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Sistema Endócrino Diabetes Mellitus • Diabetes Insipidus→ Normoglicemia – ADH: ↪ Central→ hipotálamo e hipófise; ↪ Nefrogênico→ túbulo coletor distal. • Diabetes Mellitus→ Hiperglicemia: • Tipo 1 – insulina dependente em humanos jovens; • Tipo 2 – Idosos, pâncreas envelhecido: ↪ Maior parte é pra digestão. Homeostase da glicose • Hormônios contrarregulatórios; • Ilhotas de Langerhans: ↪ Células Beta são produtoras de insulina; ↪ Células Alfa produtoras de glucagon; ↪ Células Delta produtoras de somatostatina. • Cerca de 80% do pâncreas é exócrino→ produtor de amilase; • Insulina é hipoglicemiante→ glicose entra nas células; • Glucagon, catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), glicocorticóides (cortisol ou cortisona) e GH são hiperglicemiantes; • Manutenção de vida→ necessário hiperglicemia para fuga; • Hipoglicemia→ convulsão, apatia, tremores musculares… Diabetes em idosos • Resistência à ação da insulina→ pâncreas secreta insulina porém em quantidade pequena ou há alguma barreira que impede a sua ação; Insulina x Anabolismo • Músculo→ glicose é usada imediatamente ou síntese de proteínas nas organelas; • Fígado→ glicose é usada imediatamente (glicogênese) ou armazenamento, estocada em forma de glicogênio; • Tecido adiposo→ glicose é convertida em ácidos graxos livres ou triglicerídeos; • Se a insulina não está agindo corretamente diminui também o armazenamento, então o diabético não possui muita reserva energética • 138 a 140 ATPS provindos da quebra de triglicerídeos; • 36 a 38 ATPS provindos da glicose. Definição Diabetes Mellitus • “...É a deficiência relativa ou absoluta da insulina pelas células Beta pancreáticas e subsequente hiperglicemia e glicosúria persistentes...” • “...Doença metabólica secundária a deficiência relativa ou absoluta de insulina, que se caracteriza por hiperglicemia pós jejunal e pela tendência a desenvolver catabolismo proteico e lipídico...” Sintomas • Glicosúria→ excesso de glicose que impede sua absorção total nos túbulos proximais; • Poliúria→ Glicose possui poder osmótico dificulta a reabsorção de água nos túbulos, aumentando o volume de urina; • Polidpsia→ Mecanismo compensatória pelo volume de água perdido na urina; • Perda de peso→ pelo catabolismo; • Polifagia→ insulina age no centro da saciedade, sem ela o animal sente fome o tempo inteiro; ❖ Um sinal de que o tratamento está fazendo o efeito desejado é o animal estabilizar ou ganhar peso. Mecanismo da insulina • GLUT→ Canal transportador de glicose, é sinalizado pela fosforilação e depende da insulina para abrir e permitir que a glicose penetre nas células. Etiologia • Componente genético e hereditário; • Componente imunomediado (céls beta)→ insulinite imunemediada; • Fatores de resistência insulínica (R. I.): ↪ Obesidade; ↪ Infecções/Inflamações (citocinas modificam a morfologia do receptor); ↪ Neoplasias; ↪ Endocrinopatias concomitantes; ↪ Pancreatopatias; ↪ Dor crônica (adrenalina e cortisol). • Insulina não consegue acoplar nos receptores ou não ocorre a fosforilação→ sinalização; • Em obesos já há uma grande quantidade de triglicerídeos (estocagem de energia), os adipócitos conseguem impedir a fosforilação, os receptores não abrem para não acumular mais gordura. Impede a ação da insulina→. Hiperglicemia→ Pâncreas aumenta a produção de insulina gerando exaustão em um longo período de tempo. DM em cães – “tipo 1 humano” • Genética + insulinite imunemediada; • Idade→ 4 a 12 anos, média de 7 a 9 anos; • Predisposição→ fêmeas 2:1 macho; • Raças→ Shnauzer e Poodle são os mais acometidos; • Cadelas não castradas podem ter resistência insulínica causada pela progesterona→ somente durante o ciclo, deve-se castrar cadelas diabéticas; • Tumores de mama produzem GH, que também é hiperglicemiante e cadelas diabéticas devem passar pela mastectomia; DM em gatos – “tipo 2 humano” ❖ Fatores de resistência insulínica: obesidade, pancreatite crônica, medicamentos (corticóides); ❖ Idade→ 4 a 14 anos, média de 7 a 9 anos; ❖ Predisposição→ machos castrados e obesos; ❖ Raças→ Siamês e Burmês; ❖ Taxa de remissão→ 20% nos primeiros 6 meses; ❖ ↑Secreção de insulina→ ↑Secreção de amilina→ Deposição progressiva de amilóide em ilhotas pancreáticas→ Disfunção/destruição de ilhotas; ❖ Célula Beta ao secretar insulina secreta também amilina, é uma proteína carreadora da insulina e acaba sendo estocada e em excesso começa a ser depositada e destrói as ilhotas além da exaustão pancreática. ❖ A metformina (hipoglicemiante oral) nos gatos aumenta o depósito de amilina. Abordagem do paciente diabético • Anamnese (4 P’s); • Exame físico (alterações comumente encontradas): ↪ Desidratação, catarata (comum nos cães), taquipnéia pode acontecer, diminuição do escore corporal. • Glicose é degenerativa às proteínas→ glicotoxicidade→ as proteínas do cristalino canino se “petrificam”→ a chamada catarata. • Corpos cetônicos→ acidemia/acidose metabólica→ sistema tampão (pulmão)→ taquipneia compensatória para eliminar hidrogênio; • Êmese e anorexia/hiporexia pode ocorrer pela cetoacidose ou outra doença associada; • Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia ocorre devido a lipólise, a gordura é liberada na circulação e é estocada no fígado causando esteatose→ hiperfosfatasemia. • A azotemia geralmente é pré renal pela desidratação, observar densidade. • A proteinúria geralmente é pela presença de sedimentos (bacteriúria, que ocorre pela presença de glicosúria); • Diagnóstico pela hiperglicemia e glicosúria; Tratamento • Identificar complicações; • Insulinoterapia; • Dieta→ menor quantidade de carboidratos (preferível de cadeias longas/complexos), menor quantidade de gordura (menos de 10%), maior quantidade de fibras para cães (mais de 10%), para gatos menos carboidratos e gordura, maior quantidade de proteínas de alto valor biológico; • Rotina→ de exercícios de baixa intensidade diariamente, horários de alimentação e aplicação da insulina. • Para gatos a varinha com brinquedo é a melhor opção para atividade física. Insulinoterapia Tipos de insulina • Insulinas de ação rápida e ultra-rápida: ↪ Age rapidamente porém por 3 a 4 horas somente. • Insulinas de ação intermediária: • Ação por 12 horas; ↪ NPH para cães→ 0,5 a 1,0UI/kg/bid; ↪ Glargina para gatos→ 0,25 a 1,0UI/kg/bid, no ser humano ela é ultra-lenta, • Insulina de prescrição. • Insulinas de ação lenta e ultra-lenta: ↪ Não funciona bem em veterinária, quanto mais horas ela durar menos potente ela é. ❖ Nas R.I. pode ser necessário doses maiores; • 1 UI = 0,01 ml • Frasco de insulina deve ser guardado nas prateleiras da geladeira, deve ser homogeneizado toda vez antes da aplicação e é viável de 25 a 28 dias; • A seringa é mais difícil de ver a quantidade corretamente, pode haver variação, mais barata. • A caneta é mais fácil para acertar a dose, menos erros na aplicação, possui agulha própria e refil, é viável por 1 ano e 6 meses, só necessário comprar o refil de insulina que também dura 25 a 28 dias. • Auge em 5 a 8 horas após aplicação, medir glicemia durante o auge para ver o menor valor glicêmico, importante oferecer alimentação durante/antes da aplicação (2x ao dia).. • Não faz pico de ação, se precipita em hexâmero (cristal grande) por meio do pH do subcutâneo, se fraciona por meio de lisossomo e vira um monômetro é só quando é muito pequeno ele entra na circulação e começa a ter ação, lenta para funcionar e de potência um pouco menor, durabilidade perto das 12 horas; • Muito usada em gatos pois estes animais costumam comer aos poucos, várias vezes ao dia, mais caro que NPH; • Melhor utilizar a caneta, frasco de 3ml, mais barato que o frasco para serrinha e agulha. • Caninsulin (extraída dos suínos) uso veterinário, curva entre NPH e Glargina, segunda opção, dose 0,5UI/kg/bid,vendida com seringa específica. Normoglicemia • Cães→ 70 a 120mg/dL; • Gato→ 70 a 180/200mg/dL. Hiperglicemia x glicosúria • O túbulo proximal do cão tem capacidade de reabsorver até 180mg/dL da glicemia; • O néfron do gato consegue reabsorver até 230/270mg/dL de glicemia. • O cão com hiperglicemia de 120 a 180mg/dL não apresenta glicosúria, pré diabetes, doença ainda não está tão evidente; • O gato com hiperglicemia de 180/200 a 230/270mg/dL também não apresenta glicosúria; • O diagnóstico é pela