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Autor: Prof. Ms. Mario A. Mancuso Jorge Colaboradores: Prof. Alexandre Ponzetto Profa. Tânia Sandroni Computação Gráfica e Ilustração Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Professor conteudista: Mario A. Mancuso Jorge Nascido em São Paulo, mestre em Comunicação Social, analisando a comunicação mercadológica de produtos ligados à indústria cultural. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie, trabalhou com ilustração, animação e roteiro cinematográfico por mais de 15 anos, prestando serviços a diversas agências e produtoras do Brasil e exterior. Também atua na área de arquitetura e design de interiores. Atualmente, é professora da UNIP nos cursos de Comunicação Digital, Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores. Coordenador do curso tecnológico de Design de Interiores do campus Chácara Santo Antônio. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) J82c Jorge, Mario Mancuso. Computação gráfica e ilustração. Mario Mancuso Jorge. – São Paulo: Editora Sol, 2015. 152 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-061/15, ISSN 1517-9230. 1. Computação gráfica. 2. Ilustração. 3. Artes visuais. I. Jorge, Mario Mancuso. II.Título. CDU 766 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Rose Castilho Virgínia Bilatto Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Sumário Computação Gráfica e Ilustração APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 CONCEITO DE ILUSTRAÇÃO ............................................................................................................................9 1.1 O que é ilustração? .................................................................................................................................9 1.2 Primórdios da imagem pictórica .................................................................................................... 11 2 SEGMENTOS DA ILUSTRAÇÃO .................................................................................................................... 16 Unidade II 3 MERCADO PUBLICITÁRIO: A ILUSTRAÇÃO A SERVIÇO DA PUBLICIDADE ................................. 21 3.1 Primórdios ............................................................................................................................................... 21 3.2 Forma de atuação ................................................................................................................................ 25 3.3 A campanha publicitária ................................................................................................................... 26 3.4 A ilustração publicitária ..................................................................................................................... 26 3.4.1 Anúncios ..................................................................................................................................................... 27 3.4.2 Embalagens ............................................................................................................................................... 32 3.4.3 Personagens .............................................................................................................................................. 39 3.4.4 Outros .......................................................................................................................................................... 40 4 MERCADO EDITORIAL .................................................................................................................................... 41 4.1 Primórdios ............................................................................................................................................... 41 4.2 Estrutura editorial ................................................................................................................................ 45 4.2.1 Capas ............................................................................................................................................................ 46 4.2.2 Ilustrações de miolo ............................................................................................................................... 47 4.2.3 Vinhetas ...................................................................................................................................................... 47 4.2.4 Infográficos ............................................................................................................................................... 48 4.2.5 Caricaturas ................................................................................................................................................. 49 4.2.6 Charge ......................................................................................................................................................... 50 4.2.7 Histórias em quadrinhos ...................................................................................................................... 51 Unidade III 5 CATEGORIAS DA ILUSTRAÇÃO ................................................................................................................... 60 5.1 A ilustração no audiovisual .............................................................................................................. 60 5.1.1 Storyboard ................................................................................................................................................. 60 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 5.1.2 Concept board .......................................................................................................................................... 