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O Lúdico na Educação Infantil PROFESSORIZANDO (1) (2)

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1
2
Índice
Introdução ..................................................................................................................3
A Criança Como Protagonista .....................................................................................5
A Importância do Brinquedo. ......................................................................................8
O Lúdico Como Fonte de Aprendizagem...................................................................12
O Papel do Professor de Educação Infantil ................................................................16
Espaço Lúdico ...........................................................................................................22
A Musicalização ........................................................................................................27
Sugestões de Atividades Lúdicas para Serem Desenvolvidas no Âmbito Escolar ........35
Considerações Finais .................................................................................................44
Bibliografia Recomendada .........................................................................................45
Sobre a Autora ..........................................................................................................47
3
Introdução
 
Diante de um mundo tecnológico e com tantas informações de fácil acesso a to-
dos, nossas crianças encontram-se inseridas neste contexto e passam a modificar seus 
hábitos e sua infância passa a ser comprometida.
Antes, a infância era vista como algo que se educava em casa e não havia escolas 
específicas para Educação Infantil, a criança ingressava diretamente no Ensino Funda-
mental I. 
Com as mudanças industriais e comerciais, as mães vistas como detentoras únicas 
da educação dos filhos passa a dividir esta tarefa com outras pessoas, pois também pre-
cisam ingressar no mercado de trabalho. 
Mesmo com tantos avanços, alguns fatos não podem ser descartados. Nossas 
crianças têm as informações na palma de uma mão e passam a ter menos vivência lúdi-
ca, isto acaba trazendo prejuízos em seu desenvolvimento social e também motor. 
Diante da evolução tecnológica e também da Inteligência Artificial, as famílias e 
as escolas passam por uma transformação acompanhada de muitas dúvidas. Quais ati-
vidades são necessárias para uma criança tão pequena? A escola deve introduzir aulas 
lúdicas, mas e o conteúdo programático? A apostila ou o livro didático deve ser cum-
prido?
A partir destas indagações, este material tem como objetivo principal nortear o 
trabalho das escolas e trazer sugestões de como é possível introduzir o lúdico dentro da 
escola. 
4
5
A Criança Como Protagonista
“As crianças devem aprender a prestar atenção à própria atenção.” 
(Daniel Goleman) 
Falar de uma criança que precisa ser protagonista dentro da escola parece redun-
dante em meados do século XXI, porém isto é tão difundido nos cursos de Pedagogia 
e de formação de professores, mas pouco acontece realmente dentro do âmbito escolar. 
O professor exerce um papel fundamental nas ações escolares. Ao elaborar seu 
plano de aula com conteúdos estabelecidos deve ter a clareza que a criança pequena 
deve ser estimulada a uma amplitude de experiências em que possa se desenvolver e que 
possa ter oportunidades de ação e autonomia. 
Muito tem se ouvido que a criança deve ser protagonista em sua própria aprendi-
zagem, mas o que isto realmente quer dizer? A criança já possui inúmeras potencialida-
des, e ao ingressar na escola, já possui pré-requisitos para que possa desenvolver cada 
vez mais estas potencialidades. 
Atividades lúdicas inseridas no dia a dia da criança favorecem um protagonismo 
em diferentes áreas:
Ação Comunicativa Através da Interação e Relação com o Outro. 
A relação entre a criança e o outro estabelece a construção de vínculos e apren-
dizado como ações comunicativas. Ela começa a perceber que sua comunicação (seja 
por gestos ou pela linguagem oral) passa a ser compreendida e também compreensível 
pelas pessoas que a cercam. Através desta interação, a autonomia da comunicação se 
faz presente. 
Quando é proposta uma atividade lúdica, a ação e reação da criança durante uma 
brincadeira, por exemplo, como batata quente (que todos devem passar uma bola em 
círculo e ao sinal da professora quem estiver com a bola sai da brincadeira), várias ha-
bilidades são desenvolvidas desde o agarrar a bola, onde é desenvolvido o ato motor de 
preensão até o freio inibitório, a capacidade de esperar a vez para pegar a bola. 
A Valorização da Escuta Ativa
Aquela escola em que o professor é o sujeito da fala como detentor único do saber 
e do transmissor do conhecimento não existe mais. A criança é o sujeito de sua apren-
dizagem, porém sozinha não construirá o conhecimento. A mediação do professor é 
necessária, principalmente, no ato da escuta. 
Para que haja uma escuta efetiva é necessário sensibilidade por parte do adulto 
como educador e mediador do processo ensino e aprendizagem. 
6
Não é apenas pela comunicação verbal que se faz a escuta, mas é necessário ir 
além do ato de ouvir e perceber a comunicação não verbal durante uma brincadeira, um 
desenho ou a forma de reação quando tem que dividir um brinquedo com o outro. É 
neste sentido que a escuta se faz necessária pelo educador e pelas pessoas que convivem 
com a criança.
O professor tem de ser um provocador, no sentido mais amplo da palavra, aquele 
que faz perguntas durante uma atividade, que levanta hipóteses junto com a turma na 
escolha de um brinquedo ou de uma mudança na rotina escolar. 
Questionamentos são essenciais para que a criança comece a elaborar seu pensa-
mento e suas ações. 
Segundo a BNCC, Base Nacional Comum Curricular, publicada em 2017, pelo 
MEC (Ministério da Educação e Cultura), são propostas seis Campos de Experiência 
para serem desenvolvidas na Educação Infantil, no qual destaco a seguir os objetivos da 
escuta, fala, pensamento e imaginação. 
 →Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por di-
ferentes meios. Comunicar-se e fazer-se compreender pelo grupo.
 →Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizan-
do e adequando sua fala ao contexto em que é produzida.
 →Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas.
 →Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da 
função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação.
Uma ação de protagonismo dentro da escola torna-se imprescindível para as 
crianças e os professores. Uma criança que fala e é ouvida, passa a sentir-se mais segura 
nas suas ações e também passa a interagir de forma mais saudável, seja no exercício de 
dividir um brinquedo ou seja na escolha de suas ações e desejos. 
6
7
8
A Importância do Brinquedo.
Quando a criança brinca, ela entra num mundo de faz de conta e passa a interagir 
com objetos e brinquedos dando vida a eles. 
A criança está inserida num mundo onde os youtubers (pessoas que fazem vídeos 
para o canal Youtube) estão tomando conta das famílias. Observamos crianças peque-
nas assistindo pessoas abrindo brinquedos. A criança pequena fica horas frente à TV 
olhando outra pessoa abrir pacotes de brinquedos e se alegra em ver isto. 
Talvez, você, leitor, possa estar se questionando quais malefícios isto traz a crian-
ça? 
Então, refletiremos juntos sobre as consequências de uma criança ter o prazer em 
apenas ser agente passivo no ato de brincar e interagir. 
Ao manipular diferentes objetos e usar a imaginação, crianças pequenas exploram 
objetos como panelas, colheres e caixas sem a noção do valor econômico. Criança não 
precisa de brinquedos eletrônicos ou caros, criança precisa de alguém que a faça explo-
rar suas potencialidades e sua imaginação. 
A escola é um ambiente muito favorável a exploração deste universo lúdico, ao 
transformar uma garrafa PET num bilboquê ou chocalho estamos desenvolvendo umaflexibilidade neurológica de observar um determinado objeto além de sua função inicial. 
Através do brinquedo e da sua manipulação, a criança passa a transformar rea-
lidade e fantasia de forma única, sendo que se mistura a esta interação dar-se-á muitas 
vezes por imitação. 
A criança passa a experimentar diferentes sensações através da manipulação do 
brinquedo. Ao explorar uma caixa, por exemplo, ela coloca objetos dentro da caixa, 
retira-os, joga no chão, chacoalha para ouvir o som destes objetos e até entra dentro da 
caixa para sentir esta sensação explorando o espaço. 
