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Resumo P2 Físico – Química CATÁLISE Catalisador (prova) • É uma substância que, normalmente, aumenta a velocidade da reação (maior kvel) mas não aparece na equação química equação balanceada. • Muda o mecanismo com que a reação se processa, exigindo uma menor energia de ativação para que a reação inicie e atinja o complexo ativado. • Não afeta as propriedades termodinâmicas da reação: mesmo ΔG da via não catalisada e mesmo Keq (constante de equilíbrio), pois o catalisador aumenta a velocidade da reação nas 2 direções, direta e inversa. • São recuperados após o fim da reação catalisada por ele, podendo ser então reaproveitados. Catálise Homogênea Reagentes e catalisador na mesma fase (normalmente líquido ou gás). • Catálise ácida: Transferência de um próton para substrato. • Catálise básica: próton transferido do substrato para uma base. Catálise molecular Reações que ocorrem diretamente entre moléculas “pequenas”, como nos exemplos dados nesta aula. Catálise enzimática Nestas reações que ocorrem no nosso corpo os catalisadores são enzimas (proteínas = macromoléculas). Catálise de superfície Estas estão restritas à catálise heterogênea. São reações que ocorrem na superfície de materiais sólidos (especialmente metais). A natureza e organização da superfície torna-se importante no processo de catálise. Autocatálise Reações raras em que o produto da reação catalisa a própria reação. Assim, a velocidade da reação aumenta muito com o passar da própria reação. Tipo especial de catálise. Inibidores Agem de modo inverso aos catalisadores, o que significa que eles aumentam a energia de ativação necessária para atingir o complexo ativado. Catálise Enzimática • Enzimas: são proteínas que aceleram a velocidade de reações bioquímicas. Sem as enzimas as reações químicas do organismo seriam muito lentas, elas proporcionam uma maior eficiência reduzindo a energia de ativação sem deslocar o equilíbrio exercendo assim seu poder catalítico. • A cinética é acompanhada pela variação do reagente primário, chamado de substrato • Durante a reação, as enzimas não mudam sua composição e também não são consumidas. Assim, elas podem participar várias vezes do mesmo tipo de reação, em um intervalo de tempo pequeno. • Extremamente seletivas (ação sítio- específica) devido ao mecanismo chamado de “chave e fechadura”. • Ajuste induzido • Conhecendo o mecanismo da catálise, pode-se usar substratos ligeiramente diferentes dos originais a fim de que estes se liguem na enzima-alvo e inibam sua ação (ex: tratamento da AIDS Fatores que alteram a atividade das enzimas: • Temperatura: A temperatura condiciona a velocidade da reação. Temperaturas extremamente altas podem desnaturar as enzimas. Cada enzima atua sob uma temperatura ideal. • pH: Cada enzima possui uma faixa de pH considerada ideal. Dentro desses valores a atividade é máxima. • Tempo: Quando mais tempo a enzima tiver contato com o substrato, mais produtos serão produzidos. • Concentração da enzima e do substrato: Quanto maior a concentração da enzima e do substrato, maior será a velocidade da reação. O mecanismo de Michaelis-Menten A reação se dá por uma enzima (E) e um substrato (S). • Reação de primeira ordem em relação à enzima, Se [S] << KM : KM + [S] ≈ KM • Reação de ordem zero em relação ao substrato, Se [S] >> KM : KM + [S] ≈ [S] A eficiência catalítica (ε) A velocidade específica máxima de uma enzima é o número de ciclos catalíticos realizado pelo sítio ativo num dado tempo dividido por esse intervalo de tempo. Esta apresenta unidades de 1° ordem e é numericamente equivalente a k2 no mecanismo de Michaelis-Mentem. Limite de difusão ≈ 108/109 L.mol-1.s-1, diz-se “atingiu a perfeição catalítica”. Inibição enzimática • Reversíveis: quando a remoção do inibidor restaura a atividade enzimática; classificados como: -Competitivos: não modifica Vmax e modifica Km -Acompetitivos: modifica Vmax e Km -Não-competitivo: modifica Vmax e não modifica Km -Mistos: modifica Vmax e Km • Irreversíveis: quando o inibidor inativa de modo permanente a enzima. Geralmente produzem modificações covalentes de resíduos do centro catalítico da enzima. Estas reações decaem de forma exponencial e são habitualmente saturáveis. Abaixo dos