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Contratos-Aula10

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e-Tec Brasil77
Aula 10 – Inexecução e rescisão 
contratual
O objetivo dessa aula é conhecer o instituto da inexecução contratual, os 
motivos que podem provocar a rescisão contratual, as espécies de rescisão 
e suas consequências. Essa aula foi desenvolvida a partir do contido na 
Lei de Licitações e Contratos e entendimento da doutrina. Ao final dessa 
aula, você saberá que a inexecução contratual poderá ser total ou parcial, 
assim como identificará os motivos legais que podem levar a uma rescisão 
de contrato, as modalidades de rescisão (unilateral, amigável e judicial) e 
suas consequências práticas.
10.1 Inexecução e rescisão dos contratos
O descumprimento total ou parcial das obrigações assumidas pelo devedor 
pode levar a rescisão do contrato. Ademais, o inadimplemento contratu-
al pode ensejar responsabilidades na esfera administrativa, civil e penal. O 
atendimento ao interesse da coletividade não é compatível com incertezas 
ou inseguranças.
A Lei de Licitações e Contratos, artigo 77, estabelece que “a inexecução 
total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências 
contratuais e as previstas em lei ou regulamento”. 
A doutrina tradicional conceitua rescisão como:
O desfazimento do contrato durante sua execução por inadimplência 
de uma das partes, pela superveniência de eventos que impeçam ou 
tornem inconveniente o prosseguimento do ajuste ou pela ocorrência 
de fatos que acarretem seu rompimento de pleno direito. (MEIRELLES, 
1997, p.228)
10.2 Motivos de rescisão contratual
A Lei de Licitações, artigo 78, estabelece um rol de situações que constituem 
motivo para rescisão do contrato, a saber:
I. o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, proje-
tos ou prazos; 
XIV. a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, 
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de cala-
midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou 
ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, in-
dependentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas 
sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobili-
zações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, 
o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações 
assumidas até que seja normalizada a situação;
XV. o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou 
parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de ca-
lamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, 
assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-
primento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI. a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto 
para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contra-
tuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no 
projeto;
XVII. a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente com-
provada, impeditiva da execução do contrato.
XVIII. descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das 
sanções penais cabíveis. 
O parágrafo único do artigo 78 determina que “os casos de rescisão con-
tratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o 
contraditório e a ampla defesa”.
10.3 Modalidades de rescisão contratual
O artigo 79 da Lei nº 8.666/1993 prevê as modalidades de rescisão do 
contrato: unilateral, amigável ou judicial. 
No descumprimento dos deveres contratuais estabelecidos no artigo 78, in-
cisos I a XII e XVII, a rescisão acontecerá por meio de ato administrativo, ou 
seja rescisão unilateral da Administração.
II. o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, 
projetos e prazos;
III. a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a compro-
var a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do forne-
cimento, nos prazos estipulados;
IV. o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V. a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa cau-
sa e prévia comunicação à Administração;
VI. a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do 
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, 
bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e 
no contrato; 
VII. o desatendimento das determinações regulares da autoridade desig-
nada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de 
seus superiores;
VIII. o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na 
forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
IX. a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X. a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI. a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da 
empresa, que prejudique a execução do contrato; 
XII. razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimen-
to, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera 
administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no 
processo administrativo a que se refere o contrato;
XIII. a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou com-
pras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do 
limite permitido no § 1º do art. 65 desta Lei; 
Contratos e Convêniose-Tec Brasil e-Tec BrasilAula 10 – Inexecução e rescisão contratual78 79
10.4 Consequências da rescisão contratual
No artigo 80 da Lei de Licitações têm-se as consequências da rescisão uni-
lateral, sem prejuízo das sanções previstas na própria Lei nº 8.666/1993, a 
saber:
I. assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se 
encontrar, por ato próprio da Administração;
II. ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e 
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua conti-
nuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III. execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, 
e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV. retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos 
causados à Administração.
