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Geotécnica - UERJ 
 
 
GEOTÉCNICA 
FEN 2367 
 
 
CONTEÚDO 
1. A GEOTÉCNICA..........................................................................................................1 
_Toc57625027 
1.2. INTER-RELACIONAMENTO COM GEOLOGIA DE ENGENHARIA, MECÂNICA DOS SOLOS E 
MECÂNICA DAS ROCHAS ............................................................................................................1 
1.3. OBJETIVOS DO CURSO DE GEOTÉCNICA....................................................................2 
2. A CROSTA TERRESTRE...........................................................................................3 
2.1. DEFINIÇÃO ................................................................................................................3 
2.2. CONSTITUIÇÃO ..........................................................................................................4 
3. OS MINERAIS....................................................................................................................5 
3.1. CONCEITO .................................................................................................................5 
3.2. PROPRIEDADES FÍSICAS E MORFOLÓGICAS ...............................................................6 
3.2.1. PROPRIEDADES FÍSICAS .........................................................................................7 
3.2.2. PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS ............................................................................9 
3.3. DESCRIÇÃO DOS MINERAIS MAIS COMUNS DAS ROCHAS .............................................9 
4. ROCHAS MAGMÁTICAS ................................................................................................16 
4.1. DEFINIÇÃO ..................................................................................................................16 
4.2. MAGMA .......................................................................................................................16 
4.3. MODO DE OCORRÊNCIA DAS ROCHAS MAGMÁTICAS ....................................................17 
4.3.1. ROCHAS EXTRUSIVAS ...........................................................................................17 
4.3.2. ROCHAS INTRUSIVAS ............................................................................................18 
4.4. EXEMPLOS DE ROCHAS MAGMÁTICAS ..........................................................................18 
4.4.1. GRANITO ..................................................................................................................18 
4.4.2. BASALTO ..................................................................................................................20 
4.4.3. OBSIDIANA ...............................................................................................................20 
Geotécnica - UERJ 
 
4.4.4. PEDRA POMES .........................................................................................................21 
5. INTEMPERISMO E EROSÃO..........................................................................................21 
5.1. DEFINIÇÃO DE INTEMPERISMO .....................................................................................21 
5.2. TIPOS DE INTEMPERISMO .............................................................................................22 
5.2.1. INTEMPERISMO FÍSICO..........................................................................................22 
5.2.2. INTEMPERISMO QUÍMICO ......................................................................................22 
5.3. FATORES QUE INFLUEM NO INTEMPERISMO ..................................................................23 
5.3.1. CLIMA...................................................................................................................23 
5.3.2. TOPOGRAFIA........................................................................................................24 
5.3.3. TIPO DE ROCHA....................................................................................................24 
5.4. CONCEITO DE EROSÃO ................................................................................................24 
5.5. AGENTES DE EROSÃO .................................................................................................25 
6. ROCHAS SEDIMENTARES............................................................................................26 
6.1. DEFINIÇÃO ..................................................................................................................26 
6.2. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A FORMAÇÃO DE UMA ROCHA SEDIMENTAR ................27 
FIGURA 9 - FENÔMENO DA DIAGÊNESE ...............................................................................27 
6.3. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES.............................................................28 
6.3.1. ROCHAS CLÁSTICAS.............................................................................................28 
6.3.2. ROCHAS NÃO CLÁSTICAS (ROCHAS DE ORIGEM ORGÂNICA E QUÍMICA).................29 
7. ROCHAS METAMÓRFICAS ...........................................................................................31 
7.1. CONCEITO DE METAMORFISMO....................................................................................31 
7.2. FATORES QUE CONTROLAM O METAMORFISMO ...........................................................33 
7.3. TIPOS DE METAMORFISMO ...........................................................................................34 
7.4. PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS ...........................................................35 
8. CICLO DAS ROCHAS .....................................................................................................36 
9. RESUMO SOBRE OS T IPOS DE ROCHAS ...................................................................37 
 
 
Geotécnica - UERJ 
Ana Cristina Castro F. Sieira 
1. A Geotécnica 
1.1. Definição 
Emprego dos conhecimentos geológicos e geotécnicos para a solução de problemas de 
Engenharia Civil, principalmente nos setores de construção de ferrovias e rodovias, implantação 
de barragens, aberturas de túneis e canais, obtenção de água subterrânea, execução de 
fundações, etc... 
 
 
1.2. Inter-relacionamento com Geologia de Engenharia, Mecânica dos 
Solos e Mecânica das Rochas 
 
Segundo a ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia), a Geologia de 
Engenharia é a ciência dedicada à investigação, estudo e soluções de problemas de 
engenharia e meio ambiente, decorrentes da interação entre a Geologia e os trabalhos e 
atividades do homem, bem como à previsão e desenvolvimento de medidas preventivas ou 
reparadoras de acidentes geológicos. 
A Geologia da Engenharia apresenta interfaces com dois campos da Engenharia: a 
Mecânica dos Solos e a Mecânica das Rochas, que são reunidas sob a denominação 
Geotecnia. 
 
 
 
Conhecimentos 
geológicos e 
geotécnicos 
Solução de 
problemas de 
Engenharia Civil 
Ferrovias 
Rodovias 
Túneis 
Canais 
Barragens 
Fundações 
etc. 
Geotécnica - UERJ 
Ana Cristina Castro F. Sieira 
 
A experiência mostra que os projetos de Engenharia são bem sucedidos, em relação aos 
condicionamentos geológicos, quando há uma adequada integração entre o geólogo e o 
engenheiro. Ou seja, o geólogo define o quadro físico, o engenheiro concebe a obra e ambos 
ajustam a concepção e o projeto às condições do meio físico. 
A Mecânica dos Solos é a ciência da Engenharia que estuda o comportamento do solo 
quando este é usado, ou como material de construção (aterros rodoviários, barragens de terra, 
etc.) ou como material de fundação (edifícios, pontes, etc.). 
A solução de um problema de Mecânica dos Solos, por sua vez, envolve conhecimentos 
de química, física, geologia, mecânica das rochas, mineralogia e hidrologia. 
 
 
1.3. Objetivos do Curso de Geotécnica 
 
- Definição das condições da geomorfologia,estrutura, estratigrafia e litologia das 
formações geológicas; 
- Caracterização das propriedades mineralógicas, físicas, geomecânicas, químicas e 
hidráulicas dos materiais terrestres envolvidos em construção (solos e rochas); 
- Avaliação dos comportamento mecânico e hidrológico dos solos e maciços rochosos; 
- Previsão das alterações, ao longo do tempo, das propriedades mecânicas e 
hidrológicas dos solos e rochas. 
 
 
 
 
 
Mecânica 
dos Solos 
Química 
Física 
Geologia 
Mecânica das Rochas 
Mineralogia 
Hidrologia 
 
Geotécnica - UERJ 
Ana Cristina Castro F. Sieira 
 
2. A Crosta Terrestre 
2.1. Definição 
A Terra é um planeta aproximadamente esférico, com 6370km de raio no Equador. De 
sua superfície ao centro, a Terra 
A estrutura interna da Terra pode ser representada por 3 camadas distintas: a crosta ou 
litosfera, o manto e o núcleo. 
A Crosta possui uma espessura de até 120km. É a parte mais externa da Terra, parcial 
ou totalmente consolidada. O Manto é constituído por material rico em ferro e possui uma 
espessura em torno de 2900km. E, finalmente, o núcleo, é constituído por níquel e ferro e 
possui uma espessura de aproximadamente 3300km. 
O globo terrestre é formado por camadas sucessivas cuja densidade decresce a partir do 
centro, como indica a Figura 1. 
 