níveis de saturação, mantêm uma cinética de primeira ordem em relação ao inibidor. A adsorção na superfície sólida A “ligação” de partículas a uma superfície é chamada de adsorção e a saída dessa partícula da superfície é chamada de dessorção. A substância que é adsorvida é chamada de adsorvato, e o material que adsorve é o adsorvente. Os “sítios ativos” podem ser moléculas/grupos específicos ou mesmo pontos de defeito na superfície nos quais as moléculas se adsorvem para a reação catalisada. Uma das formas da reação se tornar mais rápida na superfície é facilitando a estereoquímica (organização estrutural), favorecendo a reação a acontecer por um mecanismo alternativo. Ainda, a superfície do adsorvente pode transferir energia e até mesmo elétrons (especialmente os metais) para as espécies adsorvidas, favorecendo assim reações que se processam na própria superfície. • Adsorção Química: As moléculas adsorvidas reagem com a superfície (ligações covalentes), forte ligação covalente formada a dessorção é dificultada. • Adsorção Física: As moléculas adsorvidas interagem com a superfície por van der Waals, interação fraca com a superfície, facilitando a dessorção (+/-), aumento de T diminui quantidade adsorvida. Pode formar multicamadas, o que diminuí a efetividade do catalisador. ΔH de adsorção negativo (libera calor) ΔH de dessorção normalmente é positivo (absorve calor) Isotermas de Freudlich Relaciona a massa (m) do material adsorvido por unidade de massa do adsorvente com a concentração (c) ou pressão (p) do material: m = 𝐾𝑝1/𝑛 𝑜𝑢 θ = 𝑘𝑝1/𝑛 k e n são constantes empíricas Isoterma de Langmuir • Forma-se apenas uma monocamada. • Todos os sítios da superfície são equivalentes. • A capacidade de se ligar a um dado sítio é independente da ocupação dos outros sítios (não há interação entre as moléculas adsorvidas, ΔHad = cste) • ADSORÇÃO COM DISSOCIAÇÃO: O recobrimento da superfície depende mais fracamente da pressão do que no caso da adsorção não dissociativa. • Serve como boa aproximação para adsorção de líquidos em baixíssimas concentrações; • ∆Had quase sempre fica cada vez menos negativa a medida que θ aumenta; • Torna-se necessário buscar um melhor modelo. Isoterma BET Considera a possibilidade de múltiplas camadas: a primeira camada adsorvida (adsorção química) funciona como um substrato para a adsorção (normalmente física) de outras camadas. Assim, a isoterma não exibe uma saturação a pressões elevadas pois a quantidade de adsorvente aumenta indefinidamente. Catálise Heterogênea É aquela na qual o catalisador se encontra num estado físico (normalmente sólido) diferente do estado dos reagentes e produtos, formando um sistema com mais de uma fase. Além de acelerar certas reações, os catalisadores podem ser mais seletivos (ou não) em evitar reações não desejadas. Ou ainda, catalisadores diferentes podem originar produtos diferentes partindo dos mesmos reagentes. A catálise heterogênea depende de pelo menos 1 reagente ser adsorvido em uma superfície e (usualmente) ser modificado na superfície (quebra do H2 exemplo), assumindo então uma forma que participa mais facilmente da reação. • Mecanismo Langmuir-Hinshelwood: Neste mecanismo ambas as espécies reagentes encontram-se adsorvidas na superfície do catalisador,e como o processo depende da adsorção de 2 espécies, este deve ser de 2° ordem. • Mecanismo Eley-Rideal: Neste uma molécula na fase gasosa colide com a espécie adsorvida no catalisador, a velocidade da reação é proporcional a pressão do gás B (pB) e ao grau de recobrimento da superfície pelo gás A adsorvido (θA). Atividade catalítica de superfícies Para ser ativo, o catalisador deve ser extensamente recoberto pelo adsorvato, o que é o caso quando a adsorção química é forte*. Os metais mais ativos para adsorver um gás são aqueles que estão na proximidade da região central da tabela periódica bloco d dos metais de transição. Cuidado: Se a ligação adsorvente-adsorvato for muito forte a atividade catalítica diminui, pois outras moléculas não podem reagir com as moléculas adsorvidas ou então as moléculas adsorvidas ficam imobilizadas sobre a superfície do catalisador. (processo de envenenamento do catalisador). ENVENENAMENTO DE SUPERFICIE • Desativação e Regeneração A taxa com a qual o catalisador