Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
125 1. Introdução Neste capítulo, será dada ênfase às Normas de Segurança do Trabalho, prevenção e controle de risco, o qual se desenvolverá pelo estudo de seus conceitos, normas aplicáveis e os meios de preven- ção e controle de risco. Destacam-se, também neste capítulo, os profissionais de segurança do trabalho essenciais para a consecução da Segurança, prevenção e con- trole de risco no Brasil. As atribuições, bem como as responsabilida- des desses profissionais, são de suma importância. 126 3.2. Segurança Do Trabalho, Prevenção e Controle de Risco 3.2.1. Segurança do Trabalho Para começarmos a falar em Segurança do Trabalho, ou Segurança Laboral como é tra- tada por alguns, torna-se necessário o conceito que em regra geral é o conjunto de ciências e tecnologias que tem o objetivo de promover a proteção do trabalhador no seu ambiente ou lo- cal de trabalho, visando a redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. É importante, ainda, considerar que se trata de uma das áreas da segurança e saúde ocupacionais, cujo objetivo é: → identificar, → avaliar e → controlar situações de risco, → proporcionar um ambiente de traba- lho seguro → proporcionar um ambiente saudável ao trabalhador 127 3.2.2. Prevenção 3.2.2.1. Higiene do trabalho Para iniciarmos o assunto prevenção, é ne- cessário trazer ao estudo a Higiene do Trabalho, tendo em vista que cada organismo vivo está cons- tantemente sujeito a inúmeras condições externas que agem sobre seus sentidos e influenciam em seu físico e psicológico. O conjunto de todas essas influências cons- titui o ambiente em que o organismo se encontra. A título de Higiene do Trabalho são conside- radas as influências relacionadas com o desempenho de uma atividade que podem alterar as condições de saúde de um trabalhador. A American Industrial Hygiene Associa- tion traz a definição dessa ciência traçando os seus objetivos. Vejamos: “Higiene do Trabalho é a ciência e a arte que trata do reconhecimento, avaliação e contro- le dos riscos ocupacionais”. Em termos complementares, segue o con- ceito também sobre higiene do trabalho: 128 “É o conjunto de normas e procedimen- tos que visa a proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e do am- biente físico onde são executadas.” Segundo Chiavenato, os objetivos da Higie- ne do Trabalho são: → Eliminação das causas de doenças pro- fissionais; → Redução dos efeitos prejudiciais provo- cados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos; → Prevenção do agravamento de doenças e de lesões; → Manutenção da saúde dos trabalhadores; → Aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho. É importante considerar que a higiene e a se- gurança são duas atividades que estão intimamente liga- das ao objetivo de garantir condições eficazes de traba- lho, garantindo ao trabalhador a sua saúde e bem-estar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) faz a verificação de condições de Higiene e Seguran- ça dizendo que consiste «num estado de bem-estar 129 físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade». A proposta da Higiene do Trabalho como ciência é o combate, sob o ponto de vista médico, das doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o tra- balhador, visando eliminar ou reduzir os riscos pro- fissionais, tais como: condições de insegurança do trabalho que podem afetar não só a segurança, mas também a saúde e o bem-estar do trabalhador. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) preceitua como obrigação de todos e notadamente da empresa: I - Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - Instruir os empregados, através de or- dens de serviço, quanto as preocupações a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - Adotar medidas que lhes sejam deter- minadas pelo órgão regional competente; IV - Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente 130 A Higiene do Trabalho tem seus fundamen- tos em face da própria história. É importante retomar as ocorrências até meados do século 20, cujas condições de trabalho não eram levadas a sério. Nessa época o que importava era a produtivida- de mesmo que isso viesse a implicar em riscos de doença ou de acidente ou, ainda, a morte de trabalhadores. Acreditamos que o pensamento corrente da época que pouco valorizava a vida dos trabalhadores atrelada à ausência do Estado seriam os fatores de- terminantes deste descaso em razão do trabalhador. Contudo, a partir dos anos 50 e 60, tentati- vas de adequação dos trabalhadores a atividades ade- quadas às suas capacidades foram o primeiro movi- mento em prol da saúde e segurança destes. Para um programa de prevenção de ris- cos laborais, as condições de segurança, higiene e saúde são os requisitos mínimos para um progra- ma de prevenção, e isso constitui patrimônio à empresa por ter à sua disposição material huma- no capaz de desenvolver suas atividades, propor- cionando lucro e, consequentemente, aumentan- do a produtividade e competitividade, bem como a diminuição do sinistro em face de acidentes e de doenças do trabalho. É certo, pois, que a diminuição de produ- tividade e o comprometimento da qualidade dos 131 produtos e serviços, além do desperdício, podem ser causados pela indisposição e fadiga dos tra- balhadores em face do horário excessivo e pelas condições de trabalho inadequadas em seu am- biente, como ausência de iluminação adequada, ventilação, mobiliário, etc. Muito embora o cor- po humano adéque com facilidade aos ambientes, é certo que os ambientes adequados proporcio- nam rendimento no trabalho muito maior do que os desenvolvidos em ambientes inadequados. 