 O brinquedo é um suporte para a brincadeira e para aprendizagem, ele trará sen-
sações e experiências para dar base a brincadeira. 
Atualmente, percebemos as crianças com brinquedos variados e, devido à grande 
demanda, acabam não explorando todas as possibilidades do brincar com este brin-
quedo. A criança pega o brinquedo e em menos de 10 minutos já desistiu ou cansou de 
“brincar”. Mas por que isto acontece?
Em uma sociedade mais consumista, onde ter é mais importante, as crianças são 
submetidas a publicidade infantil entre desenhos animados na TV ou até para adquirir 
um alimento ou lanche (fast food). Elas são induzidas a consumir determinado alimento 
por conta do brinquedo que vem como “ brinde”. 
Diante desta apelação publicitária, a função do brinquedo perde sua identidade. 
9
As crianças dão significado e ressignificam os brinquedos o tempo todo, passam a 
dar funções, muitas vezes, diferentes do que estavam habituadas. Elas têm liberdade de 
criar suas brincadeiras. 
Há diversos brinquedos que podem ser estimulados e explorados com as crianças 
pequenas. A seguir, destaco brinquedos que possuem diferentes possibilidades de desen-
volver atividades lúdicas. 
 »Bola
 » Peteca
 »Bonecas
 »Brinquedos em miniatura: carrinhos, animais de fazenda, bonequinhos...
 » Panelinhas e utensílios de cozinha
 »Caixas de diversos tamanhos. 
 »Garrafas plásticas 
 »Chocalhos 
 » Jogos de encaixe
 »Massas de modelar
Um ponto importante é que a escola sempre dá espaço ao uso dos brinquedos 
“pedagógicos”, porém outros tipos de brinquedos também devem fazer parte da explo-
ração e vivência por parte da criança. 
WAJSKOP (1996), em sua tese de doutorado, retrata que: “O brinquedo supõe 
uma relação com a infância e uma indeterminação relativa ao seu uso que equivale a 
dizer que inexiste uma relação direta com um sistema de regras organizador da ação.” 
Ela ainda faz menção as citações de Brougère “...o brinquedo é um objeto distinto 
e específico, cuja imagem projetada em três dimensões, parece vaga.”(1995, p. 13) mas 
cujo valor simbólico e expressivo se sobrepõe ao valor funcional. O brinquedo é um ob-
jeto cultural produzido pelos adultos para as crianças e que ganha ou produz significa-
dos no processo da brincadeira, pela imagem da realidade que representa e transmite.” 
( p. 70)
O brinquedo exerce a simbologia do pensamento do brincante, o valor simbólico 
estabelece relações perceptivas com o mundo que cerca a criança, portanto exerce fun-
ção primordial na construção do pensamento simbólico e no estreitamento de vínculos.
Quem brinca gosta de quem brinca com ela. 
Para que este vínculo seja prazeroso é necessário recriar diferentes situações de 
uso do brinquedo. 
O uso do brinquedo seja direcionado ou de forma livre traz representações sim-
bólicas e funcionais para a criança. Há brinquedos que são passados por gerações e 
estimados com valores emocionais imensuráveis. 
10
Não podemos deixar de destacar também o uso do brinquedo regional. Brinque-
dos que são comercializados no Nordeste apresentam funções diferentes do Sul, por 
exemplo. 
O uso imediatista do brinquedo e seu descarte numa sociedade consumista e leva-
da ao apelo publicitário infantil pode acarretar muitas dificuldades na criança pequena, 
não apenas socialmente, sendo que esta criança deixará de ter oportunidades de desen-
volver habilidades essenciais na primeira infância. 
O adulto é o principal responsável em mediar e favorecer esta interação com a 
criança. 
Outras possibilidades é a construção do próprio brinquedo, como sugestões des-
tacadas. 
 »Montar cidades ou casinhas com caixas de creme dental ou de remédios, por 
exemplo, trará para a criança o prazer de criar e dar valor ao que será construído. 
 » Fazer bolas de meia também é uma boa opção para desenvolver habilidades 
motoras e sensitivas.
 » Instrumentos musicais feitos com materiais recicláveis.
 »Construir bonecos de fantoches com meia. 
 »Construção de pipas.
 »Há brinquedos também feito pelos próprios pais como o carrinho de rolimã. 
 »Brinquedos feitos com garrafas, por exemplo, o Bilboquê. 
FONTE: http://defensoresdanatureza.com.br/como-fazer-um-bilboque-passo-a-passo.html
http://defensoresdanatureza.com.br/como-fazer-um-bilboque-passo-a-passo.html
11
12
O Lúdico Como Fonte de Aprendizagem
Brincar, brincar e brincar…
alegria de aprender 
Na Educação Infantil, o brincar deve estar inserido não apenas em atividades li-
vres, mas em atividades que possam desenvolver habilidades necessárias para um pleno 
desenvolvimento social, cultural, emocional e cognitivo.
Ao se referir em atividades lúdicas é importante que o professor tenha seus obje-
tivos muito claros. Numa sociedade onde os papéis e as convivências físicas estão cada 
vez mais restritas e o espaço virtual vem ganhando espaço na sociedade, temos que fazer 
sempre a pergunta: Quem é esta criança? E que adulto queremos formar?
Será que, as crianças hoje inseridas em creches e escolas de Educação Infantil estão 
preocupadas em passar no vestibular ou com a profissão que querem seguir? As crian-
ças, não! E os pais? A escola ?
Ouvimos com frequência, tanto por parte da família quanto dos professores, que a 
criança não sabe mais brincar, mas o que está sendo feito para quebrar este paradigma? 
O ser humano é um ser brincante desde a pré-história, apesar de ser algo cultural 
e social, a brincadeira faz parte da infância desde bebê. Através do contato e a interação 
com o outro. 
O início da brincadeira infantil se dá por meio do cuidador, por exemplo, a mãe 
que ao trocar a fralda, já faz brincadeiras com o corpo do bebê, faz cócegas, entrega 
objetos na mão enquanto conversa, dá banho entre outras tarefas no ato de cuidar. 
A criança brinca com situações reais e imaginárias. O adulto ensina a criança a 
brincar mesmo que inconsciente, isto se dá através do sentido de confiança entre eles, da 
comunicação e interação.
O jogo simbólico ou de faz de conta trata-se da imaginação e até da transformação 
da realidade que a criança está inserida. Em clínicas de psicologia ou psicopedagogia, 
os especialistas convidam a criança a brincar e através de ludoterapia é possível reco-
nhecer o ambiente em que a criança está inserida e suas ações e reações frente algumas 
dificuldades. 
Neste ambiente, a criança tem contato com diferentes tipos de brinquedos e brin-
cadeiras e sem perceber dá sinais do que ela está sentindo. Quantas vezes, nos depara-
mos com crianças depressivas, com sinais de abuso ou violência através da brincadeira. 
Atividades que envolvem a motricidade motora ampla são essenciais para a me-
mória e atenção como balanço, rolamento rápido, devagar, com músicas, rolar em cima 
de papeis, de tecidos... 
13
A seguir destaco alguns aspectos importantes publicados em livro de própria au-
toria (2019) sobre a importância do brincar:
Para Vygotsky (1984), a criança ao brincar, é capaz de fazer mais do que ela pode 
compreender e justamente esta ação permite que a criança possa compreender o que 
move a ação.
 “As crianças, ao brincar de comer, realizam em suas mãos, ações semiconscientes 
do comer real, sendo impossíveis todas as ações que não representem o comer ( ...).Uma 
criança não se comporta de forma puramente simbólica no brinquedo, ao invés disso 
ela quer e realiza seus desejos, permitindo que as categorias básicas da realidade passem 
através de sua experiência.”(p.80)Por Que Então Brincar é Tão Importante?