 
(δ = 2,7 – 3,0)
(δ = 3,3 – 6,7)
(δ = 9 – 12)
 
Figura 1 – Estrutura Interna da Terra 
 
 
 
 
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Ana Cristina Castro F. Sieira 
 
2.2. Constituição 
A crosta é constituída fundamentalmente de 2 partes distintas: o Sial, que é a parte mais 
externa, composta principalmente de silício e alumínio, representado por rochas de constituição 
granítica, e pelo Sima, que é a camada subjacente ao Sial e cuja composição é silício e 
magnésio, representada por rochas basálticas. A espessura do Sial é variável, podendo atingir 
50km nas áreas continentais, e praticamente zero sob os mares e oceanos (Figura 2). 
 
 
Figura 2 – A Crosta da Terra 
 
 
A parte mais superficial da Crosta está representada por rochas, que são agregados 
naturais de um ou mais minerais. As rochas são divididas em três tipos principais, de acordo 
com sua gênese: magmáticas, sedimentares ou metamórficas. 
A composição da crosta da Terra é aproximadamente a mesma das rochas magmáticas. 
Em volume, as rochas magmáticas ocupam aproximadamente 95% do volume total da Crosta, 
sendo o restante coberto por rochas sedimentares. 
A Crosta da Terra compõe-se quase que inteiramente de compostos oxigenados, 
principalmente silicatos de alumínio, cálcio, magnésio, sódio, potássio e ferro, como pode-se 
observar na Tabela 1. 
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Ana Cristina Castro F. Sieira 
 
Tabela 1 – Composição da Crosta Terrestre 
Composto Porcentagem (%) 
SiO2 60,18 
Al2O3 15,61 
Fe2O3 3,14 
FeO 3,88 
MgO 3,56 
CaO 5,17 
Na2O 3,91 
K2O 3,19 
TIO2 1,08 
P2O5 0,30 
 
3. Os Minerais 
3.1. Conceito 
Mineral é uma substância sólida natural, inorgânica e homogênea, que possui 
composição química definida e estrutura atômica característica. Os minerais são os elementos 
constituintes das rochas, logo, o conhecimento dos minerais implica o conhecimento das 
rochas. 
Os minerais se formam por cristalização, a partir de líquidos magmáticos ou soluções 
termais, pela recristalização em estado sólido ou, ainda, como produto de reações químicas 
entre sólidos e líquidos. 
A cristalização ocorre quando os átomos, íons ou grupos iônicos, em proporções 
definidas, são atraídos por forças eletrostáticas e distribuídos ordenadamente no espaço. A 
menor unidade desta rede tridimensional, determinada pela disposição dos átomos na estrutura 
do mineral, é conhecida como cela unitária (retículo cristalino) e pode condicionar, além da 
forma externa do cristal, outras propriedades físicas como a dureza, a clivagem, etc. A Figura 3 
mestra a estrutura interna e a forma cúbica derivada deste arranjo, para o mineral halita (NaCl). 
 
 
Geotécnica - UERJ 
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Figura 3 – Estrutura Interna e Forma da Halita 
 
Alguns minerais são amorfos, não têm forma própria, por não apresentarem estrutura 
interna definida. Minerais não amorfos ocorrem como cristais, que são corpos com forma 
geométrica, limitados por faces, arranjadas de maneira regular e relacionadas com a orientação 
da estrutura atômica. 
 
3.2. Propriedades Físicas e Morfológicas 
As propriedades que mais interessam no estudo de um mineral são as seguintes: 
 
Propriedades Físicas: dureza 
 traço 
 brilho 
 cor 
 clivagem 
 fratura 
 tenacidade 
 flexibilidade 
 peso específico 
 
Propriedades Morfológicas: Hábito 
 
 
 
 
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3.2.1. Propriedades Físicas 
 
3.2.1.1. Dureza: é a resistência do mineral ao risco ou abrasão. É medida pela resistência 
que a superfície do mineral oferece ao risco por outro mineral ou por outra substância qualquer. 
A determinação desta propriedade é referida a uma escala padrão de 10 minerais, conhecida 
como escala de Mohs (Tabela 2). 
 
Tabela 2 – Escala de dureza de Mohs 
 
 
 
3.2.1.2. Traço: é a cor do pó mineral que se observa quando este risca uma superfície 
áspera de porcelana branca e dura. Nos minerais opacos de brilho metálico (óxidos e sulfetos), 
esta é uma das propriedades diagnósticas para a identificação da espécie. 
 
3.2.1.3. Briho: aspecto apresentado pela superfície de fratura recente do mineral, ao 
refletir a luz incidente. O brilho pode ser: 
- metálico: semelhante ao brilho dos metais polidos; 
- vítreo: produz reflexões como o vidro; 
- resinoso: possui aspecto de resina; 
- graxo: o mineral parece coberto por uma camada de óleo; 
- sedoso: possui aspecto de seda; 
- perláceo: mostra aspecto de pérolas; 
- adamantino: possui reflexos fortes e brilhantes como o diamante. 
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3.2.1.4. Clivagem: é a propriedade dos minerais partirem em determinados planos, ou já 
apresentarem estes planos, de acordo com suas direções de fraqueza. A clivagem pode ser: 
a) proeminente: quando o mineral apresenta um plano muito evidente e quase perfeito, 
como acontece com a mica que se cliva em folhas paralelas; 
b) perfeita: quando o plano apresenta certo caráter de aspereza, como ocorre com os 
feldspatos; 
c) distinta: quando os planos de clivagem apresentam pequeno grau de escalonamento, 
como por exemplo, a fluorita; 
 
3.2.1.5. Fratura: superfície de quebra do mineral, independente do plano de clivagem. Os 
minerais não se partem em planos, mas segundo uma superfície irregular. As mais comuns são: 
a) conchoidal: em concavidades mais ou menos profundas. Exemplo: quartzo; 
b) igual ou plana: quando a superfície, embora apresentando pequenas elevações e 
depressões, aproxima-se de um plano; 
c) desigual ou irregular: com superfície irregular. 
 
3.2.1.6. Tenacidade: é a resistência que os minerais oferecem à flexão, ao 
esmagamento, ao corte, etc. Os minerais podem ser: 
a) quebradiços ou friáveis: reduzem-se à pó quando submetidos à pressão; 
b) sécteis: podem ser cortados por uma lâmina; 
c) maleáveis: redutíveis a lâminas pelo martelo. 
 
3.2.1.7. Flexibilidade: é uma deformação que pode ser: 
a) elástica: cessa quando o esforço é retirado; 
b) plástica: permanece após a retirada do esforço. 
 
 
3.2.1.8. Peso específico: corresponde ao peso do mineral em relação ao peso de igual 
volume de água, sendo calculado pela expressão: 
 
peso específico (p.e.)= peso do mineral no ar (P) 
 peso do mineral no ar (P) – peso do mineral imerso em água (P’) 
 
 
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Ou seja: 
 p.e. = P 
 P – P’ 
 
3.2.2. Propriedades Morfológicas 
A propriedade morfológica dos minerais é o hábito, que representa a forma externa do 
mineral. Os principais hábitos estão apresentadosna Tabela 3. 
 
