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Nome do aluno(a): SARA MERLO, SUELLEN COELHO, MIQUEIAS LIMA
Data da Prova
____/____/____
Professor(a): Carlos Bermudes
Matrícula:
CURSO: Direito
Prova Bimestral
Disciplina: Direito Processual Penal I
Nota obtida:
Peso da Prova: 5,50
Turma: Matutino
Período: 4º/5º 
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	E
	D
	C
	B
	D
	A
	D
	A
01. Por muito tempo tem-se firmado o equivocado entendimento que vigora no Processo Penal Brasileiro o princípio intitulado “da verdade real”, que nada mais é do que uma verdadeira fábula sobre a possibilidade do magistrado, com base apenas nas provas que lhe são apresentadas, enxergar perfeitamente tudo que teria ocorrido na prática de um fato criminoso pretérito, e aduzindo toda essa “verdade” em forma de sentença.
Na verdade, a função que o referido princípio tem desempenhado no direito brasileiro diverge e muito daquilo que doutrinariamente e filosoficamente se prega, isso porque ele não guarda qualquer relação com a obtenção de uma verdade processual, muito pelo contrário, o que se tem visto é um uso indiscriminado de tal princípio, sendo usado como verdadeira cortina de fumaça na tentativa escusa de se mascarar todo caráter inquisitivo do Código de Processo Penal (CPP). Até porque, o que seria uma verdade real? Ora, considerando que o julgador toma sua decisão pautando-se apenas naquilo que lhe é apresentado durante a instrução criminal, não há o que falar em verdade real, mas tão somente em verdade processual, que se exprime pela conclusão obtida após analise daquilo que foi apresentado. O que a seu turno diverge totalmente daquilo que efetivamente seria a verdade real, que de tão complexa, nunca poderá ser experimentada numa instrução processual, por melhor que esta seja feita.
Fica claro, portanto, que não se pode atribuir verdade real em nenhum julgado criminal. Principalmente, porque além da complexidade envolvida, existe ainda o fato dando conta que paulatinamente direitos e garantas são violados com autorização legal, sob o argumento falacioso de se buscar a verdade. Não é segredo que tanto o Código de Processo Penal como o Código Penal foram forjados sob a ótica de um país que não conhecia nenhum dos direitos e garantias que se tem hoje. Muito pelo contrário, em meio da década de 1940 o que se via era um país cada vez mais inclinado à seguir os passos do fascismo doutrinado na Itália por Benito Mussolini. Justamente por isso e por toda essa influência, que não é difícil de visualizar especialmente nos diplomas em referências, por exemplo, sinais claros de direito penal de autor, crimes abstratos, direito penal do inimigo etc.”[footnoteRef:1] [1: Fabricio da Mata Corrêa. O mito da verdade real. Disponível em: http:< https://fabriciocorrea.jusbrasil.com.br/artigos/121941393/o-mito-da-verdade-real>. Acesso em 30. mar. 2019.
] 
Considerando o exposto, disserte a respeito dos sistemas processuais penais inquisitório e acusatório, apresentando eventuais diferenças existente entre eles, sobretudo no que se refere a iniciativa probatória e em seguida estabeleça uma relação entre o sistema acusatório e o sistema de garantias estabelecido pela Constituição de 1988. (Valor 0,5)
RESPOSTA: Esses dois sistemas tiveram sua predominância em fases e épocas diferentes, o sistema inquisitorial começou entre os sécs. XIV e XVIII, já o sistema acusatório teve início no séc. XIX. O sistema inquisitorial se deu em razão da grande influência da Igreja Católica no sistema punitivo, a igreja combatia aqueles que eram considerados hereges, tendo grande controle religioso e político. O sistema acusatório se contrapõe ao sistema inquisitorial, tem prevalência no séc. XIX século que foi marcado por revoluções burguesas, entre elas a revolução francesa, onde estava envolvido o liberalismo, período onde havia grandes navegações, a burguesia era sedenta por poder, onde ainda tinha o Rei que queria se manter no controle e poder, usando assim os impostos abusivos, onde revoltou a burguesia que não aguentava mais o fardo de sustentar os luxos da realeza. As características desses dois sistemas são expressamente contrárias. No Sistema Inquisitorial o gestor da iniciativa probatória era o juiz, o modo como as provas eram produzidas e introduzidas no processo estava nas mãos do juiz, ele era autorizado a buscar as provas para os julgamentos. O juiz era chamado de inquisidor e o seu papel era investigar os fatos e proferir uma decisão sobre aqueles fatos. Há a ausência de separação das funções visto que a função de quem acusa e de quem julga se confundia. Não havia respeito ao princípio da inércia onde segundo este princípio o juiz deve ser inerte ao atender as partes naquilo que precisar, porém não era isso que acontecia neste sistema visto que o juiz podia agir de ofício. O réu era o objeto de investigação. A verdade real era o princípio máximo neste sistema e em razão dessa verdade real era permitido qualquer coisa desde que fosse em razão da verdade real. A parcialidade do julgador era absoluta pendia tanto para a defesa como para acusação dependendo de como fosse o processo, não havia as garantias de contraditório e ampla defesa muito menos o devido processo legal, visto que o juiz era parcial a desigualdade no processo era absoluta, a presunção de culpabilidade era absoluta podendo se utilizar torturas e meios cruéis para se obter a confissão do réu, não havia paridade de armas e muito menos igualdade de condições para atuar no processo.
