea, mesmo quando não apareça 
elevado no sangue. 
53
CAPÍTULO 2
Sínteses e metabolismo
A pele e a síntese de vitamina D
Pode-se afirmar que a síntese de vitamina D3 é regulada por meio da pele, uma vez que esta vitamina 
é sintetizada a partir da absorção das radiações UVB. Após absorção da radiação, a pré-vitamina D 
(7-diidrocolesterol) é convertida em vitamina ativa, principalmente nos estratos espinhoso e vasal, e 
carreada pelo sangue, ligada a uma proteína, e só assim poderá exercer seus efeitos específicos nos 
diferentes locais do organismo. A vitamina D3 é responsável pela regulação do metabolismo do cálcio. 
As pessoas negras necessitam de cerca de 12 vezes mais exposição ao sol para 
sintetizar as mesmas quantidades de vitamina D3 do que as pessoas brancas. Isso 
ocorre não pela quantidade de melanina presente na pele, mas sim pela capacidade 
de absorção solar. A pele negra absorve somente cerca de 2 a 5% da radiação UVB, 
quando comparada com a pele branca, a qual absorve cerca de 30% desta radiação.
Hormônios esteroides
A síntese dos hormônios esteroides inicia-se com a produção do colesterol, o qual é convertido 
em diidrocolesterol, pregnenolona e progesterona. Em seguida, a progesterona converte-se em 
desoxicorticosterona e 11-desoxicortisol, no córtex adrenal.
Androgênios
Os androgênios agem principalmente nas glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas apócrinas, e 
folículos pilosos, já que estes anexos cutâneos apresentam receptores específicos para esse hormônio. 
Sua forma ativa é a di-hidrotestosterona. Observa-se que muitas desordens da pele são dependentes 
do androgênio, como acne vulgar, hidradenite supurativa e alopecia masculina.
A testosterona é convertida em 5-α-diidrotestosterona pela ação, na pele, de duas enzimas diferentes 
5 α-redutase, tipos I e II. As células produtoras de pelo são dependentes da 5 α-DHT para seu 
desenvolvimento e o bloqueio da enzima dos tipos I ou II resulta em melhoras da alopecia androgênica.
54
Estrogênios 
Os estrogênios estão ligados ao estímulo da diferenciação celular da epiderme, e isso pode ser 
confirmado, uma vez que podemos observar uma atrofia celular da epiderme com a chegada da 
menopausa. Outra característica importante, que também pode ser observada nas fases de climatério 
ou pré-menopausa, é a xerose cutânea, relacionando o estrogênio ao controle das glândulas sebáceas 
e ao revestimento hidrolipídico. 
Glicorticoides
Os glicorticoides, tanto de origem natural, como sintética, têm alguns efeitos importantes sobre a 
pele, tais como: atividades vasoconstrictora, atividades anti-inflamatórias,

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