Tabela 3 – Principais hábitos dos minerais formadores de rochas 
Hábito Características 
Acicular Mineral em cristais delgados, semelhantes a agulhas 
Colunar Mineral em indivíduos grossos, semelhantes a colunas 
Tabular ou lamelar Mineral achatado, em lamelas sobrepostas 
Laminado Mineral em finas lâminas achatadas 
Foliáceo Mineral que se separa facilmente em lâminas ou folhas 
Fibroso Agregado subparalelo de cristais finos e fibrosos 
Granular Mineral em forma de agregado de grãos 
Maciço Mineral compacto de forma irregular 
Terroso Mineral cm aspecto de massa de barro seco 
Botrioidal Agregado com proeminências arredondadas, tipo cacho de uva 
 
 
3.3. Descrição dos minerais mais comuns das rochas 
 
3.3.1. Propriedades físicas gerais dos minerais de rochas 
 
1. Forma e hábito – os minerais de rochas geralmente não se apresentam como 
cristais, isto é, não possuem forma geométrica. 
As rochas magmáticas são as que têm maior probabilidade de formar cristais com forma 
própria, pois seu ambiente de formação é fluido, isto é, é o magma. Os primeiros minerais 
formados podem impor sua forma ao meio, mas à medida que aumenta o número de 
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cristais, o espaço diminui. Os últimos minerais formados têm que se adaptar ao espaço 
restante, ficando com contornos irregulares. 
As rochas metamórficas não apresentam cristais bem formados, porque se originam de 
transformações verificadas no estado sólido. Quando existirem cristais significa que a sua 
força de cristalização é muito grande, chegando a deformar outros minerais para impor a 
sua forma. 
As rochas sedimentares, formadas por erosão, transporte e deposição de sedimentos, 
apresentam seus minerais desgastados. Soluções saturadas podem, porém, se precipitar 
em fendas, cavidades ou aberturas existentes nas rochas, dando origem a cristais bem 
formados. 
 
2. Cor – os minerais, quando puros, possuem uma cor inerente, que pode variar de 
acordo com as impurezas, de maneira que um mesmo tipo de rocha pode apresentar 
cores diversas, conforme as cores de seus minerais. 
 
3. Cor do traço – não é critério para determinação dos minerais de uma rocha, porque o 
pó deixado na porcelana poderá ser de vários minerais, especialmente se a 
granulação for milimétrica. 
 
4. Clivagem – pode ser evidente nos minerais de rochas de granulação grossa, 
especialmente em superfícies recentemente quebradas. Os minerais com uma só 
direção de clivagem tendem a formar placas, como as micas, talco e clorita. Duas 
clivagens aparecem em anfibólios e piroxênios. Três direções de clivagem podem 
formar cubo como na galena ou romboedro, como na calcita, de modo que na rocha o 
mineral fraturado pode apresentar o contorno de um quadrado ou de um losango. 
 
5. Fratura – para determinação de minerais de uma rocha, consideraremos apenas um 
tipo de fratura: a concóide de quartzo. 
 
6. Reações Químicas – deve-se fazer uso do HCl em solução 1:1, para se obter 
efervescência em carbonatos (calcários e dolomitos). 
 
7. Peso Específico – não é usual determinar o peso específico para a classificação dos 
minerais de uma rocha. 
 
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3.3.2. Minerais mais comuns das rochas 
Na Tabela 4, estão relacionados os dezenove minerais, que são os mais comumente 
encontrados em rochas. 
 
Tabela 4 – Minerais mais comuns em rochas 
1. Quartzo 6. Zircão 11. Topázio 16. Amianto 
2. Feldspato 7. Magnetita 12. Calcita 17. Talco 
3. Mica 8. Hematita 13. Dolomita 18. Zeólita 
4. Anfibólios 9. Pirita 14. Caolim 19. Fluorita 
5. Piroxênios 10. Turmalina 15. Clorita 
 
 
1. Quartzo (SiO2): é sílica cristalizada macroscopicamente. 
Forma: nas rochas, o quartzo não tem forma definida. Quando formado em cavidades, 
apresenta forma de prisma hexagonal. 
Clivagem: ausente. 
Fratura: concóide. 
Cor: nas rochas, o quartzo se apresenta desde incolor até cinza-escuro. Geralmente é 
branco. 
Brilho: vítreo. 
Traço: incolor. 
Dureza: 7. 
Peso específico: 2,65 
Ocorrência: nas rochas ígneas, em granitos e pegmatitos; nas rochas metamórficas, em 
quartzitos, micaxisto, gnaisses; nas rochas sedimentares, em arenitos, siltitos, 
conglomerados. 
Características distintivas: falta de clivagem, brilho e cor distinguem os quartzos dos 
feldspatos, que usualmente se associam a ele. 
 
2. Feldspatos: o grupo dos feldspatos é formado por: ortoclásio (KAlSi3O8), albita 
(NaAlSi2O8) 
Forma: nas rochas, os feldspatos são informes, mas podem apresentar contornos 
retangulares ou hexagonais. 
 
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Ana Cristina Castro F. Sieira 
 
Clivagem: têm boa clivagem em 2 direções. 
Fratura: irregular em fragmentos quebradiços. 
Cor: os ortoclásios geralmente são: creme, tijolo, róseo e vermelho, devido às impurezas 
de hematita. Os plagioclásios geralmente são: cinza, branco, pardo, esverdeado e até 
preto. 
Brilho: vítreo. 
Traço: Branco. 
Peso específico: 2,54 (ortoclásio), 2,62 (albita) e 2,76 (anortita) 
Ocorrência: os feldspatos ocorrem em quase todos os tipos de rochas ígneas intrusivas 
ou extrusivas e nas metamórficas. São mais raros nas rochas sedimentares, porque se 
decompõem em argila e caolim. 
 
3. Micas 
Mica branca – H2KAl3(SiO4)3. – muscovita 
Mica preta – (H, K)2(Mg, Fe)2(Al, Fe)2(SiO4)3 – biotita 
Mica verde – sericita 
Mica roxa - lepidolita 
Forma: quando bem cristalizadas, mostram-se em placas hexagonais. 
Clivagem: 1 direção 
Cor: muscovita é incolor, branca, cinza, parda ou esverdeada. Em lâminas finas é sempre 
incolor. A biotita é preta ou parda. 
Brilho: acetinado. 
Ocorrência: em granitos, pegmatitos, gnaisses, mica-xistos, filitos. 
 
4. Anfibólios 
Formam um grupo de silicatos que são sais de ácido metasilícico (H2SiO3). 
Forma: apresentam-se comumente sob a forma de lâminas longas com terminações 
irregulares. 
Clivagem: 2 direções 
Cor: depende da quantidade de ferro. Branco ou cinza na tremolita, verde vivo na 
actinolita e verde escuro a preto na hornblenda 
Brilho: vítreo, sedoso no amianto. 
 
 
Geotécnica - UERJ 
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5. Piroxênios 
Formam um grupo de silicatos que são sais do ácido metasilício (H2SiO3) 
Forma: prismático, curto e grosso, mais ou menos equidimensional. 
Clivagem: 2 direções. 
Ocorrência: em rochas ígneas melanocráticas e intermediárias. São comuns em rochas 
metamórficas, como gnaisses, anfibolitos e mármores. 
 
6. Zircão (ZrSiO4) 
Hábito: prismático. 
Cor: incolor, azulado, arroxeado e pardo. 
Dureza: 7,5. 
Ocorrência: em rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares. 
 
7. Magnetita (Fe3O4) 
Hábito: octaédrico. 
Cor: cinza a preto. 
Clivagem: inexistente 
Traço: preto 
Brilho: metálico. 
Ocorrência: em rochas ígneas e metamórficas. 
 
8. Hematita (Fe3O3) 
Hábito: placas hexagonais. 
Cor: preta metálica. 
Clivagem: inexistente 
Traço: vermelho 
Ocorrência: em gnaisses e xistos cristalinos. 
 
9. Pirita (FeS2) 
Hábito: cúbico, octaédrico. 
Cor: amarela, com brilho metálico. 
Clivagem: inexistente 
Traço: esverdeado a preto 
Ocorrência: em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. 
 
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10. Turmalina 
Hábito: prismas de seção aproximadamente triangular e estriados verticalmente. 
Cor: preta, verde, vermelha, vinho, rósea. 
Clivagem: inexistente 
Ocorrência: em pegmatitos ocorrem na forma de cristais grandes. A variedade rósea 
geralmente se associa à mica roxa. A parda é encontrada em calcários. 
 