3.2.3. Controle de Risco Para o estudo do controle de riscos no am- biente do trabalho, é importante identificar quais são esses agentes ambientais que dão ensejo à doença ou desconforto significativo que leva à ineficiência no desenvolvimento da atividade laboral: → Agentes físicos: ruído, vibrações, calor, radiações, frio e umidade. → Agentes químicos: poeira, gases e va- pores, névoas e fumos. → Agentes ergonômicos: levantamento, transporte e descarga de materiais equipa- mentos, condições ambientais. → Agentes biológicos: micro-organismos, vírus e bactérias. 132 3.2.3.1 Agentes físicos Dentre os agentes físicos, tais como: ruído, vi- brações, calor, radiações, frio, e umidade, destacamos o ruído que é qualquer sensação sonora indesejável. O ruído excessivo tem vários efeitos sobre o organismo humano, dentre eles o dano ao aparelho auditivo, que pode levar à surdez permanente e é in- capacitante para a comunicação. A unidade de avaliação do ruído é o decibel (DB) que é uma unidade não dimensional. Importante é considerar que os níveis de ru- ído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (DB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras de- vem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância em desta- que no Anexo 1 da NR15. Nível de Pressão Sonora-NPSdB(A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 133 Importante considerar também os agentes físicos e a vibração que levam o trabalhador a: → Visão turva - as vibrações reduzem a acuidade visual e torna a visão turva, ocor- rendo a partir de 4 Hz. → Perda de equilíbrio - os indivíduos que trabalham com equipamentos vibratórios de operação manual, tais como: martelo pneu- mático e motosserra, apresentam degenera- ção gradativa do tecido muscular e nervoso. 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 horae 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Fonte: Anexo 1 da NR 15, redação dada pela Portaria no 3.214, de 08/06/78 134 → Falta de concentração. → Lesão permanente de determinados órgãos do corpo - os efeitos aparecem na forma de perda da capacidade manipuladora e do controle do tato nas mãos, conhecido, popularmente, por dedo branco. Essas do- enças são observadas, principalmente, em trabalhadores de minas e florestais (motos- serras à 50-200 Hz). Os dedos mortos sur- gem no máximo após seis meses de trabalho com uma ferramenta vibratória. A ISO 2631 apresenta valores máximos de vibrações suportáveis para tempos de um minuto a 12 horas de exposição, abrangendo três critérios de severidade: limite de conforto, sem maior gravidade (ex: veículos de transporte coletivo); limite de fadi- ga, provocando redução da eficiência dos trabalha- dores (ex: máquinas que vibram); limite de exposi- ção, correspondente ao limiar do risco à saúde. A norma brasileira NR-15 estabelece níveis máximos de vibração, utilizando os dados especificados pelas recomendações da ISO 263. No tocante ao calor, umidade e frio, ou seja, a Ambientes Térmicos, razão pela qual a aten- ção deve ser dada a temperatura, sendo ela a que merece maior destaque ao se falar em adequação de condições de ambiente de trabalho, pois, a tempe- 135 ratura é que transmite a sensação de conforto no ambiente. O excesso ou a falta podem levar o tra- balhador a doenças laborais pela sua exposição em ambientes de temperaturas extremas. Os fatores que definem os ambientes térmi- cos são os seguintes: → Temperatura do ar; → Umidade do ar; → Movimentação do ar; → Calor Radiante. 3.2.3.2. Agentes Químicos Os agentes químicos são as diversas subs- tâncias, compostos ou produtos que possam pene- trar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapo- res, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo orga- nismo por meio da pele ou por ingestão. Assim como os agentes físicos, estes agen- tes também necessitam de instrumentos específicos para que sejam avaliados, embora, em alguns casos, a atividade de campo restringe-se a coleta do agente para que seja enviado a um laboratório especializado que determinará a concentração do mesmo. Nas atividades ou operações nas quais os 136 trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando fo- rem ultrapassados os limites de tolerância constantes dos ANEXOS 11,12 e 13 da NR15. 3.2.3.3. Agentes ergonômicos Os agentes ergonômicos, tais como: levan- tamento, transporte e descarga de materiais, equipa- mentos, condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho, razão pela qual são os considerados fora da condição de trabalho, pois, pela sua natureza, estão em desacordo com as características psicofisiológicas dos trabalhadores, não proporcionando conforto, segurança e desem- penho eficiente as tarefas dos trabalhadores. Para a avaliação dos agentes ergonômicos, faz-se necessária a utilização dos métodos de me- dições definidos nos princípios da Ergonomia: me- dições antropométricas, medições dos fatores dos postos de trabalho, etc. 3.2.3.4. Agentes biológicos Os agentes biológicos são micro-organismos que podem contaminar o trabalhador e são, basica- mente, as bactérias, os fungos, os bacilos, os parasi- tas, os protozoários, os vírus, entre outros mais. 137 Os agentes biológicos perigosos estão orga- nizados em quatro classes, nas quais a ordem crescen- te do número indica um maior perigo, assim vejamos: → Classe 1 - contempla os agentes não pe- rigosos, ou de um mínimo perigo, que não exigem equipamentos ou profissionais ex- perimentados para a sua manipulação, admi- tindo-se o emprego de técnicas geralmente aceitáveis para materiais não patógenos. → Classe 2 - está representada por agentes de perigo potencial comum. Inclui os agentes que podem provocar enfermidades com graus variados de gravidade como consequência de inoculações acidentais, infecção ou outro me- canismo de penetração cutânea, mas que ge- ralmente podem ser controlados, de forma se- gura e equilibrada, por técnicos de laboratório. → Classe 3 - inclui patógenos que reque- rem condições restritivas especiais. → Classe 4 - são enquadrados os agentes que requerem as condições restritivas mais estreitas, por sua extrema periculosidade ou porque podem causar epidemias. A avaliação, geralmente, se dá em laboratórios apropriados por meio da coleta de sangue, fezes, urina ou outro meio de pesquisa, realizada nos trabalhadores. 