61 5.1.3 Concept art ................................................................................................................................................ 62 5.1.4 Cenografia ................................................................................................................................................. 63 5.2 Ilustração científica .............................................................................................................................64 5.3 Estilos de ilustração ............................................................................................................................. 65 5.3.1 Estilo: representação gráfica .............................................................................................................. 68 5.3.2 Estilo: traço................................................................................................................................................ 68 5.3.3 Estilo: linguagem .................................................................................................................................... 69 5.3.4 Estilo: público-alvo ................................................................................................................................ 69 5.3.5 Estilo: temas .............................................................................................................................................. 70 6 TÉCNICAS DE ILUSTRAÇÃO .......................................................................................................................... 71 6.1 Técnicas manuais.................................................................................................................................. 71 6.1.1 Trabalhos a nanquim ............................................................................................................................. 71 6.1.2 Grafite e carvão ....................................................................................................................................... 74 6.1.3 Lápis de cor ............................................................................................................................................... 75 6.1.4 Marcadores ................................................................................................................................................ 76 6.1.5 Aerógrafos ................................................................................................................................................. 77 6.1.6 Aquarela ...................................................................................................................................................... 78 6.1.7 Guache ........................................................................................................................................................ 80 6.1.8 Pastel ............................................................................................................................................................ 81 6.1.9 Tinta a óleo ................................................................................................................................................ 83 6.1.10 Pintura acrílica....................................................................................................................................... 83 6.2 Técnicas digitais – ilustração em computação gráfica ......................................................... 84 6.2.1 Gráficos de bitmap (raster) ................................................................................................................. 91 Unidade IV 7 HARDWARE: EQUIPAMENTOS PARA SE TRABALHAR COM COMPUTAÇÃO GRÁFICA .......104 7.1 O computador ......................................................................................................................................104 7.1.1 Processador .............................................................................................................................................107 7.1.2 Memória virtual (RAM) .......................................................................................................................108 7.1.3 Placa de vídeo ........................................................................................................................................109 7.2 Mesa digitalizadora ...........................................................................................................................111 7.3 Scanner de mesa ................................................................................................................................114 8 PRINCIPAIS SOFTWARES DE COMPUTAÇÃO GRÁFICA ...................................................................114 8.1 Adobe Photoshop, o editor de imagens definitivo ...............................................................114 8.2 Corel Painter: pintando no computador como se pinta no mundo real .....................121 8.3 Adobe Illustrator e Corel Draw: a ilustração em vetor .......................................................123 8.4 O universo 3D e a After Desk – Maya e 3Ds Max ..................................................................126 7 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 APRESENTAÇÃO A ilustração, dentro de uma composição gráfica, contribui e, muitas vezes, determina a unidade gráfica. Mais do que tornar a peça esteticamente mais agradável e atrativa, ela complementa o discurso por meio de sua força comunicacional. A disciplina Computação Gráfica e