11. Topázio (Al, F)2SiO4 
Hábito: prismático com seção losangular. 
Cor: incolor, azul, laranja e verde. 
Ocorrência: em pegmatitos. 
 
12. Calcita (CaCO3) 
Hábito: romboedros 
Cor: incolor, branca, cinza a preta, amarela, vermelha. 
Clivagem: 3 direções 
Brilho: vítreo a sedoso. 
Ocorrência: em cavidades, fraturas, estalactites, estalagmites, crostas. É o mineral 
formadorde calcáreos e mármores. 
 
13. Dolomita (CaMg(CO3)2) 
É semelhante à calcita. 
 
14. Caolim (H4Al2Si2O9) 
Hábito: placóide hexagonal microscópico. 
Cor: branca ou colorida, dependendo da quantidade de óxido de ferro. 
Ocorrência: rochas sedimentares e ígneas decompostas 
 
15. Clorita (Si4O10)Mg3(OH)2.Mg3(OH)6 
Hábito: placóide como as micas 
Cor: verde. 
Ocorrência: em qualquer tipo de rocha que tenha minerais ferromagnesianos. 
 
 
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16. Amianto (H4Mg3Si2O9) 
Hábito: massas compactas ou granulares finas 
 
17. Talco (H4Mg3(Si2O9)4 
Hábito: lâminas microscópicas. 
Cor: branca, esverdeada, parda. 
Ocorrência: rochas metamórficas 
 
18. Zeólitas 
Constituem um grupo de silicatos hidratados de alumínio. São formadas a partir de 
feldspatos, por influência de vapores e soluções quentes. 
Hábito: cúbico, feixes de cristais achatados, losangulares. 
Cor: branca, incolor e amarela. 
Ocorrência: encontradas em aberturas ou amígdalas de rochas ígneas efusivas. Ex: 
basalto. 
 
19. Fluorita (CaF) 
Hábito: cúbico, octaédrico. 
Cor: branca, amarela, verde, rósea, vermelha, azul, violeta, parda. 
Ocorrência: encontradas em pegmatitos, calcáreos e dolomitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CROSTA 
REVESTIMENTO SUPERIOR 
REVESTIMENTO INFERIOR 
NÚCLEO EXTERIOR 
NÚCLEO INTERIOR 
MAGMA 
4. Rochas Magmáticas 
4.1. Definição 
A formação de uma rocha, qualquer que seja o seu tipo genético, envolve uma 
multiplicidade de fatores e uma interação de processos decorrentes da própria evolução da 
Terra.. 
As rochas magmáticas (ou ígneas) são resultantes da consolidação por resfriamento de 
material em estado de fusão (magma) formado no interior da Terra. Essas rochas podem 
apresentar características bem diversas, decorrentes principalmente da composição do magma 
e da velocidade de solidificação. 
As rochas ígneas ou magmáticas constituem aproximadamente 80% da crosta da Terra. 
O estudo da origem das rochas ígneas está intimamente ligado ao conhecimento do magma e 
suas diferentes formas de ocorrência. 
 
4.2. Magma 
O magma é um material em fusão, existente no interior da Terra. Origina-se a grandes 
profundidades, na parte inferior da crosta ou na parte superior do manto (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O magma apresenta-se sempre com densidade menor que a dos materiais que o 
circundam. Desta forma, ele tende a subir para as partes mais superficiais da crosta, podendo 
atingir, ou não, a superfície. 
O magma mantém as propriedades de um líquido, das quais a fluidez é a mais 
importante. Dessa forma, mesmo contendo gases e partículas sólidas em suspensão, tais como 
cristais ou fragmentos de rochas, sua fluidez ou mobilidade não é significativamente afetada. 
A faixa de temperatura dos magmas, da ordem de 600oC a 1400oC, é determinada 
através de simulação em laboratório ou, eventualmente, por medição direta em crateras de 
vulcões. Os fatores que controlam a temperatura são: composição, profundidade (pressão) e 
presença de água. 
 
 
4.3. Modo de Ocorrência das Rochas Magmáticas 
4.3.1. Rochas Extrusivas 
Uma das manifestações mais impressionantes da natureza é representada pelo 
magmatismo extrusivo na forma de erupções vulcânicas. Esses extravasamentos do magma se 
processam através de orifícios de forma mais ou menos circular, isolados ou em grupo, com 
acúmulo de material solidificado em suas proximidades, dando origem a um vulcão. A forma 
tipicamente cônica de um vulcão está relacionada ao extravasamento concentrado a partir de 
um orifício e à acumulação em sua vizinhança. 
Quando o magma se extravasa por grandes fissuras da crosta, na forma de fluxo de 
lava, originam-se os corpos rochosos tabulares denominados derrames de lavas. 
A parte superior do derrame de lava, exposta ao ar, sofre resfriamento rápido, 
consolidando-se em primeiro lugar formando uma película. Os gases contidos na massa de 
lava, em razão de sua baixa densidade, deslocam-se para a parte superior do derrame e ali 
ficam retidos, formando horizontes de vesículas. 
Esses horizontes poderão se constituir em rochas inadequadas, quando sobre eles se 
assentam obras civis de grande porte, exigindo estudos e tratamentos adequados. 
Em razão do rápido resfriamento da lava na parte externa e do resfriamento mais lento do 
seu interior, surgem dois tipos de fraturamento (juntas ou diaclases) nas massas basálticas. 
Na parte superior o fraturamento é do tipo horizontal, na mesma zona onde há o acúmulo 
de bolhas de gás (zona vesicular). 
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Na parte central do derrame, ocorre um sistema de juntas isolando blocos prismáticos 
dispostos geralmente na vertical. Nesta zona, o basalto não possui vesículas e é denominado 
basalto denso. 
Na base, ocorre novamente uma zona de diaclasamento horizontal de menor espessura. 
O fraturamento natural do basalto é produzido pela contração causada pelo resfriamento 
da lava. 
 
4.3.2. Rochas Intrusivas 
Quando o magma não consegue romper as camadas superiores da Crosta, sua 
consolidação ocorre internamente, formando as rochas intrusivas. 
De uma maneira geral, as rochas ígneas intrusivas apresentam características que 
estão associadas à velocidade de resfriamento do magma, que por sua vez, depende da 
profundidade em que o fenômeno ocorre. 
À medida que a profundidade aumenta, o resfriamento é mais lento e, como 
conseqüência, surgem rochas formadas por minerais de maior granulação. 
As rochas intrusivas, consolidadas no interior da crosta, possuem formas que 
dependem da estrutura geológica e da natureza das rochas que elas penetram. Se o 
magma, ao penetrar uma rocha pré-existente, se orienta segundo os seus planos de 
xistosidade, produzirá uma forma dita concordante. 
Por outro lado, se o magma atravessar determinada rocha, seguindo direções ou 
planos que não correspondem aos de xistosidade, produzirá uma forma denominada 
discordante. 
Formas concordantes ou discordantes só podem ser distinguidas umas das outras, 
quando as intrusões se deram em rochas de estrutura estratificada, mais ou menos 
horizontais. 
 
4.4. Exemplos de Rochas Magmáticas 
São exemplos de rochas magmáticas o granito, o basalto, a obsidiana e a pedra-pomes. 
 
4.4.1. Granito 
É uma rocha muito dura de coloração variada. Mesmo a olho nu, pode-se distinguir os 
principais minerais que a formam: quartzo, feldspato e mica. 
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O granito é usado na pavimentação de ruas, na forma de paralelepípedos. Quando polido, 
ele se torna uma bela pedra ornamental, utilizada no revestimento de prédios e na confecção 
de pias, pisos, túmulos e estátuas (Figura 5). 
No Brasil, existem cadeias de montanhas constituídas em grande parte de granito. É o 
caso da serra da Mantiqueira e da Mantiqueira. 
 