138 3.2.4. Limite de Tolerância O Reconhecimento dos riscos se dá quando, por meio de inspeções preliminares, são levantados os riscos potenciais em determinado local de trabalho. A Avaliação é realizada por meio da utiliza- ção de métodos específicos, avaliando-se qualitativa- mente e quantitativamente os agentes prejudiciais. O Controle refere-se às medidas a serem to- madas com base nos dados obtidos pela avaliação e reconhecimento detalhado do local de trabalho, tais como: máquinas utilizadas, operações realizadas, en- tre outras. Isto com a finalidade de eliminar ou redu- zir os riscos, notadamente, à saúde do trabalhador. Os procedimentos adotados para a Avalia- ção de alguns agentes de risco estão dispostos na Norma Regulamentadora NR15 que diz respei- to às Atividades e Operações Insalubres. De acordo com a NR 15, o trabalhador não deve exceder o limite de tolerância de exposição aos agentes. Para entendermos melhor o que quer dizer a NR15 devemos nos ater ao que quis dizer sobre: → Limite de Tolerância Limite de Tolerância trata da concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 139 não causará dano à saúde durante a vida laboral. É importante, ainda em face da NR15, as considerações a respeito do exercício de trabalho em condições de insalubridade, ou seja, realizado sob exposição acima do limite de tolerância, assegurará ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo, equivalente a: → 40%, para insalubridade de grau máximo; → 20%, para insalubridade de grau médio; → 10%, para insalubridade de grau mínimo. Observe-se, pois, que no caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, considera-se o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo sala- rial, sendo vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização da insalubri- dade determinará a cessação do pagamento do adi- cional respectivo. 140 3.3. PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA DO TRABALHO 3.3.1. Atribuições dos Profissionais de Segurança do Trabalho A Portaria n.º 3.275/89 dispõe sobre as atri- buições do Técnico de Segurança do Trabalho. E dessa Portaria destaca-se: Art.1º As atividades do Técnico de Segu- rança do Trabalho são as seguintes: I - informar o empregador, através de pa- recer técnico, sobre os riscos existentes nos am- bientes de trabalho, bem como orientá-lo sobre as medidas de eliminação e neutralização; II - informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e neutralização; III - analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua elimi- nação ou seu controle; IV - executar os procedimentos de seguran- ça e higiene do trabalho e avaliar os resultados al- cançados, adequando-os as estratégias utilizadas de 141 maneira a integrar o processo prevencionista em uma planificação, beneficiando o trabalhador; V - executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos ambientes de trabalhocom a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados, bem como sugerin- do constante atualização dos mesmos e estabele- cendo procedimentos a serem seguidos; VI - promover debates, encontros, cam- panhas, seminários, palestras, reuniões, treina- mentos e utilizar outros recursos de ordem di- dática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencio- nistas, visando evitar acidentes do trabalho, do- enças profissionais e do trabalho; VII - Executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjos físicos e de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higie- ne do trabalho, inclusive por terceiros; VIII - encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documen- tação, dados estatísticos, resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico, educacio- nal e outros de divulgação para conhecimento e auto-desenvolvimento do trabalhador; 142 IX - indicar, solicitar e inspecionar equi- pamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e didáticos e outros materiais consi- derados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das qualidades e especificações téc- nicas recomendadas, avaliando seu desempenho; X - cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resíduos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua impor- tância para a vida; XI - orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedi- mentos de segurança e higiene do trabalho pre- vistos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço; XII - executar as atividades ligadas à segu- rança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas, observando dispositivos le- gais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores. XIII - levantar e estudar os dados estatís- ticos de acidentes do trabalho, doenças profis- sionais e do trabalho, calcular a frequência e a gravidade destes para ajustes das ações preven- 143 cionistas, normas, regulamentos e outros dispo- sitivos de ordem técnica, que permitam a prote- ção coletiva e individual; XIV - articular-se e colaborar com os seto- res responsáveis pelos recursos humanos, forne- cendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a ado- ção de medidas de prevenção a nível de pessoal; XV - informar os trabalhadores e o em- pregador sobre as atividades insalubres, perigo- sas e penosas existentes na empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos; XVI - avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a organização do trabalho de forma segura para o trabalhador; XVII - articular-se e colaborar com os ór- gãos e entidades ligados a prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho; XVIII - participar de seminários, treina- mentos, congressos e cursos visando o inter- câmbio e o aperfeiçoamento profissional. Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segu- rança e Medicina do Trabalho. 144 O papel dos profissionais de segurança do trabalho é fundamental à prevenção dos riscos ine- rentes às atividades laborais, tanto na sua execução quanto as advindas do próprio ambiente do trabalho. A precípua função desses profissionais é a gerência de risco. Gerência de risco nada mais é do que pro- mover, primeiramente, a ligação entre a empresa e os trabalhadores no tocante ao risco iminente do ambiente e da atividade laboral, para, consequente- mente, mitigar e prevenir os riscos. Segundo Barbosa Filho, a possibilidade de eventos indesejados, previsíveis ou não, está sempre presente no cotidiano das organizações. Para evitar a ocorrência, o ideal é que se busque a minimização dos impactos danosos, com a adoção de uma série de práticas de forma a reduzir o número de inciden- tes, de acidentes e de perdas. Para o desenvolvimento de hábitos desejá- veis, a organização poderá adotar uma série de me- didas, independentemente das obrigações formais, CIPAS e/ou SESMT. Contudo, mais importante do que orientar os trabalhadores sobre como agir em determinada situação, com base em planos de in- tervenção, é a correta definição da probabilidade de ocorrência de cada acontecimento inoportuno aos quais poderá estar sujeita a organização e de suas dimensões sobre os mais variados aspectos, que de- 145 terminará uma prioridade de atenções. Assim sendo, Gerência de Riscos pode ser definida como: o conjunto de técnicas que visa reduzir ao mínimo os efeitos das perdas acidentais, enfo- cando o tratamento correto de riscos que pos- sam causar danos pessoais, materiais, ao meio ambiente e à imagem da organização. Pode ser definida como o Processo de Planejar, Organi- zar, Dirigir e Controlar os Recursos Humanos e Materiais de uma Organização, no sentido de minimizar os efeitos dos riscos sobre essa orga- nização, ao mínimo custo possível. 27 O Pós-Segunda Guerra Mundial marca a neces- sidade de proteção das empresas em face dos riscos ine- rentes às atividades desenvolvidas, por essa razão é deferi- do afirmar que os primeiros estudos no tocante à gerên- cia ou gerenciamento de risco, iniciaram-se nos Estados Unidos da América (USA) e em alguns países da Europa. Neste sentido: Apesar da Gerência de Riscos não ser uma prática constante nas organizações brasileiras, 27 - GEORGE HEAD – RIMS. 146 acredita-se que ele não onera o balanço final das organizações, e as despesas incorridas não podem ser comparadas aos benefícios que a organização terá, tanto no tocante à otimização de custos de seguros como na maior proteção dos recursos humanos materiais, financeiros e ambientais. 28 Assim sendo, é importante para o presente o conceito de: → Risco Risco é «a chance de acontecer algo que cau- sará impacto nos objetivos, é mensurado em termos de consequências e probabilidade».29 Os riscos podem se apresentar como pro- blemas ou desafios que necessitam ser encarados. De modo sistemático, o risco pode ser visto por três elementos: → Pelas causas geradoras, que neste caso é o próprio risco. → Sobre quem pode incidir o risco ou su- jeito do risco. 28 - ALBERTON, Anete. Uma Metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de investimentos de segurança. Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. 29 - Australian Standard AZ/NZS 4360-1999 147 → Os efeitos do risco sobre o sujeito. Do exposto, podemos afirmar que é de suma importância a observação da interface entre os aspectos abaixo: → humano, → social, → político, → legal, → econômico, → empresarial, → técnico. Dentre o desenvolvimento das atividades, a atribuição expressiva dos Profissionais de Segurança do Trabalho está no gerenciamento ou gerência do risco. 3.3.2. CIPA A Comissão Interna de Prevenção de Aci- dentes (CIPA) é um instrumento importante para os trabalhadores, dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saú- de e segurança. A CIPA é regulamentada pela Con- solidação das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08.06.78, baixada pelo Ministério do Trabalho. 148 O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados trabalhem conjunta- mente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar aqualidade do ambiente de trabalho. Confira a seguir quais as principais atribuições de uma CIPA, requi- sitos para sua formação e modo de funcionamento. A organização da CIPA é obrigatória nos lo- cais de trabalho seja qual for sua característica - comer- cial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, filantrópica ou educativa e empresas públicas - desde que tenham o mínimo legal de empregados regidos pela CLT, conforme o quadro 1 da NR-5. A CIPA é composta por representantes titulares do emprega- dor e dos empregados, e seu número de participantes deve obedecer às proporções mínimas na NR –5. A empresa deve solicitar ao órgão do Mi- nistério do Trabalho o registro da CIPA através de requerimento, juntando cópias das atas de eleição, instalação e posse do calendário anual das reuniões ordinárias e o livro de atas com o termo de abertura e atas mencionadas. O requerimento e as cópias das atas datilo- grafadas devem ser em duas vias, sendo que uma via será devolvida protocolada pelo agente fiscalizador. O registro deve ser feito no prazo máximo de dez dias após a data da eleição. Comunicada a DRT, uma cópia protocolada deve ser enviada ao setor respon- sável pela segurança do trabalho na empresa. Após 149 ter sido registrada na DRT, a CIPA não pode ter o seu número de representantes reduzidos nem pode ser desativada antes do término do mandato, ainda que haja redução de empregados na empresa. Os representantes do empregador são de- signados pelo próprio, enquanto os dos empregados são eleitos em votação secreta, representando, obri- gatoriamente, os setores de maior risco de aciden- tes e com maior número de funcionários. A votação deve ser realizada em horário normal de expediente e tem que contar com a participação de, no mínimo, a metade mais um do número de funcionárias de cada setor. A lista de votação assinada pelos eleitores deve ser arquivada por um período mínimo de três anos na empresa. A lei confere a DRT como órgão de fiscalização competente, o poder de anular uma eleição quando for constatado qualquer tipo de irre- gularidade na sua realização. Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares. Em caso de em- pate, assume o candidato que tiver maior tempo de trabalho na empresa. Os demais candidatos assumem a condição de suplentes, de acordo com a ordem decrescente de votos recebidos. Os can- didatos votados não eleitos como titulares ou su- plentes devem ser relacionados na ata da eleição, em ordem decrescente de votos, possibilitando uma futura nomeação. A CIPA deve contar com 150 tantos suplentes quantos forem os titulares, sen- do que estes não poderão ser reconduzidos por mais de dois mandatos consecutivos. A estrutura da CIPA é composta pelos se- guintes cargos: Presidente (indicado pelo emprega- dor); Vice-Presidente (nomeado pelos representan- tes dos empregados, entre os seus titulares); Secre- tário e suplente (escolhidos de comum acordo pelos representantes do empregador e dos empregados). Cabe ao Ministério do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTS), fis- calizar a organização das CIPAS. A empresa que não cumprir a lei será autuada por infração ao disposto no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista no artigo 201 desta mesma legislação. O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano, e aqueles que faltarem a quatro reuniões ordinárias, sem justificativa, perderão o cargo, sen- do substituídos pelos suplentes. Não é válida, como justificativa, a alegação de ausência por motivo de trabalho. Os representantes dos empregados titula- res da CIPA não podem sofrer demissão arbitrária entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo disciplinar, técnico ou econômico. Esta garantia no emprego é assegurada ao cipeiro desde o momento em que o empregador tomar conheci- mento da sua inscrição de candidatos às eleições da CIPA e prolonga-se até um ano após o término do 151 mandato. Os cipeiros não podem também ser trans- feridos para outra localidade, a não ser que concor- dem expressamente. A reeleição deve ser convoca- da pelo empregador, com um prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato e realizada com antecedência de 30 dias em relação ao término do atual mandato. Os membros da CIPA, eleitos e de- signados para um novo mandato, serão empossados automaticamente no primeiro dia após o término do mandato anterior. A CIPA tem por atribuição: → Investigar e analisar os acidentes ocorri- dos na empresa. → Sugerir as medidas de prevenção de aci- dentes julgadas necessárias por iniciativa própria ou sugestão de outros empregados e encaminhá-las ao presidente e ao departa- mento de segurança da empresa. → Promover a divulgação e zelar pela ob- servância das normas de segurança, ou ain- da, de regulamentos e instrumentos de ser- viço emitidos pelo empregador. → Promover anualmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT). → Sugerir a realização de cursos, palestras ou treinamentos, quanto à engenharia de se- gurança do trabalho, quando julgar necessá- 152 rio ao melhor desempenho dos empregados. → Registrar nos livros próprios as atas de reuniões ordinárias e extraordinárias e enviar cópia ao departamento de segurança. → Preencher ficha de informações sobre situação da segurança na empresa e ativi- dades da CIPA e enviar para o Ministério do Trabalho. Preencher ficha de análise de acidentes. Deve ser enviada cópia de ambas as fichas ao departamento de segurança da empresa. O modelo destas fichas pode ser encontrado em qualquer DRT. → Elaborar anualmente o Mapa de Riscos da empresa. O presidente da CIPA deve coordenar todas as atribuições citadas anteriormente. Ele deve presidir as reuniões e é responsável pela convocação dos cipeiros. Pode determinar tarefas aos membros da co- missão, isoladamente ou em grupos de trabalho. Além disso, deve promover o bom relacionamento da CIPA com o departamento de segurança e com os demais setores da empresa. O vice-presidente, por sua vez, deve executar as atribuições que lhe forem delegadas e substituir o presidente em suas faltas ocasionais. Ao secretário da CIPA, cabe elaborar as atas de eleições, da posse e das reuniões e manter o arquivo e o fluxo de correspondência atualizados. Os demais membros 153 da CIPA devem participar das reuniões, investigar e analisar os acidentes ocorridos, sugerindo medidas preventivas e realizar inspeções nos locais de traba- lho. Além disso, têm a obrigação de promover a di- vulgação de princípios e normas de segurança junto aos demais trabalhadores e atuar como porta-vozes dos problemas de segurança comunicados pelos em- pregados. Para o empregador, a tarefa é simples: deve prestigiar integralmente a CIPA. 3.3.3. SIPATs Uma das principais atribuições da Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPATs) é pro- mover anualmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT). A maioria das empresas opta pela realização das SIPATs no segundo semestre, pelo fato de se possuir um maior número de informações sobre as condições de segurança, como as estatísticas de aci- dentes do ano anterior. Pelo menos 30 dias antes da realização da Semana, uma comissão deve ser criada para elaborar a programação a ser desenvolvida. Simulações, competições esportivas e peças de teatro são algumas das práticas que vêm sendo utilizadas nas empresas para realizar SIPATs criati- vas e realmente participativas. O Diário