 »Há socialização e interação com o outro 
 »Acontece um aprimoramento do desenvolvimento físico, motor, cognitivo, 
emocional e social;
 » Favorece a criatividade; 
 »Estimula a imaginação;
 » Desenvolve habilidades ; 
 » Favorece o vínculo e a relação de empatia; 
 » Insere valores e aspectos sociemocionais como compartilhar. 
 A BNCC (2017) aborda a importância dos aspectos socioemocionais que devem 
estar presentes dentro do âmbito escolar e traz os DIREITOS DE APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 
 →Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando 
diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação 
à cultura e às diferenças entre as pessoas.
 →Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com 
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produ-
ções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências 
emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
 
 →Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da 
gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das 
atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos 
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo 
e se posicionando.
 →Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, 
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola 
e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as 
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. 
14
 →Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, 
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de 
diferentes linguagens. 
 →Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma 
imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de 
cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em 
seu contexto familiar e comunitário. ( BNCC, p. 36) Então, é necessário compreender o 
quanto o lúdico favorece o desenvolvimento de aspectos socioemocionais. 
Então, é necessário compreender o quanto o lúdico favorece o desenvolvimento de 
aspectos socioemocionais. 
Kami (1992) já retratava em sua obra, de análise sobre Piaget, objetivos socioe-
mocionais com a criança de que ela se sinta segura em relação ao outro; saiba respeitar 
os sentimentos e direitos do outro, em relação à cooperação; e, saiba ser independente, 
curiosa, confiante em suas habilidades. 
É através da brincadeira que a criança passa a se inserir na sociedade, aprende a 
compartilhar, tolerar, compreender e se comportar diante dos outros. Se integrarmos a 
brincadeira com a rotina escolar, proporcionaremos novas experiências, aumentando 
suas potencialidades, formando conexões neurais que serão importantes para o seu de-
senvolvimento mental e corporal no futuro. 
14
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16
O Papel do Professor de Educação Infantil
 
O papel do professor é ao mesmo tempo tarefa importante e difícil, pois esse edu-
cador lida com a criança em processo inicial de desenvolvimento, em uma etapa básica 
de formação de sua personalidade.
A experiência de muitos educadores permite selecionar algumas recomendações 
que possam favorecer o processo de aprendizagem das crianças. O professor poderá, 
claro, enriquecer as sugestões oferecidas a partir da consideração de sua realidade e da 
utilização de sua criatividade. 
Assim, acredita–se que o professor poderá ter ação mais favorável no processo 
educativo, se:
 
 » Organizar as atividades, partindo do concreto para o abstrato, do próximo 
para o distante, do simples para o complexo;
 » Alternar atividades calmas com atividades mais movimentadas;
 » Utilizar situações da vida diária das crianças para exemplificar. Lembrar-se de 
que o ensino ocorre de modo informal, de maneira que convém procurar aproveitar 
situações trazidas pela curiosidade e interesse da criança, em lugar de utilizar apenas 
as situações previstas pelo educador;
 » Proporcionar o lúdico aos conteúdos pedagógicos através de jogos que estimu-
lem a espontaneidade e a descontração da criança;
 » Considerar que as crianças apresentarão diferenças quanto a ritmo de aprendi-
zagem, grau de atenção e motivação, maior ou menor facilidade em cada área;
 » Compreender que a motivação provocará na criança o esforço necessário à 
realização das tarefas e que, para motivar, será preciso uma certa dose de novidade e 
desafio;
 » Estimular a comunicação verbal livre, pois a habilidade para falar é funda-
mental para o desenvolvimento da capacidade de raciocinar;
 » Facilitar o desenvolvimento de uma autoimagem positiva na criança, já que a 
maneira como ela se sente influirá sobre sua capacidade de aprender. 
Para Que Isso Ocorra, Convém:
 →Criar um clima descontraído em sala de aula, de forma que a criança sinta-se se-
gura e capaz de aprender, sem medo de errar; permitir que a criança possa errar e 
persistir na atividade para vir a acertar;
 →Certificar-se de que os alunos aprenderam e de que sabem que aprenderam;
 →Procurar elogiar os pequenos progressos que a criança venha a alcançar, não esta-
belecendo padrões elevados que ela não consiga atingir.
 →Encantar as crianças para a aprendizagem. 
 » Estimular hábitos de higiene corporal e ambiental, boa postura, boas maneiras 
e atitudes consideradas como favoráveis em sala de aula, tais como: tomada de deci-
são, cooperação, respeito aos outros e aos objetos, persistência diante das dificulda-
des, assiduidade, pontualidade, autonomia, expressão de sentimentos e ideias.
17
Todo educador deve avaliar seu próprio desempenho e, que sem medo de perceber 
seus limites e falhas, possa refletir sobre seu posicionamento em relação aos colegas de 
trabalho e à escola como um todo. O professor deve saber o momento certo de fazer 
interferências para facilitar a aprendizagem.
A criança precisa ter ao seu redor adultos comprometidos com sua aprendizagem 
através de um olhar amoroso, atento, capaz de estimular suas habilidades, fazer inter-
ferências adequadas, respeitando a individualidade e favorecendo a comunicação e a 
escuta atenta. 
Aprecio muito o pensamento de Kosinski (1998) que diz: “o fundamental é tra-
balhar com alegria. Essa é uma aventura deliciosa que faz de alguém não apenas um 
professor melhor, mas também uma pessoa melhor. Afinal, ninguém é feito de compar-
timentos estanques. O professor que, na sala de aula, faz as crianças se sentirem bem 
e, na sala de professores, tem sempre algo interessante a dizer, provavelmente é alguém 
com quem sempre se tem prazer em bater um papo.” (p.31)
Destaco também um resumo do texto original de Vygotsky (in Rego, 1994), pois 
considero suas ideias fundamentais para a formação de um educador.
 “O que a criança pode fazer hoje com o auxílio dos adultos poderá fazê-lo ama-
nhã por si só. A área de desenvolvimento potencial permite- nos, pois, determinar os 
futuros passos da criança e a dinâmica do seu desenvolvimento e examinar não só 
o que o desenvolvimento já produziu, mas também o que produzirá no processo de 
maturação. (...) Portanto, o estado do desenvolvimento mental da criança só pode ser 
determinado referindo-se pelo menos a dois níveis: o nível de desenvolvimento efetivo e 
área de desenvolvimento potencial. Esse fato que em si pode parecer pouco significativo, 
tem na realidade enorme importância e põe em dúvida todas as teorias sobre a relação 
entre processos de aprendizagem e desenvolvimento na criança. Em especial, altera a 
tradicional concepção da orientação pedagógica desejável, uma vez diagnosticado o 
desenvolvimento. (...)A aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento,mas uma 
correta organização da aprendizagem da criança. Conduz ao desenvolvimento mental, 
ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia pro-
duzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente 
necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas 
não-naturais, mas formadas historicamente.” ( p. 126-130)
Já é sabido o quanto a brincadeira pode ajudar no desenvolvimento emocional 
e intelectual da criança. Agora, faremos novas abordagens da brincadeira no dia a dia 
escolar, pois os educadores ainda têm de dar conta do brincar e dos conteúdos curricu-
lares estabelecidos pela escola.
Estabelecer uma relação entre o lúdico e os conteúdos curriculares não é tarefa 
fácil, mas é possível sim, para isto daremos algumas sugestões sobre esta aproximação: 
brincadeira e conteúdos programáticos.
O Referencial Curricular da Educação Infantil, sugere “as novas funções para 
educação infantil devem estar associadas a padrões de qualidade. Essa qualidade advém 
18
de concepções de desenvolvimento que consideram as crianças nos seus contextos so-
ciais, ambientais, culturais e, mais concretamente, nas interações e práticas sociais que 
lhes fornecem elementos relacionados às mais diversas linguagens e ao contato com os 
mais variados conhecimentos para a construção de uma identidade autônoma.” (volume 
1 p.23)
Os conteúdos selecionados devem ser aplicados a partir da realidade da criança. 
