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III Simpósio Micológico do Semiárido (SIMS) Juazeiro-BA/Petrolina-PE, Brasil. 12 a 15 de setembro de 2017 CONTROLE DE FUNGOS EM CULTURA DE TECIDOS COM ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA E TÉRMICA Cinthia Carolinne de Souza Ferreira1, Joselita Cardoso de Souza², Cristiane Domingos da Paz3, Pedro Alves Ferreira Filho4, Brenda Lima Ribeiro5 Kalline Mendes Ferreira6 1Mestranda em Agronomia, PPGHI/UNEB, Juazeiro- BA, cinthiaagro@gmail.com, 2PhD., professora, UNEB/DTCS, Campus III-Juazeiro- BA, jocsouza@uneb.br; 3PhD., professora, UNEB/DTCS, Campus III-Juazeiro- BA , dapazcd@yahoo.com, com , 4Mestrando em Ciência Animal , UNIVASF, Petrolina-PE, pedro.alves.19@hotmail.com;5Discente do Curso de Agronomia, DTCS/UNEB, Juazeiro-BA, brenda.lima938@gmail.com; 6 Mestranda em Agronomia, PPGHI/UNEB, Juazeiro- BA, kmf.agronomia@gmail. RESUMO O presente trabalho baseou-se nos protocolos de controle térmico e esterilização química com uso de hipoclorito de sódio, em que foram realizadas adaptações a fim de controlar a contaminação microbiana em cultivo in vitro. Os tratamentos corresponderam à esterilização na água, vidrarias e meio, alternando os procedimentos, com objetivo de identificar e controlar os contaminantes do cultivo in vitro. O meio esterilizado quimicamente com NaClO e termicamente apresentaram respostas positivas na inibição da ação de fúngica. O mesmo ocorreu com as vidrarias e água esterilizadas com NaClO, sem necessidade de adição do cloro ativo no meio. Quando não se esterilizou o meio no autoclave ocorreu 100% de contaminação causada por fungos. PALAVRAS CHAVES: Assepsia; Métodos alternativos; Contaminantes. CONTROL OF FUNGI IN TISSUE CULTURE WITH CHEMICAL AND THERMAL STERILIZATION ABSTRACT: The present work was based on the protocols of thermal control and chemical sterilization using sodium hypochlorite, in which adaptations were made in order to control the microbial contamination in vitro culture. The treatments corresponded to the sterilization in the water, glassware and medium, alternating the procedures, in order to identify contaminating sources of in vitro culture. The medium chemically sterilized with NaClO and thermally showed positive responses in the inhibition of fungal action. The same occurred with the glassware and water sterilized with NaClO, without the need of adding the active chlorine in the medium. When the medium was not sterilized in the autoclave 100% of fungus contamination occurred. KEY-WORDS: Alternative methods; Biocide, Contaminants. mailto:dapazcd@yahoo.com mailto:kmf.agronomia@gmail . INTRODUÇÃO A cultura de tecidos é a área da biotecnologia que compreende vários métodos de propagação vegetal em laboratório, amplamente utilizada como ferramenta de estudo do metabolismo, fisiologia, desenvolvimento e reprodução de plantas com propriedades desejáveis, tais como resistência a pragas e acúmulo de substâncias ativas de interesse comercial (LAKSHMANAN et al., 2005). O estudo das contaminações microbianas na cultura de tecidos atende uma forte demanda relacionada aos processos de boas práticas de laboratório e contribui para preencher algumas lacunas encontradas na área de biotecnologia vegetal referente aos problemas de contaminação in vitro (SCHERWINSKI & PEREIRA, 2010), uma vez que esta é o fator determinante para o êxito ou não desta prática, sendo responsável por perdas significativas em biofábricas e laboratórios de pesquisa (DANTAS et al., 2002, DONATO et al., 2005). A contaminação deve-se principalmente, à presença de microrganismos oportunistas ou patogênicos, que penetram nos tecidos ou podem estar presentes no explante, se desenvolvendo no meio de cultura devido a desinfestação ineficiente, ou ainda, pela entrada de microrganismos após o estabelecimento do explante devido ao manuseio incorreto durante as subculturas (LONDE et al., 2007, PANICKER et al 2007). Em que a contaminação por fungos é mais fácil de ser controlada por se desenvolver nas primeiras etapas do estabelecimento in vitro e ser de fácil visualização. O trabalho teve como objetivo identificar a contaminação causada por fungos no meio nutritivo e a eficiência da esterilização térmica e química com hipoclorito de sódio na água, vidraria e no meio de cultura no controle destes patógenos. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia da Universidade do Estado da Bahia UNEB, Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais, Campus III. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos e quatro repetições ,os tratamentos foram: T1-Controle térmico (Água, vidrarias e meio autoclavados), T2- Controle químico (Água, vidrarias e meio esterilizados com NaClO), T3- Controle térmico (Água, vidrarias autoclavados e meio sem autoclavar), T4- Controle químico ( Água, vidrarias esterilizados com NaClO e meio sem esterilização), T5- Controle térmico (Água, vidrarias sem autoclavar e meio autoclavado), T6- Controle químico (Água, vidrarias sem esterilizar e meio esterilizado com NaClO). A água, vidrarias e meio foram esterilizados conforme o tratamento, no controle térmico a água e as vidrarias foram autoclavadas por 40 minutos a temperatura de 120 °C com 1Kgf cm², enquanto o meio foi esterilizados nas mesmas condições de temperatura por 20 minutos. No tratamento químico a esterilização química com hipoclorito de sódio, da água, vidrarias e meio de cultura seguiu o protocolo de Teixeira (2008). O