Oficial da União, de 20 de agos- to de 1992, publicou uma portaria do Departamen- 154 to Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST) implantando a obrigatoriedade da elabo- ração de mapas de riscos pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) nas empresas. Essa portaria entrou em vigor em dezembro último. O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das empresas. Trata-se de identificar situações e locais potencialmente perigosos. A partir de uma planta baixade cada seção são levantados todos os tipos de riscos, classifican- do-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande. Estes tipos são agrupados em cinco grupos, classifi- cados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico. A ideia é que os funcionários de uma seção façam a seleção apontando aos cipeiros os princi- pais problemas da respectiva unidade. Na planta da seção, exatamente no local onde se encontra o ris- co (uma máquina, por exemplo), deve ser colocado o círculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor correspondente ao grau de risco. O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos traba- lhadores sobre os perigos existentes naquela área. Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos distintos: pequeno, com diâmetro de 2,5 cm; médio, com diâmetro de 5 cm; e grande, com diâmetro de 10 cm. 155 A empresa receberá o levantamento e terá 30 dias para analisar e negociar com os membros da CIPA ou do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), se hou- ver prazos para providenciar as alterações propostas. Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA deve- rá comunicar a Delegacia Regional do Trabalho. 3.3.4. Responsabilidade dos Profissionais de Segurança do Trabalho É fato que a segurança do trabalho é uma preocupação crescente levando, inclusive, as empre- sas a definir padrões para garantir as melhores con- dições dos trabalhadores em todos os processos. Em face do fenômeno da globalização as fusões e aquisições tem sido uma prática constante, viabilizando a padronização. A informação, portanto, passou a ser uma ferramenta de precípua importância, não só para disseminá-la, mas para orientar esse processo, a fim de mitigar danos, inclusive ao próprio empregado. Nas empresas de grande porte, represen- tadas pelas multinacionais cujo segmento é o mais diversificado possível, a segurança do trabalho tem que ser pauta em suas discussões para implemen- tação de procedimentos de prevenção, sendo, pois, uma das suas preocupações. 156 Os gestores são os responsáveis pelos trei- namentos, monitoramento e -disseminação da cultu- ra e dos padrões de segurança da empresa. Além disso, os gestores por atribuição acom- panham de perto os trabalhadores e devem identifi- car os pontos que merecem maior atenção, sendo certo, pois, que as campanhas internas dependem do comprometimento gerencial. Partindo do pressuposto que todo e qual- quer acidente de trabalho pode ser evitado, as cam- panhas de conscientização podem combinar comu- nicação interna, ações de Recursos Humanos e do Departamento de Segurança do Trabalho. Nas empresas multinacionais, a recomenda- ção é sempre avaliar as experiências de cada país e divulgá-las para outras regiões, sendo possível adap- tar soluções para problemas comuns. Os profissionais de segurança do tra- balho, assim como os Técnicos em Segurança do Trabalho, têm a missão de supervisionar as ativida- des ligadas à segurança do trabalho, visando assegurar condições que eliminem ou reduzam ao mínimo os riscos de ocorrência de acidentes de trabalho, obser- vando o cumprimento de toda a legislação pertinente. Portanto, é de sua responsabilidade: → Promover inspeções nos locais de tra- balho, identificando condições perigosas, 157 tomando todas as providências necessárias para eliminar as situações de riscos, bem como treinar e conscientizar os funcionários quanto a atitudes de segurança no trabalho. → Preparar programas de treinamento sobre segurança do trabalho, incluindo programas de conscientização e divulgação de normas de segurança, visando ao desenvolvimento de uma atitude preventiva nos funcionários quanto à segurança do trabalho. → Determinar a utilização pelo trabalhador dos equipamentos de proteção individu- al (EPI), bem como indicar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, quando as condições assim o exigirem, vi- sando à redução dos riscos à segurança e in- tegridade física do trabalhador. → Colaborar nos projetos de modificações prediais ou novas instalações da empresa, vi- sando a criação de condições mais seguras no trabalho. → Pesquisar e analisar as causas de doenças ocupacionais e as condições ambientais em que ocorreram, tomando as providências exigidas em lei, visando evitar sua reincidên- cia, bem como corrigir as condições insalu- bres causadoras dessas doenças. → Promover campanhas, palestras e outras 158 formas de treinamento com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higie- ne do trabalho, bem como para informar e conscientizar o trabalhador sobre atividades insalubres, perigosas e penosas, fazendo o acompanhamento e avaliação das atividades de treinamento e divulgação. → Supervisionar os serviços de cantina, vi- gilância e portaria, visando garantir o bom atendimento ao público interno e visitante. → Distribuir os equipamentos de proteção individual (EPI), bem como indicar e ins- pecionar equipamentos de proteção contra incêndio, quando as condições assim o exigi- rem, visando à redução dos riscos à seguran- ça e integridade física do trabalhador. → Colaborar com a CIPA em seus progra- mas, estudando suas observações e proposi- ções, visando a adotar soluções corretivas e preventivas de acidentes do trabalho. → Levantar e estudar estatísticas de aciden- tes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, analisando suas causas e gravidade, visando à adoção de medidas preventivas. → Elaborar planos para controlar efeitos de catástrofes, criando as condições para com- bate a incêndios e salvamento de vítimas de qualquer tipo de acidente. 