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ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – ESUCRI GIOVANE CONTI ESPINDOLA GUILHERME DE LUCCA MINATTO LUIZ HENRIQUE A ALVES MATHEUS COLARES MATEUS RHOBSON BRUNING CLAUDINO YURI SILVA CUSTOS E ORÇAMENTOS: NOÇÃO DE CUSTOS PARA REALIZAÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO. CRICIÚMA, ABRIL DE 2018. 2 ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – ESUCRI GIOVANE CONTI ESPINDOLA GUILHERME DE LUCCA MINATTO LUIZ HENRIQUE A ALVES MATHEUS COLARES MATEUS RHOBSON BRUNING CLAUDINO YURI SILVA CUSTOS E ORÇAMENTOS: NOÇÃO DE CUSTOS PARA REALIZAÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO. Trabalho apresentado à professora Mônica Elizabeth Daré da disciplina de custos e orçamentos, faculdades Esucri. CRICIÚMA, ABRIL DE 2018. 3 INTRODUÇÃO O orçamento de uma obra integra a parte inicial de um projeto e é indispensável para o sucesso das empresas em seus projetos. Ter todas as etapas e atividades desenhadas, estimar os recursos necessários e prever a composição das equipes de profissionais fazem parte desta etapa. Um bom orçamento na Construção Civil permite prever receitas e despesas futuras, controlar desvios e projetar, com precisão, o resultado econômico a ser alcançado na conclusão do projeto. O orçamento é fundamental para a tomada das melhores decisões, seja na hora de negociar o prazo de um contrato de prestação de serviços de construção civil, seja para definir o preço do empreendimento imobiliário e iniciar as vendas. 4 ORÇAMENTO O orçamento discriminado é composto por uma relação extensiva dos serviços ou atividades a serem executados na obra. Os preços unitários de cada um destes serviços são obtidos por composições de custos, relacionando as quantidades e custos unitários dos materiais, dos equipamentos e da mão-de- obra necessários para executar uma unidade do serviço considerado. As quantidades de serviços a serem executados são medidas nos projetos. Faillace, (1988) define que em geral os orçamentos discriminados são subdivididos em serviços, ou grupos de serviços, facilitando a determinação dos custos parciais. De acordo com a finalidade a que se destina, o orçamento será mais ou menos detalhado. A precisão varia, mas não se pode falar em orçamento exato, ou correto: existem muitas variáveis, detalhes e problemas que provocam erros, e nenhum orçamento está livre de incertezas, embora os erros possam ser reduzidos, através do trabalho cuidadoso e da consideração de detalhes. Contudo, sabe-se que a construção civil é um setor sujeito a um elevado grau de variabilidade, o qual recomenda a adoção de técnicas de gerenciamento e controle eficazes. Dr. Marco Aurélio Stumpf González (2008) afirma que os orçamentos são executados, muitas vezes, com base em composições de custos genéricas, obtidas em tabelas ou livros (ou cadastradas no software adquirido). Mesmo que sejam embasadas na observação da realidade em dado local e momento, não serão perfeitamente ajustadas a uma empresa, em particular. O ajuste necessário deve ser realizado através da apropriação de custos, que é a verificação in loco dos custos efetivos de execução dos serviços, com a medição dos materiais e equipamentos empregados e dos tempos dedicados pelos operários a cada tarefa. Por fim, a divisão de serviços nos orçamentos discriminados deve seguir um padrão claro e objetivo, facilitando a execução e conferência dos resultados. Para isto, deve ser adotada, pela empresa ou profissional, uma única discriminação orçamentária, que é uma relação padronizada de todos os serviços que podem ocorrer em uma obra. 5 Para Faillace (1988) em uma abordagem mais completa, a execução de um orçamento geralmente é composta pelas seguintes etapas: a) Recebimento do conjunto de documentos e informações complementares (prazo, condições de execução, entre