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1. Introdução
Neste capítulo, será dada ênfase às Normas 
de Segurança do Trabalho, prevenção e controle de 
risco, o qual se desenvolverá pelo estudo de seus 
conceitos, normas aplicáveis e os meios de preven-
ção e controle de risco.
Destacam-se, também neste capítulo, os 
profissionais de segurança do trabalho essenciais 
para a consecução da Segurança, prevenção e con-
trole de risco no Brasil.
As atribuições, bem como as responsabilida-
des desses profissionais, são de suma importância.
126
3.2. Segurança Do Trabalho, 
Prevenção e Controle de Risco
3.2.1. Segurança do Trabalho
Para começarmos a falar em Segurança 
do Trabalho, ou Segurança Laboral como é tra-
tada por alguns, torna-se necessário o conceito 
que em regra geral é o conjunto de ciências e 
tecnologias que tem o objetivo de promover a 
proteção do trabalhador no seu ambiente ou lo-
cal de trabalho, visando a redução de acidentes 
de trabalho e doenças ocupacionais.
É importante, ainda, considerar que se trata 
de uma das áreas da segurança e saúde ocupacionais, 
cujo objetivo é:
→ identificar, 
→ avaliar e 
→ controlar situações de risco, 
→ proporcionar um ambiente de traba-
lho seguro 
→ proporcionar um ambiente saudável 
ao trabalhador
127
3.2.2. Prevenção 
3.2.2.1. Higiene do trabalho
Para iniciarmos o assunto prevenção, é ne-
cessário trazer ao estudo a Higiene do Trabalho, 
tendo em vista que cada organismo vivo está cons-
tantemente sujeito a inúmeras condições externas 
que agem sobre seus sentidos e influenciam em seu 
físico e psicológico. 
O conjunto de todas essas influências cons-
titui o ambiente em que o organismo se encontra. 
A título de Higiene do Trabalho são conside-
radas as influências relacionadas com o desempenho 
de uma atividade que podem alterar as condições de 
saúde de um trabalhador.
A American Industrial Hygiene Associa-
tion traz a definição dessa ciência traçando os seus 
objetivos. Vejamos:
“Higiene do Trabalho é a ciência e a arte 
que trata do reconhecimento, avaliação e contro-
le dos riscos ocupacionais”.
Em termos complementares, segue o con-
ceito também sobre higiene do trabalho:
128
“É o conjunto de normas e procedimen-
tos que visa a proteção da integridade física e 
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos 
de saúde inerentes às tarefas do cargo e do am-
biente físico onde são executadas.”
Segundo Chiavenato, os objetivos da Higie-
ne do Trabalho são:
→ Eliminação das causas de doenças pro-
fissionais;
→ Redução dos efeitos prejudiciais provo-
cados pelo trabalho em pessoas doentes ou 
portadoras de defeitos físicos;
→ Prevenção do agravamento de doenças e 
de lesões;
→ Manutenção da saúde dos trabalhadores;
→ Aumento da produtividade por meio de 
controle do ambiente de trabalho.
É importante considerar que a higiene e a se-
gurança são duas atividades que estão intimamente liga-
das ao objetivo de garantir condições eficazes de traba-
lho, garantindo ao trabalhador a sua saúde e bem-estar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) 
faz a verificação de condições de Higiene e Seguran-
ça dizendo que consiste «num estado de bem-estar 
129
físico, mental e social e não somente a ausência de 
doença e enfermidade».
A proposta da Higiene do Trabalho como 
ciência é o combate, sob o ponto de vista médico, 
das doenças profissionais, identificando os fatores 
que podem afetar o ambiente do trabalho e o tra-
balhador, visando eliminar ou reduzir os riscos pro-
fissionais, tais como: condições de insegurança do 
trabalho que podem afetar não só a segurança, mas 
também a saúde e o bem-estar do trabalhador.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) 
preceitua como obrigação de todos e notadamente 
da empresa:
I - Cumprir e fazer cumprir as normas de 
segurança e medicina do trabalho;
II - Instruir os empregados, através de or-
dens de serviço, quanto as preocupações a tomar no 
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças 
ocupacionais;
III - Adotar medidas que lhes sejam deter-
minadas pelo órgão regional competente;
IV - Facilitar o exercício da fiscalização pela 
autoridade competente 
130
A Higiene do Trabalho tem seus fundamen-
tos em face da própria história.
É importante retomar as ocorrências até 
meados do século 20, cujas condições de trabalho 
não eram levadas a sério.
Nessa época o que importava era a produtivida-
de mesmo que isso viesse a implicar em riscos de doença 
ou de acidente ou, ainda, a morte de trabalhadores.
Acreditamos que o pensamento corrente da 
época que pouco valorizava a vida dos trabalhadores 
atrelada à ausência do Estado seriam os fatores de-
terminantes deste descaso em razão do trabalhador.
Contudo, a partir dos anos 50 e 60, tentati-
vas de adequação dos trabalhadores a atividades ade-
quadas às suas capacidades foram o primeiro movi-
mento em prol da saúde e segurança destes.
Para um programa de prevenção de ris-
cos laborais, as condições de segurança, higiene e 
saúde são os requisitos mínimos para um progra-
ma de prevenção, e isso constitui patrimônio à 
empresa por ter à sua disposição material huma-
no capaz de desenvolver suas atividades, propor-
cionando lucro e, consequentemente, aumentan-
do a produtividade e competitividade, bem como 
a diminuição do sinistro em face de acidentes e 
de doenças do trabalho.
É certo, pois, que a diminuição de produ-
tividade e o comprometimento da qualidade dos 
131
produtos e serviços, além do desperdício, podem 
ser causados pela indisposição e fadiga dos tra-
balhadores em face do horário excessivo e pelas 
condições de trabalho inadequadas em seu am-
biente, como ausência de iluminação adequada, 
ventilação, mobiliário, etc. Muito embora o cor-
po humano adéque com facilidade aos ambientes, 
é certo que os ambientes adequados proporcio-
nam rendimento no trabalho muito maior do que 
os desenvolvidos em ambientes inadequados.
3.2.3. Controle de Risco
Para o estudo do controle de riscos no am-
biente do trabalho, é importante identificar quais são 
esses agentes ambientais que dão ensejo à doença ou 
desconforto significativo que leva à ineficiência no 
desenvolvimento da atividade laboral:
→ Agentes físicos: ruído, vibrações, calor, 
radiações, frio e umidade. 