A partir dos três anos, ela é capaz de reconhecer seu próprio corpo, seu nome e suas ca-
racterísticas, além de conseguir estabelecer relações com o outro, do tipo: “Meu cabelo 
é curto. Seu cabelo é comprido.”
A criança possui um interesse muito grande em aprender a escrever seu nome e o 
valor que o nome tem para ela é fator imprescindível para darmos início ao trabalho de 
escrita com a criança, incluindo-a no mundo das palavras. 
É imprescindível que o educador conheça as características de cada faixa etária 
antes de iniciar seu planejamento e selecionar as atividades pertinentes a cada turma.
Cada criança tem seu desenvolvimento e, muitas vezes não é possível compará-las 
entre si, mas é importante que o educador saiba o que é esperado para cada faixa etária 
para assim, distinguir se a criança encontra-se em desenvolvimento ou está aquém do 
esperado.
Destaco a seguir algumas características de cada faixa etária, material de autoria, 
publicado no livro: Alfabetização e Psicomotricidade, 2019.
Aos Dois Anos, Aproximadamente:
 »Usa frequentemente a palavra não.
 »Atende pelo próprio nome e identifica membros da família.
 »A linguagem tem relação com os objetos em si.
 »Começa a construir frases curtas e simples.
 »Descreve objetos em termos de suas funções.
 » É capaz de segurar o lápis com firmeza, porém não tem lateralidade definida. 
Segura com ambas as mãos sem utilizar a posição correta de pinça.
 »Consegue locomover-se com destreza, andar e correr tornam-se mais seguro. 
 » Sobe escadas lentamente e, algumas vezes, necessita de apoio para subir e des-
cer (corrimão, segurar na mão de alguém...)
 »Apresenta noção de quantidade pequenas.
 »Apresenta noção de lateralidade e percepção espacial, como em cima, embai-
xo, dentro e fora.
Aos Três Anos:
 » É muito curiosa. Tenta descobrir para que serve determinados objetos. 
 » Entra na fase dos “porquês;”
 » Sabe sua idade e tem relação a pequenas quantidades. 
 »Não consegue discernir realidade e fantasia.
 » Fala consigo mesma e com pessoas imaginárias.
 » Forma frases completas e nomeia com clareza fatos e objetos.
19
 »Nomeia o que constrói.
 » Sabe dizer seu nome e sobrenome.
 » Pode passar por fase de gagueira.
 »Reconhece cores primárias e lembra de objetos e brinquedos que possui em 
casa. 
 »Apresenta noção de lateralidade e percepção espacial, como em cima, embai-
xo, dentro e fora.
 »Começa a imitar os adultos.
 » Já começa a usar a tesoura. 
 »Manipula massa de modelar com mais destreza e firmeza. 
Aos Quatro Anos: 
 »Aumenta rapidamente seu vocabulário.
 » Faz muitas perguntas.
 » Fala sozinha.
 »Tem muita imaginação.
 » Socializa-se muito bem com outras crianças.
 »Tem agilidade no andar, correr e pular.
 »Começa a ter dominância lateral.
 »Apresenta curiosidade aumentada, quer saber “como”, “por quê”;
 » Sabe dizer seu nome, sobrenome e idade quando lhe perguntam;
 »Canta bem pequenas canções.
Aos Cinco Anos:
 » Sua linguagem está mais aprimorada e com amplo repertório.
 »Define preferências entre colegas e já impõe com mais frequência suas vonta-
des, pois começa a compreender a realidade. 
 »A lateralidade já está definida. 
 »Tem habilidades motoras mais específicas como recorte, manuseio de tesouras, 
uso do lápis. 
 »O movimento de pinça começa a ser usado com maior frequência.
 » É capaz de realizar atividades físicas como rolamento, chutar bola, andar sob 
uma linha com mais facilidade. 
 » Faz muitas perguntas;
 » Se interessa pela leitura. 
 » Escreve seu primeiro nome.
Por volta de 5 e 6 anos, a criança já é capaz de construir uma lógica para a escri-
ta através de imagens, do reconhecimento de seu próprio nome, de quantificar letras e 
arriscar alguns traços e sons. Nesta faixa etária há uma amplitude de vocabulário signi-
ficativa e ela passa a ter noção temporal e espacial.
Atividades que intensifiquem aspectos espaciais são importantes para iniciar este 
processo.
Muitas vezes, a família e a escola enxergam a criança como um adulto em minia-
tura com regras e exigências, na qual ela não é capaz de assumir este papel.
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O desenvolvimento tecnológico está em contraste direto com o desenvolvimento 
biológico da criança. 
A criança, ao brincar, dentro da escola tem uma série de vantagens, pois além de 
conviver com outras crianças, os professores têm como desenvolver atividades espe-
cíficos para cada faixa etária respeitando a individualidade e as habilidades de cada 
criança.
É através de um plano de aula bem elaborado e com os objetivos estabelecidos é 
possível desenvolver, na criança, habilidades de socialização, interação, de compreender 
as diferenças e as regras. 
A escola tem uma grande possibilidade de desenvolver identidade e autonomia 
através de brincadeiras. E, na Educação Infantil, desenvolver estes aspectos na forma-
ção da criança trará uma série de benefícios como comunicação, segurança, estabelecer 
vínculos e ser capaz de compreender suas potencialidades e dificuldades. 
Já é sabido que crianças que não brincam tem de 30 a 40% de prejuízos sociais, 
emocionais e cognitivos menores do que crianças que têm vivência lúdica seja na escola 
ou fora dela e são mais dependentes dos adultos. 
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Espaço Lúdico
Ao deparar com os espaços que as crianças possuem para brincar podemos perce-
ber dois mundos bem diferentes. 
Crianças que brincam ao ar livre, pois residem em espaços como o campo e têm 
livre acesso de locomoção e contato com a natureza, mesmo que não tenha uma varie-
dade de brinquedos. 
Em contrapartida, encontramos crianças que brincam dentro do apartamento, ou 
dentro do seu próprio quarto, frente a jogos eletrônicos interagindo com outras pessoas 
através do computador ou da TV. 
O espaço que a criança tem para brincar deve ser explorado em todos os aspectos, 
principalmente em relação ao espaço físico. 
Observamos, que em algumas escolas, o único espaço que a criança possui é a 
quadra, utilizada especificamente nas aulas de Educação Física e quando estão lá aca-
bam correndo sem direção durante minutos. Questione um professor da área e veja 
quanto tempo ele demora para conseguir dar os comandos de uma atividade. 
Os parques na escola, no playground do prédio ou parques ao ar livre também são 
ótimas opções para explorar diversas habilidades.
Já encontramos vários programas nas cidades grandes em fechar as ruas, aos do-
mingos, para serem destinadas ao lazer. 
A Importância de Brincar ao Ar Livre
Dentro de inúmeras brinquedotecas e parques fechados e climatizados,o brincar 
ao ar livre torna-se cada vez menos comum entre algumas famílias. Se considerarmos 
crianças que residem em metrópoles, os parques ao ar livre são cada vez menos utiliza-
dos. 
Brincadeiras de rua tornaram-se cada vez menos frequentes, os quintais perderam 
espaço para os grandes edifícios. 
Tomar banho de mangueira e correr livremente são aprendizagens importantes 
para o universo infantil. 
Segundo um relatório da ONU, já alerta que metade da população mundial vive 
em áreas urbanas e que em 2050, mais de 70% da população mundial estará vivendo 
em cidades. Dados bem preocupantes quando transpomos o fato do espaço lúdico ser 
cada vez mais restrito e o quanto isto será prejudicial para a primeira infância, que pode 
ser compreendida entre 0 e 7 anos. 
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O contato com o ar livre e a natureza traz possibilidades de vivenciar sensações e 
percepções como: 
 →Visual: observar o que está ao redor, correr para pegar um objeto no chão que está 
distante, chutar uma bola e perceber que chutou longe demais e agora terá que percor-
rer uma distância maior ou menor do que esperava. A percepção da luz solar e a inten-
sidade também contribui para um aprendizado, principalmente na memória. 