outros); b) Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou detalhes para elementos sobre os quais há dúvidas; c) Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos serviços; d) Quantificação (medição); e) Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições; f) Listagem e cotação de materiais, mão-de-obra e serviços sub-empreitados; g) Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e viabilidade; ajustes finais; h) Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou minuta do contrato; Conforme aborda Vilela Dias (2011) o orçamento não termina com a previsão de custos de investimentos, prossegue, necessariamente na fase de construção, com o mesmo rigor, através do planejamento, controle, acompanhamento de custos e definição dos custos de manutenção das mesmas. 6 GARANTIA DO ORÇAMENTO Para Vilela Dias (2011) o engenheiro só poderá elaborar um orçamento responsável e justo caso este seja baseado em um projeto executivo completo, isto é, todas as disciplinas a serem construídas deverão estar contempladas (fundações, estruturas, arquitetura, instalações elétricas, hidro sanitárias, mecânicas, elevadores e etc.), bem como, deverão existir especificações rígidas de serviços e materiais. Assim, neste caso, é possível adotar-se a contratação por preço global. O projeto básico, nos leva a uma possibilidade de 20 a 30% de erro em relação ao projeto executivo, ou outras formas menos recomendáveis de se definir a obra, assim, não permitem gerar um orçamento justo. Neste caso, deve-se adotar a contratação por preço unitário. INOVAÇÃO NO ORÇAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ALIADO A REDUÇÃO DE CUSTOS Bressan Thomé (2017) afirma que a busca de oportunidades para reduzir despesas, aumentar rendimentos e contribuir com melhores resultados na entrega da obra é constante nas empresas do segmento. A inovação é um excelente caminho para qualquer orçamentista que deseja contribuir para agilizar e tornar mais precisos os processos de orçamento na construção civil. Isso sem falar que é uma boa forma de lidar com a crise do mercado. Um orçamento na construção civil orientado pela inovação pode trazer como resultado a redução de custos. Não existem mistérios no orçamento da Construção Civil, mas, sim, tecnologia. A aplicação de diferentes recursos tecnológicos tem sido o caminho para uma entrega diferenciada e com baixos custos de execução. 7 Quatro pontos em que é possível inovar e garantir um bom orçamento de obra: 1 – Automação da Construção Civil e novas metodologias -Atualização de equipamentos -Aplicação de métodos construtivos eficientes -Utilização de materiais mais tecnológicos 2 – Tecnologia na Construção: BIM, impressão 3D e drones A Tecnologia da Informação se transformou em uma aliada para a Construção Civil, do orçamento à gestão da obra. Utilizando-se de facilitadores como a modelagem BIM (Building Information Modeling) é possível aliar ao projeto a visualização da obra em três dimensões, somada às informações sobre o custo, marca e quantidade de cada item. Com uma tecnologia de visualização do projeto avançada e detalhada aliada a processos mais limpos de execução, o resultado é a redução do orçamento na Construção Civil, porque o trabalho se torna mais eficiente e está cada vez menos sujeito a falhas humanas e retrabalho. 3 – Equipamentos e materiais - Concreto auto curável: já imaginou um concreto que consegue curar as próprias rachaduras? Essa é a promessa do concreto auto curável, que remedia até 0,8mm de fissuras na superfície, resultando em menor necessidade de reparos e, consequentemente, na redução do orçamento da construção civil em médio e longo prazo; - Concreto permeável: mais poroso e reflexivo, o concreto permeável é a melhor opção em regiões quentes e extremamente irrigadas pela água das chuvas. O objetivo dessematerial é filtrar o fluxo pluvial, permitindo a irrigação do solo e diminuindo a impermeabilização das superfícies, que hoje agrava situações de alagamentos, enchentes e retenção de água da chuva. 