 
Figura 5 – Granito 
 
O quartzo é um dos minerais mais abundantes na crosta terrestre. Apresenta muitas 
variedades, tais como o cristal de rocha ou quartzo hialino, que é incolor e transparente; o 
quartzo de ametista, de cor roxa; o quartzo citrino, de cor amarela, também conhecido como 
falso topázio. 
O quartzo hialino é usado na fabricação de lentes. O quartzo pulverizado é matéria prima 
para fabricação do vidro. 
A mica é o mineral que aparece no granito como pequenas lâminas brilhantes. Dentro das 
variedades de mica, a mais conhecida é a mica branca (muscovita). É empregada como 
isolante elétrico e térmico. 
O feldspato é o mineral predominante no granito. Existem feldspatos brancos, leitosos, 
róseos, amarelados ou cinzentos. Sua decomposição pela água das chuvas e pelo gás 
carbônico do ar forma a argila (barro), um dos componentes do solo. 
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4.4.2.Basalto 
É uma rocha magmática pesada e escura , com muito ferro em sua composição. As 
pedras pretas da famosa calçada de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, são de basalto. 
No Brasil, há 200 milhões de anos, o magma extravasou por uma grande fenda, 
provavelmente onde corre hoje o Rio Paraná. As lavas se espalharam de São Paulo ao Rio 
Grande do Sul, cobrindo uma superfície de 1 milhão de quilômetros quadrados. À medida que 
elas se solidificaram, formaram uma imensa camada de basalto. A decomposição dessa rocha 
originou a terra roxa, solo muito fértil, existente nos Estados de São Paulo e Paraná, e próprio 
para o plantio de café. 
 
Figura 6 – Basalto 
 
4.4.3. Obsidiana 
É uma rocha muito escura e brilhante, também conhecida como vidro vulcânico ou natural 
(Figura 7). Origina-se do resfriamento rápido da lava vulcânica. 
 
 
Figura 7 – Obsidiana 
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4.4.4. Pedra Pomes 
É uma rocha que tem a mesma origem e composição da obsidiana. Entretanto, devido à 
grande quantidade de poros, assemelha-se a uma espuma endurecida, sendo extremamente 
leve. Pode ser cinzenta, esbranquiçada ou amarelada. 
 
 
Figura 8 – Pedra Pomes 
 
5. Intemperismo e Erosão 
5.1. Definição de Intemperismo 
O intemperismo é a “resposta” dos materiais que estavam em equilíbrio no interior da 
litosfera às solicitações da atmosfera, hidrosfera e biosfera. 
O intemperismo pode ser definido como o conjunto de processos que ocasiona a 
desintegração e a decomposição das rochas e dos minerais, por ação de agentes atmosféricos 
e biológicos. 
A maior importância do intemperismo está na destruição das rochas, com conseqüente 
produção de outros materiais, que irão formar os solos, os sedimentos e as rochas 
sedimentares. 
O intemperismo difere da erosão por ser um fenômeno de alteração das rochas , 
executado por agentes essencialmente imóveis, enquanto a erosão é a remoção e transporte 
dos materiais por meio de agentes móveis (água, vento, ...). 
 
 
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5.2. Tipos de Intemperismo 
5.2.1. Intemperismo Físico 
O intemperismo físico pode ser definido como o conjunto dos processos que levam à 
desagragação da rocha in situ e desorganização da estrutura dos constituintes minerais (sem 
alterações químicas). Os principais processos de intemperismo físico são: 
1. Expansão por alívio de tensões; 
2. Expansão devido ao crescimento de cristais estranhos à rocha, ocasionando o 
enfraquecimento da estrutura; 
3. Expansão devido à cristalização de sais: a penetração de soluções salinas nos poros 
seguida de evaporação da água, gera um acúmulo de sais nos poros. A cristalização e 
o crescimento destes sais podem provocar a desintegração da estrutura; 
4. Expansão e contração térmica: a variação do coeficiente de dilatação dos diferentes 
minerais que compõem uma rocha, faz com que estes recebam esforços intermitentes 
durante séculos, com ciclos de aquecimento e resfriamento. Ocorre então a fadiga 
desses minerais, que serão facilmente desagregados e reduzidos a pequenos 
fragmentos. Este processo é denominado de esfoliação térmica; 
5. Ação biológica: decorrente da ação das raízes de plantas ao longo de fendas e 
fraturas e da atividade orgânica de animais como formigas, minhocas, cupins e vários 
roedores; 
6. Ação do homem; 
7. Ciclos de secagem e umedecimento.). 
 
5.2.2. Intemperismo Químico 
O intemperismo químico é caracterizado pela reação química entre a rocha e soluções 
aquosas diversas. Tal processo é mais rápido se a rocha for previamente preparada pelo 
intemperismo físico, que a reduz a fragmentos menores, facilitando e aumentando o contato 
com os agentes aquosos ativos na degradação da rocha. A atuação do intemperismo químico 
no desencadeamento de escorregamentos está diretamente relacionada aos seguintes fatores: 
• diminuição dos valores dos parâmetros de resistência do material provocada pela 
alteração dos minerais constituintes das rochas (intemperismo causado pela ação da 
água percolando em juntas, microfissuras, etc.); 
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• diminuição do ângulo de atrito das descontinuidades (no caso de rochas), facilitando a 
ocorrência de escorregamentos. 
 
 Em síntese: 
 
INTEMPERISMO → ENFRAQUECIMENTO GRADUAL DO MEIO ROCHOSO → 
DESENVOLVIMENTO DE MICROFISSURAS → REMOÇÃO DOS ELEMENTOS SOLÚVEIS 
DE CIMENTAÇÃO → DIMINUIÇÃO DOS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA 
 
A variação da resistência devida ao intemperismo se dá de um modo extremamente lento, 
cumulativo. Assim, o intemperismo tem um efeito muito menor, a curto prazo, que outros 
fatores, como a flutuação do N.A., erosão superficial, etc. Exceções ocorrem no caso de taludes 
de rochas altamente susceptíveis à alteração química, quando expostos à superfície. 
O perfil de intemperismo é a sequência de níveis ou horizontes de materiais com 
diferentes propriedades físicas e que se desenvolveram “in situ” sobre a rocha de origem (rocha 
matriz). Os perfis de intemperismo são o reflexo do modo de atuação do intemperismo, 
condicionando, na verdade, a maior ou menor susceptibilidade da encosta a escorregamentos e 
ainda, a extensão, tipo e profundidade destes. Tais perfis determinam descontinuidades e 
gradações no que concerne a aspectos mecânicos e hidrogeológicos dos materiais. 
Em alguns casos, sobrepostos às formações rochosas, desenvolve-se uma zona irregular 
de rocha decomposta, caracterizada por um sistema de juntas paralelas à superfície. Capeando 
este horizonte (rocha alterada) ocorrem os depósitos superficiais, mais espessos na base das 
encostas, onde concentram-se os problemas de estabilidade (Jones, 1973). 
O elevado grau de intemperismo das rochas, facilitando o aparecimento de fendas de 
tração, gera fraturamento intenso de blocos. 
 
5.3. Fatores que Influem no Intemperismo 
Os agentes do intemperismo trabalham simultaneamente e a ação maior ou menor de um 
ou de outro, depende de diversos fatores, tais como: 
 
5.3.1. Clima 
O clima influi de diversas maneiras, sendo que em regiões áridas há uma predominância 
da ação dos agentes físicos em relação aos químicos, acontecendo o inverso em regiões 
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úmidas. Em resume, podemos dizer que o intemperismo químico é dominante nas regiões 
quentes e úmidas, e que o intemperismo físico domina, por sua vez, nas regiões geladas e nos 
desertos. Dessa maneira, no Nordeste do Brasil, predomina o intemperismo físico e na região 
Centro-Sul, o intemperismo químico. 
 