→ Agentes químicos: poeira, gases e va-
pores, névoas e fumos.
→ Agentes ergonômicos: levantamento, 
transporte e descarga de materiais equipa-
mentos, condições ambientais.
→ Agentes biológicos: micro-organismos, 
vírus e bactérias.
132
3.2.3.1 Agentes físicos
Dentre os agentes físicos, tais como: ruído, vi-
brações, calor, radiações, frio, e umidade, destacamos 
o ruído que é qualquer sensação sonora indesejável. 
O ruído excessivo tem vários efeitos sobre o 
organismo humano, dentre eles o dano ao aparelho 
auditivo, que pode levar à surdez permanente e é in-
capacitante para a comunicação.
A unidade de avaliação do ruído é o decibel 
(DB) que é uma unidade não dimensional. 
Importante é considerar que os níveis de ru-
ído contínuo ou intermitente devem ser medidos em 
decibéis (DB) com instrumento de nível de pressão 
sonora operando no circuito de compensação “A” 
e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras de-
vem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído 
não devem exceder os limites de tolerância em desta-
que no Anexo 1 da NR15.
Nível de Pressão
Sonora-NPSdB(A)
Máxima exposição
diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
133
Importante considerar também os agentes 
físicos e a vibração que levam o trabalhador a:
→ Visão turva - as vibrações reduzem a 
acuidade visual e torna a visão turva, ocor-
rendo a partir de 4 Hz.
→ Perda de equilíbrio - os indivíduos que 
trabalham com equipamentos vibratórios de 
operação manual, tais como: martelo pneu-
mático e motosserra, apresentam degenera-
ção gradativa do tecido muscular e nervoso.
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 horae 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: Anexo 1 da NR 15, redação dada pela Portaria no 3.214, de 08/06/78
134
→ Falta de concentração.
→ Lesão permanente de determinados 
órgãos do corpo - os efeitos aparecem na 
forma de perda da capacidade manipuladora 
e do controle do tato nas mãos, conhecido, 
popularmente, por dedo branco. Essas do-
enças são observadas, principalmente, em 
trabalhadores de minas e florestais (motos-
serras à 50-200 Hz). Os dedos mortos sur-
gem no máximo após seis meses de trabalho 
com uma ferramenta vibratória.
A ISO 2631 apresenta valores máximos de 
vibrações suportáveis para tempos de um minuto a 
12 horas de exposição, abrangendo três critérios de 
severidade: limite de conforto, sem maior gravidade 
(ex: veículos de transporte coletivo); limite de fadi-
ga, provocando redução da eficiência dos trabalha-
dores (ex: máquinas que vibram); limite de exposi-
ção, correspondente ao limiar do risco à saúde. A 
norma brasileira NR-15 estabelece níveis máximos 
de vibração, utilizando os dados especificados pelas 
recomendações da ISO 263.
No tocante ao calor, umidade e frio, ou 
seja, a Ambientes Térmicos, razão pela qual a aten-
ção deve ser dada a temperatura, sendo ela a que 
merece maior destaque ao se falar em adequação de 
condições de ambiente de trabalho, pois, a tempe-
135
ratura é que transmite a sensação de conforto no 
ambiente. O excesso ou a falta podem levar o tra-
balhador a doenças laborais pela sua exposição em 
ambientes de temperaturas extremas.
Os fatores que definem os ambientes térmi-
cos são os seguintes:
→ Temperatura do ar;
→ Umidade do ar; 
→ Movimentação do ar;
→ Calor Radiante.
3.2.3.2. Agentes Químicos
Os agentes químicos são as diversas subs-
tâncias, compostos ou produtos que possam pene-
trar no organismo pela via respiratória, nas formas 
de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapo-
res, ou que, pela natureza da atividade de exposição, 
possam ter contato ou serem absorvidos pelo orga-
nismo por meio da pele ou por ingestão. 
Assim como os agentes físicos, estes agen-
tes também necessitam de instrumentos específicos 
para que sejam avaliados, embora, em alguns casos, 
a atividade de campo restringe-se a coleta do agente 
para que seja enviado a um laboratório especializado 
que determinará a concentração do mesmo.
Nas atividades ou operações nas quais os 
136
trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a 
caracterização de insalubridade ocorrerá quando fo-
rem ultrapassados os limites de tolerância constantes 
dos ANEXOS 11,12 e 13 da NR15. 
3.2.3.3. Agentes ergonômicos
Os agentes ergonômicos, tais como: levan-
tamento, transporte e descarga de materiais, equipa-
mentos, condições ambientais do posto de trabalho 
e à própria organização do trabalho, razão pela qual 
são os considerados fora da condição de trabalho, 
pois, pela sua natureza, estão em desacordo com as 
características psicofisiológicas dos trabalhadores, 
não proporcionando conforto, segurança e desem-
penho eficiente as tarefas dos trabalhadores.
Para a avaliação dos agentes ergonômicos, 
faz-se necessária a utilização dos métodos de me-
dições definidos nos princípios da Ergonomia: me-
dições antropométricas, medições dos fatores dos 
postos de trabalho, etc. 
3.2.3.4. Agentes biológicos
Os agentes biológicos são micro-organismos 
que podem contaminar o trabalhador e são, basica-
mente, as bactérias, os fungos, os bacilos, os parasi-
tas, os protozoários, os vírus, entre outros mais.
137
Os agentes biológicos perigosos estão orga-
nizados em quatro classes, nas quais a ordem crescen-
te do número indica um maior perigo, assim vejamos:
→ Classe 1 - contempla os agentes não pe-
rigosos, ou de um mínimo perigo, que não 
exigem equipamentos ou profissionais ex-
perimentados para a sua manipulação, admi-
tindo-se o emprego de técnicas geralmente 
aceitáveis para materiais não patógenos.
→ Classe 2 - está representada por agentes 
de perigo potencial comum. Inclui os agentes 
que podem provocar enfermidades com graus 
variados de gravidade como consequência de 
inoculações acidentais, infecção ou outro me-
canismo de penetração cutânea, mas que ge-
ralmente podem ser controlados, de forma se-
gura e equilibrada, por técnicos de laboratório.
→ Classe 3 - inclui patógenos que reque-
rem condições restritivas especiais. 