No Sistema acusatório as características são totalmente opostas ao sistema já exposto acima, nele a iniciativa probatória está nas mãos das partes, não está mais nas mãos do juiz, o juiz então irá somente interpretar as provas, não cabe mais ao juiz neste sistema produzir as provas, agir de oficio, tornando assim o juiz inerte no processo, com isso as funções de acusar, defender e julgar se separam, tornando assim o juiz imparcial dentro do processo, os atos processuais aqui não serão sigilosos como no sistema inquisitorial, neste sistema os atos processuais ganham publicidade em razão da codificação das leis, salvo em exceções legais. O réu neste sistema deixa de ser o objeto de investigação, como no sistema inquisitorial e passa a ser o sujeito de direitos, foi neste sistema que se falou pela primeira vez em garantismo penal, neste sistema há a garantia do contraditório pleno, onde a burguesia começa a querer estabelecer limites ao Estado.
O princípio norteador do sistema da Constituição Federal de 1988 possui inspiração acusatória no âmbito por exemplo das garantias do contraditório, ampla defesa, publicidade dos processos, imparcialidade do juiz, presunção de inocência entre outras, muitas dessas garantias estão previstas nos incisos do art. 5° da Constituição, além disso no art. 129° traz o Ministério Público como o autor da ação penal trazendo assim a separação das funções, porém o sistema acusatório não é adotado em nossa Constituição de forma pura, ainda há em nosso sistema normativo resquícios do sistema inquisitorial.
02.	Gabriel G. Márquez, investigado pela prática de estupro, constitui Ruy Barbosa como seu defensor, fazendo juntar ao inquérito policial procuração com outorga de poderes específicos. O advogado passa, então, a acompanhar os atos realizados pela Autoridade Policial durante a investigação, que culmina com denúncia ofertada pelo Ministério Público. Realizadas sucessivas citações, na derradeira tentativa, o Oficial de Justiça declara que o réu encontra-se em local incerto e não sabido. É realizada a citação por edital. 
Com base no narrado, indaga-se: (valor 0,5) 
RESPONDA FUNDAMENTADAMENTE E DE FORMA DISCURSIVA
(A) Em que consiste a sigilosidade, prevista no art. 20 do CPP, e diga se ela se aplica ao defensor.
(B) O defensor constituído pode acompanhar as investigações? 
(C) Caso seja negado o acesso aos autos do IP, quais serão as conseqüências jurídicas decorrentes da recusa.
(D) É possível falar em Defesa na fase pré-processual?
RESPOSTA:
: (A) Ao contrário do processo, o Inquérito Policial nãocomporta publicidade pois é um procedimento sigiloso que é previsto no art. 20 do CPP, que diz: “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.” Como exposto no texto do artigo o delegado de polícia deve zelar pelo sigilo do Inquérito Policial e por se tratar de um procedimento investigatório não há nenhum interesse que justifique o acesso liberado para a sociedade no geral. Porém, o inquérito policial, em regra, não é sigiloso para os envolvidos no inquérito como no caso em tela que é o defensor. O processo que estiver em segredo de justiça somente será autorizado ao advogado que tem procuração para acessar ao inquérito, art. 7 § 10 do Estatuto da OAB prevê que nesses autos sujeitos a segredo de justiça o defensor pode apresentar a procuração para que exerça seus direitos.
