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Sistemas Econômicos Parte2 Economia Universidade Veiga de Almeida (UVA) 18 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 21 A DEMANDA POR UM BEM E O PREÇO DOS OUTROS BENS Neste caso não se tem uma relação geral, já que o aumento do preço do bem y pode aumentar ou diminuir a demanda do bem x. A reação depende do tipo de relação existente entre os dois bens. Esta relação dá origem a dois novos conceitos: bens substitutos e bens complementares. Bens Substitutos : O aumento de um produto não interfere na satisfação do consumidor, que imediatamente tem a possibilidade de substituí-lo por um outro. Exemplo: manteiga e margarina, cinema e locação DVD, carne de frango e carne de vaca, cerveja e refrigerantes. Bens Complementares : O aumento no preço de um deles ocasiona uma redução na quantidade demandada do outro. Exemplo: gasolina e óleo para motor, camisa social e gravata, sapato e meia, pão e margarina, computador e software BENS SUBSTITUTOS: São aqueles que guardam uma relação de substituição, de maneira que ou se consome um ou outro. Por exemplo: manteiga e margarina; locação de um DVD e entrada ao cinema; guaraná Antarctica e guaraná Brahma; Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 22 Então, quando dois bens são substitutos um aumento no preço de um, provoca elevação na quantidade demandada do outro. Considerando manteiga e margarina dois bens substitutos, um aumento do preço da manteiga, eleva a demanda por margarina, já que o consumidor pode substituir o bem relativamente mais caro por outro mais barato. Neste caso, tem-se um deslocamento da curva de demanda, e não ao longo dela, pois variou o preço da manteiga e não o da margarina. O deslocamento da curva ocorre, pelo fato da variável que provocou o aumento na demanda por margarina, ser implícita (o contrário do preço da margarina, que aparece explicitamente no gráfico da curva de demanda). OBSERVAÇÃO: Esta análise de bens substitutos supõe que os bens possuem a mesma qualidade, de modo que possuindo a mesma qualidade o consumidor jamais consumiria um bem mais caro se existisse um substituto mais barato de qualidade similar. Porém, na realidade, em muitas situações os substitutos possuem qualidade diferenciada, por isso que muitas vezes o consumidor consome um bem mais caro, mesmo existindo um substituto mais barato. Além da qualidade, a fidelidade pela marca, às vezes leva o consumidor a preferir um determinado bem, mesmo existindo um substituto mais em conta BENS COMPLEMENTARES: existem ainda aqueles que, em geral, são consumidos conjuntamente. Por exemplo: gasolina e óleo para motores; pneu e câmara; automóveis e gasolina Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 23 Então, quando dois bens são complementares, um aumento no preço de um, provoca queda na quantidade demandada do outro. Sendo x e y dois bens complementares, um aumento do preço do bem y, diminui a demanda pelo bem x, tendo em vista, que os bens são consumidos simultaneamente. De maneira similar a anterior, tem-se um deslocamento da curva de demanda, e não ao longo dela, pois variou o preço do bem y e não do bem x. E a queda na quantidade demandada do bem x foi decorrida do aumento do preço do bem y, pelo fato deles serem bens complementares. Considere feijão e arroz como bens complementares, deste modo um aumento no preço do arroz, provocará queda na demanda por feijão, deslocando a curva de demanda por feijão para baixo. A DEMANDA POR UM BEM E A RENDA DO CONSUMIDOR Quando a renda do consumidor varia, o mesmo não irá alterar a demanda por todos os bens que consome. Suponha que a renda do consumidor tenha um amento. Sendo assim, pode-se notar que ao aumentar seu poder aquisitivo, o consumidor poderá aumentar a demanda por alguns bens, manter constante a demanda por outros e até diminuir a procura por determinado bem. BEM NORMAL: é chamado de bem normal aquele bem que sofre aumento na demanda em função de um aumento na renda do consumidor. Por exemplo: bens de consumo supérfluo, tais como, automóveis, eletrodomésticos, vestuário, sapatos etc. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 24 Normalmente, em fases de expansão econômica, em que a renda da população costuma melhorar, o consumo de tais bens cresce. BEM DE CONSUMO SACIADO: o bem é de consumo saciado quando o consumidor não altera a demanda por este em razão de um aumento na renda. Se isto ocorrer, é porque o consumidor já está consumindo a quantidade suficiente, por isso, a expressão “consumo saciado”. Neste caso, pode-se destacar os bens de primeira necessidade (cesta básica), bens de higiene pessoal. BEM INFERIOR: existem ainda aqueles bens que sofrem queda na sua demanda quando a renda do consumidor aumenta. Quando isto ocorre diz-se que o bem é inferior, já que o consumidor deixa de consumi-lo quando seu poder aquisitivo melhora. Um exemplo clássico deste tipo de bem é a carne de segunda Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 25 A DEMANDA POR UM BEM E AS PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR As preferências do consumidor podem ser modificadas em razão de vários fatores: clima, propaganda, campanhas promocionais, fatores culturais e religiosos, preços etc. Modificações nas preferências podem elevar ou diminuir a demanda por um bem. Ou seja, a relação entre as preferências e a demanda pode ser inversa ou direta. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 26 TEORIA DA OFERTA A Teoria da Oferta muda o foco da análise, pois o vendedor vai ao mercado com a meta de obter o maior lucro possível. Neste cenário o vendedor (uma empresa) pode se deparar com uma restrição importante: a produção de bens e serviços requer a utilização de recursos produtivos, e essa quantidade depende do padrão tecnológico utilizado pela firma(capital, trabalho, capacidade empresarial etc. Fonte: Lacombe (2004). ) e do próprio preço praticado no mercado. Assim, podemos definir oferta como sendo a quantidade de um bem ou serviço que os produtores (vendedores) desejam produzir (vender) por unidade de tempo. Observamos que a oferta é um desejo, uma aspiração. Logo, a quantidade ofertada de um bem ou serviço refere-se à quantidade que os vendedores querem e podem vender. Dessa maneira, existeuma associação de comportamento dos preços com o nível de quantidade ofertada, ou seja, a quantidade ofertada aumenta à medida que o preço aumenta e reduz quando o preço se reduz. Logo, a quantidade ofertada está positivamente relacionada com o preço do bem e serviço, como podemos verificar na Figura 6: Figura 6: Curva de oferta Fonte: Elaborada pelos autores Conheça agora as variáveis que podem deslocar a curva da oferta como um todo: � disponibilidade de insumo; � tecnologia; � expectativa; e � número de vendedores. Veja na Figura 7 este deslocamento que estamos nos referindo. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 27 DEFINIÇÃO DE OFERTA: A quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam vender por unidade de tempo. Similar a demanda, a oferta de um bem depende de inúmeros fatores: Do seu próprio preço (Px); Dos preços dos fatores de produção (FP); Dos objetivos e metas do empresário. Do preço dos outros bens. Será analisado mais detalhadamente o que ocorre com a oferta de um bem quando se modificam as duas primeiras variáveis. A análise será semelhante a anterior, isto é, será visto o efeito isolado de cada variável, de forma que ao analisar o impacto de uma determinada variável sobre a oferta, as demais são consideradas constantes. A OFERTA DE UM BEM E O SEU PREÇO Vimos que o preço para o consumidor representa o custo de aquisição do bem ou serviço, e por isto quanto maior este, menor será o estímulo do consumidor em adquirir o bem (ou serviço). Por outro lado, o preço para o produtor (vendedor) é uma receita, já quanto maior o preço do bem (ou serviço) que negocia, maior será seu faturamento e com isso a possibilidade de realizar lucro. Desta forma, enquanto o preço possui uma relação inversa com a quantidade demandada, sua relação com a quantidade ofertada é direta (crescente). Isto significa que aumentos de preços estimulam a oferta do bem e, por outro lado, quedas no preço desestimulam a oferta do bem. Como o preço para o produtor (vendedor) é uma receita, aumentos de preço (tudo o mais constante) elevarão seu faturamento e vice-versa. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 28 A curva que exibe a relação direta entre preço e quantidade ofertada é denominada de CURVA DE OFERTA e possui o formato ao lado. Veja que diferentemente da curva de demanda, quanto maior o preço, maior será a quantidade ofertada e quanto menor for este, menor será também a quantidade ofertada. Do mesmo jeito da demanda, modificações no preço provocam deslocamentos ao longo da curva de oferta. Por outro lado, se a oferta for alterada por qualquer outro fator que não seja alteração no preço do bem, a própria curva se deslocará. A OFERTA DE UM BEM E O PREÇO DOS FATORES DE PRODUÇÃO Enquanto o preço do bem representa uma receita para quem o produz (vende), o preço dos fatores de produção representa o custo de produzi- lo. Por exemplo: o preço do pão para quem o produz (vende) representa uma receita, por outro lado, o preço da farinha de trigo e do salário do