→ Classe 4 - são enquadrados os agentes 
que requerem as condições restritivas mais 
estreitas, por sua extrema periculosidade ou 
porque podem causar epidemias.
A avaliação, geralmente, se dá em laboratórios 
apropriados por meio da coleta de sangue, fezes, urina 
ou outro meio de pesquisa, realizada nos trabalhadores.
138
3.2.4. Limite de Tolerância
O Reconhecimento dos riscos se dá quando, 
por meio de inspeções preliminares, são levantados os 
riscos potenciais em determinado local de trabalho. 
A Avaliação é realizada por meio da utiliza-
ção de métodos específicos, avaliando-se qualitativa-
mente e quantitativamente os agentes prejudiciais.
O Controle refere-se às medidas a serem to-
madas com base nos dados obtidos pela avaliação e 
reconhecimento detalhado do local de trabalho, tais 
como: máquinas utilizadas, operações realizadas, en-
tre outras. Isto com a finalidade de eliminar ou redu-
zir os riscos, notadamente, à saúde do trabalhador.
Os procedimentos adotados para a Avalia-
ção de alguns agentes de risco estão dispostos na 
Norma Regulamentadora NR15 que diz respei-
to às Atividades e Operações Insalubres. 
De acordo com a NR 15, o trabalhador não 
deve exceder o limite de tolerância de exposição aos 
agentes.
Para entendermos melhor o que quer dizer 
a NR15 devemos nos ater ao que quis dizer sobre:
→ Limite de Tolerância
Limite de Tolerância trata da concentração 
ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com 
a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 
139
não causará dano à saúde durante a vida laboral.
É importante, ainda em face da NR15, as 
considerações a respeito do exercício de trabalho em 
condições de insalubridade, ou seja, realizado sob 
exposição acima do limite de tolerância, assegurará 
ao trabalhador a percepção de adicional, incidente 
sobre o salário mínimo, equivalente a:
→ 40%, para insalubridade de grau máximo; 
→ 20%, para insalubridade de grau médio;
→ 10%, para insalubridade de grau mínimo.
Observe-se, pois, que no caso de incidência 
de mais de um fator de insalubridade, considera-se o 
de grau mais elevado, para efeito de acréscimo sala-
rial, sendo vedada a percepção cumulativa. 
A eliminação ou neutralização da insalubri-
dade determinará a cessação do pagamento do adi-
cional respectivo.
140
3.3. PROFISSIONAIS DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO
3.3.1. Atribuições dos Profissionais 
de Segurança do Trabalho
A Portaria n.º 3.275/89 dispõe sobre as atri-
buições do Técnico de Segurança do Trabalho.
E dessa Portaria destaca-se: 
Art.1º As atividades do Técnico de Segu-
rança do Trabalho são as seguintes: 
I - informar o empregador, através de pa-
recer técnico, sobre os riscos existentes nos am-
bientes de trabalho, bem como orientá-lo sobre 
as medidas de eliminação e neutralização; 
II - informar os trabalhadores sobre os 
riscos da sua atividade, bem como as medidas de 
eliminação e neutralização; 
III - analisar os métodos e os processos 
de trabalho e identificar os fatores de risco de 
acidentes do trabalho, doenças profissionais e 
do trabalho e a presença de agentes ambientais 
agressivos ao trabalhador, propondo sua elimi-
nação ou seu controle; 
IV - executar os procedimentos de seguran-
ça e higiene do trabalho e avaliar os resultados al-
cançados, adequando-os as estratégias utilizadas de 
141
maneira a integrar o processo prevencionista em 
uma planificação, beneficiando o trabalhador; 
V - executar programas de prevenção de 
acidentes do trabalho, doenças profissionais e 
do trabalho nos ambientes de trabalhocom a 
participação dos trabalhadores, acompanhando 
e avaliando seus resultados, bem como sugerin-
do constante atualização dos mesmos e estabele-
cendo procedimentos a serem seguidos; 
VI - promover debates, encontros, cam-
panhas, seminários, palestras, reuniões, treina-
mentos e utilizar outros recursos de ordem di-
dática e pedagógica com o objetivo de divulgar 
as normas de segurança e higiene do trabalho, 
assuntos técnicos, administrativos e prevencio-
nistas, visando evitar acidentes do trabalho, do-
enças profissionais e do trabalho; 
VII - Executar as normas de segurança 
referentes a projetos de construção, ampliação, 
reforma, arranjos físicos e de fluxos, com vistas 
à observância das medidas de segurança e higie-
ne do trabalho, inclusive por terceiros; 
VIII - encaminhar aos setores e áreas 
competentes normas, regulamentos, documen-
tação, dados estatísticos, resultados de análises e 
avaliações, materiais de apoio técnico, educacio-
nal e outros de divulgação para conhecimento e 
auto-desenvolvimento do trabalhador; 
142
IX - indicar, solicitar e inspecionar equi-
pamentos de proteção contra incêndio, recursos 
audiovisuais e didáticos e outros materiais consi-
derados indispensáveis, de acordo com a legislação 
vigente, dentro das qualidades e especificações téc-
nicas recomendadas, avaliando seu desempenho; 
X - cooperar com as atividades do meio 
ambiente, orientando quanto ao tratamento e 
destinação dos resíduos industriais, incentivando 
e conscientizando o trabalhador da sua impor-
tância para a vida; 
XI - orientar as atividades desenvolvidas 
por empresas contratadas, quanto aos procedi-
mentos de segurança e higiene do trabalho pre-
vistos na legislação ou constantes em contratos 
de prestação de serviço; 
XII - executar as atividades ligadas à segu-
rança e higiene do trabalho utilizando métodos 
e técnicas científicas, observando dispositivos le-
gais e institucionais que objetivem a eliminação, 
controle ou redução permanente dos riscos de 
acidentes do trabalho e a melhoria das condições 
do ambiente, para preservar a integridade física e 
mental dos trabalhadores. 