O Estatuto da OAB, Lei 8.906/94 em seu art. 7, XIII á XV e § 1° garante ao advogado o livre acesso ao inquérito policial. Além disso, o STF editou súmula vinculante n° 14 onde garante ao advogado defensor no interesse do seu representado ter acesso a tudo que já foi documentado e todas as diligências que já ocorreram no procedimento investigatório e que digam respeito ao exercício do direito de defesa e que não estejam em segredo de justiça.
 No caso exposto no enunciado, o defensor cumpriu todos os requisitos necessários para que se pudesse obter o livre acesso ao inquérito policial para que pudesse prestar as devidas assistências ao seu cliente.
(B) O Estatuto da OAB, Lei 8.906/94 no art. 7, garante o livre acesso ao defensor ao inquérito policial, isso inclui acompanhar as investigações. O inciso XXI do art. 7 prevê que é direito do defensor assistir seus representados que estão sendo investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do interrogatório ou depoimento e de todos os elementos investigatórios e probatórios dos depoimentos e interrogatórios derivados e decorrentes acolhidos direta ou indiretamente, e no curso da apuração pode o defensor apresentar requerimentos ao Delegado de Polícia responsável pelo inquérito. Desse modo, sim, poderá o defensor acompanhar as investigações.
(C) O STF em súmula vinculante n° 14 permitiu o acesso livre ao defensor do investigado aos elementos de informação que já estão documentados nos autos do inquérito, trazendo assim um equilíbrio as investigações e aos direitos de defesa do investigado. De com a Lei 13.869/19 em seu art. 32 incorrerá sobre o Delegado de Policia o crime de abuso de autoridade se este negar ao defensor, interessado, ou advogado acesso aos autos de investigação, inquérito ou qualquer outro procedimento investigatório, sem justo motivo, podendo incorrer sobre o delegado pena de detenção de seis meses a dois anos e multa.
 (D) O inquérito policial tem como característica a inquisitoriedade, sendo assim as atividades ficam concentradas nas mãos de uma autoridade só, dessa forma não há assim a oportunidade para o contraditório e a ampla defesa nessa fase processual. Não existem partes no inquérito policial, apenas uma autoridade investigando e o suposto autor da infração. A autoridade responsável pela investigação do inquérito encaminha ele da maneira em que ele entende como conveniente, mas o defensor pode fazer requerimentos como vimos em aula, e solicitar até mesmo a oitiva de testemunhas. A defesa pode atuar, mas, em regra não há contraditório e ampla defesa no inquérito policial.
03. O art. 387, inciso IV do Código de Processo Penal recebeu nova redação pela lei 11.719, de 20 de junho de 2008, possibilitando que o juiz ao sentenciar, estipulasse um valor mínimo indenizatório, a ser pago em favor da vítima. Considerando as regras de vigência das leis processuais penais do tempo, responda de forma fundamentada: (Máximo 10 linhas).
É possível sua aplicação na sentença ou acórdão lavrados hoje, relativos a casos cuja instrução tenha terminado antes da entrada em vigor da lei? (valor 0,5)
Na sua resposta, fundamente à luz da classificação das normas penais quanto ao estudo da aplicação da lei penal no tempo.
(valor 0,5)
RESPOSTA:
Sim, pois a regra inserida no art. 387, IV, do CPP é norma genuína processual, de maneira que em princípio não há razão para se afastar sua aplicação imediata, isso consta no art. 2º do CPP. Dessa forma, vale destacar aqui que não há que se falar em vacatio legis, pois se aplica a lei processual penal logo que a mesma entre em vigor. Levando em conta então aplicação da lei penal no tempo, podemos esclarecer que o prazo legal para que as leis penais entrem em vigor, como já dito, serão imediatas! De forma que, assim que vigentes, serão acolhidas e terão de ser respeitadas. Logo, mesmo que finalizada antes da entrada em vigor da lei, a instrução é de trazer elementos suficientes para a sua fixação, não existindo razão para que o órgão julgador deixe de fazê-la. Desse modo, podemos ressaltar então que é perfeitamente válida a aplicação do dispositivo comentado, pois, no processo penal, aplica-se como regra o princípio do tempus regit actum, previsto no art. 2º do CPP que diz: “a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.”
04. O princípio do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/88) consiste na garantia ao direito de confrontação da prova e dos argumentos de acusação, mediante a dialética do processo, bem como a utilização de todos os meios legais para o exercício amplo da defesa. Como consequência dos referidos princípios deve-se observar a garantia a defesa técnica e a defesa pessoal (autodefesa).