padeiro, representam custo para quem produz (vende) o pão Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 29 Desta forma, aumentos no preço dos fatores de produção, tudo o mais constante, provocam queda na oferta do bem (tendo em vista que o custo de produção se elevará). Por outro lado, se o preço dos fatores de produção sofre diminuição, tudo o mais constante, levará a um aumento na oferta do bem (já que o custo de produção cairá). Neste caso, como o fator que está afetando a oferta é alterações no preço dos fatores de produção (e não no preço do bem), a curva de oferta se deslocará, para cima ou para baixo. Agora você já conhece as mais diferentes condutas dos consumidores (demanda) e dos produtores (oferta) em separado. Vamos combiná-las para, numa interpretação conjunta, identificarmos como se determinam a quantidade e o preço de equilíbrio de um bem ou serviço vendido no mercado? Esta intersecção das curvas de oferta e de demanda identifica o ponto em que tanto os consumidores quanto os produtores se encontram satisfeitos e dispostos a agir. É nesse ponto que temos o equilíbrio de mercado, veja na Figura 8. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 30 Com base na Figura 8, podemos perceber que em qualquer situação fora do ponto de equilíbrio temos um desequilíbrio. Caso a oferta seja superior à demanda, há excesso de oferta, e caso a demanda seja maior que a oferta, há excesso de demanda. Note que o processo de ajuste ocorre sempre via preços, ou seja, a quantidade ofertada ou demandada é a variável dependente, e os preços, a variável independente. No contexto discutido, temos uma afirmação-chave: preço e quantidade de equilíbrio dependem da posição das curvas de oferta e demanda. Quando, por algum motivo, uma dessas curvas se desloca, o equilíbrio do mercado muda. Na Teoria Econômica, essa análise é conhecida como estática comparativa, porque envolve a comparação de duas situações estáveis – um equilíbrio inicial e um novo equilíbrio. TENDÊNCIA AO NÍVEL DE EQUILÍBRIO: LEI DA OFERTA E PROCURA Desequilíbrios ocorrem: Quando há excesso de oferta, ou seja, os produtores desejam ofertar uma quantidade maior que a quantidade desejada pelos consumidores. Quando há excesso de demanda, ou seja, os consumidores desejarem consumir uma quantidade maior que aquela ofertada pelos produtores (conhecida como escassez). Vejamos agora como tais desequilíbrios são corrigidos. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 31 EXCESSO DE OFERTA Preços acima do preço de equilíbrio (P0) geram excesso de oferta, isto é, para qualquer preço acima de P0 os produtores desejarão vender uma quantidade maior do que a que os consumidores desejarão comprar (Qo > Qd). Desse modo, como está se trabalhando numa economia concorrencial, o excesso de oferta será sanado da seguinte forma: os vendedores acumularão estoques não planejados e terão que diminuir seus preços, concorrendo pelos escassos consumidores. Então o preço vai caindo até chegar no ponto E, onde o equilíbrio é restabelecido. EXCESSO DE DEMANDA Por outro lado, preços abaixo de P0 geram excesso de demanda, isto é, para qualquer preço abaixo de P0 os consumidores desejarão comprar uma quantidade maior do que a que os produtores desejarão vender (Qd > Qo). Desse modo, como está se supondo que a economia é perfeitamente competitiva, o excesso de demanda será sanado da seguinte forma: os consumidores que desejarem realmente comprar, estarão dispostos a pagar mais pelos produtos escassos. Então o preço vai aumentando até chegar no ponto E, onde o equilíbrio é restabelecido. Documentshared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 32 CONCLUSÃO: Numa economia concorrencial (com muitos pequenos produtores e compradores) desequilíbrios de mercado serão corrigidos via preços, de modo que estes sempre se alterarão para restabelecer o equilíbrio de mercado. Mas, se a economia for oligopolizada (pequeno grupo de grandes produtores dominarem o mercado), desequilíbrios de mercado não serão necessariamente corrigidos via preços, mas também por meio do ajuste das quantidades. Por exemplo: em caso de excesso de oferta, suspende- se a produção ao invés de baixar o preço (indústria automobilística). MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO: Para entendermos este tópico é necessário que tenhamos entendido tudo que foi visto anteriormente, já que agora juntaremos tudo que vimos até o momento. Todas as vezes que algumas daquelas variáveis que afetam a demanda (preço dos outros bens, preferências, renda) ou a oferta (preço dos fatores de produção) se alterarem, o ponto de equilíbrio se deslocará. Veremos agora um exemplo, primeiro supondo uma mudança na demanda e depois supondo uma mudança na oferta. