Resumo do livro "A revolução dos bichos"

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE
MEL ASSAF DE OLIVEIRA ARAÚJO
RESUMO DO LIVRO: ”A REVOLUÇÃO DOS BICHOS”
RIO BRANCO
2020
	O livro “A revolução dos bichos”, escrito por George Orwell em 1945, causou uma grande polêmica na situação política da época porque, logo foi entendido a analogia com a ditadura stalinista na união soviética. Era fácil de se ler, identificar e correlacionar os personagens aos líderes da revolução como: Bola-de-neve em Trotsky e Napoleão em Stalin. Algumas décadas depois, na guerra fria, o livro foi usado como arma ideológica política anticomunista – o que era desagradável para o autor, já que o próprio se considerava comunista –
O livro começa quando Major, o porco e animal mais velho da granja, reúne todos os bichos para compartilhar com eles, o sonho que teve, de uma sociedade independente e libertária, que não tivesse nenhum tipo de semelhança com o homem. E que para isso acontecesse, eles deveriam expulsar o sr.Jones, que era o atual proprietário da fazenda.
Após três dias, o velho Major vem a falecer e não demora muito para que comece uma atividade secreta entre os animais mais inteligentes da fazenda, que eram os porcos. Estavam entre eles: Bola-de-neve, que acreditava numa sociedade totalmente igual, e era totalmente ativo em suas decisões; Garganta, que tinha o poder da oratória e da persuasão; E Napoleão, que entre os três, era o mais temido por conta de sua aparência assustadora e sua reputação não tão agradável. O grupo juntou todas as ideias do velho Major, e criaram um sistema de pensamento chamando Animalismo. Após passarem um dia inteiro trabalhando e ao final dele não receberem sua comida, chega a hora em que os animais unem suas forças para acabar com o poder do sr.Jones. Nada foi planejado, todos estavam tão irritados com a fome que estavam passando, que agiram por impulsividade. Após vencerem a batalha, todos os bichos se juntaram e cantaram a música “Bichos da Inglaterra” ensinada pelo velho Major, e os porcos ensinam os princípios do animalismo em sete mandamentos, que mais tarde foram escritos na parede do celeiro. Eram eles: 
1.Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo
2.O que andar sobre quatro pernas, ou tiver asas, é amigo
3.Nenhum animal usará roupa
4. Nenhum animal dormirá em cama
5.Nenhum animal beberá álcool
6.Nenhum animal matará outro animal
7.Todos os animais são iguais
	Por se autodeclararem os mais inteligentes da fazenda, os porcos apenas lideravam as atividades para o resto dos animais. As regras foram mudadas para que todos estivessem contentes com o novo método aplicado. A fazenda agora era basicamente um regime cooperativo e igualitário. Além disso, os bichos mudaram o nome de “Granja solar” para “Granja dos bichos”.
	Após alguns meses de rebelião, sr.Jones resolveu atacar a granja para toma-la de volta. Ele não estava sozinho, muitos homens o acompanhavam nessa missão. Entretanto, ele não sabia que os bichos já estavam preparados, e com as ordens de Bola-de-neve, cada animal tinha um dever e um posto. Foi uma batalha feroz e sangrenta, mas os bichos venceram novamente dos humanos. Logo em seguida, os animais cantaram “Bichos da Inglaterra”, e discutiram o nome que iria se dar à batalha, que por fim, foi chamada de “Batalha do estábulo”.
	Depois de algum tempo, Bola-de-neve queria investir mais na fazenda, em educação e no bem-estar dos bichos, construindo um moinho. Porém, Napoleão não simpatizava com essa ideia, ele dizia que o importante era adquirir armas de fogo e aumentar a produção de alimentos. Depois de algum tempo, já com o projeto em mãos, é criada uma votação para decidir qual plano eles iriam seguir, o de Bola-de-neve, ou o de Napoleão. No meio da discussão, Napoleão solta os cachorros que estava criando às escondidas e faz com que eles deem um fim em Bola-de-neve. Todos os animais ficam confusos com a atitude tomada, porém, Garganta e Napoleão declaram que Bola-de-neve estava trabalhando com o sr.Jones desde o inicio. Todos os bichos ficaram desconfiados com tal afirmação, mas não falaram nada afinal, os porcos eram os mais inteligentes da granja, quem eram eles para interrogarem Garganta, Napoleão e os raivosos cachorros que sempre rosnavam toda vez que os porcos eram argumentados sobre algo?