159 → Preparar programas de treinamento, ad- missional e de rotina, sobre segurança do trabalho, incluindo programas de conscien- tização e divulgação de normas e procedi- mentos de segurança, visando ao desenvol- vimento de uma atitude preventiva nos fun- cionários quanto à segurança do trabalho. → Prestar apoio à SIPAT, organizando as atividades e recursos necessários. → Avaliar os casos de acidente do trabalho, acompanhando o acidentado para recebi- mento de atendimento médico adequado. → Realizar inspeções nos locais de trabalho, identificando condições perigosas, tomando todas as providências necessárias para elimi- nar as situações de riscos, bem como treinar e conscientizar os funcionários quanto a ati- tudes de segurança no trabalho. 3.3.4.1. Resolução CONFEA n.º 434/99 No tocante a outros profissionais da área de Segurança do Trabalho, tais como Engenheiros e Arquitetos, especialistas em Engenharia de Seguran- ça do Trabalho e a Resolução n.º 434/99, dispõe so- bre a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) relativa às suas atividades. O Conselho Federal de Engenharia, Arqui- 160 tetura e Agronomia (CONFEA) é claro na impor- tância da ART ao dispor na Resolução citada as suas considerações, vejamos: Considerando que, de acordo com o art. 1º da Lei nº 6.496, de 05 de dezembro de 1977, todo contrato para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à En- genharia, Arquitetura e Agronomia, fica sujeito à Anotação de Responsabilidade Técnica – ART; Considerando que a Engenharia de Segu- rança do Trabalho constitui uma especialização de engenheiros e arquitetos, ao nível de pós-gradua- ção lato sensu, que gera atribuições profissionais; Considerando que somente a ART pode- rá definir quem, para os efeitos legais, são os res- ponsáveis técnicos pelos serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho; Considerando que, de acordo com o art. 4º do Decreto n.º 92.530, de 09 de abril de 1986, as atividades dos Engenheiros e Arquitetos, especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho serão definidas pelo CONFEA; Considerando que as atividades dos En- genheiros e Arquitetos especializados em Enge- nharia de Segurança do Trabalho foram defini- das pelo CONFEA no art. 4ºda Resolução nº 359, de 31 de julho de 1991; 161 Considerando o disposto na Resolução nº 425, de 18 de dezembro de 1998, do CONFEA, que «dispõe sobre a Anotação de Responsabili- dade Técnica e dá outras providências; De seus dispositivos, destacamos: § 1º Os estudos, projetos, planos, rela- tórios, laudos e quaisquer outros trabalhos ou atividades relativas à Engenharia de Segurança do Trabalho, quer público, quer particular, so- mente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes, administrativas e judiciárias, e só terão valor jurídico quando seus autores forem Engenheiros ou Arquitetos, es- pecializados em Engenharia de Segurança do Trabalho e registrados no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA. § 2º Os estudos, projetos, planos, relatórios, laudos e quaisquer outros trabalhos ou atividades de Engenharia de Segurança do Trabalho referidos no parágrafo anterior, somente serão reconhecidos como tendo valor legal se tiverem sido objeto de ART no CREA competente. Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, entende-se como Engenharia de Seguran- ça do Trabalho: 162 I-a prevenção de riscos nas atividades de trabalho com vistas à preservação da saúde e in- tegridade da pessoa humana; e II-a proteção do trabalhador em todas as unidades laborais, no que se refere à questão de se- gurança, inclusive higiene do trabalho, sem interfe- rência específica nas competências legais e técnicas estabelecidas para as diversas modalidades da Enge- nharia, Arquitetura e Agronomia, conforme o Pa- recer nº 19/87 do Conselho Federal de Educação. Art. 3º Em consonância com o disposto no artigo anterior, as atividades de Engenharia de Segurança do Trabalho que serão objeto de ART, são aquelas previstas nos itens 1 a 18 do art. 4º da Resolução nº 359, de 1991, do CONFEA. Parágrafo único. O profissional, ao preen- cher o formulário de ART, especificará em qual item do art. 4º da Resolução nº 359, de 1991, do CONFEA, se enquadra o documento técnico e/ ou atividade técnica, objeto de Anotação de Res- ponsabilidade Técnica. Art. 4º Incluem-se entre as atividades de Engenharia de Segurança do Trabalho, referidas no art. 4º da Resolução nº 359, de 1991, a elabora- ção e os seguintes documentos técnicos, previstos na Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que regulamentou a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V, Título II da 163 Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: I- programa de condições e meio ambien- te do trabalho na indústria da construção - PC- MAT, previsto na NR-18; II-programa de prevenção de riscos am- bientais – PPRA, previsto na NR-09; III-programa de conservação auditiva; IV-laudo de avaliação ergonômica, pre- visto na NR-17; V-programa de proteção respiratória, pre- visto na NR-06; e VI-programa de prevenção da exposi- ção ocupacional ao benzeno – PPEOB, pre- visto na NR-15. Importante ressaltar que, em 1990, o quadro do Serviço Especializado em Engenharia de Segu- rança e em Medicina do Trabalho e uma equipe de profissionais da saúde (SESMT), estabelecida pela NR 4, já havia sido atualizado. O SESMT, a partir de então, é formado por: → Engenheiro de Segurança do Trabalho; → Médico do Trabalho; → Enfermeiro do Trabalho; → Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; → Técnico em Segurança do Trabalho. 