hiperglicemia e glicosúria persistentes, antes disso a doença ainda está em desenvolvimento. Monitoração do tratamento • Melhora dos sintomas→ Anamnese e exame físico: ↪ Estabilidade ou ganho de peso, melhora da poliúria, polidpsia e polifagia, melhora da desidratação. • Proteínas glicadas ou glicosiladas: ↪ Hemoglobina glicada em seres humanos, média dos últimos três meses; ↪ Frutosamina em veterinária, cálculo de média glicêmica das últimas 3 semanas. • A glicotoxicidade pode causar neuropatia, gastroparesias diabéticas, desidrata os tecidos, e altera a estrutura terciária das proteínas alterando sua funcionalidade, albuminas pela sedimentação da glicose são chamadas de frutosaminas, e assim quantifica quão alta está a glicemia sem ter que medir toda hora, quanto maior a glicemia maior a frutosamina. • Curva glicêmica: ↪ Em cães em tratamento a meta de variedade glicêmica é entre 100 a 250mg/dL; ↪ Em gatos em tratamento a meta de variedade glicêmica é entre 100 a 300mg/dL; • Caseira→ medir a glicemia a cada 2 horas por 12 horas; • Freestyle libre→ Sensor instalado no subcutâneo por 14 dias que capta a glicose do interstício, caro, em média 300 reais; • Benefício x praticidade; • Meg possui resistência insulínica, a insulina não consegue acoplar, pode ser por cio (não castrada) ou tumor de mama, pode ter alguma inflamação ou infecção, pode haver mudança de dose, pode ser por problema na insulina (frasco aberto a mais de 28 dias). Nesse caso é necessário identificar o problema e aumentar a dose de insulina se necessário (mesmo já estando com a dose alta). • Esperar 72 horas após mudança de dose no caso de hiperglicemia para identificar ação; • Em caso de hipoglicemia pode diminuir a dose, pode ser por falta de alimentação. • O ajusto de dose geralmente ocorre nos dois primeiros meses com acompanhamento semana ou quinzenal; • Sempre começar usando a dose mínima e ir aumentando. ❖ Animais diabéticos não tem problema de cicatrização. Complicações • Curto prazo (agudas): ↪ Cetoacidose diabética. • Longo prazo (crônicas): ↪ Degenerações tecidual (glicotoxicidade→ glicosilação protêica); ↪ Oculopatias→ cataratas (cães); ↪ Neuropatias→ alteração na bainha de mielina (gatos); ↪ Nefropatia→ não comum em veterinária; ↪ Digestórias→ não comum em veterinária; ↪ Metabólicas. • Andar plantígrado→ alteração nos nervos periféricos do membro pélvico, as proteínas sofreram glicotoxicidade., reversível após controle. ❖ A densidade urinária é normal, pode ocorrer minimamente concentrado se tiver muita glicosúria, mas não há alteração no túbulo, densidade baixa só se houver alteração no néfron. ❖ Somente no diabetes insipidus ocorre densidade baixa pela falta de ADH. Cetoacidose diabética DKA • Acidose metabólica originada pela presença de corpos cetônicos; • Hiperglicemia→ >500mg/dL; • Desidratação: ↪ Hemoconcentração; ↪ Pode chegar a choque hipovolêmico. • Corpos cetônicos→ acidose metabólica: ↪ Acetona (volátil, eliminada pela respiração), acetoacético convertido em beta hidroxibutirato (mais acumulado). • Taquipnéia; • Reabsorção de bicarbonato pelos rins; • Hiperlipidemia; • Alterações eletrolíticas (potássio, acúmulo fora da célula, insulina não irá carrear para células); • Óbito pode ocorrer pelo choque hipovolêmico ou pela acidose metabólica., 30 a 40% de óbitos. Tratamento • Fluidoterapia: ↪ Começar com o fisiológico e passar para o Ringer; ↪ A quantidade de conversão de lactato para bicarbonato é muito pequena. • Insulinoterapia (ação rápida em infusão contínua – dose a cada 1h), pode ocorrer por dias (48 a 72h); • Fazer glicose IV em baixa quantidade para não causar hipoglicemia quando a glicemia estiver >100 e <250mg/dL e manter insulina; • Correção da hipocalemia→ pela ausência da insulina que não transporta o potássio para dentro das células ocorre hipercalemia mas após a aplicação de insulina regular, êmese/diarreia/anorexia e perdas urinárias pode gerar hipocalemia (ventroflexão de pescoço), repor se necessário IV; • Correção da êmese→ ondansetrona, ranitidina, omeprazol e antibiótico SN; • Correção da acidose metabólica→ bicarbonato IV.
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