XIII - levantar e estudar os dados estatís-
ticos de acidentes do trabalho, doenças profis-
sionais e do trabalho, calcular a frequência e a 
gravidade destes para ajustes das ações preven-
143
cionistas, normas, regulamentos e outros dispo-
sitivos de ordem técnica, que permitam a prote-
ção coletiva e individual; 
XIV - articular-se e colaborar com os seto-
res responsáveis pelos recursos humanos, forne-
cendo-lhes resultados de levantamentos técnicos 
de riscos das áreas e atividades para subsidiar a ado-
ção de medidas de prevenção a nível de pessoal; 
XV - informar os trabalhadores e o em-
pregador sobre as atividades insalubres, perigo-
sas e penosas existentes na empresa, seus riscos 
específicos, bem como as medidas e alternativas 
de eliminação ou neutralização dos mesmos; 
XVI - avaliar as condições ambientais de 
trabalho e emitir parecer técnico que subsidie 
o planejamento e a organização do trabalho de 
forma segura para o trabalhador; 
XVII - articular-se e colaborar com os ór-
gãos e entidades ligados a prevenção de acidentes 
do trabalho, doenças profissionais e do trabalho; 
XVIII - participar de seminários, treina-
mentos, congressos e cursos visando o inter-
câmbio e o aperfeiçoamento profissional. 
Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos 
omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segu-
rança e Medicina do Trabalho.
144
O papel dos profissionais de segurança do 
trabalho é fundamental à prevenção dos riscos ine-
rentes às atividades laborais, tanto na sua execução 
quanto as advindas do próprio ambiente do trabalho.
A precípua função desses profissionais é a 
gerência de risco. 
Gerência de risco nada mais é do que pro-
mover, primeiramente, a ligação entre a empresa e 
os trabalhadores no tocante ao risco iminente do 
ambiente e da atividade laboral, para, consequente-
mente, mitigar e prevenir os riscos.
Segundo Barbosa Filho, a possibilidade de 
eventos indesejados, previsíveis ou não, está sempre 
presente no cotidiano das organizações. Para evitar 
a ocorrência, o ideal é que se busque a minimização 
dos impactos danosos, com a adoção de uma série 
de práticas de forma a reduzir o número de inciden-
tes, de acidentes e de perdas.
Para o desenvolvimento de hábitos desejá-
veis, a organização poderá adotar uma série de me-
didas, independentemente das obrigações formais, 
CIPAS e/ou SESMT. Contudo, mais importante do 
que orientar os trabalhadores sobre como agir em 
determinada situação, com base em planos de in-
tervenção, é a correta definição da probabilidade de 
ocorrência de cada acontecimento inoportuno aos 
quais poderá estar sujeita a organização e de suas 
dimensões sobre os mais variados aspectos, que de-
145
terminará uma prioridade de atenções.
Assim sendo, Gerência de Riscos pode ser 
definida como:
o conjunto de técnicas que visa reduzir ao 
mínimo os efeitos das perdas acidentais, enfo-
cando o tratamento correto de riscos que pos-
sam causar danos pessoais, materiais, ao meio 
ambiente e à imagem da organização. Pode ser 
definida como o Processo de Planejar, Organi-
zar, Dirigir e Controlar os Recursos Humanos 
e Materiais de uma Organização, no sentido de 
minimizar os efeitos dos riscos sobre essa orga-
nização, ao mínimo custo possível. 27
O Pós-Segunda Guerra Mundial marca a neces-
sidade de proteção das empresas em face dos riscos ine-
rentes às atividades desenvolvidas, por essa razão é deferi-
do afirmar que os primeiros estudos no tocante à gerên-
cia ou gerenciamento de risco, iniciaram-se nos Estados 
Unidos da América (USA) e em alguns países da Europa.
Neste sentido:
Apesar da Gerência de Riscos não ser uma 
prática constante nas organizações brasileiras, 
27 - GEORGE HEAD – RIMS.
146
acredita-se que ele não onera o balanço final das 
organizações, e as despesas incorridas não podem 
ser comparadas aos benefícios que a organização 
terá, tanto no tocante à otimização de custos de 
seguros como na maior proteção dos recursos 
humanos materiais, financeiros e ambientais. 28
Assim sendo, é importante para o presente 
o conceito de:
→ Risco 
Risco é «a chance de acontecer algo que cau-
sará impacto nos objetivos, é mensurado em termos 
de consequências e probabilidade».29
Os riscos podem se apresentar como pro-
blemas ou desafios que necessitam ser encarados. 
De modo sistemático, o risco pode ser visto 
por três elementos: 
→ Pelas causas geradoras, que neste caso é 
o próprio risco.
→ Sobre quem pode incidir o risco ou su-
jeito do risco. 
28 - ALBERTON, Anete. Uma Metodologia para auxiliar no 
gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de investimentos 
de segurança. Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em 
Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em 
Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.
29 - Australian Standard AZ/NZS 4360-1999
147
→ Os efeitos do risco sobre o sujeito. 
Do exposto, podemos afirmar que é de 
suma importância a observação da interface entre os 
aspectos abaixo: 
→ humano,
→ social, 
→ político, 
→ legal, 
→ econômico, 
→ empresarial,
→ técnico. 
Dentre o desenvolvimento das atividades, a 
atribuição expressiva dos Profissionais de Segurança do 
Trabalho está no gerenciamento ou gerência do risco.
3.3.2. CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes (CIPA) é um instrumento importante para os 
trabalhadores, dispõem para tratar da prevenção de 
acidentes do trabalho, das condições do ambiente do 
trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saú-
de e segurança. A CIPA é regulamentada pela Con-
solidação das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos 
162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), 
contida na portaria 3.214 de 08.06.78, baixada pelo 
Ministério do Trabalho.
148
O objetivo básico da CIPA é fazer com que 
empregadores e empregados trabalhem conjunta-
mente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar aqualidade do ambiente de trabalho. Confira a seguir 
quais as principais atribuições de uma CIPA, requi-
sitos para sua formação e modo de funcionamento.
A organização da CIPA é obrigatória nos lo-
cais de trabalho seja qual for sua característica - comer-
cial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, 
filantrópica ou educativa e empresas públicas - desde 
que tenham o mínimo legal de empregados regidos 
pela CLT, conforme o quadro 1 da NR-5. A CIPA 
é composta por representantes titulares do emprega-
dor e dos empregados, e seu número de participantes 
deve obedecer às proporções mínimas na NR –5.
A empresa deve solicitar ao órgão do Mi-
nistério do Trabalho o registro da CIPA através de 
requerimento, juntando cópias das atas de eleição, 
instalação e posse do calendário anual das reuniões 
ordinárias e o livro de atas com o termo de abertura 
e atas mencionadas.