5.3.2. Topografia 
A topografia influi da seguinte maneira: o solo inicialmente formado constitui uma camada 
que protege a rocha contra uma posterior alteração e decomposição. Porém, nas regiões de 
declives acentuados, o solo é constantemente removido pelas enxurradas ou por efeito direto 
da gravidade. Neste caso, o ataque às rochas aumenta. 
 
5.3.3. Tipo de Rocha 
O tipo de rocha influi na ação de intemperismo, segundo as diferentes resistências 
oferecidas ao ataque físico e químico. A resistência oferecida ao intemperismo depende da 
estrutura das rochas e da presença de fraturas ou falhamentos. 
 
5.4. Conceito de Erosão 
Erosão é o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas do solo 
causado pela água e pelo vento, cuja origem está ligada principalmente à ocupação das terras 
pelo homem (ação antrópica). A erosão do solo constitui a principal causa do empobrecimento 
precoce das terras produtivas. As enxurradas, provenientes das águas que não foram retidas 
ou infiltradas no solo, transportam partículas de solo em suspensão e nutrientes necessários às 
plantas. Esse transporte de partículas também pode ocorrer através do vento e geleiras. A 
erosão implica na remoção de partículas sólidas. 
Reações químicas de hidratação, oxidação e dissolução produzidas pela água ocorrem 
sobre as rochas expostasà superfície, complementadas por processos físicos e biológicos, 
provocando a completa desagregação e alteração das rochas, fenômenos que em conjunto 
constituem o intemperismo. 
Os materiais soltos tendem naturalmente a se mover, descendo as encostas por efeito da 
gravidade. Assim, os detritos de materiais rochosos intemperizados se deslocam das 
montanhas até o fundo dos vales e fundo dos oceanos. 
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Esse transporte é grandemente acelerado pela ação da água corrente e mais localmente 
pelo vento e gelo. O intemperismo e o transporte levam ao processo de seleção mecânica e 
química. Partículas finas, tais como argilas, podem caminhar mais rapidamente a pontos mais 
afastados que partículas e fragmentos maiores. 
A erosão tem o efeito de rebaixar a superfície do terreno. O grau de rebaixamento poderá 
ser da ordem de alguns centímetros por centenas de anos, variando muito conforme o clima e a 
topografia do terreno considerado. 
A superfície topográfica, representada pela forma das montanhas e vales, bem como pelo 
traçado dos rios e por outras características da forma do terreno, em qualquer momento da 
história da Terra, expressa o equilíbrio existente entre o processo erosivo externo e o processo 
interno (como por exemplo, vulcanismo e tectonismo) gerador dos continentes. 
O resultado dessas transformações é o solo, que posteriormente, pode ser novamente 
transformado em rocha através de um processo denominado diagênese. 
A diagênese compreende as modificações sofridas pelos sedimentos, iniciado no 
momento em que se efetua a deposição e continuado por certo tempo. É a transformação do 
sedimento em rocha definitiva. 
 
5.5. Agentes de Erosão 
O vento, a chuva, a enxurrada, as geleiras, as águas dos rios e dos mares são agentes da 
Natureza que sempre causaram, e continuam a causar, erosão do solo e das rochas. 
O vento possui alta capacidade de transporte. As partículas de areia transportadas 
provocam a erosão das rochas por impacto. A diminuição da velocidade do vento e a presença 
de obstáculos ocasionam a deposição das partículas. 
A erosão pluvial é exercida pela água da chuva que escorre sobre o solo. É mais intensa 
em solos sem vegetação. 
A erosão fluvial se realiza através dos processos de corrosão e transporte. A corrosão 
consiste no processo químico de ataque às rochas do leito do rio pelas águas. 
Os detritos são transportados por: 
- suspensão: por fluxo turbulento (partículas finas como siltes e argilas); 
- rolamento: pelo fundo dos rios (seixos e areias); 
- saltação: por correntes ascendentes. 
 
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A esses agentes de erosão, cada vez mais, vem sendo somado a ação do homem, que já 
pode ser considerado um importante agente. 
As pedreiras que o homem dinamita, para a obtenção de matéria-prima, para abertura de 
estradas; a intensa movimentação de terra, necessária a várias construções; os 
desmatamentos que deixam o solo exposto à ação dos agentes naturais; os deslizamentos nas 
margens dos rios, escavadas em busca de ouro e de outros metais e pedras preciosas são 
exemplos da ação do homem como agente de erosão. Paralelamente a essa verdadeira erosão 
que provoca, ainda com freqüência contamina o ambiente, como acontece com a escavação 
dos rios em busca de metais. 
No Brasil, são numerosos os rios que vêm sofrendo a ação nociva do homem. 
Um outro fator de agressão à Natureza é a construção das usinas hidrelétricas. Elas 
representam uma boa solução para o país no tocante à obtenção de energia elétrica. No 
entanto, trazem uma indesejável conseqüência: a água represada inunda a região onde se 
localiza, alterando profundamente o equilíbrio ecológico dessa região. 
De todos os problemas apontados, talvez o mais amplo e mais antigo seja o 
desmatamento, que afeta o Brasil inteiro há muito tempo. 
 
6. Rochas Sedimentares 
6.1. Definição 
São rochas formadas pelos sedimentos oriundos da ação física e química dos agentes do 
intemperismo sobre rochas pré - existentes. 
São chamados sedimentos as partículas sólidas que são carreadas pelos agentes 
geológicos. Os agentes geológicos são os modificadores da superfície da Terra: água 
corrente, as geleiras, os ventos e os fluxos gravitacionais. 
Os sedimentos incluem: 
• Fragmentos de minerais e rochas; 
• Fragmentos de vegetais e animais; 
• Precipitados químicos de soluções aquosas, com ou sem a interferência dos seres 
vivos. 
 
Os sedimentos são produzidos por uma grande variedade de processos atuantes na 
superfície da Terra, envolvendo o intemperismo e a ação dos organismos vivos. O 
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intemperismo é um conjunto de processos que tendem a fragmentar e alterar quimicamente as 
rochas na superfície. 
 
6.2. Condições necessárias para a formação de uma rocha 
sedimentar 
1) Presença de rochas que deverão ser a fonte dos materiais; 
2) Presença de agentes móveis ou imóveis que desintegrem as rochas; 
3) Presença de um agente transportador dos sedimentos recém-formados; 
4) Deposição deste material em uma bacia de acumulação; 
5) Consolidação desses sedimentos através do peso próprio das camadas superiores ou 
por meio de soluções cimentantes. 
 
As rochas sedimentares são formadas pela acumulação de materiais provenientes de 
outras rochas pré-existentes, ou de restos e resíduos de plantas e animais. 
A sua formação segue a seguinte seqüência (Figura 9): 
1) Intemperismo – desintegração e decomposição dos minerais da rocha; 
2) Erosão – transporte; 
3) Deposição – acumulação; 
4) Diagênese – compactação e cimentação. 
 
Figura 9 - Fenômeno da Diagênese 
 
 
Rochas pré-existentes 
Deposição 
+ 
Compactação 
transporte 
Agentes de Intemperismo 
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6.3. Classificação das Rochas Sedimentares 
6.3.1. Rochas Clásticas 
As rochas clásticas são originadas pelo transporte através da ação separada ou conjunta 
da gravidade, vento, água e gelo, com conseqüente deposição. 
O caráter predominante do material é inicialmente o estado inconsolidado. O tamanho das 
partículas varia desde dimensões microscópicas até grãos centimétricos e blocos maiores. 
Esses materiais ainda não cimentados constituem o sedimento. Depois da compactação pelo 
peso próprio das camadas superiores sobre as inferiores e/ou cimentação, os sedimentos 
passarão a constituir a rocha sedimentar. 
As rochas de origem clástica podem ser subdivididas em 3 grupos, de acordo com o 
diâmetro médio das partículas predominantes: 
1. Rochas grosseiras; 
2. Rochas arenosas; 
3. Rochas argilosas. 
 
