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ARTIGO SANDRA CATRESQUINI 2


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A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO E DA SOCIEDADE NO CONTEXTO FAMILIAR E NO CENÁRIO EDUCACIONAL 
 
SANDRA MARIA CASTREQUINI 
 
Graduação em Pedagogia, Letras e Artes Visuais; Especialista em Educação em Foco; Professor de Ensino Fundamental II e Ensino Médio nas redes públicas Estadual e Municipal de Ensino. 
RESUMO
O sistema educacional tem um processo de evolução, portanto quando os resultados escolares não vão bem é porque à insuficiência no processo pedagógico, e deve ser urgentemente corrigido. Nas escolas, verifica-se o emprego de um ensino “mecanizado”, que remetem a época militar, em que o conceito de ensino é relacionado diretamente a uma “cadeia de produção”, onde o professor é o detentor de todo o ensino dentro da sala de aula, e o aluno não é educado a pensar criticamente sobre o mundo que o rodeia. O objetivo do presente trabalho se encontra na necessidade de analisar mais profundamente a importância da afetividade a escola, ressaltando conceitos segundo as idéias de Vygotsky que destaca a importância das relações sociais no processo de aprendizagem. Em relação a problemática tratada nesse estudo cabe realizar a seguinte indagação: de que maneira as relações afetivas podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem? A metodologia do presente trabalho será essencialmente, relacionada a pesquisa bibliográfica, que é desenvolvida por meio de material já elaborado (livros, artigos, periódicos, jornais, etc)
PALAVRAS-CHAVE: Educação; Afetividade; Professor. 
INTRODUÇÃO
O trabalho aqui apresentado abordará a interação Professor-Aluno na aprendizagem sob os enfoques literários, psicológicos, sócio históricos e afetivos, buscando compreender suas influências na aprendizagem do ensino fundamental, já que, a educação é uma atividade sócio-política na qual consiste a relação entre sujeito: Professor e aluno na sociedade. 
Para que se entenda a dimensão desta relação faz-se necessário conceituar Interação: Processo interpessoal pelo quais indivíduos em contato modificam temporariamente seus comportamentos uns em relação aos outros, por uma estimulação recíproca contínua. A interação social é o modo comportamental fundamental em grupo. (DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA, p. 439). 
Na interação Professor-Aluno, a escola enquanto instituição educativa desempenha um papel fundamental, sendo palco das diversas situações que propiciam esta interação principalmente no que tange sua dimensão socializante, a qual prepara o indivíduo para a convivência em grupo e em sociedade. 
Assim, também é função da escola a dimensão epistêmica, onde ocorre a apropriação de conhecimentos acumulados, bem como a qualificação para o trabalho, dimensão profissionalizante. 
Vale salientar que as dimensões estruturam-se, no fator sócio-histórico que é constituído de condicionantes culturais. Neste contexto será abordado o diálogo, condicionante fundamental para uma boa interação entre o professor e o aluno. 
Segundo Paulo Freire (1967 p. 66):
 “[...] o diálogo é uma relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança”. 
Na fala de Freire, percebe-se o vínculo entre o diálogo e o fator afetivo que norteará a virtude primordial do diálogo, o respeito aos educandos não somente como receptores, mas enquanto indivíduos. 
As relações afetivas que o aluno estabelece com os colegas e professores são grande valor na educação, pois a afetividade constitui a base de todas as reações da pessoa diante da vida. 
Sabendo que as dificuldades afetivas provocam desadaptações sociais e escolares, bem como perturbações no comportamento, o cuidado com a educação afetiva deve caminhar lado a lado com a educação intelectual. 
A presente pesquisa buscará conhecer a teoria acima descrita que poderá contribuir a uma boa convivência no interior das instituições educativas onde ocorrem, antes de tudo, um contato humano entre pessoas que pensam e agem e têm, sobretudo, sentimentos. É preciso respeitar o outro no seu modo de ser e assim, garantir um bom relacionamento, possibilitando um clima de confiança. 
 I – O ESPAÇO DA ESCOLA
O perfil da educação brasileira apresentou significativas mudanças nas últimas décadas. O desempenho dos alunos remete-nos à necessidade de considerarem a formação do professor, como sendo requisito fundamental para a melhoria dos índices de aprovação, repetência e evasão do ensino.