8 - Espuma à base de planta: um isolante térmico natural, feito de recursos renováveis torna mais frescos os ambientes e a própria consciência, ao substituir matérias primas com base petroquímica. - Tinta que absorve energia solar: Feita de zinco e fósforo, a tinta que absorve energia solar é desenvolvida pela Universidade de Alberta (Canadá) e vai parar nos telhados das casas do futuro, podendo representar autonomia energética para as residências. 4 – A força do time Tem uma variável importante que não entra no cálculo do orçamento da construção civil: a força do time! Nem todo engenheiro ou mestre de obras está preparado para o desafio de gerenciar equipes, mas são elas que fazem acontecer, por exemplo, a automação no campo de obras. Se cada colaborador não mantiver o zelo pelos equipamentos, o cuidado com a economia de materiais e a organização no canteiro de obras, a inovação se torna apenas uma palavra bonita no vocabulário da Construção Civil, mas sem aplicação na prática. É por meio da formação de uma equipe multidisciplinar que inovar torna-se possível: cada um traz suas contribuições na bagagem e ajuda a tornar real um orçamento de construção civil mais enxuto. Além disso, a equipe precisa passar por capacitações para lidar com as inovações, assim consegue tirar melhor proveito delas. Estar por dentro do que há de mais recente em tecnologia no mercado pode fazer a diferença no orçamento de construção civil. 9 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO - CUB O site SINDUSCON (2018) define o CUB como principal indicador do setor da construção, o Custo Unitário Básico (CUB) é calculado mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil de todo o país. Determina o custo global da obra para fins de cumprimento do estabelecido na lei de incorporação de edificações habitacionais em condomínio, assegurando aos compradores em potencial um parâmetro comparativo à realidade dos custos. Atualmente, a variação percentual mensal do CUB tem servido como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de apartamentos em construção e até mesmo como índice setorial. O cálculo do custo unitário de construção por metro quadrado é a somatória das combinações: preços x pesos dos insumos, para cada especificação. Referidas especificações são classificadas, por padrão de acabamento e número de pavimentos: - R: Residencial Pavimentos: 1, 4, 8 e 16 Padrão de acabamento: baixo, normal e alto. - C: Comercial Pavimentos: 8 e 16 Padrão de acabamento: normal e alto. - GI: Galpão Industrial RP1Q: Residência Popular com 1 quarto 10 1.1 - Noção dos custos diretos, tendo como parâmetros: a) CUB-SC Médio (março/2018) (NBR 12721/2006), sem desoneração; b) CUB-SC (março/2018) (NBR 12721/2006) correspondente à tipologia da edificação; sem desoneração. R.: Áreas m2 Coe. Médios Áreas m2 * Área total construída 16942,24 Garagem 3.000,00 0,5 1500 Quadra poliesportiva 648 1 648 Piscina 380 0,5 190 Churrasqueira 60 0,75 45 Área fitness 60 1 60 Salão de festa 150 1 150 2 Salas de jogos 80 1 80 Espaço mulher 40 1 40 Brinquedoteca 40 1 40 Playground 40 1 40 TOTAL 12.444,24 2793 Áreas m2 * 2793 Área total coef. Médios 15.237,24 a) CUB-SC Médio (março/2018) (NBR 12721/2006), sem desoneração; Custos R$ Áreas m2 CUB-SC Médio (março/2018): R$ 1.631,17 * 15.237,24 Custo total da obra: R$24.854.528,77 Movimentação de terra: R$ 400.000,00 Fundações R$ 1.500.000,00 6 elevadores R$ 900.000,00 Custo total geral da obra: R$27.654.528,77 11 1.2 – Para a noção de custos, obtida com o CUB da tipologia, determinar os valores dos grupos de insumos de mão de obra, de materiais e de equipamento e seus respectivos percentuais de participação no valor total obtido com esta noção de custos. R.: 1.3 - Gráfico que