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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO -FRAÇÃO BAIRRO MUTUAGUAÇU

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DEFENSORIA PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO
 DEFENSORIA PÚBLICA DO NÚCLEO CÍVEL DA COMARCA DE SÃO GONÇALO
 
EXMº JUIZ DE DIREITO DA ......VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO GONÇALO
 MARIA HELENA DE SOUZA, brasileira, solteira, pensionista, portadora da carteira de identidade RG nº 06.563.166-5/DETRAN e inscrita no CPF sob o nº 638.748.737-49, residente e domiciliada na rua Professor Altivo, nº 210, Mutuaguaçu, nesta Comarca, CEP: 24461-240, (não possui endereço eletrônico), telefone: 2713-4781 (residencial), por este órgão de Defensoria Pública do Estado, eis que afirma, sob as penas da lei e na forma do artigo 99, caput e seus parágrafos, do Código de Processo Civil, “que, face à insuficiência de recursos, é econômica e juridicamente hipossuficiente, portanto titular do direito público subjetivo à Assistência Jurídica Integral e Gratuita, nos precisos termos do artigo 5° inciso LXXIV da Constituição da República e do artigo 30, caput e seu § 2° da Constituição deste Estado, fazendo jus, pois, à GRATUIDADE DE JUSTIÇA”, com fundamento no artigo 5º inciso XXIII da invocada Constituição Federativa e nos artigos 1238, parágrafo único, e 1241 do Código Civil, vem postular a tutela jurisdicional através desta 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE AQUISIÇÃO
DA PROPRIEDADE IMÓVEL
MEDIANTE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO
do bem imóvel designado por LOTE Nº 210 – CASA 3, com sua dimensão de 42.50m², que se destaca do imóvel maior constituído por lote 210 do loteamento denominado BAIRRO MUTUAGUASSÚ, situado na rua Professor Altivo, Mutuaguaçu, no perímetro do 1º distrito deste município, cujo imóvel em porção maior é objeto de registro sob Transcrição nº 1.467/8, às fls. 179 do Lº 3/A do Registro de Imóveis da 3ª Circunscrição desta Comarca, onde se acha transcrito em nome de MARIA DE LOURDES LEMOS PACHECO s/m EDUARDO FERREIRA PACHECO E DE ERMELINDA PESTANA DA CRUZ. pessoas naturais, cujo domicílio civil em comum é desconhecido, assim como ignorado o lugar em que se encontram, o que a parte autora ora afirma, sob as penas da lei, para os fins do disposto no artigo 257 inciso I c/c artigo 256 inciso II, do Código de Ritos, aduzindo-se as seguintes razões:
 I – DOS FATOS
A Postulante têm a posse mansa e de boa-fé, ininterrupta e sem oposição, com plenitude e exclusividade, sobre o bem imóvel designado por PRÉDIO Nº 210 – CASA 3, com sua dimensão de 42.50m², que se destaca do imóvel maior constituído por lote 210 do loteamento denominado BAIRRO MUTUAGUASSÚ, situado na rua Professor Altivo, Mutuaguaçu, no perímetro do 1º distrito deste município.
Dita posse plena foi havida pela Autora em decorrência de ocupação pacífica por aquisição onerosa consumada em 1988, cuja situação confere-lhe o reconhecimento e publicidade como autêntica proprietária, eis que conserva e valoriza o imóvel, no qual realizou benfeitorias e mantém seu domicílio civil, COM MORADIA HABITUAL A MAIS DE DEZ ANOS, assim sustentando, sob adequada destinação social, o domínio de fato sobre o bem usucapiendo.
Desse modo, possuindo PRÉDIO Nº 210 – CASA 3, com sua dimensão de 42.50m², que se destaca do imóvel maior constituído por lote 210 do loteamento denominado BAIRRO MUTUAGUASSÚ, situado na rua Professor Altivo, Mutuaguaçu, no perímetro do 1º distrito deste município, subjetivamente considerando-o como sua propriedade imóvel e exteriorizando tal convicção, revela-se justa e legítima a pretensão que anima a Postulante em ter a aquisição dessa propriedade plena reconhecida, pugnando que assim o declare o Estado-Juiz. 
II – DO DIREITO
Visa a Autora à tutela jurisdicional para que lhe seja declarada a aquisição da propriedade imóvel do bem designado por PRÉDIO Nº 210 – CASA 3, com sua dimensão de 42.50m², que se destaca do imóvel maior constituído por lote 210 do loteamento denominado BAIRRO MUTUAGUASSÚ, situado na rua Professor Altivo, Mutuaguaçu, no perímetro do 1º distrito deste município. Assim pretende porque, uma vez operada a prescrição aquisitiva através do instituto da usucapião, tal direito real perfeito, originariamente, já se consolidou em suas mãos. Cabível, destarte, verem cristalizar com o manto de juridicidade uma situação fática já existente, geradora de direitos, pois é de saber trivial que a posse é um estado de fato que se convola em direito.
DOS REQUISITOS DA USUCAPIÃO
 a) Do animus domini