As expectativas do professor sobre o desempenho dos alunos podem funcionar como uma “suposição de auto-realização”. Isto é: o aluno de quem o professor espera menos é o que realiza menos, ao passo que aqueles de quem se espera um bom desempenho acabam, na realidade, por apresentá-lo. Assim, as taxas de evasão evidenciam a baixa qualidade do ensino e a incapacidade dos sistemas educacionais e das escolas de garantir a permanência do aluno, penalizando os alunos de nível de renda mais baixos. Exatamente por fazerem parte de famílias desprovidas de recursos, as crianças não têm acesso ao mínimo de informações culturais no lar, e por isso, chegam à escola em situação de inferioridade em relação à maioria dos estudantes de classes mais altas.
Uma criança que faça parte de uma família de poucos recursos, sua alimentação será deficiente e, por isso, seu desenvolvimento físico e sua saúde serão deficientes. Por viver em ambientes com pessoas que não tiveram uma boa formação escolar, sua linguagem terá muitas falhas. O estudante carente usa uma linguagem pobre em vocabulário e em sua estruturação. Seus colegas de famílias de melhor posição social, que cresceram entre pessoas com algum grau de instrução, teriam domínio de um proveitoso vocabulário. 
COLL (1996:95) afirma que:
 “Os alunos formam seu próprio conhecimento por diferentes meios: por sua participação em experiências diversas, por exploração sistemática do meio físico ou social, ao escutar atentamente um relato ou uma exposição feita por alguém sobre um determinado tema, ao assistir um programa de televisão, ao ler um livro, ao observar os demais e os objetos com certa curiosidade e ao aprender conteúdos escolares propostos por seu professor na escola”.
Os regulamentos e exigências escolares também são vistos como causas dos problemas que a educação enfrenta. Logo de início há uma extrema falta de vagas, a escola tem uma localização que dificulta o trajeto de ida e volta dos alunos. Depois temos os horários estabelecidos pelas escolas, que são muito criticados por não atenderem a realidade da população. Outro fator que dificulta a permanência e o bom desempenho dos alunos na escola são, as despesas com materiais exigidos pela escola como: uniforme, livros, taxas, etc..., Isso porque na maioria dos casos, os pais não podem comprar o que a escola exige.
Todos esses regulamentos não são problemas para as crianças de classe média, cujos pais são bem empregados. No entanto, para as crianças de famílias pobres, estas exigências representam grandes dificuldades e obstáculos para conseguir aprovação na escola.
A família é colocada como principal responsável pelo fracasso dos alunos, não sendo questionadas, as condições materiais de vida dessas famílias, nem sua participação nas relações sociais de produção que são o que determinam, em última instância, as possibilidades de assistência aos filhos. Essas conclusões ideológicas eximem os professores de observar sua própria atuação no contexto escolar, sua participação na seletividade e, principalmente, a função da escola como reprodutora da sociedade desigual na qual se insere.
“A escola não pode ser propriedade de um partido; e o mestre faltará em seus deveres quando empregue a autoridade de que dispõe para atrair seus alunos à rotina de seus preconceitos pessoais, por mais justificados que lhes pareçam”.
DURKHEIM (1978:49)
Em várias salas de aula nota-se a exigência constante de disciplina, o estabelecimento de uma relação autoritária entre o professor e seus alunos, o trabalho obrigatório e repetitivo. Um dos meios de controlar a disciplinaé a divisão do tempo. Há hora determinada para entrar, sair, para o recreio, a merenda, para tomar água, para ir ao banheiro, etc. O cumprimento do horário é obrigatório, sem levar em conta o que a criança está fazendo ou qual é a sua vontade no momento.
Há, por parte do professor, uma vigilância constante e ameaças, gerando um clima de tensão entre as crianças, por estarem sempre antecipando as conseqüências de seus “maus atos”: o aluno corre o rico de ficar sem recreio, de ser retirado após as aulas, além de outras ameaças de castigo. Quem é “bem comportado” recebe recompensas e é apresentado como modelo aos colegas.
“Mas os tempos mudaram e mudaram muito. Hoje, uma suspensão transformou-se num prêmio, seja ela de um dia ou mais. Algumas escolas, mesmo mantendo o sistema de suspensão, são mais esclarecidas, suspendem os alunos de suas atividades didáticas e recreativas, mantendo-o em seu recinto através da organização de trabalhos nas bibliotecas ou coordenações, e aproveitam para encaminhá-lo aos serviços de orientação educacional. Nesses casos, o prêmio não é tão grande”.