pode ser desativado pode ser muito rápida – como nas reações de quebra de hidrocarbonetos – ou muito lenta, como do catalisador de ferro utilizado na síntese da amônia que pode operar por muitos anos. Melhor regenerar do que desativar devido ao custo. • “Poluição” da superfície A “poluição” da superfície ocorre quando materiais presentes no reator (reagentes, produtos, intermediários...) são depositados (fisicamente) na superfície do catalisador, bloqueando os sítios ativos. Os contaminantes mais comuns são espécies derivados do carbono (chamadas de Cokes) que são depositadas após processos de aquecimento – especialmente sobre catalisadores ácidos. Para evitar a formação destes Cokes o reator deve ser operado em baixos tempos de residência, ou gás hidrogênio deve ser adicionado ao fluxo do processo para convertes as moléculas de carbono em metano. Outra estratégia é tentar diminuir ao máximo a temperatura de operação d reator. • Envenenamento da superfície O envenenamento é ocasionado pela adsorção química de compostos durante o processo, o que acaba bloqueando ou modificando os sítios ativos do catalisador. A toxicidade de um veneno (V) depende da constante de equilíbrio de envenenamento (KV). A fração de sítios bloqueados por um veneno (θV) pode ser calculado usando a isoterma de Langmuir. O veneno pode ser uma impureza presente no processo ou até mesmo um produto ou intermediário da reação. Os tipos mais comuns de veneno são: • Moléculas com heteroátomos reativos (como o Enxofre); • Moléculas com duplas/triplas ligações (como hidrocarbonetos insaturados); • Compostos ou íons metálicos (Hg, Pd, Bi, Sn, Cu, Fe). - Ligação muito forte (adsorção veneno) podem levar a perda irreversível da atividade. - Ligações mais fracas permitem a recuperação do catalisador pela eliminação do veneno (separação física, um processo de oxidação, etc...) • Sinterização A sinterização é causada pelo crescimento ou aglomeração de pequenos cristais do próprio material do catalisador ocasionado pelo seu uso em altas temperaturas. Essa nova estrutura de superfície acaba diminuindo a atividade do catalisador por diminuir sua área superficial. É um processo irreversível. Para evitar a sinterização, os metais podem ser dopados com estabilizantes que possuam uma alta temperatura de fusão (cromo, alumínio ou magnésio) ou evitem a aglomeração dos cristais sólidos (materiais clorados sobre platina). • Métodos para a regeneração do catalisador Em muitos casos é possuir recuperar totalmente ou parcialmente a atividade de um catalisador através de um tratamento químico. EX1: A enzima urease aumenta a velocidade da hidrólise da uréia em pH 8,0 e 20º C por um fator de 1014. Se uma dada quantidade de urease pode hidrolisar completamente uma certa quantidade de uréia em 5 minutos a 20º C e pH 8,0, quanto tempo (em anos) levaria para que essa mesma quantidade de uréia fosse hidrolisada sob as mesmas condições na ausência da uréase. Se a enzima aumenta a velocidade da reação de hidrólise da uréia em um fator de 1014, o tempo para que a reação se complete também é acelerado nesta mesma ordem de grandeza. Se a reação não for catalisada pela enzima (ausência da enzima), o tempo necessário para a reação se completar será 1014 vezes maior. Portanto, na ausência da enzima o tempo para a reação se completar será igual à: t = 5 min x 1014 Transformando isto em horas: t = 5 x 1014 min / 60 = 0,083 x 1014 horas. Transformando em dias: t = 0,083 x 1014 horas / 24 = 0,00347 x 1014 dias Transformando em anos: t= 0,00347 x 1014 dias/365 = 9,5x108 anos. EX2: Determinação da eficiência catalítica (ε) A enzima anidrase carbônica catalisa a hidratação do CO2 nas células vermelhas do sangue para produzir íon bicarbonato: CO2(g) + H2O(l) HCO3-(aq) + H+(aq) Os seguintes dados foram obtidos em pH 7,1, a 273,5 K e com uma concentração de enzima de 2,3 nmol.L-1 [CO2] / mmol.L-1 1,24 2,5 5 20 Velocidade / mmol.L-1s-1 2,78x10-2 5,00x10-2 8,33x10-2 16,7x10-2 Determine a eficiência catalítica da anidrase carbônica a 273,5 K Método: Prepara-se um gráfico de Lineweaver- Burk e determina-se o valor de Km e vmax por regressão linear. Sabendo a concentração da enzima calcula-se k2 e a eficiência catalítica.
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