O animus domini consiste na exteriorização da vontade daquele que possui o bem, de tê-lo como proprietário, exercitando tal direito.
No caso em exame, este requisito subjetivo da posse ad usucapionem já se verifica pelos documentos ora acostados, os quais serão corroborados pela prova testemunhal que há de ser produzida perante esse Juízo. Tamanha e inarredável é a vontade de assenhorearem-se que a Autora permanece firme em seu propósito, conservando o bem imóvel cujo domínio adquiriram em virtude do longevo exercício possessório, beneficiando-a para uma destinação socialmente adequada, assim agindo como efetiva proprietária.
 b) Da posse ininterrupta e sem oposição, do
 caráter privado do bem e sua situação
 geográfica e do lapso temporal quinzenário.
 A posse plena, sem oposição, evidencia-se pela ausência de uma manifestação válida e idônea daquele em cujo nome se acha transcrito o imóvel alvejado, insurgindo-se contra a ocupação de sua terra. Na hipótese sub examen a inocorrência de oposição se verifica com as inclusas certidões do Registro de Distribuição desta Comarca, da situação do bem, demonstrando que não há qualquer ação cível de natureza real, ou mesmo reipersecutória, em face da Autora, quanto ao exercício possessório quinzenário, tendo por objeto o imóvel usucapiendo.
O caráter de imóvel privado do lote de terreno usucapiendo se verifica pela também inclusa certidão do Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição desta Comarca, que o revela encontrar-se com registro de transcrição em nome de pessoa natural. 
A situação geográfica do bem imóvel usucapiendo assim se descreve: “prédio n° 628 fundos, com sua dimensão de 184,00m², que se destaca do imóvel maior constituído por lote 628 do loteamento denominado bairro boa vista, sob a dimensão de 231,00m2, situado na rua Paranavaí, Boa Vista, no perímetro do 4º distrito deste município, com topografia em plana a partir da testada, medindo: 1.00 metros de frente para rua Paranavaí, 12.00 metros aos fundos que faz com uma área existente; 30.00 metros pelo lado direito em 3 alinhamentos a saber: , o 1° com 14, 00m, o com 2° 11,00m e o 3° com 16,00m respectivamente confrontando com o lote 629 e com a área remanescente do lote e 30,00 metros pelo lado esquerdo confrontando com o lote 627.”
O lapso temporal QUINZENÁRIO ININTERRUPTO, COM MORADIA HABITUAL DECENAL, para a prescrição aquisitiva se verifica pelos documentos adunados e pela prova testemunhal a ser produzida em audiência.
Aliás, no que concerne ao fato constitutivo do direito da Postulante, substanciado na posse ad usucapionem, que se erigiu no lapso temporal aquisitivo ininterrupto e sem oposição, na sua exatidão de se tratar única e exclusivamente de situação de fato, ( posto que outra coisa além de um fato não é a posse), a sua prova por excelência reside no depoimento das testemunhas contemporâneas aos fatos. Redundâncias a parte, é, pois, um direito substancial, material, que se declara erga omnes quando conhecido pelo Estado-Juiz.
Presentes os requisitos pertinentes à matéria, que encontram guarida no texto constitucional que atribui à propriedade sua função social, justa é a pretensão comum da Postulante em ver declarado, porSentença, um direito já constituído e que está assegurado pelo ordenamento jurídico.
Assim, postula-se:
 1) A GRATUIDADE JUDICIÁRIA para todos os atos do processo,
 2) A juntada dos documentos acostados,
 3) A CITAÇÃO POR EDITAL de CARLOS TEIXEIRA SODRE e s/m DEBORA GARCIA DA SILVA SODRE, pessoas naturais em cujo nomes se acham transcrito, no RGI, o imóvel usucapiendo, para conhecer desta Ação e, querendo, responder ao seu termo, sob as advertências do artigo 344 do Códigos de Ritos,
 4) 	As CITAÇÕES EDITALÍCIAS dos seguintes confrontantes proprietários e promissário real comprador :
TANIA DA SILVA VIEIRA, como promissária real compradora do imóvel lote nº 627, em confrontação pelo lado esquerdo, sendo desconhecido o domicilio civil em comum bem como ignorado o lugar em que se encontra.
JOAQUIM DE OLIVEIRA CARVALHO e s/m LUISA MARIA DE OLIVEIRA, como próprietarios do imóvel lote nº 629, em confrontação pelo lado direito, sendo desconhecido o domicilio civil em comum bem como ignorado o lugar em que se encontram.
 5) As CITAÇÕES PESSOAIS dos seguintes confrontantes possuidores: 
 CARLOS DE SOUSA PEREIRA, como possuidor do imóvel lote n° 627, em confrontação pelo lado esquerdo, sendo domiciliado na rua Paranavaí, Boa Vista, nesta Comarca;
MARIA DO SOCORRO DAS NEVES, como possuidora do imóvel lote n° 629, em confrontação pelo lado direito, sendo com domicilio na rua Paranavaí, Boa Vista, nesta Comarca
 