WERNECK (1999:60)
A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas de atenção e concentração, sem que se perca a alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno quanto fazer que atue de maneira indisciplinada. Portanto, o papel do professor é o de mediador e facilitador; que interage com os alunos na construção do saber. Neste sentido, é muito importante ajudar os professores a saberem ensinar, garantindo assim que todos os alunos possam aprender e desenvolver seu raciocínio.
Alguns professores sentem que seu relacionamento com os alunos determina o clima emocional da sala de aula. Esse clima poderá ser positivo, de apoio ao aluno, quando o relacionamento é afetuoso, cordial. Neste caso, o aluno sente segurança, não teme a crítica e a censura do professor. Seu nível de ansiedade mantém-se baixo e ele pode trabalhar descontraído, criar, render mais intelectualmente. Porém, se o aluno teme constantemente a crítica e a censura do professor, se o relacionamento entre eles é permeado de hostilidade e contraste, a atmosfera da sala de aula é negativa. Neste caso, há o aumento da ansiedade do aluno, com repercussões físicas, diminuindo sua capacidade de percepção, raciocínio e criatividade.
Se a aprendizagem, em sala de aula, for uma experiência de sucesso, o aluno constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz. Se ao contrário, for uma experiência de fracasso, o ato de aprender tenderá a se transformar em ameaça. O aluno ao se considerar fracassado, vai buscar os culpados pelo seu conceito negativo e começa achar que o professor é chato e que as lições não servem para nada.
Procura-se, portanto, romper as diferenças de professor e aluno consagrados pela escola tradicional. Os papéis tradicionalmente desempenhados pelo professor que é o de ensinar, transmitir e dominar e pelo aluno que é o de aprender, receber passivamente e obedecer devem ser mudados. Só assim a escola poderá efetivamente atender a sua mais elevada finalidade: permitir o aluno a chegar ao conhecimento. 
Nesse contexto, a qualidade de atuação da escola não pode depender somente da vontade de um ou outro professor. É preciso a participação conjunta da escola, da família, do aluno e dos profissionais ligados à educação, assim como, o professor deve reorganizar suas idéias e reconhecer que o aluno não é um sujeito que só faz receber informações, suas capacidades vão além do conhecimento que lhes é “depositado”. Para tanto, o professor não mais será o “dono do saber” e passará a ser um orientador, alguém que acompanha e participa do processo de construção de novas aprendizagens. 
Como bem destaca CECCON (1998), para que a sociedade possa mudar é preciso que nós provoquemos mudanças de forma significativa para o indivíduo. Entende-se, portanto, que as escolas devem comparar sua relação com a comunidade e ainda, criar um clima favorável ao aprendizado, onde a contribuição e o compromisso são peças fundamentais para obtermos a verdadeira escola, isto é, uma escola democrática, onde todos tenham acesso a coletividade.
“Somente uma outra maneira de agir e de pensar pode levar-nos a viver uma outra educação que não seja mais o monopólio da instituição escolar e de seus professores, mas sim uma atividade permanente, assumida por todos os membros de cada comunidade e associada de todas as dimensões da vida cotidiana de seus membros”.
FREIRE (1980:117)
II– RESGATANDO A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A História da Educação no Brasil é o estudo da evolução da educação do ensino, da instrução e das práticas pedagógicas no Brasil. Evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas.
A história da educação no Brasil começa em 1549 com a chegada dos primeiros padres jesuítas, inaugurando uma fase que haveria de deixar marcas profundas na cultura e civilização do País. Movidos por intenso sentimento religioso de propagação da fé cristã, durante mais de 200 anos, os jesuítas foram praticamente os únicos educadores do Brasil.
Embora tivessem fundado inúmeras escolas de ler, contar e escrever, a prioridade dos jesuítas foi sempre a escola secundária, grau do ensino onde eles organizaram uma rede de colégios de reconhecida qualidade, alguns dos quais chegaram mesmo a oferecer modalidades de estudos equivalentes ao nível superior.
Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas colônias, abrindo um enorme vazio que não seria preenchido nas décadas subseqüentes. As medidas tomadas pelo Ministro de D. José I - o Marquês de Pombal - sobretudo a instituição do Subsídio Literário, imposto criado para financiar o ensino primário, não surtiram nenhum efeito. Só no começo do século seguinte, em 1808, com a mudança da sede do Reino de Portugal e a vinda da Família Real para o Brasil-Colônia, a educação e a cultura tomariam um novo impulso, com o surgimento de instituições culturais e científicas, de ensino técnico e dos primeiros cursos superiores (como os de Medicina nos Estados do Rio de Janeiro e da Bahia).
Todavia, a obra educacional de D. João VI, meritória em muitos aspectos, voltou-se para as necessidades imediatas da Corte Portuguesa no Brasil. As aulas e cursos criados, em diversos setores, tiveram o objetivo de preencher demandas de formação profissional. 
Esta característica haveria de ter uma enorme influência na evolução da educação superior brasileira. Acrescente-se, ainda, que a política educacional de D. João VI, na medida em que procurou, de modo geral, concentrar-se nas demandas da Corte, deu continuidade à marginalização do ensino primário.
Com a Independência do País, conquistada em 1822, algumas mudanças no panorama sócio-político e econômico pareciam esboçar-se, inclusive em termos de política educacional. De fato, na Constituinte de 1823, pela primeira vez se associa sufrágio universal e educação popular - uma como base do outro. Também é debatida a criação de universidades no Brasil, com várias propostas apresentadas. 
Como resultado desse movimento de idéias, surge o compromisso do Império, na Constituição de 1824, em assegurar "instrução primária e gratuita a todos os cidadãos", confirmado logo depois pela Lei de 15 de outubro de 1827, que determinou a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos, envolvendo as três instâncias do Poder Público. Teria sido a "Lei Áurea" da educação básica, caso tivesse sido implementada.
Da mesma forma, a idéia de fundação de universidades não prosperou, surgindo em seu lugar os cursos jurídicos em São Paulo e Olinda, em 1827, fortalecendo o sentido profissional e utilitário da política iniciada por D. João VI. Além disso, alguns anos depois da promulgação do Ato Adicional de 1834, delegando às províncias a prerrogativa de legislar sobre a educação primária, comprometeu em definitivo o futuro da educação básica, pois possibilitou que o governo central se afastasse da responsabilidade de assegurar educação elementar para todos. Assim, a ausência de um centrode unidade e ação, indispensável, face às características de formação cultural e política do País, acabaria por comprometer a política imperial de educação.
A descentralização da educação básica, instituída em 1834, foi mantida pela República, impedindo o Governo Central de assumir posição estratégica de formulação e coordenação da política de universalização do ensino fundamental, a exemplo do que então se passava nas nações européias, nos Estados Unidos e no Japão. Em decorrência, se ampliaria ainda mais a distância entre as elites do País e as camadas sociais populares.
Na década de 1920, devido mesmo ao panorama econômico-cultural e político que se delineou após a Primeira Grande Guerra, o Brasil começa a se repensar. Em diversos setores sociais, mudanças são debatidas e anunciadas. O setor educacional participa do movimento de renovação. Inúmeras reformas do ensino primário são feitas em âmbito estadual. Surge a primeira grande geração de educadores - Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Almeida Júnior, entre outros, que lidera o movimento, tenta implantar no Brasil os ideais da Escola Nova e divulga o Manifesto dos Pioneiros em 1932, documento histórico que sintetiza os pontos centrais desse movimento de idéias, redefinindo o papel do Estado em matéria educacional.
Surgem nesse período, as primeiras Universidades Brasileiras, do Rio de Janeiro-(1920), Minas Gerais-(1927), Porto Alegre-(1934) e Universidade de São Paulo-(1934). Esta última constitui o primeiro projeto consistente de universidade no Brasil, daria início a uma trajetória cultural e científica sem precedentes.
A Constituição promulgada após a Revolução de 1930, em 1934, consigna avanços significativos na área educacional, incorporando muito do que havia sido debatido em anos anteriores. No entanto, em 1937, instaura-se o Estado Novo outorgando ao País uma Constituição autoritária, registrando-se em decorrência um grande retrocesso. 