 →Olfativa: sentir os diferentes aromas que envolve o local, desde uma fumaça, o 
“cheiro” de uma flor, um perfume ou até o odor desagradável. 
 →Tátil: sentir a textura da areia, andar descalço, segurar firme em um balanço para 
equilibrar-se, brincar na lama, sentir o vento. 
 →Auditiva: discriminar diferentes sons seja de animais, pássaros, crianças gritando, 
músicas. 
 →Equilíbrio e tônus muscular: durante as brincadeiras, pular corda, correr livremen-
te, andar sob um banco, empurrar um balanço, correr atrás do cachorro. 
Após, algumas pesquisas, pude constatar que em algumas regiões do Brasil, as 
brincadeiras ao ar livre acontecem com mais frequência como nas regiões Norte e Nor-
deste. 
A criança como um ser brincante, interage com o objeto e com outras crianças 
sempre buscando o brincar, não importa a classe social nem o local em que está inse-
rida. A brincadeira faz parte do ser humano, porém o que nos chama a atenção é que 
brincar fora da escola é muito mais divertido do que na escola, segundo a fala de várias 
crianças:
“No condomínio que moro ninguém fala do que devemos brincar, nós mesmos 
escolhemos o que vamos brincar”. ( C. 10 anos).
“Só paramos de brincar quando a mãe chama ou quando temos vontade muda-
mos de brincadeira.” ( M. 9 anos)
As brincadeiras nas pracinhas ou na rua tornaram-se menos frequentes, devido a 
insegurança do país em que estamos inseridos. O brincar ao ar livre só é possível sob a 
supervisão de um adulto, ou seja se a família consegue levar seu filho ao clube, praça ou 
parque a criança brinca, caso contrário permanecerá dentro de casa.
Em contato com algumas famílias de outros países, recebi relatos que as crianças 
que mais brincam ao ar livre são aquelas que possuem maior poder econômico e as me-
nos favorecidas ficam dentro de casa em aparelhos eletrônicos. 
Infelizmente, no Brasil é exatamente ao contrário, crianças com menor poder eco-
nômico brincam fora de casa e convivem com outras crianças de diferentes faixas etá-
rias. Uma bola de meia já é suficiente para brincar.
Possibilitar novos saberes, novas vivências e experiências é construir a aprendiza-
gem. De acordo com este levantamento de dados, brincar na escola passa a ser muito 
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mais importante e também relacionar a brincadeira com os conteúdos programáticos 
trará resultados e aprendizagem que serão arquivadas na memória e facilitarão apren-
dizagens futuras. 
Crianças que brincam na Educação Infantil conseguem ter maior desempenho no 
raciocínio lógico matemático e também em áreas da Linguagem e noção espacial, tem-
poral e de lateralidade.
É necessário quebrar este paradigma que as crianças não sabem mais brincar, o 
que não podemos é deixar de estimular e trazer as vivências da brincadeira para a escola 
e para a família. 
A Importância de Brincar Dentro da Escola
Brincar significa alegrar-se e tornar a escola um espaço de encantamento é o maior 
desafio dos educadores, além da aprendizagem que estará sempre caminhando lado a 
lado. 
Alguns princípios são essenciais quando se trata de crianças tão pequenas dentro 
do âmbito escolar.
 » Espaço para correr e brincar;
 » Evitar materiais espalhados ou no chão. Algumas escolas preenchem a sala de 
aula com inúmeros brinquedos, porém causa um acúmulo de objetos que trazem uma 
poluição do local e não favorece o aprendizado. 
 » Objetos pequenos devem ser organizados de forma que a criança não tenha 
acesso, pois, crianças pequenas levam tudo à boca, incluo atividades que não devem ser 
aplicadas para algumas faixas etárias como colagem de sementes, “ bolinhas de papel 
crepom”, que são fáceis de serem engolidas ou colocadas no nariz ou ouvido.
 » Cartazes e imagens são bem vindos, mas em exagero não funcionam. Tornar o 
ambiente poluído não garante aprendizagem.
 » Dentro da sala de aula uma boa estratégia é ter espaços com livros e brinquedos 
grandes e de fácil acesso e que as crianças possam manusear com liberdade.
 » Proporcionar aulas livres, onde a criança possa andar descalça, manusear areia, 
folhas, sentir diferentes texturas e percorrer espaços livremente.
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Brincar com areia na escola favorece inúmeras possibilidades de descobertas, mas 
nada se compara em brincar na areia da praia. Porém, quando o professor dá vida aos 
conteúdos programáticos, a escola passa a ter maior significado para a criança pequena.
 
Escolas que possuem pouco espaço físico ou não favorecem conteúdos lúdicos 
estão minimizando e dificultando a aprendizagem de habilidades motoras, espaciais, 
cognitivas e sociais de uma criança. 
O professor é fonte de pesquisa constante, é ele quem tem em suas mãos a possi-
bilidade de planejar, organizar e observar a criança em pleno desenvolvimento. 
Quando há uma ação pedagógica consistente e que favoreça a autonomia da crian-
ça haverá mudança em seu desenvolvimento. 
Atividades lúdicas pautadas em objetivos claros, o professor torna-se também um 
aprendiz. Tornando-se um aprendiz consegue favorecer a aprendizagem do aluno como 
alguém pleno de desenvolvimento e de possibilidades. 
O maior desafio da escola é fazer com que as crianças aprendam com alegria. E 
tenham a alegria do aprender e da busca pelo conhecimento.
Goleman (2000) aborda que um dos lemas da escola é “Nada Sem Alegria”, sendo 
que as crianças esperam que os adultos tenham a capacidade de proporcionar alegria. 
“É o que exigem de todos e de tudo. Sem irradiar e receber alegria, o adulto não 
criará uma atmosfera em que a criança possa inventar e criar.”(p.73)
 Finalizo este capítulo com uma reflexão e um questionamento: se brincar é ale-
grar-se, por que não brincamos com os conteúdos programáticos e passamos a aprender 
com alegria? 
 
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A Musicalização
BRINCAR ... BRINCAR... CANTAR...CANTAR... 
E , ACIMA DE TUDO ... 
APRENDER!
O ser humano tem contato com a música desde o ventre materno e desde a anti-
guidade. Ao ouvir determinada música, nosso cérebro ativa a área da memória e pode-
mos ter recordações positivas ou negativas. Lembramos de alguém, de um local ou de 
um momento específico. 
Crianças têm contato com a música e isto gera prazer. Cantar na escola desen-
volve uma infinidade de habilidades cognitivas e de linguagem. Percebemos crianças 
com transtornos ou dificuldades de aprendizagem simplesmente quando não consegue 
acompanhar o ritmo ou a letra de uma música.
 
Em meu livro, O Lúdico na escola (2019), retrato que: “a linguagem musical pode 
ser um dos meios para se alcançar a qualidade na educação, e os bons resultados no en-
sino da música serão alcançados pela adequação das atividades, pela postura reflexiva e 
crítica do professor, facilitando a aprendizagem, propiciando situações enriquecedoras, 
organizando experiências que garantam a expressividade infantil . O educadordeve 
propor para a criança diferentes situações de aprendizagem, entre elas, as que envolvem 
a música.”
Importância da Musicalização Dentro da Escola Para a Criança:
 » Ouvir, comparar e reproduzir diferentes tipos de sons;
 » Frases curtas e canções pequenas que se repetem são bem aceitas pelas crianças;
 » Cantar rápido e lento, alto e baixo, grosso e fino;
 » Cantigas de roda;
 » Utilizar diferentes instrumentos que podem ser construídos. Ver sugestões neste 
capítulo. 
 » Cantar um trecho de uma música e adivinhar o restante. 