O requerimento e as cópias das atas datilo-
grafadas devem ser em duas vias, sendo que uma via 
será devolvida protocolada pelo agente fiscalizador. 
O registro deve ser feito no prazo máximo de dez 
dias após a data da eleição. Comunicada a DRT, uma 
cópia protocolada deve ser enviada ao setor respon-
sável pela segurança do trabalho na empresa. Após 
149
ter sido registrada na DRT, a CIPA não pode ter o 
seu número de representantes reduzidos nem pode 
ser desativada antes do término do mandato, ainda 
que haja redução de empregados na empresa.
Os representantes do empregador são de-
signados pelo próprio, enquanto os dos empregados 
são eleitos em votação secreta, representando, obri-
gatoriamente, os setores de maior risco de aciden-
tes e com maior número de funcionários. A votação 
deve ser realizada em horário normal de expediente 
e tem que contar com a participação de, no mínimo, 
a metade mais um do número de funcionárias de 
cada setor. A lista de votação assinada pelos eleitores 
deve ser arquivada por um período mínimo de três 
anos na empresa. A lei confere a DRT como órgão 
de fiscalização competente, o poder de anular uma 
eleição quando for constatado qualquer tipo de irre-
gularidade na sua realização.
Os candidatos mais votados assumem a 
condição de membros titulares. Em caso de em-
pate, assume o candidato que tiver maior tempo 
de trabalho na empresa. Os demais candidatos 
assumem a condição de suplentes, de acordo com 
a ordem decrescente de votos recebidos. Os can-
didatos votados não eleitos como titulares ou su-
plentes devem ser relacionados na ata da eleição, 
em ordem decrescente de votos, possibilitando 
uma futura nomeação. A CIPA deve contar com 
150
tantos suplentes quantos forem os titulares, sen-
do que estes não poderão ser reconduzidos por 
mais de dois mandatos consecutivos.
A estrutura da CIPA é composta pelos se-
guintes cargos: Presidente (indicado pelo emprega-
dor); Vice-Presidente (nomeado pelos representan-
tes dos empregados, entre os seus titulares); Secre-
tário e suplente (escolhidos de comum acordo pelos 
representantes do empregador e dos empregados).
Cabe ao Ministério do Trabalho, por meio 
das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTS), fis-
calizar a organização das CIPAS. A empresa que não 
cumprir a lei será autuada por infração ao disposto 
no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista 
no artigo 201 desta mesma legislação.
O mandato dos membros titulares da CIPA 
é de um ano, e aqueles que faltarem a quatro reuniões 
ordinárias, sem justificativa, perderão o cargo, sen-
do substituídos pelos suplentes. Não é válida, como 
justificativa, a alegação de ausência por motivo de 
trabalho. Os representantes dos empregados titula-
res da CIPA não podem sofrer demissão arbitrária 
entendendo-se como tal a que não se fundamentar 
em motivo disciplinar, técnico ou econômico. Esta 
garantia no emprego é assegurada ao cipeiro desde 
o momento em que o empregador tomar conheci-
mento da sua inscrição de candidatos às eleições da 
CIPA e prolonga-se até um ano após o término do 
151
mandato. Os cipeiros não podem também ser trans-
feridos para outra localidade, a não ser que concor-
dem expressamente. A reeleição deve ser convoca-
da pelo empregador, com um prazo mínimo de 45 
dias antes do término do mandato e realizada com 
antecedência de 30 dias em relação ao término do 
atual mandato. Os membros da CIPA, eleitos e de-
signados para um novo mandato, serão empossados 
automaticamente no primeiro dia após o término do 
mandato anterior.
A CIPA tem por atribuição:
→ Investigar e analisar os acidentes ocorri-
dos na empresa.
→ Sugerir as medidas de prevenção de aci-
dentes julgadas necessárias por iniciativa 
própria ou sugestão de outros empregados 
e encaminhá-las ao presidente e ao departa-
mento de segurança da empresa.
→ Promover a divulgação e zelar pela ob-
servância das normas de segurança, ou ain-
da, de regulamentos e instrumentos de ser-
viço emitidos pelo empregador.
→ Promover anualmente a Semana Interna 
de Prevenção de Acidentes (SIPAT).
→ Sugerir a realização de cursos, palestras 
ou treinamentos, quanto à engenharia de se-
gurança do trabalho, quando julgar necessá-
152
rio ao melhor desempenho dos empregados.
→ Registrar nos livros próprios as atas de 
reuniões ordinárias e extraordinárias e enviar 
cópia ao departamento de segurança.
→ Preencher ficha de informações sobre 
situação da segurança na empresa e ativi-
dades da CIPA e enviar para o Ministério 
do Trabalho. Preencher ficha de análise de 
acidentes. Deve ser enviada cópia de ambas 
as fichas ao departamento de segurança da 
empresa. O modelo destas fichas pode ser 
encontrado em qualquer DRT.
→ Elaborar anualmente o Mapa de Riscos 
da empresa.
O presidente da CIPA deve coordenar todas as 
atribuições citadas anteriormente. Ele deve presidir as 
reuniões e é responsável pela convocação dos cipeiros. 
Pode determinar tarefas aos membros da co-
missão, isoladamente ou em grupos de trabalho. Além 
disso, deve promover o bom relacionamento da CIPA 
com o departamento de segurança e com os demais 
setores da empresa. O vice-presidente, por sua vez, 
deve executar as atribuições que lhe forem delegadas 
e substituir o presidente em suas faltas ocasionais. Ao 
secretário da CIPA, cabe elaborar as atas de eleições, 
da posse e das reuniões e manter o arquivo e o fluxo 
de correspondência atualizados. Os demais membros 
153
da CIPA devem participar das reuniões, investigar e 
analisar os acidentes ocorridos, sugerindo medidas 
preventivas e realizar inspeções nos locais de traba-
lho. Além disso, têm a obrigação de promover a di-
vulgação de princípios e normas de segurança junto 
aos demais trabalhadores e atuar como porta-vozes 
dos problemas de segurança comunicados pelos em-
pregados. Para o empregador, a tarefa é simples: deve 
prestigiar integralmente a CIPA.