Disserte sobre a defesa técnica e autodefesa, abordando especificamente a suas diferenças e a possibilidade de renúncia ao seu exercício pelo réu. (valor 0,5)
RESPOSTA:
A defesa técnica está prevista no art 261° do CPP, onde garante ao acusado o direito de presença e atuação de um advogado em todos os atos do processo como seu defensor. A atuação do defensor se faz necessária principalmente nos atos referentes a produção de provas. A defesa técnica também está prevista no art 263° do CPP, na qual garante que a defesa técnica é dever imposto ao poder público e indispensável, sendo expressa também essa garantia pelas súmulas 523 e 707 do STF, onde diz que a deficiência em defesa técnica poderá anular o processo quando evidenciado o prejuízo ao réu. A defesa técnica não pode ser cerceada ou constrangida visto que é pressuposto processual para a validade, sendo assim, portanto, a defesa técnica a garantia de que o defensor irá agir efetivamente no processo em prol do réu, mesmo que o réu diga que não quer alguém para lhe defender, é dever do juiz nomear um defensor para o réu para que o processo não se torne nulo.
 Contrário a isso, a autodefesa é aquela onde o réu participa ativamente no processo produzindo provas e em ações do seu interesse, podendo ser realizado esses atos pelo próprio réu, sem a necessidade de um advogado. É um direito do acusado, sendo assim, dispensável diferentemente da defesa técnica que pode o acusado decidir se vai exercê-la ou não, ficando a critério do acusado e do seu defensor, levando assim em consideração a estratégia defensiva adotada. A súmula 705 do STF afirma que entre a vontade do réu de renunciar seu direito de apelação e a interposição do recurso pelo defensor, irá prevalecer o ato de interposição do recurso, visto que o direito de ampla defesa do acusado não se limita apenas a sua autodefesa.
05. Juliana, aos 18 anos, desempregada e sem ter concluído o ensino médio, morando ainda na casa da sua avó, na periferia de Piúma no Espírito Santo, conheceu, através de um aplicativo de encontros, Rafael, com 24 anos, que era empregado com carteira assinada numa rede de lanchonetes. Juliana e Rafael iniciaram um relacionamento afetivo e, após alguma resistência de Jacira, avó de Juliana, decidiram morar juntos sob o mesmo teto. Como não tinham condições financeiras de alugar uma casa, foram morar na casa de Jacira.Com apenas dois meses de relacionamento, Juliana descobriu que estava grávida de outro parceiro. Rafael, porém, decidiu não se separar de Juliana, que informou não saber exatamente quem seria o pai da criança, pois antes de começar a morar com o Rafael havia se relacionado sexualmente com vários homens. Com a notícia da gestação, a convivência do casal foi-se tornando difícil, em especial por causa da barriga de Juliana, que estava crescendo por conta da gravidez, o que gerava comentários da vizinhança. Agressões verbais e empurrões entre o casal passaram a fazer parte da rotina do casal. Na mesma época, Jacira, que tinha 66 anos de idade, teve sua aposentadoria suspensa, pois o INSS suspeitou que os documentos que instruíram o pedido poderiam ser falsos. Com a suspensão da aposentadoria, a casa passou a contar apenas com o salário de Rafael. Em função disso, ele passou a ser agressivo também com Jacira, dizendo por diversas vezes que ela deveria fazer as suas vontades, já que ele sustentava sozinho a casa. Dizia que Jacira deveria fazer o papel de cozinhar, lavar e passar suas roupas. Na manhã de 29 de julho de 2019, um sábado, após voltarem de uma festa ocorrida na noite anterior, Juliana e Rafael tiveram uma discussão mais severa, sobre a gravidez de Juliana. Grávida de 7 meses, saturada com as críticas e grosseria do companheiro, motivadas pelos inúmeros comentários ouvidos na noitada, Juliana trancou-se no banheiro chorando copiosamente e se dizendo arrependida de morar com ele. Após arrombar com um pontapé a porta, Rafael descontrolou-se e passou a surrar sua companheira. Com socos no rosto, Rafael agrediu Juliana, que caiu ao chão desmaiada. Em meio à discussão, Jacira apareceu para tentar proteger sua neta. Com muita raiva, Rafael pegou uma arma de fogo, um revólver calibre 38, que havia comprado numa feira em Cachoeiro de Itapemirim há dois anos, com o objetivo de cuidar da sua própria proteção, e desferiu três tiros à queima-roupa contra Jacira, dizendo que ela não tinha o direito de intervir na sua relação com Juliana, pois não sustentava a casa. Dona Jacira faleceu no hospital para o qual foi levada pelos vizinhos que a socorreram. Dois vizinhos, Antônio e Muriel, que estavam em casa no momento dos fatos, apareceram para prestar socorro, após ouvir a discussão seguida de tiros. Porém, assim que tiveram a notícia do falecimento de uma das vítimas, com medo de Rafael, deixaram o bairro temendo por suas vidas. Juliana foi internada em estado grave e sofreu aborto decorrente da gravidade das agressões, mas sobreviveu sem sequelas. Rafael fugiu deixando no local do crime a arma de fogo utilizada. A Polícia Civil foi acionada e na casa encontrou também 1 papelote de cocaína com um terço apenas do conteúdo, guardado numa pasta que continha também alguns documentos de Rafael. 