A aplicação das medidas de assunção imediata do objeto, a ocupação, a uti-
lização do local, instalações, equipamentos, material e pessoas empregados, 
fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao 
serviço por execução direta ou indireta. Na realidade, não se trata de um cri-
tério discricionário, mas de um dever da Administração de dar continuidade 
a execução dos serviços. 
A ocupação prevista no inciso II deverá ser precedida de autorização expres-
sa do ministro de estado competente, ou secretário estadual ou municipal, 
conforme o caso. 
Lembrando que a Administração pode se apossar do objeto do contratado, 
independentemente de autorização judicial quando o bem ou objeto for 
seu. Mas se já foi transferido a terceiro ou pertence a esse, será necessário 
uma autorização judicial.
O parágrafo 2o do artigo 80 deve ser interpretado de acordo com a Lei nº 
11.101/2005, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extraju-
dicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disciplina o 
parágrafo que “é permitido à Administração, no caso de concordata do con-
tratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas 
atividades de serviços essenciais”. Onde consta a expressão concordata, leia-
-se recuperação judicial. 
Não é demais salientar que a rescisão unilateral dos contratos administrati-
vos deve observar o princípio do contraditório e da ampla defesa, conforme 
preceitua o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
As outras situações descritas no artigo 78 que, também constituem motivos 
de rescisão, serão realizadas de forma amigável ou judicial. 
A rescisão amigável, por acordo entre as partes, será reduzida a termo no 
processoda licitação, desde que haja conveniência para a Administração. O 
termo conveniência deve ser interpretado com cautela, tendo em vista que a 
inadimplência da Administração não é compatível com o Estado de Direito, 
onde as leis devem ser observadas por todos, Administração e administra-
dos. 
A rescisão judicial será feita nos termos da legislação. É normalmente re-
querida pelo contratado, quando há inadimplemento pela Administração, 
já que ele não pode paralisar a execução do contrato nem fazer a rescisão 
unilateral. 
É importante saber que a rescisão administrativa ou amigável deverá ser 
precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente 
(§1º).
O parágrafo § 2o do artigo 79 prevê os casos em que há o inadimplemento 
da Administração. Ocorrendo um dos casos cabe ao particular contratado 
requerer a rescisão. Estabelece o artigo: “quando a rescisão ocorrer com 
base nos incisos XII a XVII do artigo anterior (razões de interesse público, 
supressão, suspensão da execução, atraso no pagamento, não liberação da 
área, local ou objeto e ocorrência de caso fortuito ou força maior), sem que 
haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente 
comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a: I - devolução de 
garantia; II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da 
rescisão; III - pagamento do custo da desmobilização”.
O parágrafo quinto assegura ao contratado, que invocar a exceção do con-
trato não cumprido por parte da Administração, a suspensão dos prazos 
contratuais, sem prejuízos e responsabilidades futuras. Aduz que “ocorren-
do impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de 
execução será prorrogado automaticamente por igual tempo”.
Contratos e Convêniose-Tec Brasil e-Tec BrasilAula 10 – Inexecução e rescisão contratual80 81
Uma vez concedida a recuperação judicial à empresa que mantém contrato 
com a Administração Pública, é possível se manter o contrato e intensificar o 
controle, atuando inclusive na execução do contrato.
O parágrafo 4º do artigo 80 não tem aplicabilidade, tendo em vista que o 
inciso IV do artigo 79 (modalidades de rescisão) foi vetado.
Resumo
•	 A inexecução total ou parcial do contrato torna possível a sua rescisão.
•	 Constituem motivos para a rescisão do contrato: o não cumprimento ou 
o cumprimento irregular das cláusulas contratuais; o atraso injustificado 
no início da obra; a paralisação da obra; a subcontratação total ou par-
cial; a decretação de falência, entre outros.
•	 As modalidades de rescisão do contrato são: unilateral, amigável ou ju-
dicial. 
Anotações
Contratos e Convêniose-Tec Brasil 82

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