As rochas grosseiras são formadas por partículas com diâmetro superior a 2,0mm. 
Depósitos de tálus e aluvião dão origem a essa categoria de rochas, nas quais pode-se 
distinguir 2 tipos característicos: conglomerados e brechas. 
Os conglomerados são rochas sedimentares formadas de fragmentos arredondados, com 
diâmetro superior a 2,0mm, originados de rochas pré-existentes e posterior transporte e 
deposição. O tamanho dos fragmentos varia de seixos até matacões. 
As brechas são rochas sedimentares formadas por fragmentos de diâmetro superior a 
2,0mm, mas não arredondados e sim, angulosos. A angulosidade dos grãos demonstra que o 
transporte do material não foi muito grande. 
As rochas arenosas são as mais representativas e comuns entre as rochas 
sedimentares, e os fragmentos predominantes possuem diâmetro situado entre 0,01mm e 
2,0mm. Nessas rochas, distinguimos 2 tipos principais: arenitos e siltitos. 
Os arenitos são rochas constituídas substancialmente por partículas ou grãos de quartzo 
detrítico, subangulares ou arredondados, com diâmetro variando de 0,01 a 2,0mm. 
Os siltitos são rochas arenosas de granulação finíssima (grãos em torno de 0,01mm) e 
são formados principalmente por produtos de erosão fluvial, lacustre ou glacial.Geotécnica - UERJ 
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As rochas argilosas compreendem todos os sedimentos mais finos formados 
mecanicamente, representados essencialmente pelas argilas. As partículas constituintes variam 
de dimensões microscópicas (inferiores a 0,01mm) até dimensões de partículas coloidais. 
Esses sedimentos são os mais difíceis de serem analisados do ponto de vista 
petrográfico, tanto pelo aspecto finamente granular das partículas, como pela dificuldade de 
reconhecimento dos seus constituintes pelos métodos usuais. Os minerais das argilas podem 
ser subdivididos em três grupos: 
a) grupo do caulim; 
b) grupo da montmorilonita; 
c) grupo das ilitas. 
As rochas sedimentares argilosas mais comuns são o argilito e o folhelho. A diferença 
entre eles é que o folhelho apresenta camadas horizontais bem destacadas em planos. 
 
6.3.2. Rochas Não Clásticas (Rochas de origem orgânica e química) 
As rochas não clásticas são derivadas indiretamente da decomposição, solução e 
redeposição de outras rochas. São provenientes da precipitação em que intervém agentes 
químicos ou seres vivos. 
As rochas de origem orgânica são formadas pelo acúmulo de matéria orgânica de 
origem diversa. São sedimentos difíceis de serem classificados pois diferem muito em textura, 
composição e condições de deposição. 
 
Os principais tipos são: 
1. Rochas Calcárias: formadas pelo acúmulo de conchas ou carapaças de composição 
carbonatada. 
2. Rochas Carbonosas: este grupo compreende as turfas (acúmulo de matéria vegetal 
em pântanos ou lagoas) e carvão (termo que indica depósitos carbonosos, formados 
por acumulação de matéria vegetal carbonizada e consolidada). 
 
O carvão é formado em regiões alagadiças, em clima geralmente quente. As camadas de 
carvão podem atingir mais de uma dezena de metros de espessura. Sua origem está 
ligada aos seguintes fatores: 
a) por acumulação e decomposição parcial de vegetais em regiões alagadiças; 
b) soterramento por outros sedimentos; 
c) conversão de turfa a carvão por calor e pressão. 
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A turfa se acumula em alagadiços e vai se desenvolvendo rapidamente em clima quente e 
úmido. A temperatura muita elevada de clima tropical destrói a turfa, em razão do 
desenvolvimento exagerado das bactérias. Em geral, os carvões se formam à beira mar, pois os 
depósitos de carvão contém, como impurezas, restos orgânicos marinhos e estão intercalados 
com outros sedimentos. 
Geralmente, após a formação de espessa camada de turfa, ela é soterrada por 
sedimentos que produzem o recalque das camadas turfosas, submetendo-as a elevadas 
pressões. À medida que se aprofundam também se aquecem, perdendo os materiais voláteis e 
aumentando o teor em carbono. 
 
As rochas de origem química são formadas através da precipitação de soluções 
químicas em bacias sedimentares. 
 
Existem 4 grupos principais de rochas de origem química: 
1. Rochas Calcárias: esta divisão compreende os depósitos calcários, tais como 
mármore travertino, crescimentos de estalactites e estalagmites, dolomitos, etc., 
precipitados em bacias, através de mudanças físico-químicas do meio. 
2. Rochas Ferruginosas 
3. Rochas Silicosas: rochas formadas a partir da precipitação de soluções, nas quais a 
sílica é o constituinte dominante. 
4. Rochas Salinas: compreendem os cloretos, os sulfatos, os boratos, os nitratos, 
ocorrendo na forma de produtos de precipitação química em bacias. 
 
 
Calcarios. - São talvez as rochas sedimentares mais abundantes e mais utilizadas pelo 
homem. Sua origem pode ser de precipitação, detrítica ou orgânica, ou ainda de caráter misto. São 
essencialmente formadas por carbonato de cálcio, ou ainda por carbonato de cálcio e magnésio, 
caso em que são denominados de calcários dolomíticos. As margas são variedades de calcário 
ricas em argila. Certos calcários são formados por acumulação de Foraminíferos (Figura 10) 
 
 
 
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Figura 10 – Rocha Calcária 
 
 
7. Rochas Metamórficas 
7.1. Conceito de Metamorfismo 
Metamorfismo é o processo pelo qual rochas ígneas, sedimentares ou mesmo 
metamórficas sofrem transformação na composição mineralógica, na estrutura e na textura, em 
resposta às novas condições físico-químicas que diferem das que prevaleciam durante sua 
formação (Figura 11). 
Uma grande variedade de processos geológicos pode causar metamorfismo, incluindo-se 
aí o soterramento progressivo e conseqüente aquecimento de espessas seqüências 
sedimentares, a atividade ígnea e até os raros impactos de grandes meteoritos sobre a 
superfície da Terra. Entretanto, a maior parte do metamorfismo provavelmente ocorre nas 
vizinhanças de margens ativas de placas litosféricas. O metamorfismo é deste modo limitado 
nas baixas temperaturas pela diagênese (temperaturas menores que 200ºC) e nas altas 
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temperaturas (temperatura acima de 600ºC) pela fusão dos constituintes de composição 
apropriada. 
 
As principais mudanças observadas nas rochas são: substituição dos minerais originais 
por minerais metamórficos novos, devido a reações químicas (mudança de fase), e 
recristalização de minerais, produzindo novas texturas, tais como a orientação dos minerais 
lamelares em ardósias ou progressivo aumento de granulometria de calcário para mármore 
(mudanças texturais). Esses tipos de mudanças podem ocorrer simultaneamente ou mais ou 
menos independentemente, conforme a causa do metamorfismo ou tipo de rocha envolvida. 
 
 
Figura 11 – Processo de Formação de Rochas Metamórficas 
 
 
 
 
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Ana Cristina Castro F. Sieira 
 
7.2. Fatores Que Controlam o Metamorfismo 
O metamorfismo ocorre quando uma rocha é submetida a um novo ambiente químico ou 
físico, no qual a sua associação mineralógica não é mais estável. Um "ambiente químico novo" 
pode significar a infiltração de fluidos que reagem com a rocha. Mudanças no "ambiente físico" 
podem significar variações na temperatura ou na pressão em que a rocha é submetida, ou 
ampliação de tensões desiguais que conduzem à deformação e recristalização da rocha, 
produzindo novas texturas. Três parâmetros são importantes na definição do metamorfismo: 
pressão, temperatura e fluidos metamórficos. 
 