 6) As Citações, mediante publicações de editais, na forma do artigo 259, inciso I, do Código de Ritos, para conhecimento de eventuais interessados,
 					 7) As intimações postais dos representantes das Fazendas Públicas da União, do Estado e do Município, para que manifestem existência de interesse na causa,
 8) O deferimento da produção de todas as provas necessárias à matéria versada, admitidas em Direito, especialmente a documental superveniente, depoimento pessoal e testemunhal, conforme ROL ofertado em anexo, 					
 					 9) O acolhimento da pretensão autoral formulada, julgando-a procedente para que, MEDIANTE A USUCAPIÃO, SEJA DECLARADA ADQUIRIDA POR ELOISA ALEXSANDRA FREITAS CORDEIRO A PROPRIEDADE PLENA DO BEM IMÓVEL DESIGNADO COMO “PRÉDIO Nº 628 FUNDOS, COM SUA DIMENSÃO DE 184,00M², QUE SE DESTACA DO IMÓVEL MAIOR CONSTITUÍDO POR LOTE 628 DO LOTEAMENTO DENOMINADO BAIRRO BOA VISTA, SITUADO NA RUA PARANAVAÍ, NO BAIRRO BOA VISTA, 4º DISTRITO DESTE MUNICÍPIO.
 10) Após o trânsito em julgado da Sentença Declaratória de Usucapião, seja expedido Mandado ao Oficial do Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição, para que promova o seu registro como título, na forma da Lei 6.015/73 c/c artigo 1.238 do Código Civil, sem custas, face à afirmação de hipossuficiência, 
Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00
 São Gonçalo, 20 de março de 2018.
 
ROL DE TESTEMUNHAS QUE DEVERÃO SER INTIMADAS
1) Rosa de Lurdes pereira
Rua Birigui, nº 4474, Boa Vista;
2) GILVAN ALVES DO NASCIMENTO
Rua Governador Agamenon Magalhães, nº 5212, Boa Vista;
3) ANGELA MARIA DOS SANTOS MORAIS
Rua Governador Agamenon Magalhães, nº 4879, Boa Vista;
 TODOS DOMICILIADOS NESTA COMARCA.
 
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