Após a queda do Estado Novo, em 1945, muitos dos ideais são retomados e consubstanciados no Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, enviado ao Congresso Nacional em 1948 que, após difícil trajetória, foi finalmente aprovado em 1961 (Lei nº 4024).
No período que vai da queda do Estado Novo, em 1945, até a Revolução de 1964, quando se inaugura um novo período autoritário, o sistema educacional brasileira passará por mudanças significativas, destacando-se entre elas o surgimento, em 1951, da atual Fundação CAPES (Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior), a instalação do Conselho Federal de Educação, em 1961, campanhas e movimentos de alfabetização de adultos, além da expansão do ensino primário e superior. Na fase que precedeu a aprovação da LDB/61, ocorreu um admirável movimento em defesa da escola pública, universal e gratuita.
O movimento de 1964 interrompe essa tendência. Em 1969 e 1971, são aprovadas respectivamente a Lei 5540/68 e 5692/71, introduzindo mudanças significativas na estrutura do ensino superior e do ensino de 1º e 2º graus, cujos diplomas estão basicamente em vigor até os dias atuais.
A Constituição de 1988, promulgada após amplo movimento pela redemocratização do País, procurou introduzir inovações e compromissos, com destaque para a universalização do ensino fundamental e erradicação do analfabetismo.
Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político.
Mesmo que possamos não concordar com a forma como foram executados alguns programas, temos que reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve execução de tantos projetos na área da educação numa só administração.
Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é mais o de manter o "status quo", para aqueles que freqüentam os bancos escolares, e menos de oferecer conhecimentos básicos, para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas práticas.
III- O SISTEMA EDUCACIONAL E A ESCOLA
A atual estrutura e funcionamento da educação brasileira decorre da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.º 9.394/96), que, por sua vez, vincula-se às diretrizes gerais da Constituição Federal de 1988, bem como às respectivas Emendas Constitucionais em vigor.
 Para Oliveira (2005) o sistema educacional geralmente impõe padrões de conduta que as escolas devem seguir. Esses padrões, muitas vezes, são fora da realidade particular de cada escola, o que gera tensão, desmotivação e incapacidade de realizar a contento o trabalho pretendido.
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (art. 22). Ela pode ser oferecida no ensino regular e nas modalidades de educação de jovens e adultos, educação especial e educação profissional, sendo que esta última pode ser também uma modalidade da educação superior.
Turmas numerosas, faltas de condições materiais, estrutura física inadequada, falta de recursos financeiros. Com o crescente aumento da oferta de vagas nas escolas públicas para o ensino fundamental e médio, não houve uma estruturação adequada que acompanhasse esse crescimento.
Observando nossas escolas em seu cotidiano, nos deparamos corriqueiramente com situações aceitas pacificamente como: salas inadequadas, com iluminação deficiente, carteiras e cadeiras sem conforto, sucatadas, alunos de 7ª e 8ª séries, por exemplo, em cadeiras mais apropriadas para a educação infantil, que mal cabem suas pernas, pátios pequenos e sem cobertura, sem refeitório, quadras esportivas sem cobertura, isso quando elas existem, pois nem toda escola conta com essa melhoria.
A própria organização do tempo escolar é desmotivadora. Horários rígidos, atividades repetitivas, o intervalo fracionado, quando uns estão no pátio, outros estão estudando, dependendo da logística do prédio escolar torna-se impossível qualquer aproveitamento pedagógico, pois o trânsito e o barulho de alunos nos corredores e no pátio atrapalham e causam ansiedade e indisciplina nos que ainda estão em sala.
As próprias relações entre seus membros se dão de cima para baixo; alunos que obedecem ao professor que obedece ao coordenador, que obedece ao diretor, que obedece à secretaria de estado e assim por diante. Isso acaba por gerar descontentamento, que inconscientemente, ou não, reflete nas relações em sala de aula.