3.3.3. SIPATs
Uma das principais atribuições da Semana 
Interna de Prevenção de Acidentes (SIPATs) é pro-
mover anualmente a Semana Interna de Prevenção de 
Acidentes (SIPAT). A maioria das empresas opta pela 
realização das SIPATs no segundo semestre, pelo fato 
de se possuir um maior número de informações sobre 
as condições de segurança, como as estatísticas de aci-
dentes do ano anterior. Pelo menos 30 dias antes da 
realização da Semana, uma comissão deve ser criada 
para elaborar a programação a ser desenvolvida.
Simulações, competições esportivas e peças 
de teatro são algumas das práticas que vêm sendo 
utilizadas nas empresas para realizar SIPATs criati-
vas e realmente participativas.
O Diário Oficial da União, de 20 de agos-
to de 1992, publicou uma portaria do Departamen-
154
to Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador 
(DNSST) implantando a obrigatoriedade da elabo-
ração de mapas de riscos pelas Comissões Internas 
de Prevenção de Acidentes (CIPAS) nas empresas. 
Essa portaria entrou em vigor em dezembro 
último. O mapa é um levantamento dos pontos de 
risco nos diferentes setores das empresas. Trata-se de 
identificar situações e locais potencialmente perigosos.
A partir de uma planta baixade cada seção 
são levantados todos os tipos de riscos, classifican-
do-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande. 
Estes tipos são agrupados em cinco grupos, classifi-
cados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo 
e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: 
químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico. 
A ideia é que os funcionários de uma seção 
façam a seleção apontando aos cipeiros os princi-
pais problemas da respectiva unidade. Na planta da 
seção, exatamente no local onde se encontra o ris-
co (uma máquina, por exemplo), deve ser colocado 
o círculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor 
correspondente ao grau de risco. O mapa deve ser 
colocado em um local visível para alertar aos traba-
lhadores sobre os perigos existentes naquela área. 
Os riscos serão simbolizados por círculos de três 
tamanhos distintos: pequeno, com diâmetro de 2,5 
cm; médio, com diâmetro de 5 cm; e grande, com 
diâmetro de 10 cm.
155
A empresa receberá o levantamento e terá 
30 dias para analisar e negociar com os membros da 
CIPA ou do Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), se hou-
ver prazos para providenciar as alterações propostas. 
Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA deve-
rá comunicar a Delegacia Regional do Trabalho.
3.3.4. Responsabilidade dos Profissionais 
de Segurança do Trabalho
É fato que a segurança do trabalho é uma 
preocupação crescente levando, inclusive, as empre-
sas a definir padrões para garantir as melhores con-
dições dos trabalhadores em todos os processos. 
Em face do fenômeno da globalização as 
fusões e aquisições tem sido uma prática constante, 
viabilizando a padronização.
A informação, portanto, passou a ser uma 
ferramenta de precípua importância, não só para 
disseminá-la, mas para orientar esse processo, a fim 
de mitigar danos, inclusive ao próprio empregado.
 Nas empresas de grande porte, represen-
tadas pelas multinacionais cujo segmento é o mais 
diversificado possível, a segurança do trabalho tem 
que ser pauta em suas discussões para implemen-
tação de procedimentos de prevenção, sendo, pois, 
uma das suas preocupações.
156
Os gestores são os responsáveis pelos trei-
namentos, monitoramento e -disseminação da cultu-
ra e dos padrões de segurança da empresa. 
Além disso, os gestores por atribuição acom-
panham de perto os trabalhadores e devem identifi-
car os pontos que merecem maior atenção, sendo 
certo, pois, que as campanhas internas dependem do 
comprometimento gerencial. 
Partindo do pressuposto que todo e qual-
quer acidente de trabalho pode ser evitado, as cam-
panhas de conscientização podem combinar comu-
nicação interna, ações de Recursos Humanos e do 
Departamento de Segurança do Trabalho. 
Nas empresas multinacionais, a recomenda-
ção é sempre avaliar as experiências de cada país e 
divulgá-las para outras regiões, sendo possível adap-
tar soluções para problemas comuns.
Os profissionais de segurança do tra-
balho, assim como os Técnicos em Segurança do 
Trabalho, têm a missão de supervisionar as ativida-
des ligadas à segurança do trabalho, visando assegurar 
condições que eliminem ou reduzam ao mínimo os 
riscos de ocorrência de acidentes de trabalho, obser-
vando o cumprimento de toda a legislação pertinente.
Portanto, é de sua responsabilidade:
→ Promover inspeções nos locais de tra-
balho, identificando condições perigosas, 
157
tomando todas as providências necessárias 
para eliminar as situações de riscos, bem 
como treinar e conscientizar os funcionários 
quanto a atitudes de segurança no trabalho.
→ Preparar programas de treinamento sobre 
segurança do trabalho, incluindo programas 
de conscientização e divulgação de normas 
de segurança, visando ao desenvolvimento 
de uma atitude preventiva nos funcionários 
quanto à segurança do trabalho.
→ Determinar a utilização pelo trabalhador 
dos equipamentos de proteção individu-
al (EPI), bem como indicar e inspecionar 
equipamentos de proteção contra incêndio, 
quando as condições assim o exigirem, vi-
sando à redução dos riscos à segurança e in-
tegridade física do trabalhador.
→ Colaborar nos projetos de modificações 
prediais ou novas instalações da empresa, vi-
sando a criação de condições mais seguras 
no trabalho.
→ Pesquisar e analisar as causas de doenças 
ocupacionais e as condições ambientais em 
que ocorreram, tomando as providências 
exigidas em lei, visando evitar sua reincidên-
cia, bem como corrigir as condições insalu-
bres causadoras dessas doenças.
→ Promover campanhas, palestras e outras 
158
formas de treinamento com o objetivo de 
divulgar as normas de segurança e higie-
ne do trabalho, bem como para informar e 
conscientizar o trabalhador sobre atividades 
insalubres, perigosas e penosas, fazendo o 
acompanhamento e avaliação das atividades 
de treinamento e divulgação.
→ Supervisionar os serviços de cantina, vi-
gilância e portaria, visando garantir o bom 
atendimento ao público interno e visitante.
→ Distribuir os equipamentos de proteção 
individual (EPI), bem como indicar e ins-
pecionar equipamentos de proteção contra 
incêndio, quando as condições assim o exigi-
rem, visando à redução dos riscos à seguran-
ça e integridade física do trabalhador.