Diante dos fatos narrados, na qualidade de Delegado(a) de Polícia Civil responsável por tomar as providências legais para formalizar o início da investigação, responda de forma discursiva:
a) Trata-se de qual tipo de modalidade de Ação Penal?
b) Qual será a forma de instauração do inquérito policial?
c) Descreva ao menos 3 diligências que poderão ser tomadas para elucidação dos fatos.
d) No relatório conclusivo, qual será a tipificação penal atribuída a PITÁGORAS? (valor 1,5)
RESPOSTA:
(A) Diante dos crimes expostos no fato narrado, caberá à ação penal pública incondicionada, visto que esta ação é promovida independentemente de manifestação da vítima, no caso em tela as vítimas seriam, Juliana que no presente momento não poderia se manifestar pois estava internada.
A segunda vítima seria Jacira, avó de Juliana que também não poderia se manifestar visto que essa foi morta pelo acusado.
Uma vez que, o Delegado de polícia toma ciência dos fatos, o mesmo tem o dever jurídico de instaurar o inquérito policial, visto que o interesse do Estado nessa ação é de forma absoluta, pois ofende a sociedade como um todo, essa ação é regida pelo princípio da obrigatoriedade, onde o delegado de polícia está obrigado a agir.
(B) O art. 5° do Código de Processo Penal prevê como o inquérito policial pode ser iniciado, o inciso I prevê o inquérito sendo iniciado de ofício.
No caso narrado no enunciado da questão o inquérito policial será iniciado de ofício, pois o Delegado de policia teve ciência dos fatos de imediato, então será dever dele instaurar o inquérito policial independentemente de provocação.
(C) O Código de Processo Penal no art. 6° dispõe sobre como serão realizadas as diligências com respeito ao inquérito policial para a elucidação dos fatos, que são entre elas:
 I- Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II-  Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
III- Ouvir o ofendido;
(D) Visto que Rafael não cometeu apenas um crime vamos citar então cada tipificação que poderá ser atribuída ao acusado:
Art. 121 §2-A, I – CP. Homicídio de Jacira avó de sua Esposa Juliana, sendo este homicídio qualificado em feminicídio já que foi praticado contra uma mulher, além disso uma violência doméstica e familiar, visto que conviviam.
Art.129, §1, V – CP. Lesão corporal de natureza grave que Rafael cometeu sobre Juliana e que resultou mais tarde em aborto, podendo resultar em aumento de pena no §9 do mesmo artigo do CP que prevê como violência domestica o ato de Rafael visto que é cônjuge de Juliana e possuía convívio.
Art. 28. Lei n° 11.343 / 06. Que dispõe sobre porte de drogas para consumo pessoal tipificando também como crime neste artigo o ato de Rafael de guardar o papelote de cocaína ainda que seja para o seu consumo pessoal.
QUESTÕES OBJETIVAS (valor: 0,25 cada)
ATENÇÃO:
Marque a assertiva no gabarito presente no início da avaliação.