- Temperatura (T): As rochas são bons isolantes, porque são lentas na condução do 
calor. Grandes volumes de rochas necessitam usualmente dezenas de milhares de anos para 
sofrer grandes mudanças de temperatura. A temperatura cresce, quase invariavelmente, com a 
profundidade na Terra, e a taxa com a qual muda com a profundidade é conhecida como 
gradiente geotermal. Como o calor flui ao longo de gradientes de temperatura, o gradiente 
geotermal é estreitamente relacionado com o fluxo de calor através da crosta. 
 
- Pressão (P): A pressão total exercida em um ponto da crosta em conseqüência do peso 
das rochas sobrejacentes é conhecida como pressão litostática. Por si só, a pressão litostática 
não causa deformação. Uma rocha que experimenta diferentes pressões em diferentes 
direções está sujeita a tensão deviatória. A deformação resultante desempenha um importante 
papel na determinação das características texturais das rochas, mas não influi na associação 
mineral desenvolvida, exceto no sentido de que a deformação pode catalisar reações ou 
permitir movimento de fluidos. Uma variável de pressão muito importante é a pressão de fluido, 
que é a pressão exercida pelo fluido presente nos poros e ao longo dos limites dos grãos. 
Quando a rocha é seca, a pressão de fluido é efetivamente zero, a pressão litostática atua 
através dos limites dos grãos, mantendo-os unidos e tornando o colapso muito difícil. 
Entretanto, se houver fluido presente nos poros, a pressão de fluido tende a atuar em sentido 
oposto, reduzindo a pressão efetiva que atua através dos limites dos grãos,tornando, assim, o 
fraturamento mais provável. 
 
- Fluidos Metamórficos: Os fluidos contidos nos poros desempenham um papel 
importante em alguns tipos de metamorfismo. Uma quantidade significativa de água pode 
permanecer no espaço dos poros das rochas, mesmo sob temperaturas muito altas. A presença 
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dessa água pode promover a recristalização ou influenciar o estilo de deformação sofrido pela 
rocha. A ação de fluidos irá provocar a reação com os minerais já existentes, resultando em 
novos minerais nas condições de temperatura e pressão prevalecentes. 
 
7.3. Tipos de Metamorfismo 
O metamorfismo pode se dar em diversos ambientes da crosta, sendo conveniente adotar 
uma classificação genética. 
 
- Metamorfismo Regional: Resultado do aumento de temperatura e pressão, ou ambos, 
em escala regional (áreas que vão desde algumas centenas até vários milhares de quilômetros 
quadrados), em resposta ao soerguimento de montanhas ou soterramento profundo das rochas. 
Existem dois tipos de metamorfismo regional: 
 
Metamorfismo Dinamotermal: Relacionado geográfica e geneticamente a grandes faixas 
orogênicas e, do mesmo modo que o metamorfismo de contato, é afetado por suprimento de 
energia termal, formando zonas metamórficas muito extensas. 
 
Metamorfismo de confinamento ou soterrramento: Sedimentos e rochas vulcânicas 
em geossinclinais podem tornar-se gradualmente confinadas, preservando a textura original, 
enquanto a composição mineralógica muda, indicando consideráveis diferenças de pressão. 
 
- Metamorfismo de Contato ou Termal: Ocorre ao redor de grandes massas 
magmáticas internas. O calor cedido pela rocha magmática intrusiva aumenta a 
mobilidade da rocha encaixante, favorecendo o aparecimento de novos minerais e de 
fenômenos de recristalização. 
 
- Metamorfismo Dinâmico ou Cataclástico: Ocorre nas adjacências de grandes 
planos de falhas ou zonas de cisalhamento. Freqüentemente, a ação mecânica é 
acompanhada por recristalização ou por aparecimento de minerais hidratados devido 
ao movimento de fluídos na zona de deformação. Os produtos típicos são conhecidos 
como milonitos. 
 
 
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Ana Cristina Castro F. Sieira 
7.4. Principais Tipos de Rochas Metamórficas 
 
- Ardósias – Rochas de granulação muito fina de minerais praticamente imperceptíveis a 
olho nu e que se caracterizam por uma clivagem tabular perfeita (se quebram em grandes 
placas). São produzidas em áreas onde sedimentos argilosos sofreram grande pressão. As 
cores mais comuns são: cinza-azulado ou preto, existindo verde, amarelo e vermelho. 
- Filitos - São rochas xistosas, de granulação fina. Apresentam brilho sedoso típico e 
cores variadas. Sua divisibilidade é excelente. 
- Quartzito - É uma rocha derivada do metamorfismo do arenito. Forma-se uma textura 
granular imbricada. O eventual cimento argiloso do arenito transforma-se em muscovita. Sua 
cor é branca, rósea ou vermelha. A fratura nos quartzitos é também mais áspera. Os quartzitos 
apresentam grande variedade de cor e aspecto, pois, nem sempre, a rocha original era arenito 
puro. 
- Mármore - Provém do calcário ou dolomito. A cor é bastante variável, podendo ser 
branca, rósea, esverdeada, cinza (Figura 12) ou preta. 
- Gnaisses - São rochas de granulação mais grosseira e mais dura que as anteriores. 
Apresentam uma orientação muito nítida dos minerais presentes, os quais por vezes se 
agrupam formando bandas ou faixas alternadas e tons claros e escuros. A estrutura é 
designada bandeada ou gnáissica. 
 
Figura 12 – Mármore cinzento 
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8. Ciclo das Rochas 
As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta 
cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos 
tectônicos). Da mesma forma, as atividades de intemperismo causam constantes alterações 
sobre as rochas. 
As rochas ígneas superficiais da Terra (A) sofrem constante intemperismo, e lentamente 
reduzem-se em fragmentos (B), incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original como os 
novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte redistribuem o 
material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que se transformam 
em rochas sedimentares (C). Estas, por aumento de pressão e temperatura, geram as rochas 
metamórficas (D). Aumentando a pressão e a temperatura até determinado ponto, ocorrerá 
fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha ígnea (E), dando-se 
início a um novo ciclo (Figura 12). 
 
 
Figura 12 – O Ciclo das Rochas 
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9. Resumo sobre os tipos de Rochas 
As rochas são classificadas tradicionalmente em três categorias por sua gênese: ígneas; 
sedimentares e metamórficas (Figura 13). As rochas ígneas são definidas como as que são 
formadas por meio do resfriamento de magmas, sendo consideradas como rochas primárias, ou 
seja, origem líquida. A energia formadora das rochas ígneas de magmas é o calor interno da 
Terra. O resfriamento dos magmas pode ocorrer tanto na superfície quanto no interior da Terra. 
As rochas sedimentares são definidas como as que são formadas por meio da 
sedimentação ou decantação de materiais na superfície da Terra. Normalmente existem rochas 
originais que foram desagregadas, decompostas e transportadas, e esses materiais foram 
levados até o local de sedimentação. Neste sentido, as rochas sedimentares são consideradas 
secundárias, origem sólida. A energia formadora das rochas sedimentares é fundamentalmente 
solar e química. O local de formação é especificamente a superfície da Terra. 
As rochas metamórficas são definidas como as que se formam por meio da transformação 
de rochas originais sob altas temperaturas e pressões do interior da Terra. As rochas originais 
podem ser tanto ígneas, sedimentares quanto metamórficas. Neste sentido, as rochas 
metamórficas são classificadas como as secundárias, também de origem sólida. A energia 
formadora das rochas metamórficas é térmica e mecânica da parte interna da Terra, e o local 
de formação é especificamente o interior do planeta. 
 
Figura 13 – Tipos de Rochas

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