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Sugestões de Atividades 
01. O professor deverá pedir às crianças que observem as batidas do coração e o tique–
taque de um despertador, entre outros objetos que produzem sons.
02. As crianças deverão fazer diferentes tipos de sons utilizando partes do corpo: ba-
tendo palmas, batendo os pés, batendo as mãos nos cotovelos.
03. Cada criança deverá falar seu nome cantando.
04. A criança deverá repetir a atividade anterior com as palmas.
05. As crianças deverão fazer um eco rítmico: um grupo marca o ritmo com palmas ou 
batendo sobre a mesa e o outro grupo repete.
06. As crianças deverão abrir e fechar os olhos alternadamente, acompanhando cada 
abrir e fechar de olhos com palmas.
07. Cada criança deverá correr, pular, dar saltos e gritar, acompanhando o ritmo de 
uma música.
08. As crianças deverão escutar sons voluntários e involuntários do corpo: mastigar, 
chupar líquido pelo canudinho, bater palmas, estalar os dedos, estalar a língua, bater os 
pés, espirrar, tossir, fazer xixi.
09. As crianças deverão escutar sons do meio ambiente: porta batendo, campainha, 
água saindo da torneira, tesoura cortando papel.
10. As crianças deverão escutar sons da natureza: chuva, vento, cachoeira, gato mian-
do, cachorro latindo.
11. As crianças deverão escutar sons de diferentes objetos: relógio, bola pulando, cho-
calho, sinos. Obs: A cada atividade, o professor pode variar, por exemplo solicitando 
que a criança descubra o som e desenhe-o. Poderá ser vendado os olhos da criança e 
a mesma, através do tato e do som deverá descobrir o objeto ou instrumento musical, 
entre outras variações.
12. O professor poderá mostrar uma figura e solicitar que a criança faça o som que 
represente a figura.
13. O professor escolhe uma música e distribuirá uma folha de papel para cada crian-
ça. Ao som da música, o professor dará a instrução para que as crianças repitam os 
gestos: amassar e desamassar o papel conforme a mudança de ritmo da música.
14. As crianças devem confeccionar objetos que produzam sons (oferecer papel, 
grãos, latinhas com tampa, tampinhas de garrafa, botões, pedaços de madeira).
15. Imitar sons de objetos, instrumentos e máquinas, tais como sino, motorzinho do 
dentista, motocicleta ou avião.
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16. O professor vendará os alunos e estes falarão seu nome. As outras crianças deve-
rão dizer se a voz é de menino ou menina, e o nome da criança que falou.
17. O professor deverá solicitar que as crianças inventem músicas em momentos ines-
perados. Posteriormente as músicas que elas inventaram poderão ser utilizadas espon-
taneamente na sala de aula, no recreio, em passeios e excursões.
18. Propor que as crianças desenhem enquanto ouvem música popular, clássica, folcló-
rica ou infantil.
19. Lembrar uma melodia conhecida e solicitar que as crianças criem uma letra nova 
para a canção .
20. Propor que as crianças conversem cantando, criando diálogos cantados.
21. O professor colocará uma música conhecida ou desconhecida e apresentará ape-
nas uma estrofe. Ao parar a música, os alunos deverão completá-la da forma que quise-
rem. Poderá variar pedindo que as crianças desenhem a figura que representa o término 
da música.
22. Pedir que as crianças dramatizem um tema com variação de andamento como, por 
exemplo: carro de corrida (rápido), carro comum (normal) e carroça (lento).
23. Separar as crianças em grupos. Cada grupo imagina e dramatiza três temas em que 
ocorram os três andamentos.
24. O professor deixará que os alunos percebam o andamento das músicas, pedindo 
que acompanhem a melodia batendo palmas, batendo os pés no chão ou batendo bola.
25. O professor cantará uma música e proporá que os alunos cantem-na em diferentes 
tipos de vozes e entonações (imitando um lobo, uma velhinha, bem grosso, bem alto). 
O professor poderá também omitir partes da música incluindo gestos. 
26. Cada grupo deverá escolher um objeto e criar uma música para o objeto escolhido.
27. O professor mostrará uma figura e o grupo deverá criar uma música para a figura 
apresentada.
28. O professor dará a letra de uma música desconhecida para cada grupo e o mesmo 
deverá desenvolver técnicas diferentes para cantar a música, criando novas melodias.
29. O professor dará uma letra de música para cada grupo e o grupo deverá desenvol-
ver uma história sobre a música.
30. O professor deverá criar uma história e as crianças farão a sonoplastia. Exemplo: 
Certo dia vi um gato (miau) na rua .
31. O professor irá propor que as crianças contem até 10 de diferentes maneiras (can-
tando, batendo palmas, de trás para frente, etc.).
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32. O professor irá colocar uma música para que as crianças ouçam e no decorrer da 
música, as crianças deverão desenhar, representando seus sentimentos.
33. O professor irá distribuir diferentes materiais para que as crianças produzam sons 
com eles (papel celofane, lápis, latas).
Como Ensinar a Letra de Música Para a Criança:
 →Explicar a letra da canção. Poderá ser contado uma história que contenha algum 
personagem da música;
 →Cantar a canção inteira;
 →Começar a ensinar a canção por pequenos trechos, cantando quantas vezes for ne-
cessário. Pedir que as crianças repitam cada trecho, até memorizarem a canção inteira;
 →Fazer a correção de uma forma adequada, considerando a capacidade de cada alu-
no;
 →Dar espaço para a expressão da música, deixando a criança cantar livremente e 
individualmente;
 →Trabalhar a canção associada a outras atividades, como: desenho, pintura, mode-
lagem, história, dramatização, jogos, rodas cantadas.
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Instrumentos Musicais Com Materiais Recicláveis.
Obs. As imagens foram retiradas de uma pesquisa na internet.
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Sugestões de Atividades Lúdicas para Serem Desenvolvidas no Âmbito 
Escolar
Em meu livro, Jogos e brincadeiras (2018), afirmo que quando o professor propõe 
jogos para ensinar determinados conteúdos, os alunos participarão, se envolverão e a 
aprendizagem ocorrerá seja individualmente ou coletivamente. As brincadeiras e os jo-
gos fazem com que alunos e professores se encantem pelo conteúdo.
Segundo o manual Brinquedos e Brincadeiras de Creches, publicação feita pelo 
MEC (2012) Brincar é repetir e recriar ações prazerosas, expressar situações imaginá-
rias, criativas, compartilhar brincadeiras com outras pessoas, expressar sua individua-
lidade e sua identidade, explorar a natureza, os objetos, comunicar-se, e participar da 
cultura lúdica para compreender seu universo. Ainda que o brincar possa ser conside-
rado um ato inerente à criança, exige um conhecimento, um repertório que ela precisa 
aprender.
Algumas das sugestões de brincadeiras descritas nesta obra são coletâneas da mi-
nha experiência como professora e algumas são criações que foram sendo aplicadas e 
testadas, com êxito, em minha prática. Algumas também foram selecionadas no meu 
livro: Jogos e brincadeiras (2018, Edicon) 
Espera-se que todos possam aproveitar e aplicar cada atividade não como simples 
cópia e sim uma aplicação envolvida com emoção. É isto que nos faz ter a certeza da 
profissão: professor!
A BNCC (2017), considera a Educação Infantil estruturada em cinco campos de 
experiência, onde são definidos objetivos e habilidades de aprendizagem para cada faixa 
etária, que são divididos em grupos:
 →Crianças de zero a 1 ano e 6 meses
 →Crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses
 →Crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses
Os campos de experiênciaem relação aos saberes e conhecimentos das crianças 
através das experiências que elas estão inseridas e são vivenciadas. 
O eu, o outro e o nós: 
 » Respeitar e expressar o que está sentindo.
 » Ser ativo em relação ao grupo e estabelecer relações de envolvimento e solidarie-
dade.
 » Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro.