Sendo assim o comportamento indisciplinar não é simplesmente uma ação, mas uma reação aos fatores externos ao aluno.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define para a educação básica, nos níveis fundamental e médio, a carga horária mínima anual de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias letivos de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado para os exames finais; para a educação superior, o ano letivo regular tem a duração de, no mínimo, duzentos dias de efetivo trabalho acadêmico, também excluído o tempo destinado aos exames finais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É preciso considerar o fato de que o professor, quando se torna comprometido com o aluno e com uma educação de qualidade, fazendo do aluno alvo do processo ensino-aprendizagem, e cumprindo seu papel de orientador e facilitador do processo, legitima assim a teoria de uma facilitação da aprendizagem, através da interação entre sujeitos, ultrapassando, desse modo, a mera condição de ensinar.
No entanto, muitos fatores levam a questionar se esta prática educativa vem realmente acontecendo de maneira satisfatória nas instituições.Muitas vezes, as relações entre os sujeitos acabam por se contrapor, seja por motivos econômicos, sociais, políticos ou ideológicos, demonstrando falhas no cotidiano e lar, bem como limitações quanto à aquisição do conhecimento no processo ensino-aprendizagem.
Na realidade, a prática docente tem uma parcela não só significativa na relação professor e aluno, mas quase que definitiva em todo o processo. A arrogância didática do detentor do saber e a "segurança" que o mesmo tem de que seu poder, seu conhecimento ilimitado são suficientes, pode produzir um aprendizado equivocado e covarde, uma vez que este acredita que a culpa é somente do aluno quando os resultados não condizem com as suas expectativas.
Com toda essa mínima produtividade, o que ocorre é a morte da criatividade, reproduzindo assim o que já existe.
Certamente, a simples mudança de paradigmas não garante de forma alguma uma mudança de concepção pedagógica, ou seja, de prática escolar. A superação de valores tidos como indispensáveis hoje, apesar de ultrapassados, já não são suficientes para os avanços necessários na prática docente.
Para o educador, o ensinar deve ser uma arte, uma ciência e um conjunto de técnicas que são utilizadas para se alcançar um objetivo. Através de alguns subsídios, toma-se fácil conduzir o processo de aprender a raciocinar, a refletir e usar a própria criatividade. No momento em que o educador preocupa-se em educar com arte, toma-se comprometido com o aluno e com uma educação de qualidade, fazendo do aluno um alvo do processo ensino-aprendizagem e cumprindo seu papel de orientador no processo.
De fato, a teoria legitima a prática, embora esta, sem o constante aprofundamento teórico, perca rapidamente sua consistência. Atualmente, o questionamento para a melhoria gira em tomo de cursos de capacitação, materiais didáticos, melhores condições de trabalho e remuneração. Felizmente, ainda existem professores que faz do ensino um ideal e lutam para ajudar a construir um mundo melhor, onde se tenha acesso a uma educação digna e extensiva a todos, sem fome emocional, educacional e física, sem drogas e sem miséria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
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CECCON, et al. A vida na escola e a escola da vida, 33 ed. Rio de Janeiro, Petrópolis: Vozes, 1998.
CHAUÍ, M. Ventos do progresso: a universidade administrada. In: Prado Jr. et al Descaminhos da Educação. São Paulo: Cortez, 1998.
COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1996.
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LIBÂNEO José Carlos: Democratização da escola pública-A pedagogia crítico - social dos conteúdos, São Paulo, Loyola, 1985.
OLIVEIRA, M. Izete de. Indisciplina Escolar: Determinantes conseqüências e ações. Brasília: Líber Livro Editora, 2005.
PIAGET, J. Psicologia e Epistemologia. Rio de Janeiro: Forense, 1980.
PILLETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino de 1o grau. 22. ed. São Paulo: Ática, 1996.
________ . Estrutura e funcionamento do ensino de 2o grau. 3. ed. São Paulo: Ática, 1995.
________ . História da educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996a.
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VASCONCELOS. C. dos Santos. Disciplina Construção da Disciplina Consciente e Interativa na sala de aula. Cadernos Pedagógicos do Libertad. São Paulo, Libertad. 1994.
WERNECK, H. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. 16 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
ZAGURY, Tânia, O professor Refém: Para pais e professores entenderem porque fracassa a educação no Brasil: Rio de Janeiro, Record, 2006.
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A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO E DA SOCIEDADE NO CONTEXTO 
FAMILIAR E
 