represente a evolução do CUB Médio (NBR 12721/2006) de Março de 2017 a março de 2018. Analise criticamente o gráfico. R.: Analisando o gráfico acima podemos observar que tivemos uma evolução de aumento de 5,62% no valor do CUB médio (NBR12721/2006) de março de 20017 a março de 2018. b) CUB-SC R16-N (março/2018) (NBR 12721/2006) Custos R$ Áreas m2 CUB-SC (março/2018) TIPOLOGIA R-16 R$ 1.403,13 * 15.237,24 Custo total da obra: R$21.379.828,56 Movimentação de terra: R$ 400.000,00 Fundações R$ 1.500.000,00 6 elevadores R$ 900.000,00 Custo total geral da obra: R$24.179.828,56 1.480,00 1.500,00 1.520,00 1.540,00 1.560,00 1.580,00 1.600,00 1.620,00 1.640,00 Evolução do CUB Médio MARÇO 2017 / 2018 12 1.4 – Realizar a atualização dos valores das etapas e do total referentes aos custos (quadro custos por etapa simplificado), tomando como data base outubro de 2015 e considerando como índice de atualização o CUB-SC Médio (março/2018 sem desoneração) (NBR 12721/2006). R.: Considerando o Índice de atualização do CUB Médio de OUT 2015 (NBR 12721/2006) para o CUB Médio de MAR 2018 (NBR 12721/2006) teve uma variação de aumento de 11.65 %. 13 1.5 – Realizar um estudo comparativo entre os valores obtidos na noção de custos, do item 1.1 (b), com os valores atualizados do quadro “custo por etapa simplificado” item 1.4. Discutir as diferenças encontradas. R.: Comparando esses dois quadros, tivemos uma variação de R$3.680.470.48, no qual três itens se destacaram para essa variação. O primeiro item que se destacou foi a superestrutura com uma participação de 16,65% tendo em custo o valor de R$612.798,34. O segundo item foi alvenaria e vedação com uma participação de 11,59% tendo em custo o valor de R$426.566, 53.O terceiro item foram os serviços preliminares com uma participação de 10,54% tendo em custo o valor de R$387.921,59. Dentre essa comparação esses três itens tiveram uma participação de 338,78% totalizando em custos o valor de R$ 1.427.286,46. Os itens, que menos tiveram participação, foram: serviços complementares e limpeza de obra que juntos tiveram uma participação de 0,37% totalizando em custo o valor de R$13.629,67. 14 CONCLUSÃO O orçamento é fundamental para a tomada das melhores decisões, seja na hora de negociar o prazo de um contrato de prestação de serviços de construção civil, seja para definir o preço do empreendimento imobiliário e iniciar as vendas. Tomando base outubro de 2015 e considerando como índice da atualização o CUB médio (março/2018 sem desoneração) (NBR 1272/2016), pode se concluir que o CUB médio teve uma variação de aumento de 11,65%. Onde os dois tópicos que se destacaram para esse aumento foram a superestrutura com participação de 16,65% e a alvenaria e vedação com participação de 11,59%. Podemos perceber que em três anos o valor da construção do mesmo empreendimento subiu consideravelmente, por diversos fatores, por exemplo: Valorização da mão de obra e falta de profissionais no mercado, inflação, resultado da economia do país que tenta se recuperar de uma recessão, além de outros fatores. Com base nessa atualização de valores conseguimos definir o custo total do empreendimento se ele fosse construído no ano de 2018. 15 REFERÊNCIAS - GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Noções de orçamento e planejamento de obras. São Leopoldo: UNISINOS, 2008. - BRASIL. SINDUSCON. O que é o CUB. Como é calculado: Custo Unitário Básico da Construção Civil. 2018. Disponível em: <https://sindusconpr.com.br/o-que-e-o-cub-como- e-calculado-394-p>.Acesso em: 15 abr. 2018. - BRASIL, Grama Sintética. Quadras. 2018. Disponível em: <http://www.gramasinteticabrasil.com.br/index.php/servicos>. Acesso em: 15 abr. 2018. - DIAS, Paulo Roberto Vilela. UMA METODOLOGIA DE ORÇAMENTOS PARA OBRAS CIVIS. 9. ed. Rio de Janeiro: Sindicato dos Editores de Livros, 2011.
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