Corpo, gestos e movimentos: 
 » Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem 
para o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis.
 » Apresentar autonomia nas práticas de higiene e em situações do dia a dia como 
vestir-se, colocar um calçado... 
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 » Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como 
instrumento de interação com o outro e com o meio.
 » Coordenar suas habilidades manuais.
Traços, sons, cores e formas: 
 » Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e interagir com a música.
 » Expressar-se por meio das artes visuais, utilizando diferentes materiais.
 » Relacionar-se com o outro empregando gestos, palavras, brincadeiras, jogos, 
imitações, observações e expressão corporal.
Escuta, fala, pensamento e imaginação: 
 » Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por 
diferentes meios. Comunicar-se e fazer-se compreender pelo grupo.
 » Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organi-
zando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida.
 » Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas.
 » Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão 
da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: 
 » Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos objetos, es-
tabelecendo relações entre eles.
 » Interagir com o meio ambiente e com fenômenos naturais ou artificiais, demons-
trando curiosidade e cuidado com relação a eles.
 » Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor, igual etc.), 
espaço (dentro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de comuni-
cação de suas experiências.
 » Utilizar unidades de medida (dia e noite; dias, semanas, meses e ano) e noções de 
tempo (presente, passado e futuro; antes, agora e depois), para responder a necessidades 
e questões do cotidiano.
 » Identificar e registrar quantidades por meio de diferentes formas de representa-
ção (contagens, desenhos, símbolos, escrita de números, organização de gráficos básicos 
etc.). ( BNCC, p. 52 e 53).
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As sugestões a seguir trazem os objetivos e habilidades sugeridas na BNCC e os 
campos de experiência que estarão sendo trabalhados em cada uma das atividades des-
tacadas. 
1. Caixa de Sensações: 
O professor encapa uma caixa e deixa uma abertura no centro da caixa. Dentro 
da caixa, colocar retalhos, algodão, pedaços de lixa, tampinhas ou outros objetos. As 
crianças deverão, através da percepção tátil descobrir qual é o material que estão perce-
bendo através do toque. 
Campos de Experiência: 
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
 →Corpo, gestos e movimentos
FONTE: http://christinazul.blogspot.com/2010/09/caixa-surpresa-em-eva.html?m=1
2. Bingo com Fotos:
O professor distribui cartelas para a turma, sendo que no lugar dos números deve 
ter a foto de cada aluno com o nome da criança abaixo da foto. Em cada cartela ter no 
máximo oito fotos de crianças. O importante é que cada criança tenha em sua cartela 
fotos diferentes. A professor prepara as mesmas fotos recortadas em fichas e coloca den-
tro de um saquinho. Depois faz o sorteio e a criança assinala a foto do colega que saiu.
Campos de Experiência: 
 →Oralidade e escrita
 →O eu, o outro e o nós
FONTE: https://www.soescola.com/2017/01/jogos-pedagogicos-alfabetizando-co.html
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3. Caminho Colorido:
 O professor espalha pelo espaço folhas de papel Kraft ou cartolina. Com tinta 
coloridas, as crianças pisam e carimbam os seus pés, com tintas coloridas. 
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
 →Traços, sons, cores e forma
FONTE: http://casdm.org.br/noticias/pintando-com-os-pes/
4. Toca do Coelho
 Espalhar bambolês no pátio da escola de forma que fiquem duas crianças em 
cada um e que sobre uma fora do bambolê. Ao sinal do professor, as crianças deverão 
trocar de toca, entrando duas em cada um. Sempre sobrará uma criança fora da toca.
FONTE: http://vilacoruja.com.br/blog/5-brincadeiras-de-pascoa-fazer-com-criancas/
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
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5. Arremesso:
 O professor fará uma linha no chão, usando fita crepe e as crianças deverão 
arremessar garrafinhas plásticas cheias de areia, para frente. O professor irá medir as 
distâncias e verificar quem conseguiu arremessar mais longe. Depois, em sala de aula, 
poderá fazer um gráfico explicativo.
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
6. Que som é esse? 
 Com faixas de tecido preto, vendar os olhos dos alunos e fazer diferentes ba-
rulhos usando instrumentos musicais, latas, brinquedos, etc., a fim de que as crianças 
identifiquem os mesmos.
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
 →Oralidade e escrita
7. Batata quente numerada: 
 As crianças sentam em roda e entre elas é passado um objeto que representa a 
batata. 
 Um determinada criança com os olhos vendados fala no ritmo: BATATA QUEN-
TE, QUENTE... ela repetirá várias vezes a palavra quente e, em determinado momento 
grita a palavra QUEIMOU.
 A criança que estiver com o objeto no mesmo instante da palavra queimou deve-
rá retirar uma ficha de dentro de um saquinho e falará qual o algarismo está registrado. 
A seguir segue um exemplo das fichas.
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
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8. Corre cotia:
 As crianças sentam em roda, menos uma que estará com um pedaço de pano. 
Esta criança corre pelo lado de fora da roda no ritmo da canção:
Corre cotia
Na casa da tia
Corre cipó
Na casa da avó
Lencinho na mão
Caiu no chão
Moça(o) bonita(o) do meu coração
Criança: Posso jogar?
Roda: Pode!
Criança: Ninguém vai olhar?
Roda: Não!
 No final da canção, a criança joga o lenço atrás de uma outra criança que deverá 
descobrir que foi a escolhida e sairá correndo atrás do jogador. Se conseguir pegar, a 
mesma deverá sentar no centro e terá um desafio. 
 O objetivo é que o jogador do lenço dê a volta na roda e sente no lugar do pega-
dor que dará continuidade a brincadeira. 
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
9. Mímica:
 Material: Fichas com figuras (sendo que as figuras devem conter pares)
 Procedimento: preparar fichas com diferentes figuras, sendo que deve conter um 
par de figuras iguais. O professor distribui as fichas aleatoriamente e solicita que os alu-
nos procurem seu par. Após esta etapa, os alunos, em duplas deverão através de mímicas 
representar a figura da ficha para os demais alunos, sendo que estes deverão acertar. 
Como exemplo pode ser feito figuras de animais e suas características, ações, culturas 
regionais... 
 Objetivos: conceituar conteúdos programáticos, interação e percepção visual.
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
 →Traços, sons, cores e forma
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
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10. Dominó gigante letrado. 
Material: fichas em tamanho A3 com figuras de animais de um lado e as iniciais 
da palavra do outro. 
Cada criança recebe uma ficha e, coletivamente, irá montar o dominó na sala de 
aula ou no pátio. O tamanho é muito importante para trabalhar com crianças pequenas. 
Modelo:
 
Campos de Experiência: 
 →Corpo,gestos e movimentos
 →Traços, sons, cores e forma
 →Oralidade e escrita
11. Tecido letrado: 
 Material: aproximadamente um metro de tecido. Para cada quatro crianças um 
tecido. 
 As crianças seguram em cada ponta tecido e caminham com o tecido pelo espaço. 
É muito importante que as crianças trabalhem em equipe e não deixem o tecido cair ou 
virar. O professor vai colocando fichas no tecido com diferentes letras. Cada letra que o 
grupo recebe deverá falar palavras com a respectiva letra até o momento que o profes-
sor troque as letras. 
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
 →Oralidade e escrita
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
12. História movimentada. 
O professor escolhe uma história curta e de fácil compreensão para as crianças. 
Dentro de um saquinho, coloca imagens dos personagens que aparecem na história e 
distribui uma ficha para cada criança. 
Durante a história, a criança que tiver a imagem respectiva ao personagem levan-
tará do seu lugar e dará uma volta em torno de si mesma, retornando à sua cadeira. 
É importante que o professor dê continuidade à história para que todos possam estar 
atentos. 
Exemplo de história: Numa floresta havia vários animais como o leão ( a criança que 
tiver a ficha do leão levanta e gira), o tigre ( ficha) e um pássaro ( ficha) muito raro. 