→ Colaborar com a CIPA em seus progra-
mas, estudando suas observações e proposi-
ções, visando a adotar soluções corretivas e 
preventivas de acidentes do trabalho.
→ Levantar e estudar estatísticas de aciden-
tes do trabalho, doenças profissionais e do 
trabalho, analisando suas causas e gravidade, 
visando à adoção de medidas preventivas.
→ Elaborar planos para controlar efeitos de 
catástrofes, criando as condições para com-
bate a incêndios e salvamento de vítimas de 
qualquer tipo de acidente.
159
→ Preparar programas de treinamento, ad-
missional e de rotina, sobre segurança do 
trabalho, incluindo programas de conscien-
tização e divulgação de normas e procedi-
mentos de segurança, visando ao desenvol-
vimento de uma atitude preventiva nos fun-
cionários quanto à segurança do trabalho.
→ Prestar apoio à SIPAT, organizando as 
atividades e recursos necessários.
→ Avaliar os casos de acidente do trabalho, 
acompanhando o acidentado para recebi-
mento de atendimento médico adequado.
→ Realizar inspeções nos locais de trabalho, 
identificando condições perigosas, tomando 
todas as providências necessárias para elimi-
nar as situações de riscos, bem como treinar 
e conscientizar os funcionários quanto a ati-
tudes de segurança no trabalho.
3.3.4.1. Resolução CONFEA n.º 434/99
No tocante a outros profissionais da área 
de Segurança do Trabalho, tais como Engenheiros e 
Arquitetos, especialistas em Engenharia de Seguran-
ça do Trabalho e a Resolução n.º 434/99, dispõe so-
bre a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) 
relativa às suas atividades.
O Conselho Federal de Engenharia, Arqui-
160
tetura e Agronomia (CONFEA) é claro na impor-
tância da ART ao dispor na Resolução citada as suas 
considerações, vejamos:
Considerando que, de acordo com o art. 1º 
da Lei nº 6.496, de 05 de dezembro de 1977, todo 
contrato para a execução de obras ou prestação de 
quaisquer serviços profissionais referentes à En-
genharia, Arquitetura e Agronomia, fica sujeito à 
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART;
Considerando que a Engenharia de Segu-
rança do Trabalho constitui uma especialização de 
engenheiros e arquitetos, ao nível de pós-gradua-
ção lato sensu, que gera atribuições profissionais;
Considerando que somente a ART pode-
rá definir quem, para os efeitos legais, são os res-
ponsáveis técnicos pelos serviços de Engenharia 
de Segurança do Trabalho;
Considerando que, de acordo com o art. 
4º do Decreto n.º 92.530, de 09 de abril de 1986, 
as atividades dos Engenheiros e Arquitetos, 
especializados em Engenharia de Segurança do 
Trabalho serão definidas pelo CONFEA;
Considerando que as atividades dos En-
genheiros e Arquitetos especializados em Enge-
nharia de Segurança do Trabalho foram defini-
das pelo CONFEA no art. 4ºda Resolução nº 
359, de 31 de julho de 1991;
161
Considerando o disposto na Resolução nº 
425, de 18 de dezembro de 1998, do CONFEA, 
que «dispõe sobre a Anotação de Responsabili-
dade Técnica e dá outras providências; 
De seus dispositivos, destacamos:
§ 1º Os estudos, projetos, planos, rela-
tórios, laudos e quaisquer outros trabalhos ou 
atividades relativas à Engenharia de Segurança 
do Trabalho, quer público, quer particular, so-
mente poderão ser submetidos ao julgamento 
das autoridades competentes, administrativas e 
judiciárias, e só terão valor jurídico quando seus 
autores forem Engenheiros ou Arquitetos, es-
pecializados em Engenharia de Segurança do 
Trabalho e registrados no Conselho Regional de 
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA.
§ 2º Os estudos, projetos, planos, relatórios, 
laudos e quaisquer outros trabalhos ou atividades 
de Engenharia de Segurança do Trabalho 
referidos no parágrafo anterior, somente serão 
reconhecidos como tendo valor legal se tiverem 
sido objeto de ART no CREA competente.
Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, 
entende-se como Engenharia de Seguran-
ça do Trabalho:
162
I-a prevenção de riscos nas atividades de 
trabalho com vistas à preservação da saúde e in-
tegridade da pessoa humana; e
II-a proteção do trabalhador em todas as 
unidades laborais, no que se refere à questão de se-
gurança, inclusive higiene do trabalho, sem interfe-
rência específica nas competências legais e técnicas 
estabelecidas para as diversas modalidades da Enge-
nharia, Arquitetura e Agronomia, conforme o Pa-
recer nº 19/87 do Conselho Federal de Educação.
Art. 3º Em consonância com o disposto 
no artigo anterior, as atividades de Engenharia de 
Segurança do Trabalho que serão objeto de ART, 
são aquelas previstas nos itens 1 a 18 do art. 4º da 
Resolução nº 359, de 1991, do CONFEA.
Parágrafo único. O profissional, ao preen-
cher o formulário de ART, especificará em qual 
item do art. 4º da Resolução nº 359, de 1991, do 
CONFEA, se enquadra o documento técnico e/
ou atividade técnica, objeto de Anotação de Res-
ponsabilidade Técnica.
Art. 4º Incluem-se entre as atividades de 
Engenharia de Segurança do Trabalho, referidas 
no art. 4º da Resolução nº 359, de 1991, a elabora-
ção e os seguintes documentos técnicos, previstos 
na Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que 
regulamentou a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro 
de 1977, que alterou o Capítulo V, Título II da 
163
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT:
I- programa de condições e meio ambien-
te do trabalho na indústria da construção - PC-
MAT, previsto na NR-18;
II-programa de prevenção de riscos am-
bientais – PPRA, previsto na NR-09;
III-programa de conservação auditiva;
IV-laudo de avaliação ergonômica, pre-
visto na NR-17;
V-programa de proteção respiratória, pre-
visto na NR-06; e
VI-programa de prevenção da exposi-
ção ocupacional ao benzeno – PPEOB, pre-
visto na NR-15.
Importante ressaltar que, em 1990, o quadro 
do Serviço Especializado em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho e uma equipe de 
profissionais da saúde (SESMT), estabelecida pela 
NR 4, já havia sido atualizado. 