Ilustração procura trazer a compreensão do que é ilustração, suas aplicações e utilizações em seus vários mercados e apresentar as principais técnicas para sua produção, com foco maior no uso da tecnologia gráfica. Buscaremos apresentar ao aluno o valor simbólico e iconográfico das ilustrações, os meandros da atividade de ilustrador e os processos de produção por meio de cases comentados. Sejam bem-vindos à ilustração! Boa disciplina! INTRODUÇÃO A ilustração está entre as atividades profissionais mais presentes em nosso cotidiano. Nos produtos que consumimos, nas embalagens que escolhemos, nos sites que navegamos, nas revistas que lemos etc., está presente o trabalho do ilustrador. No entanto, a maioria das pessoas não conhece bem a profissão e a atividade de ilustrador, encarando de modo superficial, apenas como um ofício artístico. A ilustração é bem mais do que arte, é comunicação visual, é discurso que fala aos sentidos e percepções de modo aprofundado, determinando escolhas, emoções e ações. A atividade prática de ilustração envolve diversos conhecimentos necessários para construir a ponte visual entre emissor e receptor e que a tornam uma atividade interdisciplinar. Por meio deste livro, pretendemos, em sua primeira parte, trazer algumas definições que ajudem a compreender o que é ilustração por meio de suas características estilísticas e mercadológicas, ao mesmo tempo em que apresentaremos cases reais comentados de trabalhos executados e publicados. Em contrapartida, iremos também abordar a ilustração com foco nas técnicas e novas tecnologias aplicadas ao mercado de trabalho atual, objetivando o processo e os caminhos de construção das peças ilustrativas. Esperamos que, ao final do estudo, o aluno desfrute de um conhecimento mais aprofundado e abrangente da ilustração, como produto e ofício, e do cotidiano de sua atuação profissional, tendo subsídios para se inserir no mercado profissional, seja na ilustração em si, seja em áreas correlatas. 9 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 COMPUTAÇÃO GRÁFICA E ILUSTRAÇÃO Unidade I 1 CONCEITO DE ILUSTRAÇÃO 1.1 O que é ilustração? De acordo com o Guia do Ilustrador, “ilustração é toda imagem, desenho ou foto, que sirva para ilustrar algo, normalmente um texto, de forma a facilitar sua compreensão” (ANTUNES, 2007, p. 4). Em uma definição apoiada mais na prática de mercado, a ilustração propriamente dita diverge da fotografia e das artes plásticas. A fotografia mantém um status próprio, com formação específica, modo de trabalho e resultados. Entretanto, em relação às artes plásticas, a confusão é comum. Figura 1 – Ao contráriodas artes plásticas, a ilustração serve a um fim específico dentro de uma estratégia de comunicação Identificamos muitos pontos em comum, uma vez que ambas as formas de arte usam recursos como desenho e pintura. A ilustração, no entanto, é feita, em geral, a partir de uma encomenda, seguindo um briefing (conjunto de informações sobre a solicitação que pode ser considerado um tipo de ordem de serviço) determinado pelo cliente. Ela se destina para um uso específico dentro de um projeto de comunicação (anúncio, embalagem, matéria jornalística etc), mediante uma remuneração. Constitui-se mais como uma prestação de serviço do que uma atividade artística. 10 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Unidade I Observação Briefing é um documento feito dentro das relações comerciais de prestação de serviços, principalmente em consultorias, projetos de design e ilustração, que configura uma descrição do serviço, das necessidades e das observações. Não tem valor como contrato, mas é fundamental para registrar o serviço e formular o orçamento. Um pintor, mesmo que tendo encomendas e recebendo por seu trabalho, goza de certa liberdade autoral e é contratado pelo que faz, podendo pintar o que quer, assim como um desenhista amador. Um ilustrador não. Ele segue as diretrizes do contratante, tendo de desenhar o que foi determinado, conforme deve ser feito, empregando muito mais seu domínio técnico e de concretização do briefing recebido do que sua visão das ideias. Figura 2 – Exemplo de anúncio com ilustração feita sob encomenda. Arte de Mario Mancuso, 2008 Obviamente, muitos ilustradores detêm uma técnica majoritária ou um estilo próprio, mas que apenas serão permitidos em alguns casos. O que se vê bastante são profissionais que dominam diversas formas de executar seu trabalho (conhecidos como tarefeiros), sempre atendendo à solicitação do cliente. Na ilustração estamos, essencialmente, produzindo um trabalho por encomenda para um determinado uso e local, que servirá a um propósito preconcebido. A ilustração já nasce com um destino traçado e específico. 11 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 COMPUTAÇÃO GRÁFICA E ILUSTRAÇÃO O ilustrador é um prestador de serviços, um executor ou fornecedor de um dado cliente dentro de uma cadeia de eventos que vai desde a concepção do produto, passando por sua produção e promoção, até o consumidor final. O papel do profissional, então, pode estar no projeto, na confecção do produto (uma capa de um livro), na promoção deste (anúncio, embalagem, filme animado) e, sem dúvida, participa ativamente do processo todo. Observação A profissão de ilustrador ainda não é plenamente reconhecida pelo Ministério do Trabalho, porém temos algumas entidades profissionais formadas e registros de profissionais, principalmente daqueles ligados à mídia impressa, por meio do sindicato dos jornalistas. 