	Depois de algum tempo que Bola-de-neve sumiu, os animais começaram a trabalhar feitos escravos, mas trabalhavam felizes. Em suas cabeças, trabalhavam para sua própria espécie e não para os humanos que eram preguiçosos e só mandavam o que deveriam fazer ou não. Napoleão decidiu que iria começar a comercializar com o mundo exterior, o que deixou os animais muito confusos. Garganta explicou que eles não precisavam se preocupar pois Napoleão que iria arcar com toda a responsabilidade. Foi nessa época também que os porcos se mudaram para a antiga casa de Jones, o que irritou bastante os bichos. Mas foi tudo explicado por Garganta que disse que o “líder” Napoleão precisava de um lugar calmo para trabalhar além de ser necessário, já que os porcos eram os cérebros da granja. Maricota que era uma esperta cabra, lembrou de um dos mandamentos que dizia: “Nenhum animal dormirá em cama”, o que foi logo rebatido por Garganta que disse: “Para ser uma cama, deve haver lençóis. Nós tiramos todos os lençóis das camas!”. Aquela afirmação, deixou todos os animais mais tranquilos e sem dúvidas de que tudo o que os porcos estavam fazendo, era o melhor para os bichos.
O moinho já estava quase pronto, até que uma forte chuva o derrubou. Os animais ficaram devastados e logo Garganta tomou a frente revelando que quem tinha o derrubado tinha sido Bola-de-neve. Todos os animais ficaram chocados de como Bola-de-neve teve coragem de fazer uma coisa como aquela, entretanto, não demorou muito para que Garganta e Napoleão começassem a induzir uma nova construção de um novo moinho.
	No inicio do inverno, os animais estavam exaustos do trabalho puxado que tinham que exercer, além de que a comida tinha sido reduzida pela metade. Garganta anunciou às galinhas que Napoleão tinha feito um contrato de fornecimento de ovos, tal acordo deixou as galinhas muito estressadas e fez com que elas protestassem. O protesto era basicamente o desperdício dos ovos, toda vez que chocavam um ovo, o quebravam. Esse protesto não durou muito, as galinhas tiveram que rapidamente voltar para seu ninho e obedecer às ordens de Napoleão.
Certo dia, Garganta e Napoleão chegaram falando que Bola-de-neve estava escondido na fazenda vizinha e que na calada da noite, invadia a Granja dos bichos. Todos os animais ficaram assustados e perplexos com tal afirmação. Alguns chegaram até a questionar tudo o que os porcos falavam já que todos viram o entusiasmo de Bola-de-neve no inicio da revolução, na batalha do estábulo e na formação do projeto do moinho. Napoleão logo argumentou dizendo que era tudo parte do plano com Jones.
Depois da fala dos porcos, alguns bichos começar a dizer que Bola-de-neve tinha aparecido em alguns sonhos para eles, outros começaram a confessar erros e situações do passado, e assim começou a sessão de confissões e execuções. Quando tudo tinha acabado, os poucos sobreviventes ficaram assustados com tamanha repressão ali presenciada.
	Alguns dias depois da matança, os bichos estavam exaustos, às vezes sentiam que trabalhavam mais agora do que quando Jones estava comandando a granja. Napoleão não aparecia mais tanto em público, e todas as ordens eram dadas por Garganta todos os dias de manhã. 
Certo dia, os bichos foram surpreendidos por um fazendeiro vizinho e parceiro comercial de Napoleão, invadindo a granja dos bichos com o intuito de destruir o moinho que tinha lhe causado grande inveja. A batalha não foi tão fácil quanto a Batalha do estábulo, mas o esforço não foi o suficiente para impedir os homens do fazendeiro chegarem até o moinho e o botarem no chão.
Os animais ficaram tristes, entretanto, Garganta logo fez a cabeça deles, falando que não havia problema nisso e que agora era para eles trabalharem mais pesado ainda. Sansão, o mais fortede todos, ficou irritado mas manteve o lema que tinha em sua cabeça desde o inicio: “trabalharei cada vez mais”
Naquela mesma semana, uma caixa de whisky surgiu na casa dos porcos, o que foi estranho para os animais já que se lembravam de um dos mandamentos que dizia: “Nenhum animal consumirá álcool”. Quando foram ler na parede do celeiro, estava escrito: “Nenhum animal consumirá álcool, em excesso”. Não sabiam o por que tinham esquecido esse pequeno detalhe, mas se estava ali, era o correto.
Sansão estava tão engajado com a construção do moinho que trabalhava mais que qualquer animal da granja. Acordava mais cedo que todos para quebrar as pedras e ia dormir mais tarde também levando os materiais para o alto da colina, onde ficaria o novo moinho. No meio do trabalho, Sansão acabou se acidentando e quebrando seu casco. O acidente foi um choque muito grande para os bichos pois todos viam Sansão como forte e imbatível. Porém, mesmo com dor, Sansão não parou de trabalhar um único dia sequer.