O SESMT, a partir de então, é formado por:
→ Engenheiro de Segurança do Trabalho;
→ Médico do Trabalho;
→ Enfermeiro do Trabalho;
→ Auxiliar de Enfermagem do Trabalho;
→ Técnico em Segurança do Trabalho.
164
O SESMT foi estabelecido no artigo 162 
da Consolidação das Leis do Trabalho e é regula-
mentado pela Norma Regulamentadora NR 04, que 
disciplina que, dependendo da quantidade de empre-
gados e da natureza das atividades, o serviço pode 
incluir os profissionais citados.
O SESMT foi criado em face do aumento 
expressivo de acidentes do trabalho, a fim de re-
solver, mas, também e notadamente, prevenir, aler-
tando e dando instruções aos trabalhadores sobre 
o aparecimento de novas doenças, esclarecimentos 
sobre qualquer tipo de doença e também evitar que 
pequenos acidentes de trabalho possam acontecer e 
prejudicar tanto o empregado quanto o empregador.
165
Atividades
1 - O quadro do Serviço Especializado em Enge-
nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e 
uma equipe de profissionais da saúde (SESMT), es-
tabelecida pela NR 4, já havia sido atualizado. Assim 
sendo, é correto afirmar:
A) Que o SESMT foi estabelecido no artigo 162 
da Consolidação das Leis do Trabalho e é regula-
mentado pela Norma Regulamentadora NR 04, que 
disciplina que, dependendo da quantidade de empre-
gados e da natureza das atividades, o serviço pode 
incluir os profissionais citados.
B) O SESMT foi criado em face do aumento expres-
sivo de acidentes do trabalho, a fim de resolver, mas, 
também e notadamente, prevenir, alertando e dando 
instruções aos trabalhadores sobre o aparecimento 
de novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer 
tipo de doença e também evitar que pequenos aci-
dentes de trabalho possam acontecer e prejudicar 
tanto o empregado quanto o empregador.
C) É formado por Engenheiro de Segurança do Tra-
166
balho; Médico do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem 
do Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho.
D) Serve à prevenção de riscos nas atividades de tra-
balho com vistas à preservação da saúde e integri-
dade da pessoa humana, bem como a proteção do 
trabalhador em todas as unidades laborais, no que se 
refere à questão de segurança, inclusive higiene do 
trabalho, sem interferência específica nas competên-
cias legais e técnicas estabelecidas para as diversas 
modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agrono-
mia, conforme o Parecer n.º 19/87, do Conselho Fe-
deral de Educação.
E) Somente as alternativas “A”, “B” e “D” estão corretas.
2 - O SESMT é formado, obrigatoriamente, por:
A) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico 
do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Técnico em 
Segurança do Trabalho.
B) Engenheiro e Arquiteto de Segurança do Trabalho; 
Enfermeiro do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do 
Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho.
C) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico 
do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Auxiliar de 
Enfermagem do Trabalho; Técnico em Segurança 
do Trabalho.
D) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico 
167
do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Auxiliar de 
Enfermagem do Trabalho.
E) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico 
do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; 
Técnico em Segurança do Trabalho.
3 - Os profissionais de segurança do trabalho, tal 
como os Técnicos em Segurança do Trabalho, têm a 
missão de supervisionar as atividades ligadas à segu-
rança do trabalho, visando assegurar condições que 
eliminem ou reduzam ao mínimo os riscos de ocor-
rência de acidentes de trabalho, observando o cum-
primento de toda a legislação pertinente. Portanto, é 
de sua responsabilidade:
A) Promover inspeções nos locais de trabalho, iden-
tificando condições perigosas, tomando todas as pro-
vidências necessárias para eliminar as situações de ris-
co, bem como treinar e conscientizar os funcionários 
quanto às atitudes de segurança no trabalho.
B) Preparar programas de treinamento sobre segu-
rança do trabalho, incluindo programas de conscien-
tização e divulgação de normas de segurança, visan-
do ao desenvolvimento de uma atitude preventiva 
nos funcionários quanto à segurança do trabalho.
C) Determinar a utilização pelo trabalhador dos 
equipamentos de proteção individual (EPI), bem 
168
como indicar e inspecionar equipamentos de prote-
ção contra incêndio, quando as condições assim o 
exigirem, visando à redução dos riscos à segurança e 
integridade física do trabalhador.
D) Colaborar nos projetos de modificações prediais 
ou novas instalações da empresa, visando à criação 
de condições mais seguras no trabalho.
E) Todas as alternativas estão corretas.
4 - Gerência de risco é:
A) Promover, primeiramente, a ligação entre a em-
presa e os trabalhadores no tocante ao risco iminen-
te do ambiente e da atividade laboral para, conse-
quentemente, trabalhar para mitigar e prevenir os 
riscos dessa ordem.
B) Apossibilidade de eventos indesejados, previsí-
veis ou não, está sempre presente no cotidiano das 
organizações. Para evitar a ocorrência destes, o ideal 
é que se busque a minimização dos impactos dano-
sos, com a adoção de uma série de práticas, de forma 
a reduzir o número de incidentes, de acidentes e de 
perdas, segundo Barbosa Filho.
C) O conjunto de técnicas que visa reduzir ao mí-
nimo os efeitos das perdas acidentais, enfocando o 
tratamento correto de riscos que possam causar da-
nos ao meio ambiente e à imagem da organização. 
169
Pode ser definida como o Processo de Planejar, Or-
ganizar, Dirigir e Controlar os Recursos Humanos e 
Materiais de uma Organização, no sentido de mini-
mizar os efeitos dos riscos sobre essa organização, 
ao mínimo custo possível.
D) Somente as alternativas “A”, “B”, “C” estão corretas
E) Somente a alternativa “C” está correta.
5 - A CIPA tem por atribuição:
A) Investigar e analisar os acidentes ocorridos na 
empresa.
B) Sugerir as medidas de prevenção de acidentes jul-
gadas necessárias por iniciativa própria ou sugestão 
de outros empregados e encaminhá-las ao presiden-
te e ao departamento de segurança da empresa.
C) Promover a divulgação e zelar pela observância 
das normas de segurança, ou ainda, de regulamentos 
e instrumentos de serviço emitidos pelo empregador.
D) Promover anualmente a Semana Interna de Pre-
venção de Acidentes (SIPAT).
E) Todas as alternativas estão corretas.

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