No espaço a baixo da questão fundamente a assertiva correta (indicada no gabarito) e justifique a razão pela qual as demais não estão corretas. (NÃO SERÁ ATRIBUIDA PONTUAÇÃO ÀS QUESTÕES OBJETIVAS SEM JUSTIFICATIVA) 
01. No tocante ao inquérito policial, é correto afirmar que
a) por ser um procedimento investigatório que visa reunir provas da existência (materialidade) e autoria de uma infração penal, sua instauração é indispensável;
 ERRADA, pois o inquérito policial é um procedimento dispensável. A dispensabilidade do inquérito policial está nos seguintes artigos do CPP: 12, 27 e 39, parágrafo 5º.
b) pode ser arquivado por determinação da Autoridade Policial se, depois de instaurado, inexistirem provas suficientes da autoria e materialidade do crime em apuração;
ERRADA, pois a autoridade policial, ou seja, o delegado de polícia, não pode determinar o arquivamento do inquérito policial. Ao terminar o inquérito, a autoridade policial envia os autos ao Ministério Público. O representante do Ministério Público é quem possuí competência para requerer o arquivamento do inquérito.
c) para qualquer modalidade criminosa, deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado estiver preso em flagrante ou estiver preso preventivamente, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto;
ERRADA, pois trata-se de regra geral, prevista no art. 10 do CPP. Todavia, existem prazos especiais. Exemplo: lei 11343/2006 - investigado preso: 30 dias + 30 dias; investigado solto: 90 dias + 90 dias. Outro exemplo a se dar é que crimes contra a economia popular, estando o investigado preso ou solto, o prazo será de 10 dias.
e) tem valor probatório relativo, mesmo porque os elementos de informação, no inquérito policial, não são colhidos sob a égide do contraditório e ampla defesa, nem na presença do magistrado.
 CORRETA.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: Correta a letra D, pois todos os possíveis elementos de convicção, ou seja, os elementos de informação ou provas propriamente ditas, no Direito Processual Penal, tem VALOR PROBATÓRIO RELATIVO. Desse modo, os elementos de informação colhidos no inquérito policial, até mesmo por não sofrerem a incidência de contraditório e ampla defesa,tem valor probatório relativo e não podem sozinhos fundamentar a decisão final do Juiz. É exatamente este fato que fundamenta o Art. 155 do CPP, que diz: “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.”
02. Analise as alternativas e assinale a correta.
a) Nos crimes de ação penal privada, será iniciado o IP de ofício, e, após encerrado, a autoridade policial determinará que sejam mantidos os autos no cartório da Delegacia de Polícia, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
 ERRADA, pois os autos do inquérito policial serão enviados ao juízo competente, onde irão aguardar a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado, de acordo com o art. 19 do CPP.
b) O inquérito policial pode ser arquivado diretamente pelo juiz, mediante decisão fundamentada, sem provocação do Ministério Público, desde que seja evidente a inocência do investigado.
 ERRADA, pois o MP deve se manifestar. Não há um artigo específico que diz respeito sobre essa assertiva. Ademais, tendo em vista que o MP é o titular da ação penal, nos termos da CF, art. 129, parágrafo I, seria usurpação de atribuição constitucional do Parquet, bem como transgressão ao princípio do contraditório, a determinação de arquivamento pelo magistrado sem oportunizar manifestação do órgão ministerial. 
c) O inquérito policial é indispensável à propositura da ação penal pública.
ERRADA, pois o Inquérito Policial somente será indispensável quando servir de base à denúncia ou queixa, de acordo com o art. 12 do CPP. 
d) Após a sua instauração, o inquérito policial não pode ser arquivado pela autoridade policial.
CORRETA.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: Correta a letra D, pois uma das características do Inquérito Policial é sua indisponibilidade, ou seja, impossibilidade de arquivamento pela autoridade policial, de acordo com o art. 17 do CPP. A solicitação do arquivamento deve ser efetuada por Promotor de Justiça, cabendo ao Juiz decidir sobre o seu arquivamento ou não.
03. Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que:
I. Nos crimes de ação pública condicionada à representação, o inquérito policial poderá ser iniciado, mesmo sem ela, em casos de grande repercussão social.
ERRADA, pois a ação penal pública condicionada é aquela que embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado. Dessa forma, mesmo com repercussão social, é somente a vítima que toma ou não tal decisão. Ademais, como está nos termos do art. 5º, parágrafo 4º do CPP: O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
II. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
VERDADEIRA, pois é como está previsto no art. 10, caput do CPP, no que diz respeito sobre o prazo do Inquérito Policial.
III. Do despacho da autoridade policial, que indeferir pedido de abertura de inquérito policial, não caberá qualquer recurso.