O inverso tinha sido frio quanto o anterior, sem contar que a comida tinha sido reduzida para todos com exceção dos cachorros e dos porcos.
Na primavera, os porcos decidiram transformar uma granja em república, e apenas um candidato apareceu: Napoleão, que foi eleito por unanimidade.
No meio do expediente de trabalho, Sansão sofreu outro grave acidente. Garganta logo convenceu os animais de que conhecia um grande veterinário na cidade que poderia salvar Sansão. Depois de alguns dias, chegou um caminhão na granja e os porcos disseram que era o veterinário que iria levar Sansão para a cidade e assim, poder ajuda-lo. Aquela situação deixou todos muito estressados, mas garganta sempre conseguia dar uma explicação plausível para todas as dúvidas que pudesse existir, até porque, quem seria o ignorante que duvidaria de um dos grandes líderes da granja?
Quando Sansão e o homem já estavam dentro do caminhão, Benjamin, um burro velho e grande amigo de Sansão, leu em voz alta: “Alfred Simmonds, matadouro de cavalos”. Todos os bichos começaram a correr atrás do automóvel, mas já era tarde demais. Três dias depois, Garganta deu a notícia que Sansão não havia resistido e morreu no hospital veterinário. Alguns animais questionaram a questão do nome “matadouro” no caminhão do veterinário, todavia, Garganta explicou que o antigo dono daquele caminhão era sim um trabalhador do matadouro, mas ele tinha sido vendido para o veterinário e ele não tinha tido tempo para cobrir o nome. Aquela sensata explicação de Garganta, tirou um grande peso dos animais o deixando bem mais aliviados.
Naquele mesmo dia, alguns parceiros comerciais e outros homens que os bichos nunca tinham visto na vida, apareceram para jantar na casa dos porcos. Além da grande refeição, os animais viram uma grande caixa cheia de whisky na entrada da casa. Todos ficaram se perguntando como tinham conseguido o dinheiro para arranjar tanta coisa.
	Muitos anos se passaram, grande parte dos animais tinham morrido e muitos outros tinham nascido. Os mais antigos já haviam esquecido de seus antigos companheiros, os únicos que não esqueciam de nada eram os porcos. Garganta estava tão gordo que não conseguia abrir os próprios olhos. Napoleão virou um bebum de pelo menos cento e cinquenta quilos.
Com novos animais na granja, ela estava bem mais organizada que antes, o moinho foi abandonado mas haviam novas construções, Napoleão comprou mais um pedaço de terra da fazenda vizinha e toda vez que se pronunciava era apenas para dizer: “A verdadeira felicidade é trabalhar bastante e viver frugalmente”
Os animais tinham no pensamento que era como toda a fazenda, os cachorros e os porcos, tivessem enriquecido, menos eles que trabalhavam todos os dias, de domingo a domingo.
Certo dia, após uma jornada intensa de trabalho, os bichos estavam voltando para o celeiro, quando Garganta apareceu sobre duas pernas na porta da casa grande e um chicote na mão. Todos os bichos ficaram surpresos, até que ele foi seguido por todos os porcos na mesma posição que ele e todos estavam falando a mesma frase: “Quatro pernas bom, duas pernas melhor!”
Benjamin e Quitéria, uma velha égua que estava na granja desde o inicio da revolução, logo correram para dentro do celeiro para ler os mandamentos e ver se realmente tudo aquilo era verdade. Quando chegaram, todos os mandamentos tinham sido apagados e só havia uma frase escrita: “Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros”
Depois daquele dia, os bichos não estranharam mais nada vindo dos porcos. Garganta e Napoleão agora tinham rádio, assinaturas em revistas, fumavam cachimbo e ainda se apossaram das antigas roupas do sr.Jones.
Um dia, apareceu na granja o parceiro comercial e vizinho do lado para ver como andavam as coisas por ali. Garganta e Napoleão o acompanharam sobre duas pernas, vestidos e com um cachimbo na boca. O vizinho ficou na fazenda até a noite, quando foram todos jantar na casa grande. Os animais não perderam a oportunidade de ficar espiando pela janela da cozinha. Parecia ser uma grande festa, tinha muita comida, bebida e vários tipos de charutos para eles escolherem. Depois de algum tempo, os animais se cansaram e iam se afastando em silêncio. Andaram poucos metros e começaram a escutar gritos e barulhos de dentro da casa. Quando chegaram a janela, todos estavam gritando e se batendo. Os bichos olhavam aqueles que estavam ali dentro e não conseguiam saber quem era homem e quem era porco.