164 O SESMT foi estabelecido no artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho e é regula- mentado pela Norma Regulamentadora NR 04, que disciplina que, dependendo da quantidade de empre- gados e da natureza das atividades, o serviço pode incluir os profissionais citados. O SESMT foi criado em face do aumento expressivo de acidentes do trabalho, a fim de re- solver, mas, também e notadamente, prevenir, aler- tando e dando instruções aos trabalhadores sobre o aparecimento de novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer tipo de doença e também evitar que pequenos acidentes de trabalho possam acontecer e prejudicar tanto o empregado quanto o empregador. 165 Atividades 1 - O quadro do Serviço Especializado em Enge- nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e uma equipe de profissionais da saúde (SESMT), es- tabelecida pela NR 4, já havia sido atualizado. Assim sendo, é correto afirmar: A) Que o SESMT foi estabelecido no artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho e é regula- mentado pela Norma Regulamentadora NR 04, que disciplina que, dependendo da quantidade de empre- gados e da natureza das atividades, o serviço pode incluir os profissionais citados. B) O SESMT foi criado em face do aumento expres- sivo de acidentes do trabalho, a fim de resolver, mas, também e notadamente, prevenir, alertando e dando instruções aos trabalhadores sobre o aparecimento de novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer tipo de doença e também evitar que pequenos aci- dentes de trabalho possam acontecer e prejudicar tanto o empregado quanto o empregador. C) É formado por Engenheiro de Segurança do Tra- 166 balho; Médico do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho. D) Serve à prevenção de riscos nas atividades de tra- balho com vistas à preservação da saúde e integri- dade da pessoa humana, bem como a proteção do trabalhador em todas as unidades laborais, no que se refere à questão de segurança, inclusive higiene do trabalho, sem interferência específica nas competên- cias legais e técnicas estabelecidas para as diversas modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agrono- mia, conforme o Parecer n.º 19/87, do Conselho Fe- deral de Educação. E) Somente as alternativas “A”, “B” e “D” estão corretas. 2 - O SESMT é formado, obrigatoriamente, por: A) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho. B) Engenheiro e Arquiteto de Segurança do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho. C) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho. D) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico 167 do Trabalho; Enfermeiro do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. E) Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico do Trabalho; Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; Técnico em Segurança do Trabalho. 3 - Os profissionais de segurança do trabalho, tal como os Técnicos em Segurança do Trabalho, têm a missão de supervisionar as atividades ligadas à segu- rança do trabalho, visando assegurar condições que eliminem ou reduzam ao mínimo os riscos de ocor- rência de acidentes de trabalho, observando o cum- primento de toda a legislação pertinente. Portanto, é de sua responsabilidade: A) Promover inspeções nos locais de trabalho, iden- tificando condições perigosas, tomando todas as pro- vidências necessárias para eliminar as situações de ris- co, bem como treinar e conscientizar os funcionários quanto às atitudes de segurança no trabalho. B) Preparar programas de treinamento sobre segu- rança do trabalho, incluindo programas de conscien- tização e divulgação de normas de segurança, visan- do ao desenvolvimento de uma atitude preventiva nos funcionários quanto à segurança do trabalho. C) Determinar a utilização pelo trabalhador dos equipamentos de proteção individual (EPI), bem 168 como indicar e inspecionar equipamentos de prote- ção contra incêndio, quando as condições assim o exigirem, visando à redução dos riscos à segurança e integridade física do trabalhador. D) Colaborar nos projetos de modificações prediais ou novas instalações da empresa, visando à criação de condições mais seguras no trabalho. E) Todas as alternativas estão corretas. 4 - Gerência de risco é: A) Promover, primeiramente, a ligação entre a em- presa e os trabalhadores no tocante ao risco iminen- te do ambiente e da atividade laboral para, conse- quentemente, trabalhar para mitigar e prevenir os riscos dessa ordem. B) Apossibilidade de eventos indesejados, previsí- veis ou não, está sempre presente no cotidiano das organizações. Para evitar a ocorrência destes, o ideal é que se busque a minimização dos impactos dano- sos, com a adoção de uma série de práticas, de forma a reduzir o número de incidentes, de acidentes e de perdas, segundo Barbosa Filho. C) O conjunto de técnicas que visa reduzir ao mí- nimo os efeitos das perdas acidentais, enfocando o tratamento correto de riscos que possam causar da- nos ao meio ambiente e à imagem da organização. 169 Pode ser definida como o Processo de Planejar, Or- ganizar, Dirigir e Controlar os Recursos Humanos e Materiais de uma Organização, no sentido de mini- mizar os efeitos dos riscos sobre essa organização, ao mínimo custo possível. D) Somente as alternativas “A”, “B”, “C” estão corretas E) Somente a alternativa “C” está correta. 5 - A CIPA tem por atribuição: A) Investigar e analisar os acidentes ocorridos na empresa. B) Sugerir as medidas de prevenção de acidentes jul- gadas necessárias por iniciativa própria ou sugestão de outros empregados e encaminhá-las ao presiden- te e ao departamento de segurança da empresa. C) Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança, ou ainda, de regulamentos e instrumentos de serviço emitidos pelo empregador. D) Promover anualmente a Semana Interna de Pre- venção de Acidentes (SIPAT). E) Todas as alternativas estão corretas.
Compartilhar