ERRADA, pois caberá sim, conforme o art. 5º. No parágrafo 2º, onde diz: Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.”
a) I, II e III são verdadeiras.
b) I e II são verdadeiras e a III é falsa.
c) I e III são falsas. CORRETA.
d) II e III são verdadeiras.
e) Todas são falsas.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: Letra C está correta, pois as alternativas I e III são falsas! De modo a se esclarecer do porquê de serem ambas falsas, aqui dispõe, como já fundamentado acima em cada uma: I - FALSA, pois a ação penal pública condicionada é aquela que embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado. Dessa forma, mesmo com repercussão social, é somente a vítima que toma ou não tal decisão. Ademais, como está nos termos do art. 5º, parágrafo 4º do CPP: O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
E por fim, a III é FALSA como já visto, pois: caberá sim recurso, conforme o art. 5º, parágrafo 2º.
04. O inquérito policial
a) referente a crime cuja ação penal é exclusivamente privada pode ser instaurado sem representação da vítima, porque a representação é condição de procedibilidade da ação penal e não do inquérito.
ERRADA, pois de acordo com o Art. 5º, § 5º do CPP: Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
b) instaurado pela autoridade policial não pode ser por ela arquivado, ainda que não fique apurado quem foi o autor do delito.
 CORRETA.
c) só pode ser instaurado por requisição do Ministério Público quando a vítima de crime de ação pública for doente mental, menor de 18 anos, ou incapaz para os atos da vida civil.
ERRADA, pois nos crimes de ação penal pública o Inquérito Policial pode ser iniciado de ofício, mediante requisição da autoridade judiciária ou do MP, ou então a requerimento da vítima ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
d) pode ser presidido por membro do Ministério Público especialmente designado pelo Procurador -Geral de Justiça, quando a apuração do delito for de interesse público.
ERRADA, pois o Inquérito será comandado pela autoridade policial. De acordo com o Art. 144º, parágrafo 4º da CF: às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.  Também de acordo com o Art. 4º do CPP: A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
e) é mero procedimento preliminar preparatório e, por isso, o indiciado só poderá defender -se em juízo, não podendo requerer diligências à autoridade policial. ERRADA, pois de acordo com o Art. 14 do CPP: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: LETRA B está correta, pois de acordo com o Art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
05. Relativamente ao inquérito policial, é correto afirmar que:
a) a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, aplicando, porém, em todas as suas manifestações, os princípios do contraditório e da ampla defesa. ERRADA, pois de acordo com o Art. 20 do CPP: A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. ​ Desse modo, o inquérito policial possui natureza inquisitiva e por isso não se aplicam os princípios do contraditório e da ampla defesa em todas as suas manifestações.
b) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito por falta de base para a denúncia. ERRADA, pois de acordo com o Art. 17 do CPP: A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Outra característica do inquérito policial diz respeito à sua indisponibilidade, ou seja, após  ser instaurado não pode ocorrer o seu encerramento por ato discricional da autoridade policial, sendo assim ela não poderá também arquivar ou requerer o arquivamento do Inquérito, quem requer é o MP e quem arquiva é o juiz.
c) o inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo de 60 dias, quando estiver solto.ERRADA, pois de acordo com o Art. 10 do CPP: O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
 Desse modo, o indiciado preso na delegacia estadual terá 10 dias improrrogáveis e na delegacia federal terá 15 dias + 15. Já o Indiciado solto será 30 dias prorrogáveis pelo prazo que o juiz justificadamente entender, e na delegacia federal 30 dias, prorrogáveis a critério do juiz. 
d) o indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência. CORRETA.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: A LETRA D está correta, pois está descrita no Art. 14. Do CPP, qual diz que o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
06. (Delegado de Polícia – GO/UEG/2013) Sobre o direito de defesa, tem-se que
(A) A defesa técnica é indispensável, na medida em que, mais do que garantia do acusado, é condição de paridade de armas, imprescindível à concreta atuação do contraditório. CORRETA.
(B) Constitui nulidade relativa, violadora do princípio da ampla defesa, a nomeação de defensor dativo sem intimação do réu para constituir novo defensor, em virtude da renúncia do advogado. ERRADA, pois Constitui nulidade ABSOLUTA e não relativa, violadora do princípio da ampla defesa, a nomeação de defensor dativo sem intimação do réu para constituir novo defensor, em virtude da renúncia do advogado. Constitui nas SÚMULAS 707 e 708 STF.