meio nutritivo, da fase de enraizamento, foi constituído dos sais inorgânicos de MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), vitaminas de White (WHITE, 1943), 100 mg L-1 de i-inositol, 30 g L-1 de sacarose, e 10 g L -1 de ágar como agente de solidificação do meio. O pH do controle, autoclavado foi ajustado para 5,7 ± 1, nos tratamento esterilizados quimicamente aferiu-se o pH em 6,0 ± 1, após 15 minutos da adição de 0,003 % NaClO no meio. O meio foi distribuído em frascos de cultura na câmara de fluxo laminar, e foram observados diariamente, durante 30 dias, afim da constatação de indícios de contaminação fúgica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados referentes à presença de contaminação podem ser observados na tabela 1. O tratamento térmico em que somente as vidrarias e a água foram esterilizadas apresentou 100% de contaminação, 48 horas após a distribuição do meio. Tabela 1- Percentagem de contaminação em diferentes procedimentos de esterilização Este resultado demonstra a necessidade de autoclavagem do meio de cultura, porque apenas a autoclavagem da água e vidrarias não é suficiente no controle da contaminação fúngica. Por outro lado, a esterilização química da agua e vidrarias foi eficiente na eliminação desses patógenos sem a necessidade de adição do NaClO ao meio de cultura. A esterilização do meio de culturas e a não esterilização da água e vidrarias proporcionou a eliminação dos microrganismos tanto na esterilização química quanto na térmica. Em princípio, são determinadas quatro fontes de contaminação: a fonte de explante, meio nutritivo, o ambiente e a habilidade do operador (SOUZ al.,2008). Uma das causas de contaminação por fungos está relacionada a cuidados no ambiente. Mesmo com cuidados com assepsia, em biofábricas brasileiras já foram registradas porcentagens de contaminação superiores a 30% causadas tanto por fungos como por bactérias (OLIVEIRA et al., 2000). Souza (2008) verificou em seu experimento de propagação in vitro de Cattleya walkeriana e Schomburgkia crispa (orquídeas), que com algumas medidas de limpeza na prática e na manipulação houve considerável redução na contaminação microbiana. A contaminação estabelece-se no meio de cultura ou no explante competindo pelos nutrientes, além de produzir substâncias tóxicas e inibir o desenvolvimento do material inoculado, podendo resultar na sua perda. CONCLUSÕES Tratamentos ContaminaçãoT1 - Controle térmico (Vidrarias, água e meio esterilizados) 0% T2- Controle químico (Vidrarias, água e meio esterilizados) 0% T3- Controle térmico (Somente água e vidrarias esterilizadas) 100% T4- Controle químico (Somente água e vidrarias esterilizadas) 0% T5- Controle térmico (Somente o meio esterilizado) 0% T6-Controle químico (Somente o meio esterilizado) 0% Apenas a esterilização da vidraria e água com NaClO foi suficiente para controlar a contaminação fúngica, sem necessidade de esterilizar o meio nutritivo . Em contra partida somente a esterilização do meio foi eficiente no controle de contaminantes tanto na esterilização química quanto na térmica. Demostrando a vantagem de redução de custos, tempo na execução da técnica e potencial significativo no controle de fungos no cultivo in vitro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DANTAS, S.A.F.; OLIVEIRA, S.M.A; CÂMARA, T.R. 2002. Contaminação microbiana no cultivo in vitro de plantas. Revisão Anual de Patologia de Plantas, ed. 10: p. 391-403, 2002. DONATO, V.M.T.S.; ANDRADE, A.G.; TAKAKI, G.M.C.; MARIANO, R.L.R.; MACIEL, G.A. Plantas de cana-de-açúcar cultivadas in vitro com antibióticos. Ciência e Agrotecnologia, v. 29, p. 134-14, 2005. LAKSHMANAN, P. Sugarcane biotechnology: the challenges and opportunities. In Vitro Cellular & Developmental. Biology-Plant, v. 41, n. 4, p. 345-363, 2005. LONDE, L.N.; SOUSA, C.S.; VIEIRA, C.U.; BONETTI, A.M.; KERR, W.E. Efeito do benomyl e identificação de fitopatógenos em meio MS para controle da contaminação na micropropagação de Anacardium humile (Anacardiaceae). Bioscience Journal. v. 23, p. 94-100, 2007. MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bio assays with tobacco tissue cultures. Physiology Plant, v. 15, p. 473-497, 1962. OLIVEIRA, R. P. 2000. Efeito da desinfestação e do uso de meios de indicadores de contaminação na micropropagação de bananeira. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 22, n. 1, p. 57-61, 2000. PANICKER, B.; THOMAS, P.; JANAKIRAM, T.; VENUGOPALAN, R.; NARAYANAPPA, S.B. Influence of cytokinin levels on in vitro propagation of shy suckering chrysanthemum “Arka Swarna” and activation of endophytic bacteria. In Vitro In vitro cellular & Developmental Biology, v. 4, p. 614-622, 2007. SCHERWINSKI-PEREIRA, JONNY EVERSON SCHERWINSKI PEREIRA. Contaminações microbianas na cultura de células, tecidos e órgãos de plantas. Embrapa Informação Tecnológica, 2010 SOUSA, G.C. Contaminação microbiana na propagação in vitro de Cattleya walkeriana e Schomburgkia crispa. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 1, p. pg. 405-407, 2008. TEIXEIRA, S.L; RIBEIRO, J.M.; TEIXEIRA, M.T. Utilização de hipoclorito de sódio na esterilização de meio de cultura para multiplicação in vitro de Eucalyptus pellita L. Ciência Florestal, v. 18, n. 2, p. 185-191, 2008. WHITE P.R. Nutrient deficiency studies and an improved inorganic nutrient medium for cultivation of excised tomato roots. Growth, v. 7, p. 53-65, 1943.
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