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Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →Traços, sons, cores e forma
 →Oralidade e escrita
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
13. Quebra-Cabeça numerado:
Material: fichas com os numerais, sendo que os mesmos estarão divididos em par-
tes de acordo com a quantidade indicada.
Exemplo: numeral 5 estará dividido em cinco peças, numeral 3 em três peças, e 
assim por diante. Uma variação é colocar nas fichas figuras que representem esses nu-
merais. 
A ficha do numeral 4 será dividida em quatro partes. A de 5 em cinco partes.
 Cada criança recebe uma ficha, já dividida, no qual deverá montar, após a monta-
gem troca as fichas com os colegas da turma. 
Campos de Experiência: 
 →Traços, sons, cores e forma
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
14. Sopa de formas: 
O professor contará uma história, na qual fará uma sopa e os numerais e as for-
mas serão os ingredientes. É necessário que o professor confeccione fichas com figuras 
e formas de diferentes quantidades, respeitando a faixa etária da criança. Esta atividade 
lúdica pode ser feita com formas, numerais de papel ou madeira.
Exemplo: “João, pegue 2 triângulos azuis. Ana, pegue 3 círculos laranjas e coloque-os 
dentro da panela!”
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Campos de Experiência: 
 →Traços, sons, cores e forma
 →Oralidade e escrita
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
15. Quadrados mágicos: 
Desenhar diferentes quadrados no chão e, ao sinal, as crianças deverão entrar den-
tro do quadrado. Diminuir o número de quadrados e no final todos deverão ficar dentro 
de um único quadrado. 
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →Traços, sons, cores e forma
 →Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
16. Wathaspp tátil. 
O professor coloca as crianças em colunas. O último aluno de cada coluna rece-
berá uma ficha do professor que conterá uma letra, numeral ou forma geométrica. Ao 
sinal, esta criança deverá com os dedos reproduzir nas costas do colega da frente que 
fará o mesmo na sequência. O objetivo é que a informação chegue corretamente no pri-
meiro aluno de cada coluna. 
Campos de Experiência: 
 →Corpo, gestos e movimentos
 →O eu, o outro e o nós
Fonte: https://www.childrenfirst.net/wp-content/uploads/2015/10/line-in-classroom-flipped.jpg
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Considerações Finais
A Educação Infantil precisa ter um novo olhar, adaptar-se aos novos tempos, reinven-
tar novas formas de encantar as crianças pequenas.
Tornar aulas mais prazerosas é o grande desafio de todos os educadores no mesmo 
movimento destaca-se os aspectos socioemocionais. 
Resgatar de forma criteriosa o lúdico nas escolas através da música e da brincadeira 
com a valorização da socialização e da interação com o outro, é primordial e necessá-
rio.
Brincar requer pensar, vivenciar e acima de tudo alegrar-se. Esta alegria precisa ser 
fortalecida dentro da escola. O aluno tem de ter prazer pelo ato de estudar e acima de 
tudo aprender. Quando isto for estabelecido como hábito dentro do universo escolar a 
aprendizagem dos conteúdos curriculares será mais eficiente. 
A aplicação do lúdico no contexto escolar favorece uma interação entre as crianças, 
significa transformar o dia a dia em aulas mais motivantes e também mais efetivas. 
Cabe ao educador, uma busca constante pela formação e aprimoramento, um papel de 
aprendiz e de mediador na construção do conhecimento.
Educação Infantil deve ter espaço, brincadeira, afetividade e interação. 
E ao professor ter um… comprometimento apaixonado pela educação. 
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Bibliografia Recomendada
ABREU, M.C. e MASETTO, M.T. O Professor Universitário em aula, São Paulo, Edi-
tores Associados, 1990.
ANTUNES,C. Jogos para a estimulação de Inteligências Múltiplas, Rio de Janeiro, Pe-
trópolis, Editora Vozes, 1999.
AGUILAR, R. O lúdico na escola. Editora Edicon. São Paulo. 2019.
AGUILAR, R. Jogos e brincadeiras para desenvolver os conteúdos programáticos por 
meio de uma abordagem psicopedagógica. Editora Edicon. São Paulo. 2018 3ª edição.
BNCC. Base Nacional Comum Curricular – Educação é a base– Ministério da Educa-
ção. 2017.
BROCKERT,S. e BRAUN,G. Inteligência Emocional – Teste o seu Q.E, Rio de Janeiro, 
Editora Record,1996.
COSTA,S.B. Para quem você trabalha ? A Essência da Motivação – A arte de viver. Co-
leção pensamentos de sabedoria, São Paulo, Editora Martin Claret, 1998.
CUNHA,B.M. Modos e Maneiras, São Paulo. Editora Evoluir, 2000.
CURY, AUGUSTO - O código da inteligência e a excelência emocional, Editora Agir, 
Rio de Janeiro, 2010.
FREIRE, P. Educação e Mudança, Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro,1983.
GARCIA, J.N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem, Porto Alegre. Artmed, 1998.
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GOLEMAN, DANIEL e SENGE, PETER – O Foco Triplo, Editora Objetiva, 2015.
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KAMI, C E DEVRIES, R. Piaget para a educação pré-escolar, Editora Artes Médicas, 
Porto Alegre, 1992. 
KOSINSKI,R.J. 41 respostas sobre ensino e cotidiano escolar, Ed.Scipione, São Paulo, 
1998.
KISHIMOTO,T. M E SANTOS, M. W. Jogos e brincadeiras: tempos, espaços e diversi-
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Paulo, 1993.
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Loyola, 1999.
MOREIRA, M. A. e MASINI, E.F.S. – Aprendizagem Significativa – A teoria de David 
Ausubel, Editora Moraes, São Paulo, 1982.
MOYLES, J. Fundamentos da Educação Infantil, enfrentando o desafio. Porto Alegre. 
Artmed, 2010.
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PILETTI, N. Psicologia Educacional, Editora Ática, São Paulo, 1982.
QUELUZ, A . G. e outros Interdisciplinaridade – Formação de Profissionais da Educa-
ção, Editora Pioneira, São Paulo, 2000. 
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TAPIA, J.A e FITA.E.C. A motivação em sala de aula – o que é, como se faz,
São Paulo, Edições Loyola, 1999.
TIBA, I. Ensinar Aprendendo – Como superar os desafios do relacionamento professor- 
Aluno em tempos de globalização, São Paulo, Editora Gente, 1998.
________ Seja Feliz Meu Filho, Editora Gente, São Paulo, 1995.
TONUCCI, F. Com olhos de criança, Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.
VYGOTSKY.L.S. A formação social da mente, São Paulo, Ed. Martins Fontes, 1984.
WAJSKOP, G. Tese de Doutorado. Concepções de brincar entre profissionais de educa-
ção infantil: implicações para a prática institucional. Universidade de São Paulo, 1996 
ZABALA, A. A Prática Educativa, como ensinar. Porto Alegre, Artmed.
Links de pesquisa:
https://nacoesunidas.org/onu-mais-de-70-da-populacao-mundial-vivera-em-cidades-a-
te-2050/ Acesso em: 16/06/2019 às 12h44.
https://nacoesunidas.org/onu-mais-de-70-da-populacao-mundial-vivera-em-cidades-ate-2050/
https://nacoesunidas.org/onu-mais-de-70-da-populacao-mundial-vivera-em-cidades-ate-2050/
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Sobre a Autora
RENATA AGUILAR Neuropsicopedagoga, psicopedagoga com especialização em Neuropsicologia, 
Alfabetização e Matemática. Graduada em Educação Física e Pedagogia, professora e palestrante ed-
ucacional. Autora de vários artigos em revistas e sites sobre educação e autora dos livros: O Lúdico 
na Escola, Jogos e Brincadeiras por meio de uma abordagem psicopedagógica, Como transformar as 
aulas de Matemática em aulas de Boa...temática, Coordenação Pedagógica, entre outros.
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