(C) Na investigação criminal, a defesa é imprescindível, uma vez que, nessa fase, são assegurados o contraditório, a ampla defesa e a assistência do advogado ao preso em flagrante. ERRADA, pois na investigação criminal a defesa é PRESCINDÍVEL e não imprescindível, uma vez que nessa fase o contraditório é adiado e não são assegurados o contraditório, a ampla defesa e a assistência do advogado ao preso em flagrante. Dessa forma, não tem contraditório na fase policial.
(D) A autodefesa, composta pelo direito de audiência e pelo direito de presença, é dispensável pelo juiz, mas dela o acusado não poderá renunciar, devendo a ele ser imposta. ERRADA, pois a autodefesa, composta pelo direito de audiência e pelo direito de presença, é INDISPENSÁVEL e não dispensável pelo juiz, e dela o acusado poderá renunciar, não devendo a ele ser imposta. Logo, sendo assim, a autodefesa é disponível.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: LETRA A está correta, pois de acordo com o Art. 261 do CPP, diz que nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. Dessa forma, a defesa técnica é indisponível, sob pena de nulidade absoluta. Logo, o princípio da Ampla Defesa tem duas divisões: a de defesa técnica, que é aquela realizada por profissional qualificado que seria o advogado, e é irrenunciável. Ela é sempre obrigatória. E também a auto defesa, na qual é realizada pelo próprio acusado. Essa é dispensável pelo acusado, ou seja, é disponível, ele pode fazer uso dela ou não. Já em relação ao juiz ela é indisponível, de forma que o juiz não pode se recusar a ouvir o imputado se ele quiser usar o seu direito de auto defesa.
07. São princípios constitucionais explícitos do processo penal:
(A) ampla defesa e intervenção mínima. ERRADA, pois intervenção mínima é princípio penal e não processual penal.
(B) presunção de inocência e lesividade. ERRADA, pois lesividade é princípio penal e não processual penal.
(C) intervenção mínima e duplo grau de jurisdição. ERRADA, pois intervenção mínima é princípio penal e não processual penal.
(D) presunção de inocência e ampla defesa. CORRETA.
(E) lesividade e intervenção mínima. ERRADO, pois ambos são princípios penais e não processuais penais.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: LETRA D está correta, pois de acordo com o Art. 5º, LVII, da CF fala sobre a presunção de inocência. Nesse art. fala que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
 Também é importante salientar sobre a Ampla defesa, disponível entendimento no Art. 5º, LV da CF onde diz que aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Está no CPP onde cita os princípios Constitucionais Expressos, falando sobre a presunção de inocência e ampla defesa
08. A lei processual penal
(A) tem aplicação imediata, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência de lei anterior. CORRETA.
(B) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência. ERRADA, pois a lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se esteja executando a pena. Ou seja, se ainda tem novos procedimentos dentro do processo então estes serão de aplicação da lei processual em vigor.
(C) tem aplicação imediata, devendo ser declarados inválidos os atos praticados sob a vigência de lei 
anterior. ERRADA, pois a aplicação da lei processual penal é imediata, e os atos praticados sob o amparo de outra lei são considerados bastante válidos, pois foram devidamente praticados em respeito à lei vigente da época.
(D) tem aplicação imediata, devendo ser renovados os atos praticados sob a vigência da lei anterior. ERRADA, pois se aplicará desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a da lei anterior. A aplicação será imediata, e os atos praticados sob o amparo de outra lei serão considerados válidos. Portanto, não se fala em renovação dos atos já praticados!
(E) é retroativa aos atos praticados sob a vigência de lei anterior. ERRADA, pois a lei processual penal vigora desde já, isso é fato descrito no art. 2° do CPP. Entretanto, em regra, não há e feito retroativo, salvo se se tratar de norma material inserida na lei processual ou norma processual mista que é parte de direito processual, parte de direito material, e que sejam benéficas ao réu, hipótese na qual se admite a retroatividade da lei processual.
RESPOSTA FUNDAMENTADA: A LETRA A está correta, pois no Art. 2º diz que a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Dessa forma, acontece o chamado Princípio tempus regit actum, logo, tem efeito imediato ou aplicação imediata da Lei Processual Penal. Este princípio significa que a Lei Processual regulará os atos processuais a partir da sua vigência, não se aplicando aos atos já praticados, aplicando-se apenas aos atos processuais futuros à nova Lei. Então há o princípio da imediatividade.
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