1.2 Primórdios da imagem pictórica Como premissa para um estudo sobre ilustração, com foco em sua importância, utilização e produção, devemos entender primeiro seu papel como agente de comunicação no cotidiano do ser humano. Desde seus primeiros passos, na chamada Pré-História, o Homem tem se apresentado como um ser visual, ou seja, o sentido da visão e a imagem foram os principais elos com seu meio. No desenvolvimento de sua expressão comunicacional, vemos a imagem como elemento fundamental para registro de sua percepção do mundo, registro de seu cotidiano e também interação com o seu redor. Assim, a imagem se constituiu uma importante ferramenta no desenvolvimento da comunicação e consequente desenvolvimento da espécie humana. Figura 3 – Animais pintados na Gruta de Lascaux, um dos sítios de arte rupestre mais famosos do mundo 12 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Unidade I Saiba mais Arte rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas feitas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre. Divide-se em pinturas rupestres, realizadas com pigmentos, e gravuras rupestres, imagens entalhadas na própria rocha. Saiba mais sobre o assunto no livro: PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Editora Ática, 2012. Um velho ditado popular versa que “uma imagem fala mais que mil palavras”. Essa expressão serve bem para resumir o papel da imagem na comunicação. Por meio dela podemos incluir elementos concretos (denotativos), mostrando sua aparência, forma, textura e cor, dando uma dimensão exata do que se quer representar, além de sugerir e propor um sem número de interpretações subjetivas (sentido conotativo), ampliando o leque de significados, intensificando a mensagem. Pela sua natureza, a imagem é uma forma de expressão estática, assim, a escolha do momento, do instante a ser retratado, guarda o segredo de seu sucesso e de sua eficácia como agente comunicacional. Figura 4 – A criação de Adão, de Michelangelo, de 1511. Uma das mais famosas obras do artista italiano, localizada na Capela Sistina, em Roma, retrata a visão do autor sobre a criação do homem, descrita no Gênesis Observando-se as pinturas feitas nas cavernas pelos primeiros homens, podemos imaginar diversos motivos para a escolha dos elementos retratados – o que e o como –, mas é inegável sua eficiência em nos fornecer uma visão clara do que aqueles homens viam em seus dias. Da mesma forma, com o passar dos séculos, na Antiguidade, o uso de recursos de representação imagética (em diversas técnicas) tem servido para o registro da história e do cotidiano das nações, assim como objeto de materialização de mitos. 13 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 COMPUTAÇÃO GRÁFICA E ILUSTRAÇÃO Observação Devemos tomar cuidado para não confundir o uso de imagens como ilustrações com o uso de imagens como escrita, comum em muitas nações que adotaram, mesmo que por um tempo, alfabetos iconográficos. Entre os mais conhecidos, temos os hieróglifos egípcios e os ideogramas chineses. O registro em imagens de suas ideias, de sua visão do dia a dia, ou seja, a materialização da interpretação dos fatos cotidianos ajudou a estabelecer e arregimentar o Homem como ser histórico na evolução do mundo. Figura 5 – Pintura do Egito Antigo retratando o cotidiano dos habitantes O uso da imagem é anterior à escrita. Quando esta surgiu, o Homem passou a contar com o acréscimo de um recurso comunicacional que só seria superado com a invenção do rádio e do cinema, no fim do século XIX. No Renascimento, a atividade pictórica servia novamente para o registro e também como atividade interdisciplinar, uma vez que muitos pintores promoviam diversas experimentações dentro do campo da geometria (a composição gráfica e diagramação, modulação do espaço bidimensional, princípios de perspectiva); matemática; óptica e luz e sombra; química (com a criação e experimentação de pigmentos e técnicas), além da visão crítica em mensagens implícitas nas pinturas. 14 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Unidade I Figura 6 – The milkmaid (A Leiteira, em português), de Vermeer, de 1660. Exemplo do cotidiano retratado pelo artista Atualmente, podemos dividir a imagem em ilustração e fotografia. A fotografia, definida como uma imagem captada por lentes em um papel fotossensível, assume um papel de registro visual captado diretamente da realidade, ou seja, mostra um momento que existiu, enquanto a ilustração representa uma interpretaçãoda realidade por meio de recursos visuais, como pintura e colagens. Lembrete Lembrando que “ilustração é toda imagem, desenho ou foto, que sirva para ilustrar algo, normalmente um texto, de forma a facilitar sua compreensão” (ANTUNES, 2007, p. 4). Saiba mais Norman Rockwell é um ilustrador norte-americano, nascido em 1894, famoso por pintar mais de 300 capas para a revista The Saturday Evening Post, por mais de quatro décadas, e das ilustrações de cenas do cotidiano da América nas pequenas cidades. Entre diversos trabalhos, Norman Rockwell fez os retratos dos presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, além de outras destacadas figuras mundiais, como Gamal Abdel Nasser e Jawaharlal Nehru. 