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 33 Mudança no ponto equilíbrio da economia devido a um deslocamento na demanda Considerando um bem normal, um aumento na renda do consumidor provoca ampliação na sua demanda. Sendo assim, a curva de demanda se desloca para cima. Ao nível de preços P0, os consumidores desejarão consumir Q1, mas os produtores desejarão ofertar apenas Q0. Para resolver este problema o nível de preços terá que aumentar, o que estimulará os produtores a ofertarem mais. À medida que o nível de preços vai aumentando, os produtores desejarão vender mais e os consumidores desejarão consumir menos (já que o aumento dos preços faz seu poder aquisitivo cair). Este processo se prolonga até o novo ponto de equilíbrio E2, no qual ocorre novamente coincidência de interesses das duas partes. Mudança no ponto de equilíbrio da economia devido a um deslocamento da oferta Uma queda no preço nos fatores de produção, ao tornar o custo de produção menor, estimula o seu aumento, desse modo, a curva de oferta se desloca para baixo. Nessa situação os produtores desejarão ofertar Q1, mas os consumidores, ao nível de preços P0, só desejam consumir Q0. Para equalizar a situação, o preço vai caindo até a economia encontrar um novo ponto de equilíbrio (E2), isto é, onde ocorre novamente coincidência de interesses das duas partes. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 34 ELASTICIDADES Foi visto que mudanças nos preços dos bens, tudo o mais constante, provocam mudanças nas quantidades demandadas e ofertadas. Estas mudanças mudam de bem para bem, ou seja, há bens que são mais sensíveis há modificações nos preços que outros. A elasticidade serve para mostrar o grau em que a quantidade demandada e ofertada responde a uma variação nos preços. Elasticidade, em sentido genérico, é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra (considerando tudo o mais constante). Este foi um conceito que a economia importou da física. Pode-se destacar os seguintes tipos de elasticidade: elasticidade-preço da demanda: é a variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual no preço do bem. Mostra em quanto varia a demanda pelo bem, quando seu preço varia; elasticidade-renda da demanda: a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual na renda do consumidor. Mostra em quanto varia a demanda por um bem, quando varia a renda do consumidor; elasticidade-preço cruzada da demanda: é a variação percentual na quantidade demandada de um bem, dada a variação percentual no preço de outro bem. Em outras palavras, mostra em quanto variou a demanda pelo x, em decorrência da modificação no preço do bem y; elasticidade-preço da oferta: é a variação percentual na quantidade ofertada, dada a variação percentual no preço do bem. Mostra em quanto varia a oferta do bem, quando seu preço varia. De maneira especial, será analisado mais detalhadamente a elasticidade- preço da demanda. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 35 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA Conforme já mencionado anteriormente, a elasticidade-preço da demanda busca mostrar o grau da variação na quantidade demandada, quando o preço do bem varia. Pode-se destacar cinco tipos de modificação no grau da quantidade demandada quando o preço do bem varia: Modificações no preço do bem podem provocar grandes alterações na quantidade demandada; Modificações no preço do bem podem provocar pequenas alterações na quantidade demandada; Modificações no preço do bem podem provocar nenhuma alteração na quantidade demandada; Modificações no preço do bem podem levar a quantidade demanda a zero; Modificações no preço do bem podem provocar grandes alterações de igual magnitude na quantidade demandada. DEMANDA ELÁSTICA: Neste caso, variações no preço provocam grandes variações na quantidade demandada. Quanto mais horizontalizada for a curva de demanda, maior a sua elasticidade- preço. Bens com esta característica, são bens com substitutos e não fidelizados pelo consumidor. DEMANDA INELÁSTICA: Neste caso, variações no preço provocam pequenas variações na quantidade demandada. Quando mais verticalizada for a curva de demanda, menor a sua elasticidade-preço. Bens com esta característica, são bens sem substitutos, ou fidelizados pelo consumidor. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 36 DEMANDA TOTALMENTE ELÁSTICA: Nesta situação os consumidores são totalmente sensíveis a modificações nos preços, de modo que se o preço cobrado for maior do que P0, os consumidores não consumirão o bem. Isto só ocorre se os bens forem substitutos perfeitos (vários vendedores vendendo um bem exatamente igual). DEMANDA TOTALMENTE INELÁSTICA: Ao contrário da situação anterior, neste caso os consumidores são totalmente insensíveis a modificações nos preços, de modo que independentemente do preço que se cobrar, ele irá demandar a quantidade Q0. Isto ocorre, se o bem não possuir substituto e seu consumo for indispensável. SISTEMA INFLACIONÁRIO Conceito de inflação: É definida como um aumento persistente e generalizado dos índices de preços, ou seja, os movimentos inflacionários são aumentos contínuos de preços, e não podem ser confundidos com altas esporádicas de preços, devidas às flutuações sazonais, por exemplo. As fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país, como por exemplo: Tipo de estrutura de mercado ( oligopolista, monopolista, etc.). Grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta à economia à competiçãoexterna, maior a concorrência interna entre fabricantes, e menores os preços dos produtos. Estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade, e maior pressão sobre os preços. Inflação de demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços. A probabilidade de ocorrer inflação de demanda aumenta quando a economia está produzindo próximo do pleno emprego de recursos. Nessa situação, aumentos de demanda agregada de bens e serviços, com a economia já em plena capacidade, conduzem a elevações de preços, principalmente em setores de insumos básicos. Para combater um processo inflacionário de demanda, a política econômica deve basear-se em instrumentos que provoquem uma redução da procura agregada por Document shared on www.docsity.com Downloaded by: amanda-vieira-saraiva (amanda.saraiva@mercadolivre.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Apostila Sistemas Econômicos – Prof. Silvio Donizete de Freitas 37 bens e serviços (redução dos gastos do governo, aumento da carga tributária, arrocho salarial, controle de crédito, aumento das taxas de juros). Inflação de custos: A inflação de custos poder ser associada à inflação tipicamente de oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam. Com isso, ocorre uma retração da produção, deslocando a curva de oferta para trás, provocando um aumento de preços no mercado. As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são: Aumentos salariais: Um aumento das taxas de salários que supere os aumentos na produtividade da mão de obra acarreta um aumento dos custos unitários de produção, que são normalmente repassados aos preços dos produtos. Aumentos do custo das matérias primas: Por exemplo, as crises do petróleo da década de 70, ao elevar sensivelmente os preços dessa matéria primam, provocaram um brutal aumento nos custos de produção, em particular nos custos de transporte e de energia com base no diesel. Estruturas de mercado: A inflação de custos também está associada ao fato de algumas empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio, terem condições de elevarem de elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção. Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação Uma das distorções mais sérias provocadas pela inflação diz respeito à redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, com prazos legais de reajustes. Nesse caso estão os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos, até a chegada de um novo reajuste. Os comerciantes, industriais e o próprio Governo têm condições de repassar os aumentos de custos provocados pela inflação, garantindo, assim, a participação de sua parcela no produto nacional. A distorção provocada por altas taxas de inflação, afeta também o balanço de pagamentos. As elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao produzido externamente. Assim devem provocar um estímulo as importações e um desestímulo as exportações, diminuindo o saldo da balança comercial, normalmente lançam mão de desvalorizações cambiais, as quais, tornando a moeda nacional mais barata relativamente à moeda estrangeira, podem estimular a colocação de nossos produtos no exterior, ao mesmo tempo em que desestimulam as importações. Nas finanças públicas, a inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal do governo, pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto. Maior a inflação, menor a arrecadação real do governo. BIBLIOGRAFIA Hobsbawn, Eric (1994). A Era dos Extremos. São Paulo: Ed. Companhia das Letras. EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de Economia. São Paulo, Saraiva, 2004 HUGON, Paul. História das Doutrinas Econômicas. Ed. Atlas. São Paulo, 1992. 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