NO CENÁRIO EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANDRA MARIA CASTREQUINI 
 
 
 
 
 
 
Graduação em Pedagogia, Letras e Artes Visuais; Especialista em Educação em Foco; Professor 
de Ensino Fundamental II e Ensino Médio nas redes públicas Estadual e Municipal de Ensino. 
 
 
 
 
RESUMO
 
 
O sistema educacional tem um processo de evolução, 
portanto quando os 
resultados escolares não vão bem é porque à insuficiência no processo 
pedagógico, e deve ser urgentemente corrigido. Nas escolas, verifica
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se o 
emprego de um ensino “mecanizado”, que remetem a época militar, em que o 
conceito de ensino é
 
relacionado diretamente a uma “cadeia de produção”, onde 
o professor é o detentor de todo o ensino dentro da sala de aula, e o aluno não 
é educado a pensar criticamente sobre o mundo que o rodeia. O objetivo do 
presente trabalho se encontra na necessidade
 
de analisar mais profundamente 
a importância da afetividade a escola, ressaltando conceitos segundo as idéias 
de Vygotsky que destaca a importância das relações sociais no processo de 
aprendizagem. Em relação a problemática tratada nesse estudo cabe reali
zar a 
seguinte indagação: de que maneira as relações afetivas podem contribuir para 
o desenvolvimento da aprendizagem? A metodologia do presente trabalho será 
essencialmente, relacionada a pesquisa bibliográfica, que é desenvolvida por 
meio de material já
 
elaborado (livros, artigos, periódicos, jornais, etc)
 
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CHAVE:
 
Educação; Afetividade; Professor. 
 
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A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO E DA SOCIEDADE NO CONTEXTO 
FAMILIAR E NO CENÁRIO EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
 
SANDRA MARIA CASTREQUINI 
 
 
 
 
Graduação em Pedagogia, Letras e Artes Visuais; Especialista em Educação em Foco; Professor 
de Ensino Fundamental II e Ensino Médio nas redes públicas Estadual e Municipal de Ensino. 
 
 
 
RESUMO 
 
O sistema educacional tem um processo de evolução, portanto quando os 
resultados escolares não vão bem é porque à insuficiência no processo 
pedagógico, e deve ser urgentemente corrigido. Nas escolas, verifica-se o 
emprego de um ensino “mecanizado”, que remetem a época militar, em que o 
conceito de ensino é relacionado diretamente a uma “cadeia de produção”, onde 
o professor é o detentor de todo o ensino dentro da sala de aula, e o aluno não 
é educado a pensar criticamente sobre o mundo que o rodeia. O objetivo do 
presente trabalho se encontra na necessidade de analisar mais profundamente 
a importância da afetividade a escola, ressaltando conceitos segundo as idéias 
de Vygotsky que destaca a importância das relações sociais no processo de 
aprendizagem. Em relação a problemática tratada nesse estudo cabe realizar a 
seguinte indagação: de que maneira as relações afetivas podem contribuir para 
o desenvolvimento da aprendizagem? A metodologia do presente trabalho será 
essencialmente, relacionada a pesquisa bibliográfica, que é desenvolvida por 
meio de material já elaborado (livros, artigos, periódicos, jornais, etc) 
PALAVRAS-CHAVE: Educação; Afetividade; Professor.

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