15 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 COMPUTAÇÃO GRÁFICA E ILUSTRAÇÃO Entre suas principais características, podemos destacar a precisão e o enorme realismo de suas figuras. Para mais informações sobre ele, visite o site: <http://www.nrm.org/?lang=pt>. De forma mais específica, recomendamos que você veja a pintura The Problem We All Live With, de 1964, que retrata um episódio crucial da história dos EUA a partir de um fato do cotidiano. É possível ver a imagem no site: ROCKWELL, N. The problem we all live with. 1964. Óleo sobre tela. Disponível em: <http://collections.nrm.org/search.do?id=320673&db=obj ect&page=1&view=detail>. Acesso em: 1 dez. 2014. Durante séculos, a pintura serviu como principal meio de representação gráfica. Pintavam-se ocorrências do cotidiano, como as caçadas, grandes batalhas, lendas mitológicas, monstros e outras figuras fantásticas etc. Ao longo do tempo, os pintores começaram a ir além da representação figurativa, acrescentando elementos interpretativos e imaginativos, gerando mensagens. Estilisticamente, a pintura se manteve fiel, principalmente, à representação figurativa, com poucas distorções e buscando a realidade das formas e texturas. Figura 7 – Proclamação da Independência do Brasil, pintura de Pedro Américo, 1888. Esta pintura, feita 66 anos depois da Independência por encomenda da Família Real, é um exemplo de pintura realista a partir da interpretação de um fato histórico 16 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Unidade I Com a criação da fotografia, o papel de registro documental e histórico, que a pintura também exercia, passou a ser dividido com a foto. Isso deu margem para que os artistas explorassem novas formas de pintura livres da representação realista, o que deu origem ao impressionismo. Saiba mais Durante séculos, vários artistas trabalharam para nobres e pessoas com grande riqueza, pintando retratos deles mesmos ou de familiares, registrando-se assim para posteridade. Um exemplo famoso é o quadro Rosa e Azul (As Meninas Cahen d´Anvers), de Pierre-Auguste Renoir, que pode ser apreciado no Museu de Arte de São Paulo (MASP): RENOIR, P. A. Rosa e azul (as meninas Cahen d´Anvers). 1881. In: MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO. Acervo. São Paulo: MASP, 2009. Disponível em: <http://masp.art.br/masp2010/acervo_detalheobra.php?id=272>. Acesso em: 17 nov. 2014. Lembrete Importante ressaltar que o uso da imagem é anterior à escrita. 2 SEGMENTOS DA ILUSTRAÇÃO Novamente, levando-se em consideração a prática de mercado, podemos dividir as ilustrações seguindo três critérios: • mercado; • técnicas; • estilos. Esta divisão não é precisa e muitos artistas transitam por vários mercados com técnicas e estilos variados. Começaremos pela divisão de mercados, que leva em consideração a aplicação, o destino, da ilustração. 17 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 COMPUTAÇÃO GRÁFICA E ILUSTRAÇÃO Resumo Vimos a definição de ilustração como instrumento de comunicação por meio da imagem, ao mesmo tempo em que também funciona como registro visual e documental, além de poder ser uma peça artística. Desde os primórdios da humanidade, a ilustração desempenhou papel fundamental na História, retratando visualmente seus diversos momentos. Primeiro com as pinturas rupestres feitas nas cavernas, nas quais vemos representações gráficas de caçadas, hábitos e referências mitológicas, até chegarmos à Antiguidade, na qual temos registros documentais em imagem de eventos, fatos do cotidiano e mitos, além de outros fins. As pinturas evoluíram então em diversos suportes, como vasos, murais, vitrais etc. Na idade média, a pintura desempenhou um papel retratista de nobres e criações imagéticas de histórias religiosas, abrindo seu leque temático ainda mais no pós-renascimento, no qual incluíram cenas do cotidiano, críticas sociais e episódios históricos. Por volta desta época, a figura do pintor/retratista adquire novo status e passa a ser atividade profissional, pintando sob encomenda, ou seja, em troca de remuneração. A pintura vira discurso e se mantém na vanguarda imagética até a chegada dos tempos modernos, quando passou a dividir espaço com a fotografia. A partir daí, novos caminhos se abrem com experimentações artísticas temáticas e estilísticas que fogem da representação naturalista-retratista do passado. Atualmente, a atividade de pintor e desenhista se divide entre as artes plásticas, mais autoral e livre, frequentemente não seguindo um briefing, e a ilustração, que passa a ser uma prestação de serviço para diversos fins, como atividade comercial. 18 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Unidade I Exercícios Questão 1. Considere a figura e as afirmativas a seguir: Figura 8 19 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 COMPUTAÇÃO GRÁFICA E ILUSTRAÇÃO I – A ilustração mostra que houve uma evolução positiva na escrita humana desde a Pré-História. II – As pinturas rupestres não podem ser consideradas formas de comunicação, uma vez que são primitivas. III – Os emoticons ou emojis, muito usados nas redes sociais e nas mensagens de celulares, têm substituído a palavra escrita. De acordo com a leitura e com seus conhecimentos, está correto o que se afirma somente em: A) I. B) II. C) III. D) I e III. E) II e III. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: a figura é irônica ao apresentar a “evolução”. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: as pinturas rupestres são formas que os homens usavam para representar o mundo. III – Afirmativa correta. Justificativa: o uso das figuras está disseminado e substitui as palavras na comunicação na rede e em celulares. 20 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 12 /1 4 Unidade I Questão 2. Observe a figura e as afirmativas a seguir. Figura 9 I – As ilustrações em matérias jornalísticas têm, muitas vezes, a função didática, pois facilitam a transmissão da informação. II – Os infográficos causam redundância nas informações das reportagens e têm função meramente estética. III – Por terem caráter referencial, as ilustrações em textos jornalísticos não exigem capacidade criativa do profissional. Está correto somente o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) I e III. E) I e II. Resolução desta questão na plataforma.
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